Oii, como vai? Capítulo um pouco adiantado. Espero que vocês gostem.
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Nico não tinha certeza se devia estar fazendo isso.
Não podia negar que noite passada tinha sido boa, porém, na vez antes disso, tentou com ex e… bem, tinha sido tão ruim que tudo o que ele sentiu foi ansiedade, dor e vontade de vomitar. Assim que pôde, Nico saiu correndo e evitou falar ou se encontrar com Will durante o resto do tempo que ficou na Itália. Parte disso era vergonha por ter entrado em pânico, descobrindo no processo que não estava pronto para fazer certas coisas com meros desconhecidos, e a outra parte era… não queria admitir, mas era difícil para ele confiar nas pessoas. E daí se ele tivesse namorado outras pessoas depois de Will? Não era sua culpa se ele não conseguia relaxar ao redor do loiro.
Era por esse motivo que hesitava, mesmo sabendo ser injusta a comparação entre os dois. Ou entre qualquer outra pessoa e Percy. Will nunca tinha o convidado para comer em lugares que ele gostava ou o levado para conhecer, ou melhor, redescobrir a cidade como Percy tinha feito naquela noite. Eles tomaram sorvete, visitaram um parque natural e andaram de mãos dadas pelas ruas iluminadas sob a luz do luar. Tinha sido uma noite tão calma e agradável que Nico se esqueceu do que tinha acontecido na Itália ou mesmo toda a confusão com Annabeth que ele nem gostava de lembrar. Mas ali estavam eles, novamente em seu quarto, mochilas e roupas jogadas ao chão.
Eles nem tinham acendido as luzes na pressa de chegar ao segundo andar da casa, indo em direção a sua cama o mais rápido que puderam. Sua jaqueta e camisa vieram primeiro, em seguida, Percy fez o mesmo consigo mesmo, mais rápido do que Nico podia acompanhar.
Ele tinha arfado e suas pernas fraquejado, sentindo Percy o tocar com força, o puxando pela cintura e se moldando contra suas costas.
Pele na pele, braços em volta dele e respirações apressadas em sincronia, lábios contra seu pescoço, o beijando suavemente, indo e voltando por sua nuca e encontrando o lóbulo de sua orelha, a mordiscando devagar. As mãos grandes e quentes de Percy subiram mais uma vez, o tocando nos ombros e deslizando lentamente para baixo, chegando em seus quadris para enfim o massageando por cima do jeans. Os botões foram os próximos, Percy os abrindo e descendo o zíper, como se desembrulhasse um presente valioso. Ele ainda não tinha certeza, não sabia o que acontecia com ele; uma hora queria Percy o tocando com toda a força de seu ser e na outra, não tinha certeza de nada. Apenas sabia que queria que Percy continuasse a segurá-lo para sempre, mas que não o machucasse ou o forçasse como outras pessoas tinham tentado.
— O que foi? — Percy disse contra a pele de seu ombro, colocando mais um beijinho ali que o fez estremecer, seu corpo relaxando sem sua permissão.
— Eu não sei. Eu…
— Hm. — Percy murmurou, se movendo devagar com ele em direção a cama. — Você quer me dizer alguma coisa?
Sim, ele queria. Queria dizer que não estava bêbado o suficiente para ignorar seus medos e que tinha ignorado qualquer coisa sexual por mais de um motivo. Mas antes de chegarem à cama, Percy parou no meio do caminho e beijou seu pescoço mais uma vez.
— Sei que você tem medo. Sei que perdi o controle no passado. Mas você pode confiar em mim.
— Per. — Tinha sido apenas um beijo, um impulso descuidado no passado, e parece que aquele momento os perseguiria para o resto de suas vidas. — Não é isso. Eu...
— Então, me diga. E eu vou te dar. Não importa o que seja.
Por que isso era tão difícil?
— Eu...
— É sobre o seu ex?
— Ele... ele...
Percy parou de se mover e até o ar ao redor deles se tornou imóvel.
— O que ele fez com você?
— Nada! — Nico se apressou em dizer, ansioso. — Não foi nada.
— Nico.
— Quer dizer! Você se lembra do Jason, o amigo que eu te contei? Ele impediu que Will...
Foi quando Percy o virou de frente para ele e segurou forte em seus ombros, seus olhos dilatados e ferozes o encarando como se Percy quisesse arrancar a verdade dele dessa forma.
— Você mentiu para mim. O que mais esse garoto fez, hm?
— Percy!
Ele não queria acreditar que Percy era uma dessas pessoas. Ele o segurou pelos braços e o jogou na cama, prendendo suas mãos acima da cabeça.
— Me responda!
— Ele... ele me amarrou e... e tirou minha roupa... e quando... quando estava prestes a... Jason chegou, bateu em Will e me desamarrou! Feliz agora!?
Assim que ele disse isso, Percy o soltou e parou de tocá-lo imediatamente. Isso surpreendeu Nico, o ofendeu e o machucou na mesma proporção. Percy tinha nojo dele sabendo que outro homem o tinha tocado? Era isso?
Então, a cama se moveu e Percy o tocou no ombro suavemente.
— Não, bebê, não chora. Eu sinto muito.
— Você não me ama mais? — Nico perguntou e escondeu o rosto no travesseiro, tentando prender o soluço.
— Não, isso é impossível. Não quero que--
— Eu só… não gosto de ser amarrado e… — Outro soluço, — Foi horrível quando ele tentou… tentou me penetrar e…
— Shhh, está tudo bem. Prometo que não vou te tocar.
Ele não aguentava mais! Não era isso o que Nico queria.
Chorando feito um bebê, ele engatinhou até onde Percy estava deitado todo tenso e sentou no colo dele, o abraçando bem apertado pelo pescoço.
— Eu quero que você me toque! Quero que você me foda até que eu não consiga andar, mas… doeu tanto! Não quero que doa. Quero que só você me toque! Só você me beije! Só você… ah!
Nico gritou e curvou as costas quando Percy o puxou pelos cabelos, aproximando seus rostos.
— Eu devia te punir. Devia te mostrar como um bom garoto tem que se comportar.
— Eu--
— Não terminei. Não importa com quem você transou na Itália, você mentiu para mim. Escondeu algo importante por causa de vergonha? Por que um garoto qualquer te enganou e te humilhou? O que aconteceu? Eu quero a verdade.
— Estou dizendo a verdade. — Nico virou a cara para o lado e se calou, ele se negava. Não era da conta de Percy o que ele tinha feito.
— Vai ser assim? Desde quando você começou a mentir para mim?
— Eu... eu não menti sobre não gostar.
— Você concordou em fazer alguma coisa e se arrependeu?
Nico acenou, sentindo o rosto esquentar.
— Você não confiava nele?
Acenou de novo.
— Pensei que estava pronto... e... — Nico deu de ombros. — Aí, Jason me ouviu gritar e... preso na cama... ele bateu em Will e Will ficou furioso. Will veio atrás de mim, mas eu não quis explicar o que tinha acontecido, então, eu terminei com ele e Will ficou mais furioso ainda…
— Então, você brincou com o garoto, dispensou ele e deixou que as pessoas pensassem que esse Will era o culpado?
— Eu não queria fazer isso, eu só...
— Nico.
Percy o conhecia bem demais.
Ele odiava quando Percy falava assim com ele, sério e rígido, todo autoritário. Se sentia feito um garotinho repreendido e indefeso. O que o fez ver que faria de tudo para Percy perdoá-lo. Então, respirando fundo, disse:
— Sinto muito. Eu nunca faria isso com você.
— Você já fez. — Percy disse e o olhou de forma firme e dura, ainda o segurando pelos cabelos de um jeito doloroso que não doía de verdade. Mas Percy estava certo, ele tinha feito, tinha fugido sem uma explicação, e se arrependia muito. Se fosse necessário, passaria o resto da vida se desculpando.
— Como posso me redimir?
— Eu não sei.
— Por favor. Faço qualquer coisa.
— Qualquer coisa? — Então, Percy sorriu e soltou seus cabelos, se ajeitando contra o batente da cama. — Tire suas calças.
Nico fez o que Percy pediu. Ele se levantou, tirou as calças, cueca e meias e voltou para cama prestes a se sentar no colo de Percy quando foi parado.
Percy o segurou pelo ombro e com o mesmo sorriso malicioso, disse: — De barriga para baixo. No meu colo.
— Eu não entendo.
— Logo você vai entender.
Ainda confuso, Nico se deitou contra as pernas de Percy e esperou.
Momentos depois tudo fez sentido.
Primeiro, sentiu Percy se aconchegar contra a cabeceira da cama, depois, com uma das mãos segurou em seus cabelos e com a outra, deslizou por suas costas, chegando a sua bunda.
— Ainda está disposto a continuar?
— Per?
— Eu te mimei muito. Permitindo que você fizesse o que quisesse.
— Eu não quis...
— Você vai obedecer?
— Espera!
— Ultima chance. Sim ou não?
Ele não sabia, tá bom!? Era muita pressão para ele aguentar. Quer dizer, Nico sempre quis tentar isso com Percy, mas ele não queria assim, uma punição no lugar de diversão.
— Nico?
— Eu não sei. — Ele enfim disse, derrotado. — Confio em você.
E então, meros segundos depois, a mão pesada de Percy estalou contra sua nádega direita, lhe arrancando um gemido abafado.
— Você está gostando. Não acredito nisso. — Vieram mais duas, uma em seguida da outra e Nico não pôde se conter, se contraiu todo, esfregando uma perna na outra, tentando esconder o efeito que as palmadas causaram nele.
Ele ouviu Percy arfar e ajeitá-lo em seu colo, a calça jeans roçando em seu membro exposto, e tudo o que pôde fazer foi se segurar nos lençóis para não gozar com o tratamento violento.
— Você está pronto para conversar? — A voz de Percy soou baixa a seus ouvidos, o fazendo estremecer.
— Eu já disse tudo o que queria.
— Quem mais fez isso com você?
Merda! Como Percy sabia?
Percy mudou de lado e dessa vez o estalo reverberou no cômodo inteiro, o fazendo gemer de verdade, curvando a coluna. Quando ele não disse nada, Percy continuou, suas mãos batendo em sua pele e massageando o lugar até que ele quase... quase...
— Você disse para eu viver um pouco! Foi o que eu fiz! — Ele gritou, tentando se controlar, se contorcendo todo, sentindo o prazer vir mais rápido do que ele esperava. Até que Percy parou de repente, o mantendo no pico do êxtase para encerrar as palmadas sem avisar.
— Tudo o que eu quero é a verdade, Nico.
— Que bem isso vai trazer!? — Gritou mais uma vez, frustrado, tentando obedecer.
— Você pensa que pode mentir para mim? Quanto mais você esconde, mais eu quero saber.
— Percy! Não quero falar disso!
— Então, você não deve querer gozar.
— Você não vai fazer isso comigo!
— Quer apostar?
Percy o segurou pela cintura, o fez virar na cama e então o colocou sentado no colo dele, seu membro exposto para o ar frio do quarto, o mantendo imóvel com sua bunda ardendo contra o jeans de Percy.
— Percy!
— Eu não vou incentivar esse tipo de atitude.
— Que atitude?
— É por isso que eu sou tão ciumento, você sempre faz isso. Flertando com todo mundo e ignorando o problema quando a coisa fica séria.
— Eu não faço isso. Faço...?
— Você vai me enlouquecer!
— Eu não quis—
— Você nunca quer! Esse é o problema.
— O que você quer que eu faça?
— Seja sincero. É pedir muito?
— Eu... eu não sabia como te contar. Como eu poderia dizer: “Olha, Percy. Não fica bravo. Fiquei carente e deixei alguns garotos tocarem em mim de formas que tenho vergonha de admitir”.
— Não parece tão difícil agora. — Percy murmurou, o agarrando mais forte pela cintura. Ele até temia em saber o que aconteceria nos próximos dias. — Por que você faz isso comigo?
— Eu não queria que você pensasse que eu... que eu sou...
— Uma vadia que se oferece para quem te der atenção?
Nico olhou para fora da janela e tentou prender o que estava lutando para se libertar de seu peito.
