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1 year ago

NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO XXIV

Oii, como vai? Mais um capítulo fresquinho. Completamente sem revisão, então relevem os erros.

Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX / CAPÍTULO XX / CAPÍTULO XXI / CAPÍTULO XXII

— Você tem estado muito suscetível a... sugestões. Sou eu ou é algo geral?

— Só você. Acho que... eu confio em você.

— Me sinto honrado. — Percy disse sem nenhuma ironia, o tom de voz baixo e aveludado dando lugar a algo mais normal. — Eu tinha medo que isso acontecesse. Nunca vou abusar da confiança que você me dá.

— Eu sei disso. Nunca duvidei disso.

— É por isso que tenho que falar algo com você.

Essa não. Será que ele estava encrencado?

Nico observou Percy se levantar e pegar uma caixa que estava no pé da cama, um pouco maior que uma caixa de sapatos.

— O que é isso?

— É a surpresa que eu queria te mostrar.

Nico tinha até medo de olhar. O que poderia ser tão importante que Percy sentiu a necessidade de esconder do resto da família? Hesitando, Nico se manteve quieto, encostado contra a cabeceira da cama e esperou Percy se aproximar mais uma vez, se sentando a seu lado. 

— Estive pensando sobre o que você me disse, que eu não levo a sério o que você diz.

— Eu sei que você--

— Eu não terminei. — Percy nem mesmo faltou mais alto, porém seu tom de voz demandava obediência. E Nico já estava cansado de lutar contra seus instintos, então, Nico apenas se calou e prestou atenção em Percy.

O problema nisso era que Percy parecia culpado por alguma coisa, seu rosto se contorcendo numa careta. Nico continuou esperando, vendo Percy quase se remexendo de ansiedade. É claro, até Percy suspirar e olhar mais uma vez para ele, parecendo tão conformado quanto Nico.

— Eu não queria falar assim com você. — Percy enfim disse, tentando soar despreocupado.

— Eu não me importo. Se você me disser para fazer, eu vou. É algo natural pra mim, sabe?

— Nico. — Percy suspirou mais uma vez, parecendo cansado.

— Você poderia... apenas... fazer o que parece natural para você também? — Quando Percy levantou as sobrancelhas, parecendo descrente, Nico completou: — É só uma sugestão.

— Vou pensar sobre isso.

— Quer dizer, você sempre teve essa aura de... 

— Autoritário?

— É mais, tipo, você espera ser obedecido. E está tudo bem?

— Isso é uma pergunta ou afirmação?

— Depende de você. — Nico acabou dando de ombros, tentando fingir a calmaria que ele não sentia no momento.

— Você quer me dizer que eu posso ser autoritário o quando eu quiser que você vai me obedecer? Sem questionar?

— Hm... provavelmente? — A resposta certa era “com toda a certa”, mas isso seria humilhação demais para uma pessoa só.

— Mesmo? Até quando você não concorda?

— Eu acho que sim. — Nico deu de ombros novamente e desviou a olhar para longe de Percy. Na maioria das vezes era o que acontecia de qualquer jeito; ele não queria e no fim, Percy estava certo. Se ele tivesse escutado Percy no passado, poderia ter evitado muitas coisas.

— Bebê. — Então, ele ouviu o tom de voz de Percy mudar, se tornando mais suave e aveludada. 

Não era que ele tivesse uma vontade incontrolável de obedecer, era o conhecimento que ele seria muito bem recompensado se decidisse ser um bom garoto. E ele foi, imediatamente ao escutar aquela palavra. Percy o segurou pelo pescoço, o fazendo levantar a cabeça e o beijou, juntando suas línguas em um suspiro.

— Eu não quero que você se sinta preso ou que não tem alternativa. — Percy disse algum tempo depois, roçando os lábios junto aos seus.

— Eu não me sinto assim. Me sinto livre sabendo que você vai cuidar de mim.

— Você tem certeza?

— Eu confio em você.

— Tudo bem, então.

Percy se afastou de Nico o suficiente para olhar em seu rosto e sorriu, parecendo dessa vez estar contente, porém ainda o segurando pelo pescoço, possessivo e firme, ainda que sua voz permanecesse suave.

— É por isso que preciso te mostrar o que tem dentro dessa caixa.

Percy, então, o soltou e pegou a caixa mais uma vez, a colocando entre eles, no próprio colo. Percy a abriu, tirando o laço e a tampa, dando tempo de Nico examinar o conteúdo dentro dela.

— O... que é isso? — Sua voz saiu fraca e suas mãos tremeram, apoiadas no próprio colo.

Nico sabia perfeitamente o que aqueles objetos eram. Sabia exatamente o que eles significam, o problema é que seu cérebro se recusava a acreditar no que via. Por que logo agora? Depois de tanto tempo? Por isso permaneceu parado feito uma estátua, mal conseguindo respirar.

— Eu não te tratei como devia. Ignorei o que estava claro. — Percy disse, voltando a segurar em seu pescoço, o forçando a encará-lo. — Entendo por que você hesitou por tanto tempo, por que as vezes ainda hesita.

— Eu--

— Eu hesito pelo mesmo motivo. — Percy pareceu respirar fundo e tirou uma gargantilha de couro com pedras preciosas a enfeitando. — Quero que você saiba, estou comprometido e nunca mais vou fugir das minhas responsabilidades.

Nico achava que iria desmaiar. Percy estava o pedindo em casamento? Mais uma vez? Agora da forma que ele nunca esperava que fosse acontecer? Nico nem mesmo sabia o que dizer! Era obvio, não? Esperou esse por esse momento desde que colocou os olhos no garoto alto que parecia ter saído de um pornô clichê onde o cara mal iria fazer a mocinha se arrepender de andar sozinha pelas ruas desertas. Nada o preparou quando o momento enfim chegou, Percy segurou a gargantilha delicada entre os dedos, a levou a seu pescoço e a prendeu cuidadosamente, tento certeza que não estaria apertado demais.

Ele... ele não sabia... seria impressão sua ou... ah, não, Nico não estava enganado. Assim que a gargantilha se acomodou a sua pele, Percy envolveu o couro, colocando a mão ao redor de seu pescoço e tocou ao redor da gargantilha, massageando sua pele e admirando a joia. Entretanto, foi o olhar no rosto de Percy que roubou seu ar; Percy o olhava como se ele fosse... como se ele fosse--

— Meu. — Percy disse. — Agora você é meu.

Por que era tão difícil respirar? Por que Nico estava tremendo tanto?

— Eu...

— Eu sei. — Percy disse no tom mais condescendente que Nico já tinha ouvido, quase maldoso, quase zombador, mas ainda... suave, como se Percy falasse com alguém que fosse lento mentalmente. — Sem pressa. Eu mesmo nunca imaginei que iria fazer algo assim.

— Tão malvado. — Nico conseguiu balbuciar, Percy obviamente lhe dando tempo para absorver os fatos, ainda o segurando pelo pescoço, como se Nico fosse sua possessão e não um ser humano.

— Você não viu nada. Mas acho que ainda não estamos prontos para isso.

— Hmm... — Nico gemeu apenas em imaginar no que poderia acontecer. Será que ele já podia desmaiar? Seria muita humilhação?

Ele ouviu uma risadinha zombadora e então mãos estavam ao redor dele, massageando sua coluna e cabelos do jeito que ele mais gostava. No fim, Percy estava certo mais uma vez. Ele não estava pronto para nada disso. Se só uma coleira ao redor de seu pescoço o fez reagir assim, o que aconteceria quando... quando as coisas realmente acontecessem?

***

— Shhh... tudo bem. Eu não vou ser mal com você, hm?

— Mentiroso. — Sua voz falhou e Percy riu novamente, bem no pé de seu ouvido.

— Talvez um pouquinho. Eu sei que você gosta.

— Para! 

Percy estava certo, como sempre. Por algum motivo, Nico se viu rindo, batendo no braço de Percy que apenas riu mais, se divertindo com sua dor.

— Tá bom. Parei. Agora, vamos o que é importante. 

— Como o quê?

— Tem alguma coisa que eu devo saber? Limites fortes ou fracos? Algo que você não gosta de jeito nenhum?

— Oh. — Era uma boa pergunta.

Ele não tinha feito tantas coisas assim. Deixou alguns caras baterem em suas nádegas e algum bondage, mas tirando isso? Nada que fosse interessante. Quer dizer, teve aquela vez em que ele deixou que dois garotos usassem sua boca...

— Nico?

— Eu não sei. Nunca fiz nada muito diferente.

— Queria seria?

Agora Percy olhava pare ele parecendo que iria arrancar a verdade de Nico, ele querendo ou não.

