Curate, connect, and discover
Hi, how are you? As I promised, I'm here with a new story. I mean, it's not new, but I've never posted it here. However, I already have some chapters posted elsewhere, on Tapas and Patreon in portuguese, in their original versions. They're going to be short chapters, but I still wanted to share them with you, especially in case plagiarism shows up. (Someone came along with a sad story trying to use my story and my words, you know? So I'll bring other stories here too, for documentation purposes)
We have a portuguese verson too. Right here.
This story started because I wanted to tackle something different, something very cliché, something quick that turned out to be longer and more in-depth than I wanted (I was trying to overcome the blockage of another story). Sometimes the life story of the characters speaks louder, and so the story was born. A father who's trying his best and a boy who's scraping together money to get into a top college.
As always, the characters are very OOC, quite out of character with the canon, although I've tried to keep their essence. So, consider the story more of an original than a fanfic. I decided to focus on character and world building that sounded realistic. I thought about how Percy would act and what his personality would be if he was raised in a strict and demanding way, among incredibly wealthy people and educated to be the CEO of one of the most important companies in one of the most important metropolises in the world. Nico, on the other hand, comes from a humble background, his father being involved with political figures in a small town just a few hours from the big city, raised to conform to whatever his father decided was right, but wanting more of life than to marry whoever his father told him, more than to conform to a small town life.
Basically, that's the premise of this story. Now, how these two people meet is the mystery that will soon turn into something more than pure attraction. So far I have two narrative arcs ready, the story currently at 95,000 words. There is no sex in the first 40,000 words, although there is some innuendo that sounded more interesting to me than the sex itself.
The first chapter is slightly slow, but I promise that from the second onwards things will get more interesting. The chapters are short because the monetization platform requires the chapters to be short, so I strutured the chapters this way. So every three parts would be what I usually put in a chapter. If you could read it and give me some honest feedback, I'd appreciate it. I'm thinking of deleting the entire first chapter, so your opinion might help me decide that.
Now, on to the official information:
I have two covers for this story, although I usually use the second one.
Synopsis: Okay, he told himself. Nothing personal. Sure. No big deal, just another job where Nico would stay for a few months, make some money and move on to the next job until he had enough for college. He took a few steps towards the door and climbed the few steps, these made of white and gray marble. Soon after, he rang the doorbell before his nerves got the better of him. Impatient and overcome by anxiety, Nico rang the doorbell again, pressing the button harder than he intended at the exact moment the door opened, revealing a tall man, almost seven feet tall, with messy black hair and intense green eyes that stared at him with disinterest. Okay, nothing personal.
Nico!Babysitter, Percy!Teacher-father
This is a story about a student who, in order to have money for college, becomes a babysitter, meets the children's father and develops feelings/lust for him. From then on, fantasies begin to emerge and everything becomes complicated between them.
Summary: Nico, a twenty-year-old boy, works to pay for college when he is fired from his current job. In search of another, he meets Percy Jackson, a businessman and university professor, the father of the children he will be taking care of for the next few months. From then on, Nico becomes more involved with the Jackson family than he expected.
Fandom Percy Jackson and the Olympians & Related Fandoms - All Media Types Percy Jackson and the Olympians - Rick Riordan
Ship Nico di Angelo/Percy Jackson past Will Solace/Nico di Angelo
Personagens Percy Jackson Nico di Angelo Annabeth Chase Jason Grace Hazel Levesque Will Solace Hades Alice Jackson Logan Jackson
Tags Friendship Love Anguish Alternative universe Nico!Babysitter Percy!Teacher Original characters D/s elements Age difference
The first chapter will be out in a few minutes.
Olá, como vai? Mais um capítulo chegando. Nessa parte Nico e Percy vão se conhecer. Espero que vocês gostem!
CAPÍTULOS ANTERIORES: Capítulo I
Nico desceu do ônibus e parou em frente a um grupo de casas luxuosas, já estranhando o lugar. Ele segurou o celular com força e verificou o endereço que lhe mandaram. Sim, era ali, Rua dos pinheiros… eh… o que parecia estar certo, havia árvores tão altas que pareciam desaparecer entre as nuvens. Ele deu de ombros e andou pela calçada larga, sentindo como se entrasse em um mundo desconhecido ao ver que os tijolos no chão eram pintados de uma cor amarela num tom dourado e fosforescente, se estendendo sem fim por longos quilômetros que mais parecia sair de um conto de fadas conforme as fileiras de residências se perdiam ao horizonte e além.