— Nico, eu não me importo. Você pode ser meu doce Nico e pode ser esse ser sensual que gosta de provocar as pessoas. Fico triste que você sentiu a necessidade de esconder essa parte de mim.
— Eu não queria.
— Sei que não. Nunca pensei que você fosse um santo. Tudo o que eu peço é sinceridade.
— Eu sei.
— Não quero te machucar, mas também não quero te tratar feito um cristal. Não fuja de mim. Eu te amo.
— Eu também te amo. — Nico disse, relaxando contra o peito de Percy. — Prometo que vou ser a pessoa mais honesta desse mundo.
***
As coisas pareciam ter se acalmado. Nico sentia que enfim o peso do mundo tinha sumido de suas costas, se sentia leve e livre, sem mais nada a esconder. Quer dizer, não tinha contado tudo o que aconteceu, porém, Percy agora sabia de tudo, de sua… sobre sua libido que tinha surgido na ausência de Percy e que agora parecia estar mais acesa do que nunca.
Ele achava que tinha sido claro, não? Afinal, tinha gritado para quem quisesse ouvir. Sinceramente, estava feliz que após ouvir todas aquelas coisas Percy ainda estivesse a seu lado, no momento, debaixo das cobertas com ele, o abraçando pelas cintura e ombros, os mantendo colados um ao outro. Suas nádegas ainda doíam e seus olhos estavam inchados de tanto chorar. Não o entendam mal, ele estaria de joelhos se isso fosse melhorar sua situação, Percy apenas não estava no clima. Percy tinha tirado o resto das roupas que usava e tinha se deitado junto a Nico na cama, o abraçando e fechado os olhos em seguida. E Nico, como tinha ficado? Ainda excitado, mesmo com a dor das palmadas e a humilhação das confissões, tentando ficar imóvel entre os braços de Percy.
Por longas horas tentou fazer exatamente isso, obedecendo à vontade de Percy. Mas não importava o quanto tentasse, abria e fechava os olhos de tempos em tempos, vendo as horas passarem lentas e torturantes, o céu mudando de tonalidades de escuras para outras um pouco mais claras.
Ele não aguentava mais! Tocando na mão em volta de seu peito, Nico fez um esforço e tentou não acordar Percy, entretanto, o agarre em volta dele se apertou e os braços de Percy o puxaram de volta contra seu peito forte.
— Onde você pensa que vai?
— Eu preciso… hm…
— Você precisa?
Nico queria morrer, mas antes que esse fato se concretizasse, pegou uma das mãos sobre seu corpo e a levou para sua virilha.
— Entendo. — Percy murmurou, se aproximando mais.
Estava tudo bem, porque Nico enfim tinha o que desejou. Percy cobriu sua virilha inteira, engolfando seu membro e massageou devagar, bolas e falo, o apertando tão gostoso que em menos de um minuto estava ereto, como se a conversa anterior e as palmadas nunca tivessem acontecido. Aquilo era tão bom… por que era tão bom? Era por que Percy o estava tocando? Era algo mais emocional do que físico? Ou era a intimidade do meio da madrugada o fazendo se sentir leve e despreocupado, mas tão vulnerável que ele queria se esconder sob o corpo de Percy?
— O que você precisa? — Percy sussurrou contra seu pescoço, sua voz rouca de sono.
— Você pode me… você pode me foder? — Será que ele estava sendo claro o suficiente dessa vez?
— Você só precisa pedir.
Ele gemeu frustrado e escondeu o rosto no travesseiro, ansioso e sentindo a humilhação de ter que pedir, feito um garotinho carente, descendo por seu pescoço em forma do corar que o esquentava dos pés à cabeça. O bom nisso é que finalmente seu pedido foi concedido, Percy o inclinou um pouco para frente, abriu suas pernas e imediatamente sentiu dígitos molhados roçarem suavemente e sem pressa contra sua entrada. Ah… ele não sabia que esse gesto poderia ser tão relaxante e gostoso, massageando ao redor tempo o suficiente para que o orifício se abrisse e permitisse que os dedos de Percy o penetrasse, fácil e sem dificuldade, o abrindo com tanto cuidado que quando ele se viu estava deitado de bunda para cima e gemendo com três dedos dentro dele, mal sentiu Percy se deitar sobre seu corpo.
Com um ligeiro desconforto que imediatamente deu lugar ao prazer, a cabeça do membro de Percy entrou em contato com sua entrada e o penetrou devagar com uma leve pressão, o fazendo se sentir feito uma flor que desabrochava, mas foi quando Percy se forçou um pouco mais para dentro, deixando que o peso de seu corpo ajudasse no deslizar, que Nico realmente viu estrelas.
— Estou te machucando? Onde doí? Estou indo muito rápido?
Nico parou de respirar por um momento, muitas sensações ao mesmo tempo fritando seu cérebro. Ele… ele não sabia, estava relaxado demais para determinar se era o puro prazer, se tinha dor no meio ou sequer se precisava de uma pausa; Nico mal conseguia levantar a cabeça do travesseiro, quanto entender qualquer coisa que não fosse a necessidade de gozar.
— Bebê. — Percy suspirou, finalmente se encostando a suas costas, mantendo seus quadris parados, arfando. — Eu preciso.
— Hm. — Achava que tinha gemido, que estava prestes a gozar. Isso não podia ser normal. Não podia. Tão rápido.
— Fale comigo.
Então, Percy se acomodou melhor e aquela leve fricção dentro dele foi o suficiente para fazê-lo gemer, o fazendo apertar o membro dentro dele tão gostoso que Percy puxou seus cabelos, um aviso claro para Nico se comportar.
— Per!
Percy parou de novo, tentando recuperar o fôlego, e Nico derreteu mais uma vez na cama, procurando as palavras certas para dizer o que precisava.
— Per, eu… eu preciso… preciso…
— Vamos fazer assim, quando você não souber o que dizer e quiser continuar, diga “obrigado”. Quando estiver gostoso e mesmo assim quiser parar, diga “Por favor”.
— E se… e se eu não gostar?
— Diga pare e eu vou parar.
Parecia fácil o bastante, então, por que ainda tinha tanta dúvida? Esse era o momento que ele tinha a tendência de encerrar tudo. Era tão intenso que ele não conseguia continuar, mesmo quando ele usava seu vibrador favorito. Mas ele não queria parar, queria continuar e ver onde isso ia dar. Talvez se ele permitisse que Percy se movesse e o segurasse contra a cama, como exatamente como Percy estava fazendo poderia chegar ao fim.
— E, então? — Percy murmurou contra seu ouvido, o segurando firme pelos cabelos e cintura.
— Eu… tudo bem… obrigado.
— Esse é o meu garoto. Todo educado e obediente.
Nico… Nico não deixaria que aquelas palavras o fizessem se sentir mais à beira do precipício do que ele já estava. Mas quando Percy acariciou seu cabelo e os puxou, dizendo um rápido “Bom garoto”, Nico não conseguiu ignorar a reação que isso causava nele. Escondeu seu rosto no travesseiro ao mesmo tempo que um gemido foi arrancando dele e Percy enfim decidiu se mover.
Nessa noite, nada estava saindo como ele esperava, e ao invés de Percy fodê-lo rápido e forte, sentiu primeiro Percy girar os quadris, rebolando dentro dele para depois Percy se impulsionar para trás, devagar e gostoso, e voltar penetrá-lo mais devagar ainda, o fazendo curvar a coluna e gemer como ele nunca tinha gemido, sem deixar lugar para qualquer outro pensamento.
— Hmm. — Percy gemeu todo rouco, aumentando a velocidade e profundidade conforme os gemidos de Nico ficavam mais altos. — Sabia que você seria perfeito. Todo macio e cheiroso. O encaixe perfeito.
— Eu… eu… ah!
— Hm?
— Obrigado!
Nico achava que tinha gritado, que tinha se contorcido tanto que sentiu Percy segurá-lo pela nuca e forçar sua cabeça sobre o travesseiro, dizendo para ele respirar. Mas Nico não conseguia, Percy tinha acertado algo dentro dele que o fez apagar por um momento; estava gozando e gozando, cada vez que seu membro expelia, um choque de eletricidade atingia seu corpo, mas Percy ainda estava dentro dele, duro e pulsando, tão quente que Nico não sabia como não tinha sido queimado.
— Está tudo bem, assim. Eu vou cuidar de você.
Nico sentiu dedos contra sua virilha e em seu membro, o tocando suavemente. Ele gemeu de novo, pensando que iria morrer, sentindo seu orgasmo se estendendo até que não aguentou mais:
— Por favor! — Então, gritou mais uma vez, lágrimas se forçando para fora de seus olhos, sufocado pelo prazer: — Por favor!
— Bom garoto. — Percy gemeu em seu ouvido, sua voz firme e baixa, sentindo os quadris de Percy irem o mais profundo possível e gozar dentro dele, como Nico nunca havia permitido antes.
***
Percy admitia que não estava sendo justo com Nico. Não era nada planejado, ele nem pensava em transar com Nico tão cedo. Em um momento Nico estava todo excitado e no seguinte, o afastava, feito as milhares de vezes antes de tudo ir para os ares. Mas dessa vez… dessa vez Percy tinha decidido fazer exatamente o que Nico fazia com ele. Foi uma decisão de último minuto motivada pela frustração e desespero. Se ele fizesse Nico se sentir como ele se sentia, Nico pararia de torturá-lo, não?
Primeiro, tentou devagar e sem pressa, passeando pela cidade e parando na sorveteria favorita de Nico, depois, levou Nico para casa, o beijando apenas quando tiveram privacidade. Percy jurava que não pretendia fazer mais do que beijar Nico e ter uma noite tranquila, o problema apareceu quando Nico o beijou de volta, todo carente, e se virou de costas, esfregando aquela bundinha empinada contra sua virilha. Lá se ia seu autocontrole pelo ralo, Nico cheirava tão bem que Percy teve que beijar aquela pele macia, mordiscando a nuca e pescoço de Nico até encontrar a boca mordida e avermelhada, se perdendo nele, desabotoando os botões da camisa de Nico e então a sua própria para encontrar pele macia e sem pelos, o estômago liso e mamilos eriçados, pontudos, o forçando a brincar com eles longamente. Ele não conseguia parar de tocar, ouvindo gemidinhos arfados, Nico se enroscando contra ele até que bem… vocês podem imaginar, Nico ficou todo tenso e ele foi obrigado parar, tentando raciocinar no meio da densa névoa de excitação que percorria seu cérebro.
Tentou conversar e tentou se acalmar, mas aquela irritação continuava subindo por sua espinha. Ele não aceitaria ser feito de idiota mais uma vez. Percy não pensou, jogou Nico na cama, o prensou contra ela e segurou suas mãos acima da cabeça onde Nico não poderia usá-las para distraí-lo. O que pareceu ter sido um erro, embora a confissão e meias verdades tivessem escapado dos lábios de Nico feito uma cachoeira.
Agora, como ele sabia que Nico mentia? Nico desviou o olhar e tentou se soltar na tentativa de fuga. Nico nem percebia o que estava fazendo, ainda sem querer encará-lo. Por que era isso o que acontecia quando Nico sentia que não podia dizer a verdade, ele mentia, tentava distraí-lo ou fugir, como tinha feito há dois anos atrás e como fazia desde que eles eram crianças; quando o mundo ficava muito difícil para Nico lidar, ele se escondia, e sempre sobrava para Percy encontrá-lo e fazê-lo encarar a realidade. Estava tudo bem quando Nico fugia do resto do mundo, mas quando as coisas eram entres eles? Quem iria atrás de Nico para ter certeza que tudo estava bem?
Sinceramente? Ele não queria ouvir nada daquilo. Não queria saber quem tinha feito Nico decidir querer sexo ou quem tinha o traumatizado ao ponto de Nico se fechar tanto que ele foi obrigado a arrancar a verdade da unica pessoa que nunca precisou ter segredos. Percy estava tão cansado que… apenas decidiu se afastar, o vendo chorar na cama como se ele tivesse ofendido a mãe morta de Nico.