— Hm... você sabe...

— Não. Eu não sei.

— Teve uma vez que uns garotos... que eu chupei uns garotos e... um cara usou o cinto em mim...

— E?

— Fui amarado também.

— Isso é tudo?

— Eu prometo. 

Na época tinha sido bem aventuresco, entretanto, se ele analisasse a noite passada, ninguém o tinha feito gozar daquela forma e o fazer flutuar por tanto tempo. Talvez fosse algo mais psicológico do que físico.

— Bebê. — E de novo, aquele tom de voz condescendente que o deixava puto da vida e fazia seu estomago se encher de borboletas voltava. — O que aqueles garotos no banheiro iam fazer com você é muito interessante do que isso. Tem certeza?

— Quem você pensa que eu sou? Uma puta para deixar qualquer um me usar?

Não! O que ele tinha acabado de falar? Nico até tinha medo de encarar Percy, mas ele fez mesmo assim. Devagar, virou a cabeça em direção a Percy e viu um brilho estranho em seus olhos, um sorriso de canto um tanto cruel.

— Esse é o jeito de falar com seu dono?

Nico não entendeu o que acontecia até escutar o som estalado e agudo, então, veio a ardência que o fez gemer, um lado de sua bunda queimando com o impacto.

— Me-- me desculpa. — Nico murmurou, baixinho, parecendo perder as forças, ainda sentado no colo de Percy.

— Eu entendo. Mas um bom garoto não fala assim com as pessoas, hm?

Nico acenou e Percy beijou seu rosto, massageando a pele levemente avermelhada.

— Agora, sobre o que estávamos falando?

— Limites?

— Sim. Tem algum que eu deva saber?

— Nada nojento? Ou... líquido.

— Eu nunca faria isso. Você é o meu bebê e eu só quero o que for o melhor.

— E você?

— Hm. Acho que bondage, nada que impeça eu de me mover. E garoto desobedientes e malcriados

— E sobre... garotos arteiros? — Nico tinha que ter certeza.

— Com tanto que você saiba das consequências.

— Oh.

Será que ele iria querer desapontar Percy a esse ponto? E que tal só um pouquinho?

— Eu sei o que você está pensando. Pode parar agora. Você só tem que pedir, não importa o que seja.

— Eu sei. É mais divertido assim.

— É melhor você não me testar, sim?

— Tão malvado. — Nico sabia que ele tão pouco era alguém fácil de se lidar. Ele podia ser mimado e distante, perdido no próprio mundo, e também podia ser imprevisível, fugindo de qualquer coisa que ele não gostasse sem deixar qualquer rastro. — Eu vou me comportar.

— Bom garoto.

— E as outras coisas dentro da caixa?

— É um assunto para outra hora. Agora, nós vamos deitar e ter uma longa soneca. As provas estão chegando e precisamos estar descansados, hm?

Percy beijou seu rosto e o colocou contra os travesseiros, se deitando a seu lado em seguida. Percy estava certo, com tudo o que aconteceu Nico não tinha estudado tudo o que precisava, então, infelizmente algumas horas seriam gastas em frente a uma pilha de livros.

***

Nico bocejou e se encostou contra as almofadas, sentindo o sol de fim de tarde atingir seu rosto. Quando ele menos percebeu faltava uma semana para o início das provas do meio do ano. Agora, eles estavam no jardim perto da piscina, mesas e almofadas para todos os lados, embora Percy e os amigos não estivessem tão interessado no cronograma de estudos que ele tinha criado. Percy, Tyson, Luke e Grover estavam na piscina enquanto ele, Silena e Clarisse, ocupavam uma mesa, com Chris plantado ao lado de Clarisse feito um bobo apaixonado mesmo depois de tantos anos. 

Se ele pudesse também estaria se divertindo, Nico podia pensar em várias coisas que gostaria de estar fazendo. Um exemplo disso, era a surpresa que ele tinha aguardado para Percy que ainda não tinha tido a oportunidade certa para fazer. Não que ele ainda precisasse surpreender Percy, porém, não seria legal se ele se esforçasse o tanto que Percy se esforçava?

Nico tinha que ser sincero. Não esperava que Percy fosse levar a sério essa coisa de dominador e submisso. A prova disso era a gargantilha em volta de seu pescoço e claro, o anel em seu dedo. Ele não podia deixar de tocar no pedaço de couro em sua pele, feito uma coleira, não o deixando esquecer dos últimos dias. Nada tinha realmente mudado, embora ele se sentisse diferente. Mais tranquilo de algum jeito. Seguro. Quer dizer, Percy agora não hesitava quando queria algo dele, o que era um ótimo desenvolvimento. A questão é que... as coisas eram quase como elas costumavam ser no passado, quando eles eram crianças e as coisas eram mais simples. Se ele ignorasse a ansiedade que costumava sentir e a falta de sexo, era como se tivessem evoluído o que eles já tinham. E ele gostava muito disso, lhe dava um conforto que gesto ou palavra alguma conseguiria.

— Nico, você está me ouvindo?

— Hm?

Era Clarisse, irritada com ele. Ela tinha os braços cruzados e revirava os olhos, impaciente.

— Se você vai fazer isso, é melhor você ir lá. Qual foi a última palavra que você leu?

Era uma boa pergunta.

— Desde quando você se tornou tão dependente dele? — Clarisse, insistiu, se levantando.

— Eu não sou dependente de ninguém. De onde você tirou isso?

— Você acha que engana alguém? Ele até te colocou numa coleira!

— Não sei do que você está falando. — Nico nem mesmo levantou a voz, e mesmo fosse verdade, ele estava feliz de finalmente ser encoleirado.

— Nico! Para de brincar com essa gargantilha e presta atenção!

Clarisse antou até ele, segurou em sua mão e o fez levantar junto com ela. E então, o empurou em direção a piscina.

— Vai lá. Não volte aqui até que você consiga se concentrar.

— Eu não s--

— O que está acontecendo aqui?

Bem que Nico tinha percebido o sol sumir. Era apenas Percy parado atras dele, fazendo sombra.

— Nico sente sua falta. Cuide disso.

Com isso, Clarisse se sentou nas almofadas mais uma vez e se encostou contra o peito de Cris que sorriu satisfeito, ambos voltando a seus livros.

Isso não era justo! Ele não tinha um peito firme para se encostar enquanto estudava. 

Nico se virou em direção a Percy, prestar a dizer exatamente isso a ele, parando antes que pudesse continuar. Nico se lembrava do que aconteceu nas outras vezes que tinha levantado a voz para Percy, e se ele fizesse isso agora Percy também não se reprimiria.

Nico sorriu, engolindo a indignação e olhou para Percy, esquecendo por um momento a raiva. Percy ainda pingava da água da piscina, tinha os cabelos jogados para trás e vestia uma sunga tão justa que não escondia nada. Não que Percy estivesse tentando. 

Ele abriu a boca, pensou melhor e disse:

— Você precisa usar algo tão pequeno?

Mas Percy já estava sorrindo, vindo o resto do caminho em sua direção. Ele abriu os braços e imediatamente Nico foi envolvido por ele, sendo puxado contra o peito de Percy e se molhando no processo. Isso também era injusto, nenhum garoto de dezessete anos deveria ser tão alto ou ter aqueles músculos.

— O que foi? Cansou de estudar? — Percy o levantou do chão, o fazendo enrolar as pernas em volta dele. E tudo o que Nico escutou foi “está na hora de ir para o quarto?”

— Percy! Você devia estar estudando comigo!

Oh, não! Nico pensou, mal tendo tempo de segurar nos ombros de Percy, sentindo o impacto que mesmo sobre o tecido dos shorts, o fez gemer.

— Eu sei, bebê. — Então, Percy o segurou pelo queixo e o fez encará-lo, o beijando suavemente, o fazendo esquecer que eles tinham uma plateia. — Nós estudamos bastante essa semana. Nunca estive mais preparado, hm? Que tal a gente descansar um pouco? Só nós dois?

Parecia uma pergunta, mas não era uma. No meio de assobios e gritos, Percy o levou para dentro da casa, subindo as escadas como se Nico não pesasse nada, o encarando bem de perto enquanto ia.

— Qual o problema?

Essa era a questão. Pela primeira vez em muito tempo Nico não tinha nenhuma preocupação que não fosse passar em suas provas. Então, ele não podia dizer que era um problema. Era a solução, de fato. Nico estava estranhando a facilidade que ele tinha em deixar tudo nas mãos de Percy e se manter em seu pequeno e perfeito mundo onde nada parecia ser capaz de afetá-lo se Percy quisesse assim. 