Ele não podia evitar, se via deslumbrado por aquele lugar; eram os grandes portões que delimitavam as propriedades, as separando por muros ainda mais altos. Árvores gigantes e canteiros menores com flores em diferentes formatos e cores que bloqueavam a visão das outras casas ou do que havia dentro daqueles portões.
Ele continuou andando e parou em frente ao conjunto que tinha o número 17, onde mais um grande portão de ferro negro subia mais alto do que ele podia ver. Nico não conseguia expressar como era estranho estar num lugar como aquele, o ambiente era tão quieto e a ausência de qualquer pessoa por ali fazia sua pele se arrepiar. E só para ter certeza, ele verificou mais uma vez se aquele era o endereço correto. Nico coçou os cabelos, tentado a abrir mais uma vez o e-mail com os dados do contratante, porque aquilo só podia ser um engano; o que ele presenciava não podia ser chamado de casa. Agora que chegava bem perto dos portões, podia ver que era um conjunto de pequenas mansões bonitas e bem estruturadas. Cercas brancas, largos jardins, parques, piscinas, academias e tudo mais o que pudesse ser imaginado, além de seguranças que protegiam o perímetro ao redor da propriedade e nas áreas comuns a todos os moradores.
Parecia que ele de fato tinha entrado em uma realidade paralela, o que era estranho. Nico sentia que ele não era alguém que aquelas pessoas contratariam para trabalhar ali, alguém sem faculdade, sem qualificações ou indicações profissionais adequadas. Mas já que Nico estava ali… ele deu de ombros outra vez. Que mal tinha em tentar?
Ele andou até a frente do portão e apertou o interfone:
— Com licença, sou Nico Di Ângelo. Tenho uma reunião com Annabeth Chase na casa 4.
— Sim, bom dia. A Senhorita Chase deixou um recado. — O porteiro solicito e educado, lhe disse. — Ela pede desculpas por não poder recebê-lo pessoalmente. Nós o encaminharemos até o local.
Restou a Nico agradecer e esperar que os portões se abrissem.
Ele jurava que estava tentando manter a mente aberta, porém, a coisa mais esquisita aconteceu em seguida. Enquanto parte do portão deslizava para o lado, dois seguranças com o triplo do seu tamanho o olharam de cima a baixo e pararam em sua frente.
— Documentos. São regras do condomínio. — Nico achou mais estranho ainda, mas tudo bem. Já que ele tinha embarcado nessa loucura, iria até o fim.
Ele abriu o zíper da mochila e entregou a eles sua carteira de habilitação. O mais alto e ruivo pegou o documento de suas mãos e tirou uma prancheta de dentro do posto da guarita, se aproximou, olhou para as informações que tinha e depois pareceu comparar com as informações do documento.
O mesmo guarda-costas escreveu alguma coisa no papel e entregou o documento e a prancheta para ele, dizendo: — Assine aqui. — Foi tudo o que o ruivo lhe disse antes de Nico assinar rapidamente e o segurança conferir a assinatura. Quando as informações pareceram bater, o outro segurança que estava ao lado acenou e o guiou até um carro que o esperava em frente a outro portão menor.
Nico se deixou ser encaminhado até o próximo portão e sentiu vontade de rir; primeiro, esse era algum tipo de prisão luxuosa? E em segundo, por que havia um carrinho de mini golfe ali? O mais interessante era que o carinho até vinha com um motorista particular.
Ainda achando graça, ele entrou no carro, colocou o cinto de segurança e se deparou com um garoto da idade dele, algo entre vinte e vinte e cinco anos, cabelos castanhos, olhos negros e um bonito sorriso largo.
— Primeira vez?
Ele acenou, tentando não demonstrar como tudo aquilo o incomodava e o divertia ao mesmo tempo.
— Não se preocupe, todo mundo fica meio assustado na primeira vez. Qual o seu nome?
— Nico.
— É um prazer, Nico. Você pode me chamar de Gabe. Vou te dar uma carona pelo tempo que você ficar por aqui.