Foi demais para ele quando Nico disse um “Você não me ama mais?”. Como ele poderia não amá-lo? Alguns garotos e escapadas sexuais não seriam suficientes para destruir uma década inteira de dedicação e comprometimento. Entretanto, o pior de tudo foi ouvir “Eu só… não gosto de ser amarrado e… — Outro soluço, — Foi horrível quando ele tentou… tentou me penetrar e…”, sabe porque era horrível ouvir isso? Nico estava mentindo outra vez! Estava fazendo manha e seu rosto estava tão.. tão… excitado! Numa mistura de prazer e vergonha tão grande que nada que Nico dissesse no momento Percy seria capaz de acreditar.
Infelizmente, Percy não tinha muitas opções. Ele respirou fundo e disse a única coisa correta e racional que poderia, tentando acalmar Nico, o que pareceu piorar as coisas. Desesperado, Nico engatinhou para seu lado da cama e montou em seu colo, bem em cima de sua ereção e o olhou com aqueles olhos cheios de lágrimas de crocodilo que mais o excitava do que o preocupava, embora a forma ansiosa e angustiada que Nico agia fosse um indicador mais certeiro do que se passava na mente de seu doce e não mais inocente garotinho.
Ele estava tentando fazer o certo, não estava? Mas parecia que Nico não queria isso. Com eles era tudo ou nada, a próxima fala de Nico apenas deixava tudo mais claro: “Eu quero que você me toque! Quero que você me foda até que eu não consiga andar, mas… doeu tanto! Não quero que doa. Quero que só você me toque! Só você me beije! Só você!” e quem era ele para negar o que seu bebê dramático e manipulador queria? Ele não podia culpar Nico quando o garoto tinha aprendido com o melhor. Não que Nico estivesse enganando alguém ali, mas se isso era o que Nico precisava para dizer o que estava engasgado, ele faria o desejo de Nico se realizar; o que resultou em algo que ele nunca poderia prever: palmadas, gritos e confissões que dessa vez saíram bem mais sinceras, embora ele tenha a impressão que Nico ainda guardava coisas dentro do peito.
Bem, ele não estava preocupado. Arrancaria cada um desses segredinhos que Nico pensava poder esconder dele. Não porque quisesse saber, mas porque Nico parecia tão aliviado enquanto cada mísera palavra escapava da própria boca que sabia que o relacionamento deles nunca estaria perfeito enquanto Nico não confessasse tudo para ele, exatamente como sempre tinha sido. Admitia que não estava pronto para o que veio em seguida e admitia que queria fazer Nico sofrer um pouco, o que não chegava perto do que Nico fez com ele, mesmo que espalmar aquela bundinha empinada tenha sido eficaz. Agora ele entendia porque Nico tinha fugido de sexo por tanto tempo, o garotinho era tão sensível que em poucos toques ele estava gemendo como se estivesse prestes a morrer e tão apertado que ele enfim acreditou quando Nico dizia ser virgem. Percy foi paciente e cuidadoso o fazendo relaxar para então… bem, fazer seu melhor para não gozar enquanto deslizava para dentro daquele canal apertado e quente.
A partir desse momento foi rápido. Nico apenas conseguia gemer e mal conseguia completar o que falava, arfando e choramingando, estatelado na cama. Não que ele tivesse melhor, segurou nos cabelos de Nico, o mantendo no lugar quando sentiu Nico estremecer dos pés a cabeça, quase o jogando para fora da cama. Percy não tinha conseguido se mover muito, tentando pensar no conforto de Nico, mas tinha sido o suficiente. Alguns momentos depois foi sua vez, gozando fundo dentro da pessoa mais importante de sua vida.
***
— Bom garoto. — Percy tinha dito, ainda dentro de Nico. Ele se permitiu curtir o momento, mas quando a sensitividade chegou, foi obrigado a deslizar para fora, observando o sêmen escorrer pela pele morena.
Ele ainda estava irritado, levemente incomodado pela forma que Nico o fez perder o controle. Mas agora vendo Nico estatelado no colchão como se tivesse corrido uma maratona e ainda com lagrimas descendo de seu olhos negros, Percy tinha se decidido, nunca mais deixaria que seus sentimentos interferissem em seu relacionamento com Nico; ele amava seu pequeno mentirosinho que preferia esconder o que realmente queria se isso fosse garantir que as pessoas gostassem dele.
Percy respirou fundo e deixou que suas mãos abandonassem os cabelos de Nico, se deitando ao lado dele, prestes a sair da cama em busca de algo para limpar Nico. Isso é, ele teria se levantado se Nico não tivesse choramingado, segurando em seu braço.
— Onde você vai? Eu estou perdoado? — Nico piscou lentamente, parecendo que iria cair no choro se não escutasse o que queria.
O que ele podia dizer? No fim, as lágrimas de crocodilo sempre funcionavam.
Ele sorriu, porque sabia que isso sempre acalmava seu doce bebê, e se aproximou, o beijando suavemente nos lábios.
— Não há nada a perdoar.
— Per.
— Lindo. — Percy o beijou de novo e de novo até que Nico voltou a relaxar na cama, ainda de barriga para baixo.
— Não me deixe.
— Nem pra ir no banheiro?
Nico negou, afundando o rosto no travesseiro. Mas ele pegou na mão de Percy e a trouxe para o próprio cabelo, no exato lugar onde ele tinha o segurado momentos atrás.
Percy entendeu tudo e começou a acariciá-lo ali, devagar e suavemente, ouvindo Nico ronronar feito um gatinho manhoso.
— Nós não terminamos de conversar ainda.
— Desculpa. — Nico murmurou, sua voz saindo abafada.
— O que você esconde que te faz hesitar tanto?
— Como você pode me amar depois disso? Como alguém poderia? — Nico enfim levantou a cabeça e o encarou todo choroso.
— Nico.
— Eu me sinto uma vadia suja que não precisava cobrar por sexo, mas faz porque gosta.
— Qual o problema em gostar?
— Eu sou uma farsa! Todo mundo acha que eu sou esse… esse ser puro… e olha pra mim agora! — Nico voltou a enterrar o rosto no travesseiro e reclamar, mas parecia que suas lágrimas estavam acabando. Ele devia estar muito relaxado para conseguir ficar irritado.
— Nico! — Ele acabou rindo e Nico choramingou de volta, indignado. Ele então acariciou as costas desnudas de Nico e Nico se rendeu, derretendo em suas mãos.
— Isso não é justo! Você nunca me leva a sério. — Nico se virou de costas para a cama e o encarou fazendo uma careta adorável, e percebendo seu estado, tentou puxar as cobertas para cima de si. Ele teria conseguido se Percy não o tivesse parado, o segurando pelo ombro, deslizando suas mãos até elas chegarem na nuca de Nico, e se aproximou dele, juntando suas testas.
— Eu levo, juro que levo. Na verdade, queria pedir desculpas. Não devia ter te tratado assim.
— Me tratado como?
— Você não vê o problema?
— Hm?
— Nico, eu bati em você, te joguei na cama. Fiz algo que você não queria.
— Eu… — Nico piscou lentamente, e o surpreendeu, não desviando o olhar do seu. — Eu gostei. Só… não foi uma boa experiência quando tentaram me amarrar. Eu não me importo de tentar com você. Eu me assustei, você nunca foi violento comigo. Eu gostei. Gostei muito.
— Não faz isso comigo. — Percy implorou, tentando impedir que aquelas ideias se formassem em sua cabeça.
— Eu quero que você me bata de novo. Pode me jogar na cama quantas vezes quiser. Só me promete que sempre vai me amar. — Nico disse, sua expressão toda aberta e vulnerável, e infelizmente Percy soube, Nico não estava mentindo.
— Eu te amo. Sempre. Mesmo quando você me deixa louco.
Nico desviou os olhos dele por um instante e quando voltou a encará-lo, mordia os lábios, como se não tivesse certeza de algo.
— Eu quero… quero te satisfazer… e se… e se me fazer chorar ou me fazer gritar é o que te agrada… eu não me importo.
Percy arfou, tentando não demonstrar como seu corpo estava reagindo com essas palavras, mas como resistir quando Nico falava daquela forma quase inocente e na voz mais doce e afável?
— Eu não quero te fazer chorar.
— Mentiroso. — Nico disse, um sorriso começando a surgir em suas suaves feições. — Eu não quero que você se reprima por minha causa.
— Você tem que fazer o mesmo.
Nico mordeu os lábios e pareceu pensar sobre o assunto, suas mãos pequenas vindo parar sobre os ombros de Percy.
— Eu não sei se consigo. Como eu poderia dizer essas coisas?
— Você parece não ter problemas no momento.
— É porque estou… estou flutuando nas endorfinas. Não sei quanto tempo vai durar.
— O que te faria sentir melhor?
— Eu amo quando você me toca em qualquer lugar.
— Onde?
— No pescoço. Na mão. No pulso. Na… na cintura.
— Assim? — Percy deslizou os lábios pelo rosto de Nico e o beijou no lado do pescoço, aplicando uma leve pressão ali.
— Hmhmm. — Nico suspirou, fechando os olhos. — Eu amo quando… quando você me diz o que fazer, quando… quando toma o controle.
Percy parou por um momento e deixou o ar sair. Com Nico sempre era difícil saber, se ele fazia o que queria ou se Nico fazia o que os outros esperavam dele. Era melhor ir com calma.
— Eu quero que você saiba. Você pode me contar qualquer coisa. Vou ficar com ciúme, mas nunca vou te julgar.
Nico soltou uma risadinha toda feliz e manhosa, e se virou em direção a Percy, encostando a cabeça em seu ombro.
— Só se você me contar também.
— É um trato, então.
Ele beijou o rosto de Nico, se levantou e foi até o banheiro. Quando voltou com uma toalha quente e umedecida, Nico finalmente estava dormindo, todo encolhido em seu lado da cama e com um doce sorriso nos lábios.
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Ahhhhh esse capítulo foi tãoooo cliche! Serio! Não sei o que aconteceu, pelo menos espero que tenha sido divertido. Comentários são sempre bem-vindos. E obrigada por ler. Na sexta tem um capítulo traduzudo, e para quem está lendo a versão em inglês quero avisar que teve mudanças mínimas, como o Percy nunca ter namorado com Annabeth e uma frase ou outra.
Até logo.
Hi, how are you? Yes, I'm back. I know you're getting tired of me, but as I had a few chapters ready I decided to share them with you in advance. We'll probably have new chapters on Wednesday, because I'm trying to finish the new chapter of “There's nothing like home” (although it's going to take me a while to post it here, I still need to finish writing and revising it), but it'll come.
Anyway, I hope you will enjoy today's chapter. And if you can give feedback on the story, I'd love to hear from you, really, without judgment. This story isn't complete yet, so any suggestions or notes would be very beneficial.
Previous chapters: CHAPTER I / CHAPTER II / / CHAPTER III, CHAPTER IV e CHAPTER V / Chapter VI e Chapter VII
Nico opened his eyes and sat up on the blankets, realizing that he wasn't in his single bed. There were no windows facing a huge tree, his computer wasn't in the corner of the room, and there weren't any loud voices reverberating through the house early in the morning. No, no way, that wasn't his room. Well, this one, painted in soft shades of gray and with a double-sized bed, wasn't his, and much less this calm that made him feel so peaceful and calm.
He… what had he done…? It was so confusing…
Oh! Now he remembered. Percy and his soft voice. A bowl of soup and another question that finally made sense. Yes, last night he had waited for Percy and fallen asleep without wanting to, even though Nico had sworn he would wait for the children to fall asleep so he could leave. Instead, he had a serious conversation with the man who didn't seem to take anything seriously, but who in fact hid his seriousness behind very well-disguised smiles.
Like, he knew that now. However, that hadn't been the case the day before when he'd followed Percy up the stairs and into the empty guest room. He barely remembered getting into the shower, that had been another thing he hadn't expected of himself. He felt like he should have done more than nod and obey.
In the end, Nico couldn't help it, Percy had spoken to him so gently and affectionately that Nico found himself nodding. Vaguely, he remembered taking off his clothes once inside the suite Percy had shown him to, stepping into the bathroom and a while later hearing two soft knocks on the door. After that, Nico didn't know how the rest of the night had gone. He knew that at some point Percy had... gods! Was that right? He'd shown up naked and wet in front of his boss? While the man was handing him clean clothes? Nico couldn't even remember their reactions. It was all so hazy it was like Nico had been drinking himself into a stupor.