— Não é nada. — Ele enfim disse quando chegaram no quarto e Percy o colocou sentado na ponta da cama, se ajoelhando no chão entre suas pernas. — Está tudo bem? 

— É claro, bebê. Nunca estive melhor.

Isso era verdade. A cada dia que passava Percy tinha mais energia e vigor, e devagar, tomava conta de todas as decisões que se referia a ambos. Eles fariam uma viagem? Percy decidia para onde. O que eles comeriam de manhã? Geralmente seu prato estaria pronto antes dele ter que pedir. Quer dizer, era sempre o que Nico gostava e do jeito que ele mais gostava, cada decisão parecendo ser algo que Nico escolheria por si mesmo se tivesse a chance. Às vezes, era até melhor. Sinceramente? Era um fardo que ele com muita alegria estava feliz de se livrar. Entretanto, ele não queria que isso se tornasse um peso para Percy, algo que ele fazia por obrigação.

— Está tudo bem mesmo? Suas notas melhoraram?

Isso pareceu fazer Percy parar por um momento, o observando mais de perto. Percy não tentou sorrir, ele o segurou pela nuca e o abraçou apertado, fazendo algo em seu peito se aquietar.

— É sobre a nossa relação? Está sendo muito?

— Não, eu gosto. — Nico negou, o abraçando de volta tão forte quanto Percy havia o abraçado. — Eu me preocupo com você.

— Bem, não esquente essa sua cabecinha, mm? Está tudo sob controle. 

— Tem certeza?

Percy beijou seu pescoço e disse: 

— Contanto que você permita, vou cuidar de tudo.

— Você me trata tão bem. Ninguém fez tanto por mim quanto você faz.

— Acho bom. Espero que ninguém faça ou teremos um problema.

Nico queria rir. Ele também esperava que ninguém fizesse, porque se esse fosse o caso, signifaria que eles não estariam mais juntos. Ao invés de responder, Nico preferiu deixar que Percy decidisse os proximos passos; se seria sexo, um longo banho ou uma soneca no meio do dia, não importava para Nico. Se eles estivessem juntos, era o suficiente para ele.

***

No fim, eles tinham decidido por um banho na jacuzzi, um longo e relaxante banho onde Percy tinha massageado suas costas e feito a tensão que ele nem sabia que tinha, desaparecer como num passo de mágica. Percy estava sendo tão bom para ele que Nico finalmente havia achado a oportunidade perfeita para colocar seu plano em ação. 

Ele deixou que Percy o secasse dos pés à cabeça, como em qualquer dia, o carregasse até a cama e o beijasse antes de Percy se levantar e ir colocar as toalhas no cesto de roupas sujas. Nico aproveitou esse momento para pegar o pacote dentro do fundo de uma gaveta e entrou no closet, uma porta que ficava perto do guarda-roupa e que eles raramente usam. Felizmente, ele finalmente teria um uso. 

Rasgando a embalagem, Nico tirou as duas peças e as seguros entre os dedos, percebendo que talvez tenha comprado em um tamanho menor do que tinha planejado. O tecido era uma de seda deliciada e de cor rosa clarinha, parecendo ser tirada de um tule, porém bonita e feminina. Ele achava que Percy iria gostar, seria um contraste interessante contra sua pele. Bem, Nico não sabia até experimentar. Então, pegando a tanga, colocou os pés nos espaços certos e vestiu a parte de cima, sentindo a seda deslizar por sua pele.

Agora Nico sabia por que as mulheres gostam tanto desse tipo de lingerie, o tecido era tão macio e fino... era como se ele nem estivesse usando nada, mas, mesmo assim, estivesse sendo acariciado.

— Nico? Onde você está? — Ele escutou Percy o chamando. 

Era agora ou não, certo?

Nico nem mesmo pegou um roupão antes de abrir a porta do closet. Ele apenas arrumou a canga e caminhou para dentro do quarto, parando perto do batente da porta. Ele se sentiu um pouco ridículo com aquela roupa cheia de fru-fru? Sim. Porém, tudo valeu a pena no exato momento em que encontrou Percy no meio do cômodo, vendo a expressão no rosto de Percy ir de confuso para chocado e então, o puro prazer.

Ele andou o resto do caminho e parou em frente a Percy, decidido a ser o melhor dos submissos. Ele abaixou levemente a cabeça, mostrando respeito e colocou as mãos trás das costas, permitindo que Percy visse sua frente.

— Tão bonito. Tudo isso é pra mim? — Percy disse mais sério do que Nico esperava. Sua voz soando mais firme e grave, ainda sem tocar nele.

— Eu queria fazer uma surpresa. Você gostou?

Nico esperou pacientemente, segurando o folego. Isso era porque Percy não gostava de ser surpreendido. Eles nunca tinham conversado sobre essas coisas, mas no fundo Nico sabia que isso era verdade. Se Percy fosse surpreendido, quer dizer que ele não tinha o controle do que acontecia. Mas ainda assim, Nico queria ver a reação de Percy, talvez assim Percy não fosse tão cuidadoso com ele. Não o entendam mal, ele amava cada dia que passava ao lado de Percy, mas a... excitação não acontecia com tanta frequência como ele gostaria. Talvez isso fosse o que eles precisavam.

— Meu bebê está tentando me provocar, é isso?

— Está dando certo?

Nico espiou entre os cílios e viu um brilho estranhos nos olhos de Percy.

Nesses momentos as feições de Percy se transformavam completamente. De calmo ele se tornava sério e... e algo mais que era difícil definir. As vezes era brincalhão, e outras, maldoso, como se Percy se divertisse com sua angústia. Percy nunca perdia a calma, entretanto, era como se algo além disso viesse a superfície, algo que Percy escondia e que apenas se manifestava se provocado.

— Você quer descobrir?

Bem, Nico teria respondido se pudesse, se tivesse sido uma pergunta. Era mais um aviso, um comunicado do que estava prestes a acontecer. 

Ainda segurando o folego, Nico continuou a observar Percy, como ele parecia estar se preparando para fazer algo... tinha sido um erro? Quem ele devia ter avisado e-- Percy então se moveu. Apenas um passo para a frente e suas mãos quentes estavam sobre Nico, no pescoço, puxando sua cabeça para trás e em sua cintura, o mantendo no lugar. O que tinha sido uma boa ideia. Sem nenhuma roupa para cobri-lo, as sensações pareciam mais intensas, o fazendo estremecer dos pés à cabeça.

— Nós não conversamos sobre isso. Você sabe o que uma palavra de segurança é?

— Oh. — Ele sabia! Finalmente! Nico sabia e tinha esperado por esse momento. O problema era que ele se encontrava com dificuldade para falar. Então, acenou, se sentindo preso pelos olhos de Percy que o fitavam, intensos.

— Use suas palavras, bebê. — Nico sabia que o apelido devia suavizar o momento, mas ele só se sentia mais tenso, se preparando para o que estava prestes a acontecer.

— Eu-- eu tenho. Torta?

— Você tem certeza? — E agora tinha um certo tom de humor da voz de Percy, suas covinhas aparecendo.

— Na verdade, não. Sei como funciona, mas nunca usei uma antes. 

— Nunca? — Percy franziu a testa, parecendo nada contente. — Isso é muito irresponsável.

— Eu sei, mas… 

— Me diga.

— Eu não consigo falar muito, sabe? Durante.

Isso pareceu acender uma luz no rosto de Percy.

— Vamos manter isso em mente. Agora, deixa eu ver... quem comprou isso pra você? — Mas Percy estava sorrindo, deslizando as mãos por seu corpo. Ombros, costas, cintura, andando em volta dele e tocando em todos os lugares até chegar em sua bunda, acariciando suas nádegas e escorregando um dos dedos pelo fio da tanga em direção a sua entrada.

— Ah!

— Não era isso o que você queria? Eu devia usar o meu presente? Hmm?

E de novo, parecia uma pergunta, mas não era uma. Nico permaneceu como estava, com as mãos atrás das costas, e apenas se moveu quando Percy o segurou pelo braço, o guiando para a cama.

— Onde foi que você aprendeu essa posição, bebê? — Percy disse enquanto eles iam em direção a cama.

— Eu vi em um vídeo… 

— Você sabe o que isso significa?

Nico acenou, envergonhado demais para dizer.

— Eu quero ouvir.

— Servidão e obediência.

— É isso mesmo. — Percy disse, satisfeito. — Não precisa se apressar, tudo vai acontecer na hora certa. Quero que você relaxe, tudo bem?

Foi o que Nico fez. Deixou que Percy o colocasse sentado na ponta da cama e quando enfim Percy se aproximou, ele fechou os olhos e gemeu, sentindo seu corpo reagir livremente.