— Por quê? Você acha que eu não vou ficar muito tempo?
— Ninguém fica. Não é nada pessoal. Você sabe como são essas pessoas.
— Como elas são?
— Acho que você vai descobrir, não vai?
Assim, quando ele menos percebeu, Gabe parou o carro em frente a casa de número 4.
Sorrindo com covinhas e dentes brancos, Gabe perguntou: — Eu posso? — E antes que Nico pudesse responder, Gabe o ajudou a tirar o cinto de segurança, deu a volta no carro e estendeu a mão para ele.
— Não se esqueça, não leve para o lado pessoal. — Ele piscou para Nico, todo charmoso e deu a volta no carro, entrando no lugar do motorista.
“Certo. Nada pessoal. Claro.” Nico pensou consigo mesmo, vendo Gabe se afastar rapidamente pelas ruas do condomínio, arrancando para longe dali.
Ele se permitiu respirar fundo e encarou a casa de dois andares que era rodeada por um jardim tão extenso que não era possível ver nada além da natureza, alguns carros e mais árvores que cresciam altas com folhagens volumosas. Não restava para Nico nada além de tentar ignorar a exuberância do lugar, dizendo a si próprio, não era nada demais; esse seria apenas mais um emprego onde ele ficaria alguns meses, faria um pouco de dinheiro e seguiria para o próximo trabalho até que tivesse dinheiro o suficiente para custear seus estudos. Apenas mais um dentre tantos outros.
Ele deu mais alguns passos em direção à porta e subiu os poucos degraus, esses feitos de um mármore branco e cinza, seguindo o resto do design da casa; tudo muito pálido e em tons pastéis, isso ficando claro até mesmo do lado de fora da casa. Em seguida, tocou a campainha antes que seus nervos falassem mais alto, restando a Nico respirar fundo mais uma vez, tentando se acalmar. Ele arrumou suas roupas amassadas e segurou na alça da mochila passando a mão nos cabelos, tentando ajeitá-los no reflexo da tela do celular, o que se provou ser inútil. Não havia milagre naquele mundo que o faria se sentir adequado ou bem-vestido, assim, ele se forçou a esperar o mais paciente que alguém como ele poderia.
Não era nada demais, disse a si mesmo mais uma vez. Ele sempre ficava nervoso no primeiro dia e isso nem tinha a ver com os chefes insuportáveis ou abusivos que Nico já teve o prazer de aturar, não, tudo isso estava impregnado em sua pele não importando para onde ele fosse. Fazia parte de sua condição psicológica. Embora isso não tenha durado muito tempo.
Impaciente e vencido pela ansiedade, ele tocou novamente a campainha, apertando o botão mais forte do que pretendia no exato momento em que a porta se abriu bruscamente, revelando um homem alto de quase dois metros de altura, cabelos negros bagunçados e intensos olhos verdes que o fitavam com desinteresse. O homem parecia ter pulado para fora da cama, vestindo apenas calças de moletom cinza e mostrando… mostrando uma trilha de pelos que levava a um certo volume avantajado naquele lugar.
— Sim? — O homem murmurou rouco, seus olhos mal se abrindo e tão sério que Nico pensou em dar meia volta e escapar daquela situação estranha.
Se sentindo pior ainda, como se alguém revirasse suas entranhas, Nico manteve seus olhos acima dos ombros do homem seminu e conferiu o celular, verificando novamente o e-mail que a agência tinha enviado.
Casa 4. Empregadora - Annabeth Grey.
— Posso falar com a senhora Annabeth Grey?
— Volte no próximo mês. Talvez no próximo ano, sim? Nunca pensei que ela gostasse dos mais novos… — O homem murmurou quietamente como se Nico não devesse ter escutado, principalmente a última parte, distraído, nem parecendo se importar com a presença dele.
— Senhor…?
— Jackson, Percy Jackson. — Ele disse de má vontade, bocejando.
— Sr. Jackson. — Nico falou. Ele fez questão de ignorar o que aquele senhor insinuava. — Me avisaram sobre a vaga de cuidador infantil. A agência me enviou aqui.
— Ah.