Thinking about it, it was better that he didn't remember any of it. Nico wasn't sure if it had really happened or if it had been a dream, especially the part where Percy looked at him from head to toe like he was going to attack at any moment, but since he didn't feel anything unusual, no pain or marks, then... then if he ignored what might or might not have happened, it was as if nothing had happened, right? So, wearing the same clothes he had slept in, he walked down the hallway and down the stairs, going straight to the kitchen where he found something strange and sweetly domestic; Percy Jackson wore a red apron and dark colored sweatpants as he walked barefoot across the cold kitchen floor, plating four dishes. Bacon, eggs, and sausages. There was coffee and juice on the table. Jam, bread, croissants, and cake. A small improvised feast.
"I thought you didn't know how to cook.”
Nico didn't know why he had said that. Maybe it was because it all seemed like a dream, where he had a happy family that welcomed him on a nice, sunny Saturday morning and a... husband...? Wow... Nico was starting to think his fantasies were a little rushed. Or maybe his brain wasn't ready to wake up so early on a Saturday, much less was it prepared for this happy scene. Usually his family didn't eat together; his father was the first to wake up, getting up early, and his mother prepared the food. As people woke up, each one served themselves and went about their day without talking to anyone else. So, this... this wasn't at all what he expected.
"That's nothing! Everyone knows how to make an egg." Percy said excitedly, almost humming as he finished putting the sausages on everyone's plates. "Come on, sit with us.”
“I shouldn’t,” he muttered. Nico really shouldn’t. Percy made him feel like he was part of the family, and that was dangerous. Most of the time, Nico barely felt like he was part of his own family.
"Come on, I insist." Percy looked at him with that bright smile and he felt uncomfortable, for some reason it made a lump appear in his throat.
Nico lowered his head and thought about running upstairs, still remembering the night before, when he heard a chair scrape across the kitchen floor and a small hand touch his. To his surprise, he found Alice smiling as much or more than Percy himself, gently pulling him by the hand, guiding him to the chair next to where Percy sat. She didn't say anything else, just went back to her own place and continued eating calmly, the two children and the adult man acting like this was something normal to them.
"Did I miss something?" Nico muttered once more. He picked up the cup of coffee that was in front of his plate and almost groaned, now ready to wake up. It was the best coffee he had ever tasted.
"Dad's postdoc was accepted! And Mom is coming home today. We have to celebrate!”
"Yes, yes! Mom promised we would go out today! Everyone together!" Logan finished for his sister, almost jumping in the high chair.
Nico smiled at them, still with the cup against his lips, and looked at Percy, tempted to ask what had happened last night, noticing how his smile had diminished a fraction. The children might not have noticed, but he had seen several of his smiles and could see it clearly. Which was pretty crazy, he had known him for less than forty hours and already knew what those smiles meant? Nico must have been very tired, delirious, due to this mountain of emotions that this strangely affectionate and at the same time, fragmented family, made him feel. Yeah, it must have all been his imagination.
“That's very good." He said after a while, when he realized they were waiting for an answer. "I'll finally be able to meet her.”
"That you will." It was Percy's turn to mutter darkly.
“Should I worry?" He said it unintentionally, just as a joke, and of course, even the children understood it because they let out little giggles between bites of scrambled eggs.
"You're damn right." Nico heard that and turned to Percy trying to figure out if he was serious. And when he found out that was the case, well… Percy distracted him as always. His clear eyes, his mouth curved in a smile and his handsome face made him forget what he had asked.
The good thing about all this is that Percy had shrugged, as if he didn't have any problems in the world, and said:
"Don't worry, dear. I'll protect you." Right after he winked at him.
And as always, even though he felt himself blushing, Nico pretended that nothing had happened. He drank the rest of the coffee in his cup while the children laughed happily. Now, whether they laughed with him or at him was another question.
“No, seriously now,” Percy told him, his tone changing to something more neutral. “Annabeth can be a little demanding. Don’t take anything she says seriously, and don’t do anything she asks.”
"Um… okay? I guess?" He said, shrugging.
Nico had already realized how things worked around here. The children were happy with every bit of attention, Annabeth Chase was the absent wife and Percy was the provider of the house, something quite simple in his opinion. So, he didn't see any reason for so much drama.
He looked at the plate seeing that two pieces of toast had magically appeared on it and looked back at Percy.
"I guess I'll go then.”
“You usually eat more in the morning,” Percy said, ignoring him, and pushed the plate closer to Nico.
"Me? No, I don't.”
"But you could. And what are you running from? She doesn't bite. At most Annabeth might say a few not-so-kind words.”
“Really, I've been away from home for too long. I need to--”
“Nonsense.”
Percy didn't understand. He felt something strange... something that was going up his back and stopping halfway down his throat, something that hadn't happened in months. Nico needed to get up and move, needed to bring back any sense of normalcy he could find, because staying here, in that friendly and calm environment, was far from what Nico was used to. He had to--
Nico dragged his chair back, unable to hold it any longer, and Percy stood up with him, holding him loosely by the arm, nothing that really held him in place, but for some reason that gentle gesture made him gasp, made him even more anxious, impatient, as though his skin wanted to escape from his body along with his lungs. He tried to do what his psychiatrist suggested and stopped in the middle of the next movement, in the exact place where Percy was holding him, less than a step away from the chair where he had previously sat; did he want to escape? Yes, but curiosity won, keeping him trapped in that kitchen to find out what Percy's next motive would be.
Percy handed him the container with the food from the day before and Nico held it in his hands, feeling a little confused. That is, until he saw that on top of it there was a note and a hundred dollar bill. He turned the jar in his hand and read the message that said: “Thanks for the food” only to turn to Percy and for the first time look him straight in the eye, without hesitation. Percy made him feel guilty. Vulnerable. Important. It was like Nico was cheating on the boyfriend who should have been waiting for him all night. And he didn't even have the guts to tell him; he hadn't even remembered during all this time that Will could have been worried. His mother too. And his sisters?
"What is this?" Nico asked even though he didn't care, feeling a little out of it. Airy. Light.
"What do you think it is?”
"I can't accept it.”
“You will. I don’t accept refunds.” Percy smiled at him. Percy… Percy was actually smiling again. A smile so beautiful that this time Nico knew he was being teased or mocked. No, Percy Jackson was flirting with him.
"W-what?”
"You bought us food and then made more food. It's the least I can do to repay you.”
"Sir, I can't--”
Nico shook his head. It was all wrong. Everything!
“Actually, where did you buy that food? It must have been expensive.”
That was when Nico closed his eyes and took a deep breath. He counted to five very slowly and opened them again, just like the doctor had taught him. Maybe he shouldn't have stopped taking his medication. And as discreetly as he could, he moved his hands that were starting to shake and crossed them behind his back so they wouldn't notice. If he could just leave, maybe everything would be okay. Nico hated this. Why was he so nervous if Percy was just asking about the restaurant? It was no big deal. So what if the man wanted to give him money? These situations shouldn't do this to Nico. If he remembered that he was in control, everything would be okay. That's it. He was in control. He--
"Nico? Are you okay?" He felt Percy's hands on his shoulders and let out a breath, not even realizing he had stopped breathing.
"I'm sorry. I have to go.”
"You're not even going to tell me where you bought the food?”
"I… went… went to a restaurant… that sells homemade lunch boxes… in the city center.”
"Do you need a ride?”
He waved, accepting the ride, but didn't move; Nico wasn't even breathing, trying to act normal. He felt paralyzed, as if someone had chained him up and thrown him into the depths of the sea. He felt himself getting heavy and his vision was starting to get blurry, preventing him from seeing anything in front of him. He... he...
"Nico, pay attention to me. Can you hear me? Breathe with me.”
He took a deep breath and let it out, this time feeling the weight in his chest ease.
“Again.”
Nico took another deep breath and then his head fell forward, so light and empty that he found himself collapsing, feeling so good that the world finally made sense again. However, he didn't end up on the floor or face down on the table as he expected, no, now that things were back to normal he noticed that something firm and stable was holding him upright, giving him exactly what he needed. It was... it was Percy's chest breathing next to his, guiding his breathing, it was his head resting on the man's shoulder and it was the large hands that caressed his back over his shirt. Nico couldn't deny it, he felt warm once again, like a breath of air that brought heat, allowing his blood to warm up again and circulate through his body.
“Daddy, is he going to be okay?” Nico heard Logan ask, his childish voice sounding scared.
"Shhh… don’t worry.”
Now, who Percy was saying this to, he didn't know. The good news was that Nico didn't feel uncomfortable around them and that, in fact, their voices full of affection and care were like a balm to his lonely soul.
***
“Do you feel better?” Percy asked in a low, hoarse whisper.
They were still standing. Percy's arms were wrapped around his waist and Nico felt the world slowly spin as he leaned against his boss's broad shoulders, his head resting against his neck, and even from this awkward angle Nico could feel Percy's worry radiating around them.
Nico couldn't help but notice, Percy was looking at him very closely and touching his face so carefully, his features so worried, that Nico just let himself be carried away by the feeling that warmed his chest and allowed him to breathe a little easier. He watched as Percy kept trying to make him react, calling his name and touching his neck, keeping him safe in his arms. It was then that Percy finally made a decision, and only when Percy was sure that Nico wouldn't faint, he picked him up and didn't wait any longer; the man held his legs, lifting them off the floor and then supported his back so that he wouldn't slip away from his arms.
In this way, they moved through the house, Nico seeing the white marble floor and the stairs behind him, and Percy going with him through a long hallway. They passed the windows that let the midday sun enter the hallway and then into the room that Percy was carrying him into.
The world spun for a moment, the sun softening as they entered the room, allowing Nico to close his eyes and the sway of Percy's footsteps to lull him gently. Then Percy lowered himself and sat with him on the bed, making him lean against a soft surface and sigh, feeling Percy support him against his broad chest.
“Hm,” Nico remembered muttering back. He always felt a little spacey and high the moment the seizures went away, but in the best way possible. He owed him an explanation, right? Yeah, he did.
"Do you need anything? Water? Pain medicine?”
Nico could barely hear Percy's voice, the low, whispered timbre always distracted him. Percy used such a soft, gentle tone that it seemed to caress his soul, so husky and velvety, so softly at the foot of his ear that if they weren't so close to each other, Nico wouldn't hear anything. And his eyes, they were so beautiful, all intense and fixed on him. Hmm... yes, Percy was still holding him and he had his arms around the man's neck. Should Nico do that? Hmm... he didn't know, he just understood that his chest was resting against his shoulder and that Percy's hands were holding his head, keeping him comfortable.
He blinked slowly and stared into Percy's now serious eyes. So steady. They gave him so much confidence that Nico knew he was safe. Ah, maybe he shouldn't be so comfortable, at times like these his body kind of... acted without his consent.
"I… I'm fine. I'm sorry. I… I have--
“You don’t need to explain yourself,” Percy told him, as serious as ever, looking uninterested. Or maybe Percy was just shocked. It was understandable.
“I do.” When Percy just nodded, he continued, “When I was eight, I had a panic attack and was diagnosed with GAD, Generalized Anxiety Disorder. I’m always anxious, but I can usually control it without it interfering with my work. It’s been years since that happened. I… I’m so sorry. Routine and feeling stable helps. I’m really sorry. I know I should have told you.”
"It's okay. It wasn't your fault.”
"No, it’s not that. I recently came off the meds. The doctor told me I would be able to control it. It’s just that…”
"What is it?" Percy told him softly.
“I've been more nervous than usual. It's just... well... the change in routine…”
He said it was a change of routine, but they both knew it was more than that.
“I see,” Percy said again. “I’m sorry if I caused this. It won’t happen again.”
It probably meant he wouldn't lose his job, right? Because Percy paid really well.
It was Nico's turn to nod. He looked down at Percy's hand that was now on his shoulder and the other one that was resting on his knee. For some reason, at that moment he didn't feel nervous. In fact, it was the complete opposite. Nico was numb, feeling so good that any guilt or discomfort about being in this situation had dissipated. Or maybe he trusted him, because Percy was showing him that this trust could be placed in him.