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Obrigada por ler. Nos vemos na proxima!


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1 year ago

NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO XII

Oii, como vai? Desculpem a demora. Vou devagar, mas chego lá. A verdade é que esse capítulo é bem agridoce. Ele se passa no passado, mostrando mais um pouco do que aconteceu no início da relação de Nico e Percy. Espero que vocês gostem^^

Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI

Boa leitura!

— Você é engraçado. — Nico lhe disse.

— Você que é.

E feito um garoto da terceira série, coisa que ambos eram, riram novamente enquanto ouviam o sinal tocar. Percy nem tinha percebido que meia hora tinha se passado, o que era mais tempo do que ele costumava passar com seus velhos amigos nos últimos tempos. E o que isso dizia sobre ele, hm?

— A gente tem que ir. — Ele ouviu Nico dizer.

Eles realmente tinham. Com pressa, ajudou Nico a recolher as marmitas e o acompanhou para a próxima aula, descobrindo que Nico de fato estava na mesma sala que ele. Percy estava tão distraído em tentar se esconder que não via o que acontecia à sua volta? Bem, esse fato iria mudar a partir daquele instante.

***

Mais alguns dias tinham passado e com eles, Percy começava a prestar atenção à sua volta. 

Era estranho. 

Como Percy não tinha percebido a presença de Nico até aquele momento? Em qualquer direção que Percy olhasse, Nico estaria ali, em qualquer lugar ou hora do dia, também. Isso é, até que ambos fossem para suas respectivas casas, ensaios ou treinos, e ainda assim, Percy continuaria pensando em Nico; enquanto esperava seu irmão mais velho vir buscá-lo ou em casa ajudando a mãe cozinhar, provando novos pratos. Foi o que continuou acontecendo por um longo tempo, dias, semanas, meses até, era difícil ter uma noção de tempo quando as horas passavam tão rápido e os dias eram todos iguais. Sentia como se emergisse de um sono paralisante, algo que finalmente detinha sua atenção. Um dia ele notou que Nico sentava na frente da sala e bem perto da porta de saída. Em outro, Nico estava mais para o meio do cômodo e, então, o garotinho apareceu do seu lado, dividindo a carteira dupla com ele. Grover estava na carteira ao lado da sua com Júniper, Luke atrás dele com Thalia.

Percy olhou mais uma vez para Nico e o viu escrevendo algo em volta de um desenho, um elmo negro, a caligrafia tão bonita quanto os traços da figura. Percy queria perguntar desde quando eles sentavam juntos. Desde quando Nico fazia parte do grupo de seus amigos e desde quando ele se sentia tão confortável com a presença Nico, com a quietude que os atos de Nico traziam. Ao contrário disso, ele disse na voz mais baixinha possível:

— O que é isso?

— Hm? — Nico murmurou e olhou para ele, tão calmo como sempre. — Um design para uma novel. Não sei se vou terminá-la.

O mais estranho era que ele sabia exatamente sobre o que Nico falava, Percy tinha visto o rascunho da novel em um dos intervalos compartilhados com comida, e como tudo o que Nico fazia, era lindo e delicado, como se Nico colocasse uma parte de sua alma em cada coisa que tocasse com as mãos, fosse um pedaço de papel, arte, comida ou a tarefa de casa.

— Você devia. É lindo.

Nico não disse nada, ele apenas abaixou a cabeça e continuou rabiscando, seu rosto escondido por detrás dos cabelos compridos e negros que brilhavam ao refletir a luz do sol. Nico em seguida rabiscou uma espada e uma armadura, luvas de couro, uma coroa de rosas. Quanto mais ele via Nico desenhar, menos Percy entendia o que tanto prendia sua atenção. Talvez fossem as mãos magras, dedos longos e elegantes, talvez fosse a atitude concentrada de Nico ou ainda, fosse o corpo relaxado ao lado do seu, sua cabeça junto a de Nico, admirando os traçados suaves que revelavam tanta beleza.

— Muito bem, pessoal. Peguem seus livros. — A professora disse e do nada, parte da magia foi quebrada.

Os desenhos ainda estavam no caderno de Nico, tão bonitos quanto antes e eles ainda estavam colados um ao outro, inclinados sobre a carteira compartilhada. A diferença é que Nico tinha tencionado e olhado para cima em direção a Percy, como se Nico não tivesse prestado atenção ao que acontecia em volta dele até ouvir a voz da professora. Percy também percebeu algo, talvez ele estivesse muito perto de Nico, o abraçando pelos ombros feito uma prisão sem escapatória.

— Desculpa. — Mesmo com tudo isso em mente, Percy não faz nada para se afastar ou soltá-lo.

Se Percy achava que Nico era a coisa mais bonita que ele já tinha visto, nada se comprava em ver o rubor se espalhar no rosto de Nico, a pele morena tomando um tom mais quente, ao olhar e ao toque também, porque mesmo sobre as roupas, Percy podia sentir o calor emanar de Nico nos pontos onde eles se tocavam, nos ombros e nos quadris, quase fazendo Percy tocar naquele rosto delicado e bonito.

— … porto.

— O que foi?

— Eu não me importo. — Nico repetiu no mesmo tom baixo e discreto, logo em seguida se voltando para seu caderno, pegando os livros que eles iriam precisar.

Percy teve a impressão que Nico se importava, sim, porém, de um jeito… positivo. Viu o garotinho abrir o livro na página certa, se encostar no apoio da cadeira e contra seu braço e começar a ler enquanto a professora explicava o assunto, como se aquela cena fosse algo completamente comum. Isso fez Percy se perguntar mais uma vez: ele já havia feito isso com Nico? Desde quando eles eram tão próximos? Não era Annabeth que devia estar a seu lado? Quer dizer, eles nunca foram tão próximos ou agiram feito ele e Nico estava agindo, mas… desde quando ela sentava do outro lado da sala com Clarisse e Silena? Ele não devia se importar um pouco mais além de levemente estranhar o acontecimento? Ela era sua amiga, não era…? Percy não devia sentir falta dela? Então, por que só havia percebido a ausência de Annabeth agora?

— Está tudo bem? — Ele ouviu uma voz suave a seu lado, e então, a mão de Nico pousou sobre seu braço, Percy encontrando o semblante fincado em preocupação do amigo.

Percy respirou fundo, deixando seus ombros relaxarem e se viu sorrindo, algo dentro de seu peito se esquentando e pulsando, como se a faísca de um sentimento desconhecido dentro dele estivesse acordando.

— Está tudo ótimo. Maravilhoso. Incrível.

— Seu bobo. — Nico revirou os olhos e voltou a se encostar contra ele, continuando a ler o texto que a professora tinha pedido.

Bem, depois disso, Percy entendeu rápido o que acontecia; ou melhor, sua psiquiatra tinha lhe ajudado a entender. Nico não estava o perseguindo, mas de fato, Nico fazia o mesmo que ele; tentava viver uma vida discreta e longe dos olhares curiosos. Até ele com seus onze anos de vida admirava a imagem que Nico fazia, o garotinho se destacava tanto entre os outros alunos que Percy conseguia notar claramente a diferença. Cabelos lisos e ondulados, grossos, boca pequena e carnuda, intensos olhos negros, era um conjunto tão bonito que chegava a dar a Nico um ar andrógeno e feminino, embora fosse impossível confundir Nico com uma garota.

A questão era que Nico tinha encontrado os melhores lugares para se esconder, os mesmos que Percy tinha encontrado também. A sala de música, a floresta, as arquibancadas que ficavam perto das quadras de esporte mais afastadas das salas de aula.

Percy não podia se conter, dia após dia, se pegava fazendo os mesmos passos.

Além de passar seu tempo em sala de aula perto de Nico, sempre na hora dos intervalos, fosse durante o dia ou à tarde, ele se via andando e encontrando seu caminho para a familiar arquibancada com a familiar cabeleira ao canto mais distante tentando se esconder. Eles nunca combinavam em voz alta, era apenas algo que tinha se tornado rotina. Nico saia primeiro, Percy trocava algumas palavras com os amigos que tinham restado e então ele seguiria Nico; praticaria basquete durante alguns minutos na quarta coberta e em seguida, se sentaria ao lado de Nico, aceitando uma marmita recheada das coisas que ele mais amava, bolo e torta, suco de Mirtilo também, e às vezes, Nico o surpreenderia, batatas assadas ou panquecas; se Nico estivesse de bom humor uma lasanha ou algo italiano. Não importava o que fosse, Percy comeria cada grão e cada pedaço de comida de bom grado. Se Nico fazia para ele, o mínimo que ele podia fazer era retribuir comendo tudo. Mas parecia tão pouco em comparação com o que Nico fazia por ele… Percy queria compartilhar com Nico algo que fosse importante e valioso também. Mas o que poderia ser mais valioso do que compartilhar a comida que você mesmo fez com alguém?