Percy Jackson não agiu como ele esperava. Não, o homem apenas levantou as sobrancelhas e o encarou pela primeira vez parecendo lhe analisar, o dissecando com seus analíticos e intensos olhos verdes, como se tentasse decidir se Nico valia o seu tempo. O que fez Nico se sentir ainda mais estranho, querendo se esconder e socar a cara daquele homem ao mesmo tempo.
— Você tem experiência com crianças? — Percy Jackson lhe disse, mesmo que não fosse o que o homem pretendia falar. Isso estava nítido para Nico.
— Cuido dos meus irmãos desde criança. Serve? — Quando Nico viu que parecia desrespeitoso demais, completou: — O anúncio não exigia especificações.
— Me deixe ver.
Não parecia ter sido um pedido.
— Claro. — Ele deu de ombros, fingindo não se importar com aquele interrogatório todo.
Nico entregou o celular para o Sr. Jackson e se sentiu vitorioso quando o homem não achou nada de errado. Sr. Jackson apenas pareceu ler, virou a cabeça para o lado e suspirou fundo, dizendo: — Típico dela.
— Se o senhor quiser posso ir embora. — Afinal, nenhum dinheiro era suficiente para passar aquele tipo de humilhação. Ou o que ainda estava por vir. Nico nunca tinha certeza do que poderia acontecer.
— A culpa não é sua. Entre.
Sr. Jackson deu espaço para que Nico entrasse e assim a porta se fechou, dando início a algo que ele em hipótese alguma poderia ter previsto.
Obrigada por ler. Sua presença é muito bem vinda. E se você puder me deixar um comentário dizendo o que gostou ou não, eu ficaria muito feliz. Não estou buscando alguém para afagar meu ego, e sim uma opinião sincera. De verdade. Vou adorar conversar com vocês.
Até logo,
Ana.
Olá, sejam bem-vindos a nossa história.
Quando comecei a escrever essa história, planejava fazer algo simples e que me permitisse explorar uma fantasia que eu sempre tive, o professor e o aprendiz, aproveitei para jogar no meio alguns tropes, como babá, found family, namorados abusivos, parentes mais abusivos ainda e uma dinâmica D/s discreta.
Sinto que seria interessante dar alguns avisos logo no começo. Nessa história não haverá sexo entre menores de idade, embora tenha certo desiquilíbrio mental devido à idade deles, e também desiquilíbrio socioeconômico, mas que com o tempo vai desaparecer completamente. No momento tenho pronto umas 100 mil palavras, com a promessa de dobrar esse valor. Pelo menos 150 mil a gente chega.
Se você quiser saber mais detalhes, veja aqui no índice da história. Espero que vocês possam me acompanhar nessa jornada.
Aquele não era um dos melhores dias na vida de Nico. De fato, não era a melhor semana, mês ou ano.
— Nico. — O gerente do lugar onde trabalhava disse assim que o viu se aproximar da porta de entrada.
Esse era o momento que Nico mais temia a cada manhã desde que começou a trabalhar naquele lugar.
Andrew McMillan se aproximou dele a passos despreocupados e parou em sua frente, o cumprimentando todo feliz e animado. O gerente tinha o cabelo penteado para trás, pele alva e olhos negros que sempre reviravam seu estômago. Nico não poderia dizer que o homem era feio, porque de fato, ele era um dos homens mais bonitos que já tinha visto. Mas tinha algo nele, algo por detrás daqueles olhos escuros e calculistas, que o fazia repensar cada palavra que saia da boca daquele homem, buscando o duplo sentido que sempre vinha, cedo ou tarde.
O gerente o olhou de cima a baixo, vitorioso, o fitando com maldade, olhos esses que faiscavam a cada segundo que se passava, em que nenhum dos dois dizia nada.
“É, era hoje”, Nico pensou.
Seus ombros caíram e ele suspirou, conformado com seu destino. Andrew pareceu ficar ainda mais feliz enquanto anotava algo em sua prancheta.
Sorrindo mais aberto ainda para ele, Andrew voltou a examinar Nico como se ele fosse um espécime misterioso, o apreciando daquela forma que fazia Nico se sentir desconfortável, algo que somente esse gerente conseguiu fazer em seus poucos anos de vida. E mesmo que fosse uma máscara, Nico não deixaria Andrew saber como esses olhares o faziam querer vomitar, como sua ansiedade aumentava conforme eles continuavam parados no meio da calçada, principalmente por saber que ninguém viria em seu socorro.