Nico continued to stare at Percy's hand and then a blond head entered his field of vision. It was Logan, he was crying, his big green eyes puffy while Alice just watched attentively and quietly, both trying to smile at him. Nico smiled back and then everything seemed to get lighter, almost making him close his eyes.
"Okay, you can rest now. Do you have your cell phone? I'll let your family know.”
“Oh,” he muttered. It was true. Nico hadn’t told them. Looking up and finding himself smiling at Percy, Nico thanked him. “It’s in my bag.”
Before Percy could say anything, Nico finally let his eyes close. He felt Percy tucking him back into the pillows and heard footsteps leaving the room, but it was okay; in less than a few seconds everything went black and sleep took him away.
Until next time!
Writing meme!
Oii, como vai? Vi que ficar reblogando vai deixar as coisas muito confusas, então, vou separar cada post por capítulo. Esse é o primeiro, porém ele foi postado em partes anteriormente. Nada mudou, estou colocando aqui para ficar mais organizado. Ainda hoje tem mais um!
Felizmente decidi a agenda de escrita, vou tentar postar a cada três dias, se eu postar antes é porque tem um feriado no meio e se eu não postar até a data é porque não consegui escrever, o que significa que vou atualizar o blog assim que eu conseguir. Cada capítulo terá entre 2 mil e 3 mil palavras. E já para deixar claro, Percy e Annabeth nunca namoraram, é só o que o Nico pensa, ok?
Agora, para quem não sabe sobre o que é a história, aqui vai um resumo improvisado: Nico está voltando da Itália depois de passar dois anos por lá e encontra Percy, o melhor amigo que ele deixou para trás, mas que manteve contato nesse tempo afastado. O resto se desenvolve a partir desse reencontro e bem rápido! Nessa história vou tentar ser mais direta.
Obrigada pelo apoio! E boa leitura.
— Olha quem voltou! O garoto italiano. — Nico apenas teve tempo de se virar antes de ser prensado contra ombros largos e braços fortes que o abraçaram com tanta força que o levantaram no ar, o deixando sem fôlego e fazendo com que seus livros e bolsa caíssem ao chão, a porta de seu armário sendo fechada com um estrondo barulhento.
— Perseu Jackson!
— Só a minha mãe me chama assim.
Mas Percy estava rindo, o girando no ar enquanto as pessoas ao redor olhavam para eles. Também, não era para menos. Eles estavam bem no meio do corredor onde havia vários armários, dando para a entrada das classes de aula. Nico não resistiu, envolveu os braços ao redor do pescoço de Percy e o abraçou tão forte quanto Percy tinha feito, enterrando o rosto contra o pescoço de Percy.
— Eu senti sua falta.
— Eu também senti a sua. — Nico murmurou de volta e se afastou, finalmente conseguindo ver o rosto de Percy.
Olhos tão verdes quanto ele se lembrava, nariz reto e empinado, lábios finos e largos sempre em um sorriso bonito. O que tinha mudado era a altura, quase dois metros, e músculos. Onde ele se lembrava de um garoto tímido e um pouco triste tinha se transformado nesse… nesse homem feliz e cheio de vida. Confiante. Embora ele ainda pudesse ver a bondade e a amizade que eles costumavam ter, mas essa coisa entre eles… esses abraços todos eram algo novo. Ele não podia evitar a comparação com o passado, onde ele era jovem demais e Percy era… Percy era Percy, abrindo a porta de sua casa para um garotinho triste e solitário.
— Dois anos, hein? Eu pensei que você nunca ia voltar.
— Hm.
— Me deixe te ver melhor. — E o que ele nunca esperaria do garoto mais hétero e tímido que ele já tinha conhecido aconteceu, Percy levou uma de suas mãos a seu rosto e penteou seus cabelos para trás, expondo sua face por completo. E ele? Bem, Nico apenas encarou Percy de volta, tão focado no garoto quanto Percy se focava nele. Todas as ligações e vídeo-chamadas não se comparavam ao que a realidade lhe mostrava, o fazendo se questionar o que tinha acontecido nesse tempo todo para fazer Percy agir assim, tão… tão afetuoso, tão atencioso. Ele ainda namorava Annabeth, não? Ainda era o capitão do time de basquete? Esse devia ser o caso, pois Percy vestia a jaqueta do time.
— Hm… Percy? Me põe no chão, sim? — Nico fez o seu melhor para ficar sério.
— Por quê?
— Você não tem uma namorada?
— Eu tenho?
Então, Percy sorriu ainda mais e enfim o colocou no chão para em seguida afrouxar o agarre em seu rosto e em sua cintura, sem se afastar, porém se inclinando um pouco sobre ele, como se tivesse algo em seu rosto que ele precisava ver mais de perto.
— Como você tem estado? Por que você não me disse que chegava essa semana?
— Por quê? Você ia me buscar no aeroporto?
— É claro, meus amigos merecem o melhor.
— E o que seria esse melhor?
— Eu, é claro.
Nico jurava que estava tentando ficar sério. Pelo jeito que as coisas iam, Percy queria algo a mais e no momento ele não estava interessado. Mas não adiantou, Nico se segurou nos ombros de Percy e gargalhou; ele achava que essa era uma das piores cantadas que ele já tinha ouvido.
— Ei, não ri da minha cara. Eu sou um cara legal.
— E muito humilde, também.
— Muito. — Percy disse e enfim o soltou, se encostando a seu lado em frente aos armários e Nico suspirou em alívio, pegando suas coisas do chão e as guardando no armário. Às vezes Percy era um pouco demais para ele; era o que Nico tinha descoberto durante os anos nas milhares de conversas que eles tiveram nesse tempo todo. Ele não sabia quando Percy tinha mudado do garoto introvertido para essa pessoa esfuziante, mas ele gostava. E odiava ao mesmo tempo, fazendo seu estômago se revirar de nervosismo.
— Agora, de verdade, como as coisas têm estado?
— Você sabe, sempre iguais. — Nico deu de ombros e fechou o armário, tirando os livros que usaria naquele dia, os guardando na bolsa. — Bianca veio comigo.
— Faculdade? — Percy perguntou. — E você?
Nico deu de ombros mais uma vez e se encostou ao lado de Percy, voltando a encará-lo de perto, o olhando sobre os cílios, tentando não demonstrar como realmente se sentia. Achava que nunca se conformaria com a beleza do amigo, agora duplicada conforme os traços suaves da adolescência davam lugar a músculos definidos e um rosto angular e forte, o sorriso de canto, o olhar intenso, a atitude confiante… e… bem, tudo isso e muito mais.
— O que tem isso?
— O que te traz de volta?
— Eu senti falta de casa. — Nico acenou para si mesmo. — Por um tempo pensei que fosse em Verona, mas… eu sempre ficava me perguntando o que estava acontecendo por aqui.
— Então, você decidiu voltar? Simples assim?
— Por que não? Eu vou fazer dezoito em alguns meses. Queria aproveitar esse último ano e rever o pessoal.
Bem… ele queria rever algumas poucas pessoas e uma delas estava bem em sua frente, olhando para ele como se quisesse… como se quiser ver o que tinha dentro de sua mente. E como costumava acontecer, ele foi o primeiro a perder nesse joguinho para ver quem desviava o olhar primeiro.
— Então… você sentiu saudade e veio para ficar ou…
— Vim para ficar. Hades vai vir depois.
— Fico feliz. — Percy disse, ainda sorrindo, algo mais sincero e bonito, como se tivesse se cansado de flertar. — Quem sabe a gente pode se ver mais tarde. Comer alguma coisa?
— Mais tarde quando?
— Hoje. Depois da prática de basquete. Quer me ver jogar?
— Oh, não! Era isso o que eu temia! O clichê colegial! — Mas ele ria e Percy ria junto, o fazendo lembrar dos velhos tempos.
— Sabe, você não pode falar de mim. Você era todo bonitinho e tímido e voltou parecendo sair de um filme dos anos oitenta. Jaqueta de couro, calça rasgada e isso… é delineador? — Percy se aproximou mais uma vez dele e segurou suavemente em seu queixo, apenas mais uma desculpa para tocá-lo, disso Nico tinha certeza; não que estivesse reclamando. Percy podia fazer isso e muito mais. — Você é o perfeito garoto bonzinho que ficou rebelde.
— Eu ainda sou um bom garoto.
Isso fez Percy parar por um momento, ainda com as mãos sobre o rosto de Nico, e o encarar longamente apenas para um sorriso de canto aparecer junto a covinhas.
— É mesmo? O quanto você é um bom garoto?
— Acho que você nunca vai descobrir.
Mais um silêncio e mais um olhar que no passado o faria correr em busca de abrigo mais rápido que um foguete. Entretanto, esse Nico tinha ficado para trás junto com sua inocência.
— Hm. — Foi tudo o que Percy disse durante alguns momentos, e Nico jurava que ele estava se aproximando em direção a seu rosto quando o sinal tocou, os interrompendo.
— Certo. — Nico pigarreou, endireitando a coluna e olhando ao redor. — Acho que eu tenho que ir.
— Qual seu primeiro horário?
— Língua portuguesa. Preciso passar na secretaria primeiro.
— Eu vou com você.
Nico nem tentou negar, ele tinha sentido tanta falta de Percy que estender um pouco mais as coisas não faria mal. Ele se desencostou do armário e, de novo, aconteceu algo que ele não esperava. Percy pegou a mochila de seu ombro, a carregando para ele e com a outra mão, entrelaçou os dedos com os seus, o puxando suavemente pelo corredor quase vazio em direção à administração do colégio.
***
Era estranho estar ali depois de tanto tempo. As paredes cor creme ainda eram as mesmas, ali estavam os mesmo bancos azuis e as mesmas mesas pretas, os mesmos corredores largos e a mesma cantina, pintada da mesma cor pastel. Ele até conseguia reconhecer alguns rostos familiares no meio de outros mais jovens. Era um dejavú, só que agora ele via as coisas do alto, numa perspectiva distante, quase deslocada, onde antes seus dias eram permeados por ansiedade e incerteza agora tudo parecia mais fácil e incolor, ainda que um pouco doloroso, mas sem importância e talvez até confortável. Talvez fosse pelo fato de Percy ainda estar segurando em sua mão, conversando com a mesma secretária de dois anos atrás, uma senhora de cinquenta anos, sempre sorridente e solícita.
No fim, não demorou muito para ele conseguir seus papéis de admissão que precisaria mostrar para seus professores.
— E então, língua portuguesa? Aula dupla? Eu também tenho. Deixa eu ver seu horário.
Nico deu de ombros e tirou de dentro da bolsa sua grade horária de aulas. Ele observou Percy pegar o papel de suas mãos, franzir a testa em concentração e entregar de volta o papel para ele: — Temos a maioria das aulas juntos. Você está nos clubes de artes e de música? Eu estou no de música também.
— Pareceu ser os mais fáceis.
— Eu aposto.
— Cala a boca. — Nico empurrou Percy pelos ombros e andou para fora da secretaria. Poucas pessoas sabiam que ele tinha facilidade para coisas criativas e talvez ele tenha tocado algo para Percy durante os anos. Bem, isso não era da conta de outras pessoas.
— Nico, as salas mudaram! Estamos usando os auditórios.
— Tá bom. — Nico revirou os olhos e dessa vez nem se surpreendeu quando Percy o alcançou e tocou em seu ombro, suas mãos grandes deslizando por suas costas até chegar em sua cintura, o guiando suavemente na direção correta. Na verdade, ele não se lembrava dessa escola ter um auditório, então, se deixou ser guiado por Percy, uma presença confortável e calorosa a seu lado.
***
Quando eles chegaram no auditório a aula já tinha começado. A professora Johnson não era do tipo que se importava com atrasos se a aula não fosse atrapalhada, pois isso Percy ficou parado na entrada principal da sala, longe do olhar da professora, preferindo ver Nico descer até o palanque onde a professora estava e entregar o papel para ela assinar. O que Percy podia dizer? Nico era uma visão bem mais interessante naquele momento, longas pernas encobertas por um jeans justo, bunda empinada, cintura fina, ombros largos, profundos olhos negros e uma boquinha que parecia estar sempre mordida e avermelhada, pele negra e bronzeada, parecendo ser tão macia que ele não resistiu a vontade de tocar nele assim que pôde, só para testar a teoria. Ele admitia, estava indo rápido demais, porém dois anos era tempo suficiente para saber se você gosta de alguém, não? Sem contar os sete anos antes disso. Talvez ele devesse ter ido para a Itália com Nico quando Hades ofereceu, sempre generoso mesmo que ausente na maioria das vezes.