— Os seus desenhos são muito bons. Onde você aprendeu?

Eles estavam mais uma vez nas arquibancadas, Percy ignorava a bola que ainda estava em suas mãos para ver Nico levar uma garfada de comida a boca, parando no meio do caminho com o garfo entre os lábios.

— Hm?

— Onde você aprendeu a desenhar?

— Ah, isso? — Então, Nico olhou para o próprio colo onde o caderno estava, e colocou sua marmita no chão. — Eu tinha muito tempo livre.

Percy não sabia se tinha entendido… mas Nico sorria para ele, parecendo ter entendido sua confusão.

— Eu não tenho amigos. Nunca tive. Imaginação era tudo o que restava.

— E eu sou o quê? Uma árvore?

— Não, você é um atleta popular e rico.

— Você tem razão. Eu tenho muitas riquezas, que tal você dividir comigo?

— O que você está dizendo? — Nico sorriu mais uma vez e Percy sentiu um palpitar no peito que não tinha nada a ver com a asma que ele tinha quando bebê.

— Minha mãe gosta de cozinhar.

— Isso não é óbvio? Quer dizer, ela tem um restaurante, não tem? — Nico disse e inclinou a cabeça para o lado, como se isso fosse fazê-lo entender o que Percy queria dizer com isso.

— Ela ia adorar a companhia.

— A gente… não tem um trabalho para terminar?

— Eu tenho bastante espaço em casa. Minha mãe não vai se importar.

— Você tem certeza? Eu nunca fui na casa de ninguém.

Isso só fez o peito de Percy se apertar mais ainda.

— Sempre tem a primeira vez, certo?

Nico olhou para ele, parecendo analisá-lo dos pés a cabeça e acabou dando de ombros.

— Vou confiar em você.

Naquela época Percy não sabia o porquê de tantas palpitações ou porque a sensação de alívio tinha o tomado de forma tão intensa. Mais tarde, ele reconheceria isso como o medo de ser rejeitado, e mesmo que ele não entendesse ainda, sabia que alguém tão doce, bonito e talentoso como Nico nunca o rejeitaria de forma tão rude. Desse jeito, eles terminaram de comer e seguiram para suas próximas aulas, combinando de se encontrar no portão principal após a última aula.

***

Percy admitia, tinha perdido mais tempo do que pretendia falando com a professora de literatura. Aparentemente, ele precisa se esforçar mais se quisesse ter um futuro naquele colégio. Ela brigou com ele, abordou cada coisinha errada que ele tinha feito, e ainda por cima passou tarefas extras para se certificar que seus erros seriam corrigidos. Percy saiu da sala de aula o mais rápido que pôde assim que viu as horas e correu pelos corredores em direção ao portão principal da escola. Quando chegou no lugar que ele e Nico tinham marcado, se lembrou porque Nico vivia se escondendo pelos cantos, o que fez Percy se lembrar porque ele também se escondia.

Eles já tinham vivido essa cena. Nico estava prensado contra a parede do muro ao lado de fora do portão e dois garotos o rodeavam, um deles segurando Nico pelo pescoço enquanto o outro olhava ao redor de forma suspeita. A diferença dessa vez era que uma multidão os observava e ninguém fazia nada para impedir o que estava prestes a acontecer. Percy se aproximou deles, fingindo ser mais um espectador, ouvindo murmúrios, enquanto um dos garotos falou:

— Quem vai te proteger agora, hein? Por sua culpa nossos amigos foram expulsos. Porque você não se coloca no seu lugar e--

— Que lugar seria esse?

Percy não conseguiu se segurar. Dessa vez, ele não queria explicações. Saiu do meio da multidão e quando viu estava cara a cara com os garotos, ou melhor, seu punho estava contra eles. A dor veio imediatamente, sentindo seus ossos se chocarem com o rosto daqueles garotos que por sinal eram mais velhos do que ele, mas que não eram páreo para Percy.

— É fácil mexer com pessoas menores que você, não é? Por que você não brinca com alguém do seu tamanho?

— Esse alguém seria você?

— O que você acha?

O silêncio se fez, silêncio esse que tinha se tornado comum não importava por onde Percy fosse. O nariz do garoto que ele tinha socado agora escorria rosto abaixo, o outro que tinha observado tudo chocado demais para reagir, pareceu acordar do transe. Esse seria o momento perfeito para eles revidarem, não? Bem, era o que as pessoas diziam, covardes logo desistem se encontram alguém que as combata. E foi o que eles fizeram, o garoto que tinha assistido seu amigo ser derrubado com um soco só, puxou o outro pelos braços, o ajudando a levantar e ambos cambalearam para dentro da multidão, fugindo com o rabo entre as pernas.

Percy os observou fugindo ao longe entre os carros e se virou para Nico que ainda estava encostado contra o muro, o canto de seus lábios avermelhados e em seus braços e pescoço, marcas de dedos e unhas. O pior era ver as lágrimas que não paravam de cair ou como Nico se encolhia, como se esperasse que outras pessoas fossem vir e fazer o mesmo com ele. Percy não pensou, se dando conta de que isso estava se tornando algo comum para eles, e Percy não gostava disso nenhum pouco, o fato de Nico ter que se esconder pelos cantos por causa do preconceito das pessoas. Foi até Nico e parou em frente a ele, oferecendo sua mão. Tinha aprendido da pior forma que tocar em alguém quando não se sente seguro ou quando estamos em choque era a pior coisa a fazer. Então, ele apenas ficou perto sem tocar em Nico, e tentou chamar a atenção dele:

— Nico. — Percy disse na voz mais suave possível.

— Não, eu… Percy? — Percy se segurou e tentou ser forte, Nico parecia estar reagindo a tudo pior do que na vez anterior.

— Desculpa. Eu não queria… eu estava te esperando… aí esses… esses garotos apareceram e…

Percy não sabia o que fazer. Sentiu seu coração quebrar quando Nico deu um passo em sua direção e abriu bem os olhos, suas pupilas desfocadas e molhadas, como se Nico estivesse acordando de um pesadelo, e segurou em suas mãos, tremendo e respirando rápido, ainda encolhido em si mesmo.

— Está tudo bem. Posso te abraçar?

— Me abraçar? Por que… porque você iria querer tocar alguém como eu?

— Parece que você precisa.

— Eu… preciso? — Então, Nico olhou para Percy com o olhar mais desolado e perdido que ele já havia visto.

— Nico. Está tudo bem. — Percy repetiu, se negando a aceitar o que aquelas pessoas estavam fazendo com Nico.

— Eu tenho… tenho que falar com Bianca, minha-- minha irmã.

— Nós vamos, depois que chegarmos na minha casa. Sim?

— Você promete?

— Eu prometo.

Então, como se uma chave tivesse sido virada, Nico segurou em seu braço e pegou suas bolsas do chão, dizendo: — Você deixou cair. — Simples assim, como se nada tivesse acontecido. Mas Nico ainda tremia, segurando mais firme em seu braço e entregando uma das bolsas para Percy, segurando a sua própria contra o peito na esperança de que a bolsa e Percy fossem protegê-lo.

Deuses! Como alguém podia fazer isso com um ser tão vulnerável e indefeso? O que Nico tinha feito para ser tratado dessa forma? Então, Percy olhou ao redor, reconhecendo aquelas pessoas. Alguns estavam na mesma classe que eles, outros Percy conhecia de passagem, e nenhum deles teve a decência de ajudar um colega sendo maltratado. Era por isso que diziam que ele era “rebelde” e se dependesse dele, as coisas continuariam exatamente como estavam.

— Você está pronto? — Percy disse quando viu que Nico começava a se acalmar.

— Hm. Obrigado.

Percy pegou a mochila do ombro de Nico, a colocou junto com a sua, e assim, guiou Nico pela mão entre os carros estacionados perto da escola, avistando uma caminhonete preta e familiar.

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Espero que vocês tenham se emocionado tanto quanto eu! Coitado do Nico. Por que eu sempre escrevo essas coisas? Juro que a próxima história o Nico vai ser a pessoa mais feliz e amada da face da terra.

Até a próxima. Até segunda tem a versão em inglês.


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1 month ago

No matter how much you dislike your own writing, I promise you it’s better than AI

4 months ago

Save a fanfic writer, leave comments on old fics

There is this a peculiar set of reasons and biases when it comes to NOT commenting on AO3.