Ele foi tirado de seus devaneios quando Nico terminou de falar com a professora e veio em sua direção, despreocupado e lento, como se tivesse todo o tempo do mundo, desfilando com suas roupas punk e atitude despretensiosa. Por que evitar algo que ele sabia que aconteceria cedo ou tarde? Se Percy pudesse, ele beijaria Nico ali e agora, para acabar com aquela tortura que se estendia por tantos anos. Mas ele podia se controlar, se tinha esperado por mais dois anos, podia esperar mais alguns dias.
— Tudo certo?
Nico apenas acenou e pegou em sua mão, o levando em direção ao meio do auditório onde eles podiam ter uma boa visão da professora e do que ela estava falando. Percy nem teve tempo de apreciar Nico tomando a iniciativa e tocando nele por vontade própria, embora sentisse que deveria se preocupar mais com a reação das pessoas ao redor deles, os olhares nada discretos e murmúrios feito zumbidos a seu ouvido, ele não costumava exatamente namorar garotos em público, principalmente porque Annabeth sempre estava por perto para fazer com que todos pensarem que ele estava com ela. Era o que era, ele só esperava não ter que socar alguns rostos. Porque ele faria, e com muito prazer.
— Per? — Ele escutou alguém o chamar e só tinha uma pessoa que ainda o chamava assim. — Em que capítulo a gente está?
— Sete.
— Obrigado. — Nico murmurou mais baixo do que antes e se pôs a ler, completamente concentrado no livro e no que a professora dizia. Restou a Percy se perguntar como alguém podia ser tão bonitinho? Tão adorável? Observando um pequeno vinco aparecer entre as sobrancelhas de Nico, em seus lábios se formarem um biquinho frustrado até que ele pareceu encontrar o que procurava no livro, relaxando contra o acento e se colocando a fazer a anotações rápidas conforme a professora discutia o assunto.
Então, um barulho veio da fileira de cadeiras acima da sua, alguém o tocando no ombro. Ele se virou e lá estava Grover, seu mais antigo amigo de infância.
— Quem é o garoto novo?
— Nico.
— Aquele garoto quieto e triste que Sally tinha praticamente adotado? O seu garoto italiano? Agora eu entendo a obsessão.
— Cara! — Percy sussurrou furiosamente. Ele não era tão obcecado assim… era? Percy olhou para o lado, só para ter certeza que Nico não tinha escutado, vendo que o garoto continuava concentrado na aula e voltou a se virar para Grover: — Depois a gente conversa.
— Como você quiser, Don Juan.
— Tanto faz.
Percy se virou para a frente, se inclinou sobre Nico, vendo onde eles estavam no livro e ignorou todo o resto. Quando Nico empurrou o livro em direção a ele para que os dois pudessem ler, Percy não hesitou. Colocou o braço ao redor do ombro de Nico, juntou suas cabeças e começou a ler. Quem sabe se ele pudesse se concentrar, a vozinha no fundo de sua mente pararia de lembrá-lo de que isso daria em mais confusão do que ele estava disposto a lidar.
The real reason that percico wasn’t endgame and Percy got stuck with someone who is essentially a mortal is because if Nico “literally split open the earth on accident” di Angelo and Percy “son of the earthshaker” Jackson ever banged, there’d be major seismic activity and California would actually become an island.
Oii, como vai? Eu ia passar por aqui na semana passada, mas como estava sem energia, acabei deixando para hoje. Na verdade, faz mais de duas semanas que não escrevo uma palavra, porém, percebi que tinha mais de um capítulo pronto. Então, vou postando até eles acabarem.
Boa leitura!
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— Você tem estado muito suscetível a... sugestões. Sou eu ou é algo geral?
— Só você. Acho que... eu confio em você.
— Me sinto honrado. — Percy disse sem nenhuma ironia, o tom de voz baixo e aveludado dando lugar a algo mais normal. — Eu tinha medo que isso acontecesse. Nunca vou abusar da confiança que você me dá.
— Eu sei disso. Nunca duvidei disso.
— É por isso que tenho que falar algo com você.
Essa não. Será que ele estava encrencado?
Nico observou Percy se levantar e pegar uma caixa que estava no pé da cama, um pouco maior que uma caixa de sapatos.
— O que é isso?
— É a surpresa que eu queria te mostrar.
Nico tinha até medo de olhar. O que poderia ser tão importante que Percy sentiu a necessidade de esconder do resto da família? Hesitando, Nico se manteve quieto, encostado contra a cabeceira da cama e esperou Percy se aproximar mais uma vez, se sentando a seu lado.
— Estive pensando sobre o que você me disse, que eu não levo a sério o que você diz.
— Eu sei que você--
— Eu não terminei. — Percy nem mesmo faltou mais alto, porém seu tom de voz demandava obediência. E Nico já estava cansado de lutar contra seus instintos, então, Nico apenas se calou e prestou atenção em Percy.
O problema nisso era que Percy parecia culpado por alguma coisa, seu rosto se contorcendo numa careta. Nico continuou esperando, vendo Percy quase se remexendo de ansiedade. É claro, até Percy suspirar e olhar mais uma vez para ele, parecendo tão conformado quanto Nico.
— Eu não queria falar assim com você. — Percy enfim disse, tentando soar despreocupado.
— Eu não me importo. Se você me disser para fazer, eu vou. É algo natural pra mim, sabe?
— Nico. — Percy suspirou mais uma vez, parecendo cansado.
— Você poderia... apenas... fazer o que parece natural para você também? — Quando Percy levantou as sobrancelhas, parecendo descrente, Nico completou: — É só uma sugestão.
— Vou pensar sobre isso.
— Quer dizer, você sempre teve essa aura de...
— Autoritário?
— É mais, tipo, você espera ser obedecido. E está tudo bem?
— Isso é uma pergunta ou afirmação?
— Depende de você. — Nico acabou dando de ombros, tentando fingir a calmaria que ele não sentia no momento.
— Você quer me dizer que eu posso ser autoritário o quando eu quiser que você vai me obedecer? Sem questionar?
— Hm... provavelmente? — A resposta certa era “com toda a certeza”, mas isso seria humilhação demais para uma pessoa só.
— Mesmo? Até quando você não concorda?
— Eu acho que sim. — Nico deu de ombros novamente e desviou a olhar para longe de Percy. Na maioria das vezes era o que acontecia de qualquer jeito; ele não queria e no fim, Percy estava certo. Se ele tivesse escutado Percy no passado, poderia ter evitado muitas coisas.
— Bebê. — Então, ele ouviu o tom de voz de Percy mudar, se tornando mais suave e aveludada.
Não era que ele tivesse uma vontade incontrolável de obedecer, era o conhecimento que ele seria muito bem recompensado se decidisse ser um bom garoto. E ele foi, imediatamente ao escutar aquela palavra. Percy o segurou pelo pescoço, o fazendo levantar a cabeça e o beijou, juntando suas línguas em um suspiro.
— Eu não quero que você se sinta preso ou que não tem alternativa. — Percy disse algum tempo depois, roçando os lábios junto aos seus.
— Eu não me sinto assim. Me sinto livre sabendo que você vai cuidar de mim.
— Você tem certeza?
— Eu confio em você.
— Tudo bem, então.
Percy se afastou de Nico o suficiente para olhar em seu rosto e sorriu, parecendo dessa vez estar contente, porém ainda o segurando pelo pescoço, possessivo e firme, ainda que sua voz permanecesse suave.
— É por isso que preciso te mostrar o que tem dentro dessa caixa.
Percy, o soltou e pegou a caixa mais uma vez, a colocando entre eles, no próprio colo. Percy a abriu, tirou o laço e a tampa, permitindo que Nico examinasse o conteúdo dentro dela.
— O... que é isso? — Sua voz saiu fraca e suas mãos tremeram, apoiadas no próprio colo.
Nico sabia perfeitamente o que aqueles objetos eram. Sabia exatamente o que eles significam, o problema é que seu cérebro se recusava a acreditar no que via. Por que logo agora? Depois de tanto tempo? Por isso permaneceu parado feito uma estátua, mal conseguindo respirar.
— Eu não te tratei como devia. Ignorei o que estava claro. — Percy disse, voltando a segurar em seu pescoço, o forçando a encará-lo. — Entendo por que você hesitou por tanto tempo, por que as vezes ainda hesita.
— Eu--
— Eu hesito pelo mesmo motivo. — Percy pareceu respirar fundo e tirou uma gargantilha de couro com pedras preciosas a enfeitando. — Quero que você saiba, estou comprometido e nunca mais vou fugir das minhas responsabilidades.
Nico achava que iria desmaiar. Percy estava o pedindo em casamento? Mais uma vez? Agora da forma que ele nunca esperava que fosse acontecer? Nico nem mesmo sabia o que dizer! Era obvio, não? Esperou esse por esse momento desde que colocou os olhos no garoto alto que parecia ter saído de um pornô clichê onde o cara mal iria fazer a mocinha se arrepender de andar sozinha pelas ruas desertas. Nada o preparou quando o momento enfim chegou, Percy segurou a gargantilha delicada entre os dedos, a levou a seu pescoço e a prendeu cuidadosamente, tento certeza que não estaria apertado demais.
Ele... Nico não sabia... seria impressão sua ou... ah, não, Nico não estava enganado. Assim que a gargantilha se acomodou junto a sua pele, Percy envolveu o couro, colocando a mão ao redor de seu pescoço e tocou ao redor da gargantilha, massageando sua pele e admirando a joia. Entretanto, foi o olhar no rosto de Percy que roubou seu ar; Percy o olhava como se ele fosse... como se ele fosse--
— Meu. — Percy disse. — Agora você é meu.
Por que era tão difícil respirar? Por que estava tremendo tanto?
— Eu...
— Eu sei. — Percy disse no tom mais condescendente que Nico já tinha ouvido, quase maldoso, quase zombador, mas ainda... suave, como se Percy falasse com alguém que fosse lento mentalmente. — Sem pressa. Eu mesmo nunca imaginei que iria fazer algo assim.
— Tão malvado. — Nico conseguiu balbuciar, Percy obviamente estava dando tempo para ele absorver os fatos, ainda o segurando pelo pescoço, como se Nico fosse sua possessão e não um ser humano.
— Você não viu nada. Mas acho que ainda não estamos prontos para isso.
— Hmm... — Nico gemeu apenas em imaginar no que poderia acontecer. Será que ele já podia desmaiar? Seria muita humilhação?
Ele ouviu uma risadinha zombadora e então mãos estavam ao redor dele, massageando sua coluna e cabelos do jeito que ele mais gostava. No fim, Percy estava certo mais uma vez. Ele não estava pronto para nada disso. Se só uma coleira ao redor de seu pescoço o fez reagir assim, o que aconteceria quando... quando as coisas realmente acontecessem?
***
— Shhh... tudo bem. Eu não vou ser mal com você, hm?
— Mentiroso. — Sua voz falhou e Percy riu novamente, bem no pé de seu ouvido.
— Talvez um pouquinho. Eu sei que você gosta.
— Para com isso!
Percy estava certo, como sempre. Por algum motivo, Nico se viu rindo, batendo no braço de Percy que apenas riu mais, se divertindo com sua dor.
— Tá bom. Parei. Agora, vamos ao que é importante.
— Como o quê?
— Tem alguma coisa que eu devo saber? Limites fortes ou fracos? Algo que você não gosta de jeito nenhum?
— Oh. — Era uma boa pergunta.
Nico não tinha feito tantas coisas assim. Deixou alguns caras baterem em suas nádegas e algum bondage, mas tirando isso? Nada que fosse interessante. Quer dizer, teve aquela vez em que ele deixou que dois garotos usassem sua boca...
— Nico?
— Eu não sei. Nunca fiz nada muito diferente.
— Que seria?
Agora Percy olhava pare ele parecendo que iria arrancar a verdade de Nico, ele querendo ou não.
— Hm... você sabe...
— Não. Eu não sei.
— Teve uma vez que uns garotos... que eu chupei uns garotos e... um cara usou o cinto em mim...
— E?
— Fui amarado também.
— Isso é tudo?
— Eu prometo.
Na época tinha sido bem aventuresco, entretanto, se ele analisasse a noite passada, ninguém o tinha feito gozar daquela forma e o fazer flutuar por tanto tempo. Talvez fosse algo mais psicológico do que físico.
— Bebê. — E de novo, aquele tom de voz condescendente que o deixava puto da vida e fazia seu estomago se encher de borboletas voltava. — O que aqueles garotos no banheiro iam fazer com você é muito mais interessante do que isso. Tem certeza?
— Quem você pensa que eu sou? Uma puta para deixar qualquer um me usar?
Não! O que ele tinha acabado de falar? Nico até tinha medo de encarar Percy, mas ele fez mesmo assim. Devagar, virou a cabeça em direção a Percy e viu um brilho estranho em seus olhos, um sorriso de canto um tanto cruel.
— Esse é o jeito de falar com seu dono?
Nico não entendeu o que acontecia até escutar o som estalado e agudo, então, veio a ardência que o fez gemer, um lado de sua bunda queimando com o impacto.
— Me-- me desculpa. — Nico murmurou, baixinho, parecendo perder as forças, ainda sentado no colo de Percy.
— Eu entendo. Mas um bom garoto não fala assim com as pessoas, hm?
Nico acenou e Percy beijou seu rosto, massageando a pele levemente avermelhada.
— Agora, sobre o que estávamos falando?
— Limites?
— Sim. Tem algum que eu deva saber?
— Nada nojento? Ou... líquido.
— Eu nunca faria isso. Você é o meu bebê e eu só quero o que for o melhor.
— E você?
— Hm. Acho que bondage, nada que impeça eu de me mover. E garotos desobedientes e malcriados.
— E sobre... garotos arteiros? — Nico tinha que ter certeza.
— Com tanto que você saiba das consequências.
— Oh.
Será que ele iria querer desapontar Percy a esse ponto? E que tal só um pouquinho?
— Eu sei o que você está pensando. Pode parar agora. Você só tem que pedir, não importa o que seja.
— Eu sei. É mais divertido assim.
— É melhor você não me testar, sim?
— Tão malvado. — Nico sabia que ele tão pouco era alguém fácil de se lidar. Ele podia ser mimado e distante, perdido no próprio mundo, e também podia ser imprevisível, fugindo de qualquer coisa que ele não gostasse sem deixar qualquer rastro. — Eu vou me comportar.
— Bom garoto.
— E as outras coisas dentro da caixa?
— É um assunto para outra hora. Agora, nós vamos deitar e ter uma longa soneca. As provas estão chegando e precisamos estar descansados, hm?
Percy beijou seu rosto e o colocou contra os travesseiros, se deitando a seu lado em seguida. Percy estava certo, com tudo o que aconteceu Nico não tinha estudado tudo o que precisava, então, infelizmente algumas horas seriam gastas em frente a uma pilha de livros.
***
“Pense por mim. Me impeça de me preocupar com qualquer coisa que não seja ser seu. Escolha minhas roupas, cuide de mim o dia inteiro. Me faça sorrir por pertencer a você. Me faça gemer quando você me beijar e me lembrar que sou sua apenas seu. Me faça arfar quando você me agarrar e decidir me usar como você bem entender. Me faça tremer sempre que você quiser me mostrar o que realmente significa ser amado por você.”
Nico bocejou e se encostou contra as almofadas, fechando seu diário, enquanto sentia o sol de fim de tarde atingir seu rosto. Assim, disfarçando sem dificuldade os pensamentos que havia acabado de colocar no papel. Quando Nico menos, percebeu faltava uma semana para o início das provas do meio do ano. Agora, eles estavam no jardim perto da piscina, mesas e almofadas para todos os lados, embora Percy e os amigos não estivessem tão interessado no cronograma de estudos que ele tinha criado. Percy, Tyson, Luke e Grover estavam na piscina enquanto ele, Silena e Clarisse, ocupavam uma mesa, com Chris plantado ao lado de Clarisse feito um bobo apaixonado mesmo depois de tantos anos.
Se ele pudesse também estaria se divertindo, Nico podia pensar em várias coisas que gostaria de estar fazendo. Um exemplo disso, era a surpresa que ele tinha aguardado para Percy que ainda não tinha tido a oportunidade certa para fazer. Não que ele ainda precisasse surpreender Percy, porém, não seria legal se ele se esforçasse o tanto que Percy se esforçava?
Nico tinha que ser sincero. Não esperava que Percy fosse levar a sério essa coisa de dominador e submisso. A prova disso era a gargantilha em volta de seu pescoço e, claro, o anel em seu dedo. Ele não podia deixar de tocar no pedaço de couro em sua pele, feito uma coleira, não o deixando esquecer dos últimos dias. Nada tinha realmente mudado, embora ele se sentisse diferente. Mais tranquilo de algum jeito. Seguro. Quer dizer, Percy agora não hesitava quando queria algo dele, o que era um ótimo desenvolvimento. A questão é que... as coisas eram quase como elas costumavam ser no passado, quando eles eram crianças e as coisas eram mais simples. Se ele ignorasse a ansiedade que costumava sentir e a falta de sexo, era como se tivessem evoluído o que eles já tinham. Nico gostava muito disso, lhe dava um conforto que gesto ou palavra alguma conseguiria.
— Nico, você está me ouvindo?
— Hm?
Era Clarisse, irritada com ele. Ela tinha os braços cruzados e revirava os olhos, impaciente.
— Se você vai fazer isso, é melhor você ir lá. Qual foi a última palavra que você leu?
Era uma boa pergunta.
— Desde quando você se tornou tão dependente dele? — Clarisse, insistiu, se levantando.
— Eu não sou dependente de ninguém. De onde você tirou isso?
— Você acha que engana alguém? Ele até te colocou numa coleira!
— Não sei do que você está falando. — Nico nem mesmo levantou a voz, e mesmo que fosse verdade, ele estava feliz de finalmente ser encoleirado.
— Nico! Para de brincar com essa gargantilha e presta atenção!
Clarisse antou até ele, segurou em sua mão e o fez levantar junto com ela. E então, o empurrou em direção a piscina.
— Vai lá. Não volte aqui até que você consiga se concentrar.
— Eu não s--
— O que está acontecendo aqui?
Bem que Nico tinha percebido o sol sumir. Era apenas Percy parado atras dele, fazendo sombra.
— Nico sente sua falta. Cuide disso.
Com isso, Clarisse se sentou nas almofadas mais uma vez e se encostou contra o peito de Cris que sorriu satisfeito, ambos voltando a seus livros.
Isso não era justo! Ele não tinha um peito firme para se encostar enquanto estudava.
Nico se virou em direção a Percy, prestar a dizer exatamente isso a ele, parando antes que pudesse continuar. Nico se lembrava do que aconteceu nas outras vezes que tinha levantado a voz para Percy, e se ele fizesse isso agora Percy também não se reprimiria.
Nico sorriu, engolindo a indignação e olhou para Percy, esquecendo por um momento a raiva. Percy ainda pingava da água da piscina, tinha os cabelos jogados para trás e vestia uma sunga tão justa que não escondia nada. Não que Percy estivesse tentando.
Ele abriu a boca, pensou melhor e disse:
— Você precisa usar algo tão pequeno?
Percy já estava sorrindo, vindo o resto do caminho em sua direção. Percy abriu os braços e imediatamente Nico foi envolvido por ele, sendo puxado contra o peito de Percy e se molhando no processo. Isso também era injusto, nenhum garoto de dezessete anos deveria ser tão alto ou ter aqueles músculos.
— O que foi? Cansou de estudar? — Percy o levantou do chão, o fazendo enrolar as pernas em volta dele. E tudo o que Nico escutou foi “está na hora de ir para o quarto?”
— Percy! Você devia estar estudando comigo!
Oh, não! Nico pensou, mal tendo tempo de segurar nos ombros de Percy, sentindo o impacto que mesmo sobre o tecido dos shorts, o fez gemer.
— Eu sei, bebê. — Então, Percy o segurou pelo queixo e o fez encará-lo, o beijando suavemente, o fazendo esquecer que eles tinham uma plateia. — Nós estudamos bastante essa semana. Nunca estive mais preparado, hm? Que tal a gente descansar um pouco? Só nós dois?
Parecia uma pergunta, mas não era uma. No meio de assobios e gritos, Percy o levou para dentro da casa, subindo as escadas como se Nico não pesasse nada, o encarando bem de perto enquanto ia.
— Qual o problema?
Essa era a questão. Pela primeira vez em muito tempo Nico não tinha nenhuma preocupação que não fosse passar em suas provas. Então, ele não podia dizer que era um problema. Era a solução, de fato. Nico estava estranhando a facilidade que ele tinha em deixar tudo nas mãos de Percy e se manter em seu pequeno e perfeito mundo onde nada parecia ser capaz de afetá-lo se Percy quisesse assim.
— Não é nada. — Ele enfim disse quando chegaram no quarto e Percy o colocou sentado na ponta da cama, se ajoelhando no chão entre suas pernas. — Está tudo bem?
— É claro, bebê. Nunca estive melhor.
Isso era verdade. A cada dia que passava Percy tinha mais energia e vigor, e devagar, tomava conta de todas as decisões que se referia a ambos. Eles fariam uma viagem? Percy decidia para onde. O que eles comeriam de manhã? Geralmente seu prato estaria pronto antes dele ter que pedir. Quer dizer, era sempre o que Nico gostava e do jeito que ele mais gostava, cada decisão parecendo ser algo que Nico escolheria por si mesmo se tivesse a chance. Às vezes, era até melhor. Sinceramente? Era um fardo que ele com muita alegria estava feliz de se livrar. Entretanto, Nico não queria que isso se tornasse um peso para Percy, algo que ele fazia por obrigação.
— Está tudo bem mesmo? Suas notas melhoraram?
Isso pareceu fazer Percy parar por um momento, o observando mais de perto. Percy não tentou sorrir, ele o segurou pela nuca e o abraçou apertado, fazendo algo em seu peito se aquietar.
— É sobre a nossa relação? Está sendo muito?
— Não, eu gosto. — Nico negou, o abraçando de volta tão forte quanto Percy havia o abraçado. — Eu me preocupo com você.
— Bem, não esquente essa sua cabecinha, mm? Está tudo sob controle.
— Tem certeza?
Percy beijou seu pescoço e disse:
— Contanto que você permita, vou cuidar de tudo.
— Você me trata tão bem. Ninguém fez tanto por mim quanto você faz.
— Acho bom. Espero que ninguém faça ou teremos um problema.
Nico queria rir. Ele também esperava que ninguém fizesse, porque se esse fosse o caso, significaria que eles não estariam mais juntos. Ao invés de responder, Nico preferiu deixar que Percy decidisse os próximos passos; se seria sexo, um longo banho ou uma soneca no meio do dia, não importava para Nico. Se eles estivessem juntos, era o suficiente para ele.
***
No fim, eles tinham decidido por um banho na jacuzzi, um longo e relaxante banho onde Percy tinha massageado suas costas e feito a tensão que ele nem sabia que tinha, desaparecer como num passo de mágica. Percy estava sendo tão bom para ele que Nico finalmente havia achado a oportunidade perfeita para colocar seu plano em ação.
Ele deixou que Percy o secasse dos pés à cabeça, como em qualquer dia, o carregasse até a cama e o beijasse antes de Percy se levantar e ir colocar as toalhas no cesto de roupas sujas. Nico aproveitou esse momento para pegar o pacote dentro do fundo de uma gaveta e entrou no closet, uma porta que ficava perto do guarda-roupa e que eles raramente usavam. Felizmente, ele finalmente teria um uso.
Rasgando a embalagem, Nico tirou as duas peças e as segurou entre os dedos, percebendo que talvez tenha comprado em um tamanho menor do que tinha planejado. O tecido era de uma seda deliciada e de cor rosa clarinha, parecendo ser tirada de um tule, porém, bonita e feminina. Ele achava que Percy iria gostar, seria um contraste interessante contra sua pele. Bem, Nico não saberia até experimentar.