They are all false, but here they are:

Do not comment on old fics

Do not comment on each chapter of a multichapter

Do not comment if the author left the fandom

Do not comment if the author doesn’t respond to comments

It can be summoned up as DO NOT ACT LIKE YOU ENJOYED THE WORK AND YOU LIKE THE AUTHOR.

It comes from the idea, that if you leave a comment on my old work, or leave too many comments, I will think you are strange, clingy, and gross.

Readers are imagining it as commenting on an old Facebook photo — only your granny and creepy strangers do that.

That is not the case with AO3.

Writers put their works there for long-term storage, and we expect, wish, and hope that you will like our works and tell us about it.

This all very interesting, not, but why should I care?

This has awful consequences.  Fanfic authors feel constant pressure to create more and crippling fear of being forgotten, useless, and being literally kicked away from fandom.

I’m online friends with a few great fandom authors, who wrote storied with thousands of kudos, but ALL of them at some point expressed this fear. Very talented people told me, “I’m not sure if I should have ‘writer’ in my bio. I didn’t post anything new in the last half of a year.”

Some young or entitled readers might say, “Hm, well, they are right. They should create MORE to be relevant. Isn’t that a good thing to push authors to write more?”

For better or worse, life doesn’t work like that. We are talking about real people, who go to real schools, have real jobs, families, and all the other important things outside the fandom. Some of them might push to create more from that fear, but most would only get more frustrated and depressed about the whole fanfic writing.

So, please, if you like the work comment on it.

Even if it’s old, even if it’s a multichapter, even if the author doesn’t have time and energy to interact. Especially in all those cases.

Encourage your authors, and show them your support.

7 months ago
Presented Without Comment.
Presented Without Comment.
Presented Without Comment.
Presented Without Comment.
Presented Without Comment.
Presented Without Comment.
Presented Without Comment.
Presented Without Comment.

Presented without comment.

EXCEPT to say- commonplacecaz.

1 year ago

Very True!

auroraescritora - Aurora Escritora

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2 years ago
It Me.

It me.


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1 month ago

Hey guys let me tell you about advance fee scams

I hope y'all are familiar with these in this day and age, especially my artists out there, because they're incredibly common.

About half an hour ago I posted a drawing and tagged it #artists on tumblr, and very quickly received this comment.

Hey Guys Let Me Tell You About Advance Fee Scams

My scam radar went off immediately, due to the generic blog name and lack of any emotion in the comment, but I decided it might be an entertaining venture so I dmed them. They asked for a drawing "of these", and sent me a random selfie. I got the details and told them it would be $15, and they promptly offered me $300. At this point I know it's a scam, but I play along for funsies and give them my paypal. Shortly, they send me this image for "confirmation" (I blocked out my email)

Hey Guys Let Me Tell You About Advance Fee Scams

And they began to insist that I checked my email. I looked in my spam folder and found the following email.

Hey Guys Let Me Tell You About Advance Fee Scams

This is fake. This is not a thing. And the "you're to refund the $200.00 back" is the scam. They send vaguely official-looking emails at you to "prove" that they sent you the money, then have you send them $200 (or however much the scam is for). Then, surprise surprise, you're out $200.

I continued to play along for a bit, and in the second email "Paypal" told me that I had to refund the $200 before they could "credit the $300 to my account", along with these lovely threats.

Hey Guys Let Me Tell You About Advance Fee Scams

And yeah, it's silly. But it's not silly if you don't know and get scammed. So. Spread, please! And thank you very much to @mlaurel for the opportunity to get these screenshots.

1 month ago

100 Passos para Escrever uma História - Introdução

Olá, como vai? Sejam bem-vindos ao primeiro projeto de ajuda a escritores do blog!

100 Passos Para Escrever Uma História - Introdução

Pensei em começar com algo mais simples e aleatório, porém, decidi por algo mais estruturado e que tenha certa continuidade, baseado em conteúdo completo e longo, muitos exemplos e exercícios práticos. Sei que por aqui é incomum posts muito grandes, eu, de fato, tinha planejado fazer dicas ou sugestões rápidas sobre escrita, mas acabou que durante minha pesquisa meu texto se tornou algo bem mais didático e informativo. Ainda que nem tudo vá entrar nesse guia, você é bem-vindo a questionar ou fazer sugestões, principalmente se algo não ficou claro ou se você quer entender o assunto com mais profundidade. 

Assim, eu gostaria que vocês vissem esses textos como um curso que vocês não precisam se aplicar cem por cento do tempo. Se alguém tiver interesse em participar ativamente, fazendo os exercícios, onde eu atuarei como uma instrutura de estudos, estaremos no Patreon (por 1 dolar por mês), e se for necessário, posso abrir uma classe no Google Classroom ou em outras plataformas que facilitem nossa comunicação e troca de aprendizado.

Bem, esse será nosso projeto pelos próximos meses, você pode nos acompanhar por aqui gratuitamente ou pode nos apoiar pelo Patreon. O projeto vai consistir em 100 passos (se for necessário, mais passos), divididos em 8 módulos, em média os posts vão ter mais 4 mil palavras. Assumo que eu poderia fazer algo bem mais curto e conciso (poderemos fazer isso no futuro), entretanto, meu objetivo aqui é abordar a maior quantidade de assuntos possível. Assim, esse será o nome do nosso projeto “100 Passos para Escrever uma história”. Os posts aconteceram a cada duas semanas, e dois posts por semana no Patreon. 

A seguir, quero compartilhar com vocês a lista com os 100 passos do nosso guia de escrita, detalhados, divididos em 8 módulos. Cada item traz um breve resumo do objetivo principal de cada passo.

Assim que os posts estiverem no ar, vou linkar por aqui também. Essa será nossa central de posts sobre o projeto. Assim que tivermos novidades, elas aparecerão por aqui.

Módulo 1: Ideação e Premissa (Passos 1 a 10)

Premissa narrativa, tema e desenvolvimento da ideia central Identifique o tema principal da sua história e crie uma premissa narrativa clara, que servirá como a espinha dorsal da sua trama. A premissa é o alicerce de sua narrativa e deve guiar todas as decisões criativas.

Ideação prática e curadoria de ideias narrativas Aplique técnicas como brainstorming, mapas mentais, diário de observação, catálogo de ideias e freewriting para gerar e organizar ideias de histórias. Além disso, utilize fontes de inspiração como experiências pessoais, filmes e livros para expandir seu leque criativo.

Teoria das cenas: função e estrutura Entenda o papel da cena como unidade fundamental da narrativa, estudando sua estrutura interna (início, meio e fim), o seu propósito dramático e como ela se conecta ao arco maior da história. Cada cena deve avançar a trama ou revelar algo crucial sobre o personagem.

Pesquisa de contexto e ambientação inicial Realize uma pesquisa detalhada sobre o cenário, época, cultura e contexto temático que sua história abrange. A autenticidade do seu universo depende dessa imersão, proporcionando uma base sólida e rica para os personagens e eventos.

Mapeamento de cenas e eventos-chave Liste os eventos importantes que formam o esqueleto da narrativa, como pontos de virada, clímax e resolução. Esse mapeamento ajudará a estruturar a progressão da história e a garantir que cada cena tenha um papel claro e significativo.

Mapeamento de personagens e funções dramáticas Defina o papel de cada personagem dentro da narrativa. Quais são seus arcos e como suas ações afetam o desenvolvimento da trama? Personagens precisam ter um propósito narrativo claro e funções dramáticas que contribuam para o avanço do conflito.

Conflitos principais e microtensões O conflito é o motor da narrativa. Identifique o conflito central da história e as microtensões que mantêm a trama instigante e envolvente. Ambas as formas de conflito (interno e externo) devem ser bem equilibradas para gerar o máximo de tensão.

Exercício de sinopses curtas Crie sinopses de sua história em diferentes formatos: uma frase, um parágrafo e uma página. Isso ajudará a testar a clareza da sua ideia e a definir sua narrativa de maneira concisa e impactante.

Diferença entre ideias e histórias Aprenda a distinguir entre uma ideia (um conceito vago) e uma história (um enredo completo e bem estruturado). Muitas vezes, uma boa ideia precisa ser trabalhada para se tornar uma narrativa envolvente.

Processos criativos no início do projeto Descubra os métodos e abordagens que podem facilitar o início de um projeto de escrita. Saiba como gerar uma explosão de ideias, quais ferramentas utilizar, como começar a rascunhar a ideia central e os primeiros passos para o desenvolvimento de uma história.

Módulo 2: Estrutura e Planejamento (Passos 11 a 20)

Estrutura clássica em três atos Compreenda como dividir a narrativa em três atos: introdução, desenvolvimento e conclusão. Esse formato clássico é essencial para criar uma história que flui bem e mantém o leitor engajado.