Então, pegando a tanga, colocou os pés nos espaços certos, e vestiu a parte de cima, sentindo a seda deslizar por sua pele.
Agora Nico sabia por que as mulheres gostam tanto desse tipo de lingerie, o tecido era tão macio e fino... era como se ele nem estivesse usando nada, mas, mesmo assim, estivesse sendo acariciado.
— Nico? Onde você está? — Ele escutou Percy o chamando.
Era agora ou nunca, certo?
Nico nem mesmo pegou um roupão antes de abrir a porta do closet. Ele apenas arrumou a tanga e caminhou para dentro do quarto, parando perto do batente da porta. Ele se sentiu um pouco ridículo com aquela roupa cheia de fru-fru? Sim. Porém, tudo valeu a pena no exato momento em que encontrou Percy no meio do cômodo, vendo a expressão no rosto de Percy ir de confuso para chocado e então, o puro prazer.
Ele andou o resto do caminho e parou em frente a Percy, decidido a ser o melhor dos submissos. Ele abaixou levemente a cabeça, mostrando respeito e colocou as mãos trás das costas, permitindo que Percy visse sua frente.
— Tão bonito. Tudo isso é pra mim? — Percy disse mais sério do que Nico esperava. Sua voz soando mais firme e grave, ainda sem tocar nele.
— Eu queria fazer uma surpresa. Você gostou?
Nico esperou pacientemente, segurando o folego. Isso era porque Percy não gostava de ser surpreendido. Eles nunca tinham conversado sobre essas coisas, mas no fundo Nico sabia que isso era verdade. Se Percy fosse surpreendido, quer dizer que ele não tinha o controle do que acontecia. Mas ainda assim, Nico queria ver a reação de Percy, talvez assim Percy não fosse tão cuidadoso com ele.
Não o entendam mal, ele amava cada dia que passava ao lado de Percy, mas a... excitação da novidade não acontecia com tanta frequência como ele gostaria. Talvez isso fosse o que eles precisavam.
— Meu bebê está tentando me provocar, é isso?
— Está dando certo?
Nico espiou entre os cílios e viu um brilho estranhos nos olhos de Percy.
Nesses momentos as feições de Percy se transformavam completamente. De calmo ele se tornava sério e... e algo a mais que era difícil definir. Às vezes, era brincalhão, e outras, maldoso, como se Percy se divertisse com sua angústia. Percy nunca perdia a calma, entretanto, era como se algo além disso viesse a superfície, algo que Percy escondia e que apenas se manifestava se provocado.
— Você quer descobrir?
Bem, Nico teria respondido se pudesse, se tivesse sido uma pergunta. Era mais um aviso, um comunicado do que estava prestes a acontecer.
Ainda segurando o folego, Nico continuou a observar Percy, como ele parecia estar se preparando para fazer algo... tinha sido um erro? Será que ele devia ter avisado e-- Percy então se moveu. Apenas um passo para a frente e suas mãos quentes estavam sobre Nico, no pescoço, puxando sua cabeça para trás e em sua cintura, o mantendo no lugar. O que tinha sido uma boa ideia. Sem nenhuma roupa para cobri-lo, as sensações pareciam mais intensas, o fazendo estremecer dos pés à cabeça.
— Nós não conversamos sobre isso. Você sabe o que uma palavra de segurança é?
— Oh. — Ele sabia! Finalmente!
Nico sabia e tinha esperado por esse momento. O problema era que ele se encontrava com dificuldade para falar. Então, acenou, se sentindo preso pelos olhos de Percy que o fitavam, intensos.
— Use suas palavras, bebê. — Nico sabia que o apelido devia suavizar o momento, mas ele só se sentia mais tenso, se preparando para o que estava prestes a acontecer.
— Eu-- eu tenho. Torta?
— Você tem certeza? — E agora tinha um certo tom de humor na voz de Percy, suas covinhas aparecendo.
— Na verdade, não. Sei como funciona, mas nunca usei uma antes.
— Nunca? — Percy franziu a testa, parecendo nada contente. — Isso é muito irresponsável.
— Eu sei, mas…
— Me diga.
— Eu não consigo falar muito, sabe? Durante.
Isso pareceu acender uma luz no rosto de Percy.
— Vamos manter isso em mente. Agora, deixa eu ver... quem comprou isso pra você? — Mas Percy estava sorrindo, deslizando as mãos por seu corpo. Ombros, costas, cintura, andando em volta dele e tocando em todos os lugares até chegar em sua bunda, acariciando suas nádegas e escorregando um dos dedos pelo fio da tanga em direção a sua entrada.
— Ah!
— Não era isso o que você queria? Eu devia usar o meu presente? Hmm?
E de novo, parecia uma pergunta, mas não era uma. Nico permaneceu como estava, com as mãos atrás das costas, e apenas se moveu quando Percy o segurou pelo braço, o guiando para a cama.
— Onde foi que você aprendeu essa posição, bebê? — Percy disse enquanto eles iam em direção a cama.
— Eu vi em um vídeo…
— Você sabe o que isso significa?
Nico acenou, envergonhado demais para dizer.
— Eu quero ouvir.
— Servidão e obediência.
— É isso mesmo. — Percy disse, satisfeito. — Não precisa se apressar, tudo vai acontecer na hora certa. Quero que você relaxe, tudo bem?
Foi o que Nico fez. Deixou que Percy o colocasse sentado na ponta da cama e quando enfim Percy se aproximou, ele fechou os olhos e gemeu, sentindo seu corpo reagir livremente.
O que vocês acharam? Satisfatório? Eu não sei. Eu gostava tanto desse tipo de cena, sabe? +18. Mas agora... não sei. Nos proximos capítulos vou tentar trazer mais plot do que porn.
Até logo.
Writer’s Guide to Unreliable Narrators
Unreliable narrators are narrators who intentionally or subconsciously mislead the reader with their own bias and lies. I love nothing more than a narrator who deceives me. There is something incredibly charged about not being able to rely on your guide through a story. So how can we write them?
There are five kinds of unreliable narrator we see in fiction, each with their own way of leading the audience astray.
The Unstable: This narrator is usually an unstable character with problems with grasping reality or having trouble accepting it so they bend it to their own tastes. Example: Arthur Fleck in Joker & Amy Elliot Dunne in Gone Girl
The Exaggerator: the one who spins fanciful lies to embellish the facts of the story around them. Usually they embellish it in such a way to make themselves look good.
The Child: Though children can be a font of truth, they often have a way of muddling facts and being confused by certain aspects of the story they are not versed in. Example. Bran in A Song of Ice and Fire & Scout Finch in To Kill A Mockingbird
The Biased: The biased Narrator is usually an outsider. They enter the world with preconceptions of the world and/or characters around them. Usually they get disabused of their biases by story’s end but not always. Example Damen/Damianos of Akielos in The Captive Prince Trilogy
The Liar: The Liar is simply just a liar liar pants on fire. They twist the narrative and outwardly lie about their actions and the reactions of others. The liar is self-serving, usually narcissistic. Example Cersei Lannister from A Song of Ice and Fire.
The thing you must remember is that your audience immediately trusts your narrator, they have no other choice. It is a given. However, it is your job to break that trust.
Allow the narrator to outwardly lie. Let them spout half truths or full out lies in the narrative. The audience will take what your character says as the gosphel until slapped with a conflicting account or detail. It provides a wham to the story that becomes a turning point. Perhaps the best example of this is Amy Elliott Dunne in Gone Girl (I recommend). She introduces herself as a sweet housewife who loves her husband despite her fears over his temper. However, in the section of the book she narrates she quickly flips Nick’s account of the events leading up to her disappearance, turning the audience on their head so fast none of us have a chance.
Allow the character to mislead your audience with the absence of details. Your story is one big chain, omit a link and the thing is useless & subject to the questioning you want to draw out of the audience. For example, Daenerys Targaryen believes wholeheartedly that the house with the red door is in Braavos. However, she vividly remembers a lemon tree outside her window and sunsine. But lemon trees cannot grow Braavos and it is notoriously damp and cold. #lemongate
Speak to your audience through the events of the story, bypassing the narrator to get through to the audience. Sometimes the best reveal that the narrator cannot be trusted is showing the audience evidence that they are either not seeing what’s happening or they are ignoring it. For example in Captive Prince, it is almost explicitly suggested that the Regent molested his nephew Laurent as a child. If one ignores Damen’s narration, the signs are there to see from Laurent’s reaction to his Uncle’s presence and in some of Laurent’s words. Damen chalks this down to Laurent being a brat and the Regent just being a villain. He has to be told despite the audience realising or at least suspecting it from the second book onward.
Play off your secondary characters. Use the characters around your narrator to disprove their account if the story and completely flip the story on its head. Usually, I trust the secondary characters when it comes to Unreliable Narrators. For example, Cersei Lannister gets her own POV in a Feast of Crows. Up until this point she has been very mercurial in her reactions in the first few books, to the point where other characters and the audience are confused about who the real Cersei is: the shrewd polictian or the wine mom with way too much faith in herself and her spawn. In truth, Cersei is incredibly paranoid about those around her and she thinks herself the cleverest player in the game. However, from others such as Tyrion, Tywin, Littlefinger and the members of the Small Council (who yes, all have a touch of misgyny to their criticisms of Cersei but really most of their points have a point since she is mad as a box of frogs) we see that Cersei tends to make enemies out of allies, assume the worst in others and make political choices to spite others or to put her faith in those who offer her little more than flattery.
i’ve been on tumblr since 2012 and became a content creator in 2014/5, so i’ve been here for years and I can confirm that: people barely reblog posts now and it’s becoming an issue. yes content creators make stuff mostly for them, but if we post them it’s so people can see and enjoy it. and this happens when you hit “reblog”
the likes/reblogs ratios is a big disaster. when I first started, the reblogs were like 70% of a post with 30% of likes. now it’s 10% reblogs and 90% likes. likes are good, don’t get me wrong, but they don’t give us visibility.
reblogging = sharing posts to your followers. it’s easy and quick
WHY YOU SHOULD REBLOG
reblogs are important because it motivates people to create stuff and create more
it’s a great way to introduce your followers to a show/an artist/sports. i don’t wanna throw myself flowers but a few of my followers got into motorsport because I was reblogging posts about it (and also creating gifs and edits)
reblogs are a great way to make new friends because your followers/mutuals will see you have stuff in common and it will help to engage a conversation and start a friendship.
content creators spend a lot of time editing and a reblog shows that these hours weren’t lost
reblogging helps us making our work be seen as tumblr’s tags are sometimes broken and they don’t appear in tags
it encourages people to create more and. i’m posting graphics and reblogs are encouraging me to keep posting them and creating more
top bonus is when you leave nice stuff in the tags. we see them and we love it and we love you
reblog because it’s free and the button exists for a reason
there is many more reasons but i won’t spam you
WHY YOU SHOULD SUPPORT CONTENT CREATORS
we are nice
we provide stuff for free
we take requests and make stuff you ask for
we share our resources: colorings, writing tips, where to get pictures, where to get fonts, tutorials, links for softwares
because we struggle a lot with tumblr’s tags
because people are sometimes rude to us and send rude asks (ex: writers - to publish their writings sooner)
because our work is being stolen by people claiming it’s theirs
because our work is being reposted on other social medias without asking us and crediting
i’m not pointing a gun to your face screaming “REBLOG”, i’m just telling you that if you like a post, you should think about reblogging it so your followers can see it and you’ll make one person happy <3
Sejam bem-vindos! Olá, esse é meu blog pessoal. Escrevo fanfics Pernico/Nicercy e orginais, e reblogo alguns posts de vez em quando. História Atual Não há lugar como o Lar - versão em Portugues There's no Place like home - English version Resumo: Nico está voltando da Itália depois de passar dois anos por lá e encontra Percy, o melhor amigo que ele deixou para trás, mas que manteve contato nesse tempo afastado. O resto se desenvolve a partir desse reencontro. Se você quiser saber o que eu escrevo, siga a tag #my writing
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