Estrutura em cinco atos e variações modernas Explore a estrutura em cinco atos e suas variações, permitindo que você crie narrativas mais complexas. Essa estrutura pode ser usada para histórias com múltiplos pontos de vista ou enredos intercalados.

Jornada do herói (e do anti-herói) Estude os estágios da jornada do herói, adaptando-os para o seu protagonista. Esse modelo arquetípico pode ser ajustado para heróis, anti-heróis ou outros tipos de personagens, ajudando a estruturar sua trajetória.

Sequências e pontos de virada Planeje eventos importantes que alterem o curso da narrativa, como mudanças drásticas na história ou revelações impactantes. Esses pontos de virada mantêm a trama dinâmica e interessante.

Ritmo narrativo e alternância de tensão Domine o ritmo da narrativa, alternando entre momentos de alta tensão e pausas mais reflexivas. Isso ajuda a controlar a velocidade da história, criando picos emocionais e permitindo momentos de respiro.

Subtramas integradas à trama principal Desenvolva histórias paralelas que enriqueçam a narrativa principal, explorando temas, personagens e conflitos que complementem o enredo central.

Linha do tempo dos eventos Organize os eventos cronologicamente para garantir que sua história tenha uma progressão lógica e coesa. A linha do tempo também ajuda a visualizar se os eventos estão bem distribuídos e equilibrados ao longo da narrativa.

Estrutura de capítulos Planeje a divisão do texto em capítulos de forma coerente e equilibrada. Cada capítulo deve funcionar como uma unidade independente, mas também contribuir para o desenvolvimento da trama global.

Checklist de funções narrativas e coerência estrutural Avalie se cada parte da sua história cumpre um papel específico dentro da narrativa. A coerência estrutural é fundamental para garantir que os eventos e personagens se desenvolvam de forma natural e lógica.

Cenas ativas e passivas: teoria, aplicação e efeitos dramáticos Entenda a diferença entre cenas ativas (com ação e mudanças) e passivas (reflexivas e descritivas). Use essas abordagens de forma equilibrada para manter a narrativa dinâmica e profunda.

Módulo 3: Narrador, Voz e Ponto de Vista (Passos 21 a 31)

Narrador, ponto de vista, voz, imersão e confiabilidade Explore diferentes tipos de narrador (primeira pessoa, terceira pessoa, múltiplos narradores) e como cada um afeta a percepção do leitor. A voz do narrador deve ser coerente com o tom da história, e a manipulação da distância narrativa cria níveis variados de imersão.

Narrador confiável e não confiável Analise como o narrador pode ser confiável ou não confiável, influenciando como o leitor percebe os eventos. Um narrador não confiável pode criar surpresas e reviravoltas interessantes na trama.

Técnicas de fluxo de consciência Dê profundidade à mente dos personagens permitindo que seus pensamentos mais íntimos e caóticos sejam apresentados de forma fluida e sem muitas interrupções, criando uma conexão íntima com o leitor.

Construção de estilo narrativo pessoal Identifique seus traços autorais e desenvolva um estilo de escrita único. Sua escrita deve refletir sua voz pessoal, tornando a narrativa distinta e envolvente.

Narrador-personagem e metanarrativa Trabalhe com narradores que são personagens dentro da história ou com narradores que comentem sobre o próprio processo narrativo (metanarrativa). Isso pode acrescentar complexidade e um toque de autoconsciência à obra.

Decisões narrativas e coesão de ponto de vista Reflita sobre suas escolhas narrativas e como elas afetam a coesão e fluidez da história. Mantenha consistência nas decisões sobre ponto de vista e foco narrativo ao longo da narrativa.

Manipulação de tempo e flashbacks Experimente com a manipulação do tempo, utilizando flashbacks ou avanços temporais para revelar informações cruciais de forma gradual, mantendo o suspense e a profundidade emocional.

Diálogo interno vs. diálogo externo Explore as diferenças entre o diálogo interno (os pensamentos do personagem) e o diálogo externo (as conversas reais entre personagens). Ambos são fundamentais na construção do personagem e no avanço da trama.

Conflito entre os pontos de vista Avalie como os diferentes pontos de vista dos personagens podem gerar conflitos interessantes e aumentar a complexidade da narrativa.

Diálogo como ferramenta de construção de personagens Utilize o diálogo não apenas para avançar a trama, mas também para revelar traços de caráter e motivações dos personagens.

O papel do narrador no desenvolvimento do tema Determine como o narrador pode guiar o entendimento do tema e das mensagens subjacentes à história.

Módulo 4: Personagens e Diálogos (Passos 32 a 51)

Criação de personagens tridimensionais Desenvolva personagens com profundidade, dando-lhes uma história de fundo, motivações, medos e desejos. Personagens tridimensionais são mais realistas e complexos, engajando melhor o leitor.

Motivação e objetivos dos personagens Cada personagem deve ter objetivos claros que orientem suas ações. As motivações precisam ser entendidas e justificadas para que o comportamento dos personagens faça sentido na narrativa.

Construção de arcos de personagem Defina como os personagens evoluirão ao longo da narrativa. Arcos bem definidos ajudam a criar uma progressão emocional e psicológica que engaja o leitor.

Diálogo e subtexto O diálogo deve ser realista, refletindo a personalidade e motivações dos personagens. Use o subtexto para transmitir informações implícitas e emocionais que não são ditas diretamente.

Confiança e falhas dos personagens Explore tanto as virtudes quanto as falhas dos personagens, desenvolvendo relações baseadas em traços contraditórios e complexos, tornando-os mais humanos e interessantes.

Personagens coadjuvantes e antagonistas Crie personagens secundários e antagonistas com motivações e arcos próprios. Eles devem ter um papel significativo na narrativa, afetando diretamente o protagonista.

Construa uma rede de relações entre personagens As interações devem ser complexas e multifacetadas, refletindo dinâmicas que impactem tanto os personagens principais quanto os coadjuvantes.

Contraponto de personagens Utilize o contraste entre personagens para criar tensão e profundidade. Personagens com características opostas podem gerar conflitos internos e externos interessantes.

Personagens arquetípicos e clichês Explore os arquétipos (como herói, mentor, vilão) de maneira criativa, subvertendo clichês previsíveis para inovar na narrativa.

Diálogo natural e autêntico Faça com que o diálogo soe natural e realista, refletindo as diferentes vozes dos personagens. Evite conversas excessivamente expositivas ou artificiais.

Impacto emocional através do diálogo Utilize o diálogo para transmitir emoções profundas e impactar o leitor, explorando os conflitos internos dos personagens.

Reveja e refine cada diálogo Garanta que a voz de cada personagem seja distinta, consistente e contribua para o avanço do enredo.

O papel do vilão e antagonista Construa um vilão ou antagonista que vá além de uma simples força do mal, com motivações próprias, crenças e um arcabouço emocional que justifique suas ações.

Motivações internas e externas dos personagens Estabeleça as motivações internas (psicológicas e emocionais) e externas (sociais, materiais) que guiarão as ações e decisões dos personagens durante a narrativa.

Relações de poder entre personagens Examine como as dinâmicas de poder (físico, emocional, social ou psicológico) influenciam as interações entre os personagens e a própria narrativa.

Transformações emocionais e psicológicas Detalhe como as experiências e eventos da história afetam emocionalmente os personagens, tornando visíveis e justificáveis suas mudanças internas ao longo da trama.

Crescimento pessoal e fracassos Mostre como os desafios enfrentados pelos personagens os forçam a crescer ou a falhar, utilizando o fracasso como ferramenta para gerar tensão e evolução.

Desafios emocionais e dilemas morais Coloque os personagens em situações que os forcem a tomar decisões difíceis, desafiando suas crenças e valores e enriquecendo a narrativa emocionalmente.

Desenvolvimento de relações românticas e familiares Explore as dinâmicas de relacionamentos românticos e familiares como fontes de conflito, crescimento e apoio emocional.

Relações de amizade e lealdade Mostre como amizades leais ou traições podem adicionar uma camada de complexidade emocional, explorando temas como confiança e traição.

Módulo 5: Conflitos e Temas (Passos 52 a 63)

Definindo o conflito central Identifique o principal conflito que impulsiona a trama, envolvendo diretamente o protagonista e outros personagens chave.

Tipos de conflitos: internos e externos Compreenda a diferença entre conflitos internos (psicológicos) e externos (físicos ou sociais) e como ambos podem ser usados para criar tensão e drama.

Construindo tensão dramática Aprenda a construir tensão de forma gradual, intercalando momentos de alívio com picos emocionais que aumentem a urgência da história.

Resolução do conflito Planeje um clímax que resolva o conflito de forma impactante, mesmo que envolva sacrifícios ou consequências difíceis, podendo ser ambíguo ou aberto.

Tema e subtema Defina o tema central e os subtemas que enriquecerão a narrativa, transmitindo a mensagem ou lição desejada.

Contraposição de temas e personagens Use a oposição entre temas e a personalidade dos personagens para criar profundidade e complexidade, fazendo com que ideias diferentes entrem em conflito.

Mensagem implícita e explícita Decida quais mensagens serão transmitidas de forma explícita (por meio de diálogos ou eventos) e quais serão implícitas (por meio de simbolismo ou subtexto).

Desafio moral ou ético Introduza dilemas morais ou éticos que desafiem tanto os personagens quanto o leitor, gerando engajamento emocional.

Conflitos de caráter Explore os conflitos internos oriundos das falhas, desejos e dilemas dos personagens, tornando a narrativa mais envolvente e humana.

Reviravoltas temáticas Utilize reviravoltas para desafiar as expectativas do leitor e mudar a direção da história, aprofundando o tema de forma impactante.

Símbolos e metáforas Enriqueca o enredo com símbolos e metáforas que adicionem camadas de significado à história.

Revisão da integração dos conflitos Confirme que os conflitos e temas estão bem entrelaçados, contribuindo para o desenvolvimento dos personagens e do enredo.

Módulo 6: Desenvolvimento e Progressão da Trama (Passos 64 a 71)

Construção de cenas poderosas Crie cenas visualmente marcantes e emocionalmente envolventes. Cada cena deve ter um propósito claro e impactar o desenvolvimento da trama ou dos personagens.

Aprofundamento das motivações Mergulhe nas motivações profundas dos personagens, revelando as razões subjacentes para suas ações, de forma que as reações sejam realistas e interessantes.

Evolução do protagonista e antagonista Mostre a transformação dos personagens em resposta ao conflito, permitindo que tanto o protagonista quanto o antagonista mudem ao longo da narrativa.

Transições entre cenas e atos Garanta que as transições entre cenas e atos sejam suaves e naturais, evitando quebras abruptas que prejudiquem o fluxo da história.

Cenas de confronto e resolução Planeje encontros decisivos que resultem no confronto e resolução de conflitos, alterando o curso dos eventos.

Uso da tensão para construir o clímax Acumule tensão ao longo da narrativa para criar um clímax inevitável e surpreendente.

Reavaliação do impacto emocional das cenas Revise cada cena para assegurar que ela gere o impacto emocional desejado, ajustando ritmo, diálogos e descrições conforme necessário.

Manipulação do tempo e flashbacks Utilize flashbacks e alterações temporais para revelar acontecimentos passados que influenciem o presente, sem prejudicar o fluxo da narrativa.

Módulo 7: Estilo e Voz (Passos 72 a 87)

Definição do tom e atmosfera Estabeleça o tom e a atmosfera desde o início, definindo se a narrativa será sombria, alegre, melancólica ou irônica.

Construção de estilo narrativo único Desenvolva uma voz própria que reflita sua personalidade e se destaque na forma como a história é contada.

Manipulação da linguagem e figuras de linguagem Utilize metáforas, símiles, aliterações e outras figuras de linguagem para tornar a narrativa rica e envolvente.

Pacing e controle do ritmo narrativo Ajuste o ritmo da narrativa por meio da alternância entre frases curtas e longas, criando um fluxo que corresponda à intensidade dos eventos e emoções.

Variações de perspectiva narrativa Experimente diferentes pontos de vista e distâncias narrativas para conferir variedade e profundidade à história.

A força do silêncio e da omissão Saiba quando deixar informações subentendidas para criar mistério e incentivar a participação ativa do leitor na interpretação.

Revisão de estilo para consistência Garanta que o estilo narrativo permaneça uniforme ao longo da obra, evitando mudanças abruptas que prejudiquem a imersão.

Uso de diálogos para aprofundar personagens Utilize os diálogos para revelar as nuances emocionais e a personalidade dos personagens, indo além da simples troca de informações.

Escrita concisa e precisa Busque a economia de palavras, eliminando redundâncias e excesso de descrição que possam comprometer o ritmo da narrativa.

Alteração da voz narradora conforme o desenvolvimento Permita que a voz narradora evolua gradualmente, refletindo as mudanças internas dos personagens ou do ambiente.

Ritmo interno de parágrafos e frases Controle o ritmo da leitura ajustando a estrutura e o comprimento das frases e parágrafos para criar efeitos de tensão ou leveza.

Estilo de escrita para diferentes gêneros; Quebra da quarta parede e metanarrativa; Intensificação do tema através do estilo Adapte seu estilo ao gênero narrativo, utilize a quebra da quarta parede quando apropriado e intensifique o tema por meio da linguagem.

A importância da descrição e dos detalhes sensoriais Descreva ambientes, personagens e ações com detalhes sensoriais, usando visão, olfato, tato, audição e paladar para transportar o leitor para dentro da história.

Exposição e como equilibrá-la com a ação Evite sobrecarregar o leitor com exposição excessiva; equilibre a apresentação de informações com a ação, revelando dados cruciais de forma gradual e natural.

Usando a voz ativa e passiva de forma estratégica Escolha entre voz ativa e passiva de acordo com o efeito desejado: a ativa para ação mais dinâmica e a passiva para focar em consequências ou estados.

Mostrar vs. Dizer Aprenda quando “mostrar” (descrever ações e sentimentos de forma que o leitor interprete por si mesmo) e quando “dizer” (informar de maneira direta e informativa).

Módulo 8: Revisão e Edição (Passos 88 a 99)

Análise crítica da estrutura narrativa Avalie sua história em termos de estrutura. Certifique-se de que os eventos se desenrolam de forma lógica e que os pontos de virada são bem posicionados.

Revisão dos personagens e suas trajetórias Verifique se os personagens evoluem de maneira coerente, com arcos bem definidos que se alinhem ao desenvolvimento da trama.

Ajuste de ritmo e sequência de cenas Identifique áreas onde a narrativa possa estar desequilibrada e ajuste a ordem ou intensidade das cenas para manter o interesse do leitor.

Revisão de estilo e voz Certifique-se de que a voz e o estilo narrativo se mantenham consistentes, adaptando-os conforme necessário para refletir a intenção da história.

Corte de cenas desnecessárias Elimine trechos ou cenas que não contribuam para o desenvolvimento da trama ou dos personagens, mantendo o foco na narrativa.

Aprimoramento de diálogos e monólogos Refine os diálogos e monólogos para que cada palavra contribua de forma autêntica para a narrativa, revelando sentimentos e intenções dos personagens.

Consistência de detalhes e continuidade Verifique se os detalhes apresentados se mantêm consistentes ao longo da obra, garantindo continuidade na narrativa.

Atenção ao ponto de vista Mantenha a coesão do ponto de vista narrativo, evitando mudanças abruptas que possam confundir o leitor.

Revisão de inconsistências no tema e subtemas Corrija discrepâncias e reforce a presença dos temas e subtemas em toda a narrativa.

Feedback de leitores beta e ajustes finais Colete opiniões de leitores beta e, com base no feedback, faça os ajustes necessários para aprimorar a história.

Realização de ajustes finais Integre as últimas revisões e garanta que o texto esteja coeso, impactante e fiel à sua visão.

Leitura final para polir o texto Faça uma última leitura focada na correção de erros e na melhoria da fluidez e do impacto emocional da narrativa.

Passo Final

Refinar a introdução e conclusão Certifique-se de que a introdução prenda a atenção do leitor e que a conclusão ofereça uma resolução satisfatória, seja ela aberta ou fechada.

Espero que você possa nos acompanhar nessa jornada, seja sendo um companheiro silencioso ou um estudante dedicado.

Link no Patreon. (Você precisa se inscrever, sem pagar nada, para acompanhar os posts pelo Patreon). Ainda essa semana teremos posts por lá. A postagem por aqui começa na próxima semana. Até logo!


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auroraescritora - Aurora Escritora
Aurora Escritora

Sejam bem-vindos! Olá, esse é meu blog pessoal. Escrevo fanfics Pernico/Nicercy e orginais, e reblogo alguns posts de vez em quando. História Atual Não há lugar como o Lar - versão em Portugues There's no Place like home - English version Resumo: Nico está voltando da Itália depois de passar dois anos por lá e encontra Percy, o melhor amigo que ele deixou para trás, mas que manteve contato nesse tempo afastado. O resto se desenvolve a partir desse reencontro. Se você quiser saber o que eu escrevo, siga a tag #my writing

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