Isso só poderia significar uma coisa.
— Senhor, posso explicar tudo. Eu--
— O ônibus atrasou? Ficou preso no trânsito? — Andrew balançou a cabeça, fingindo pesar e tocou em seu ombro, fazendo Nico paralisar em repulsa, sentindo um medo que ele não sabia de onde vinha. — Dessa vez, não há nada que eu possa fazer por você.
— Por favor, eu preciso desse emprego!
— Estou do seu lado, você sabe disso, Nico. Mas regras são regras. Essa já é a quinta vez esse mês.
— Não tem nada que você possa fazer?
Nico se arrependeu de perguntar assim que as palavras saíram de sua boca.
— Talvez haja, mas não sei… — Andrew cruzou os braços e se aproximou de Nico, como se fosse contar um segredo a ele. — Isso requer um sacrifício. Você está disposto a isso?
— Ah. — Nico murmurou, dando um passo para trás.
Não era a primeira vez que Andrew falava uma coisa dessas. A questão é que Nico nunca havia levado a sério nenhuma dessas… sugestões, mas agora que ele estava ali, não sabia se iria querer continuar em lugar como aquele, mesmo que pudesse ou precisasse muito.
— Sinto muito, Nico. — Andrew disse, sua voz soando piedosa e gentil, para logo em seguida acrescentar: — Não podemos nos esquecer de passar no RH, certo?
Nico não sabia o que tinha mudado naquela manhã. Ele tinha acordado cedo, tomando banho, pegado sua mochila do encosto da porta de seu quarto e andado pelos corredores de sua casa, silenciosamente para não acordar ninguém. Tinha pegado o ônibus lotado no mesmo horário e enfrentado uma hora de viagem até chegar ao seu emprego atual, um restaurante que dizia ser gourmet, mas que, na verdade, era uma imitação híbrida desses restaurantes de comida rápida; hambúrgueres, sanduíches, milkshakes e pizzas de todos os sabores. E como em todos os outros dias, ele havia descido do ônibus bem em cima da hora e corrido para o digníssimo estabelecimento em que trabalhava.
É claro que seu gerente o esperava na entrada, como todos os outros dias. Ele tinha espiado para dentro do lugar e viu que eles já haviam aberto todas as portas, limpando as mesas e colocado as cadeiras nos lugares, podendo ouvir o barulho das pessoas já trabalhando em seus postos.
Assim, meio confuso, porém, aceitando seu destino, Nico seguiu Andrew pelo restaurante naquela estranha caminhada da vergonha. Não seria a primeira vez que algo assim aconteceria, o rodízio de trabalhadores sendo bem grande por ali. Ainda assim, a maioria das pessoas o olharam com sorrisinhos tão maldosos quanto o de Andrew, e os outros, que o encaravam com uma pena sincera, ele sentiria falta. Tirando isso, todo o resto podia se explodir se dependesse dele.
Nico levantou a cabeça, segurou firme em sua bolsa e foi para os fundos do restaurante onde ficava a contabilidade. Ele podia estar indo embora, mas Andrew se arrependeria por abusar de seu poder.
***
— Cara, eu não acredito que você fez isso! Meu pequeno herói. — Will disse, abrindo um sorriso enorme.
Nico não sabia por quanto tempo aguentaria isso.
Will olhou para ele de cima a baixo e o abraçou bem forte depois de apertar suas bochechas até que elas adormeceram de tão doloridas, o jeito do namorado se tornando tão energético que Nico pensou que elas fossem se distender e cair no chão, flácidas. Um beijo veio em seguida, doce e suave em seu rosto, outro no queixo, descendo devagar com aquelas pequenas bitoquinhas que só serviam para deixá-lo mais irritado.
— Will, para com isso! E eu não sou pequeno. Como um metro e setenta e nove pode ser pequeno?
Nico fechou os olhos por um momento e inspirou profundamente, ele apenas precisava respirar.
Geralmente não se importaria de Will estar tão perto, até gostava quando Will lhe tocava daquela maneira um pouco sexual demais, porém, nada que ultrapasse o que ele se sentia confortável em fazer. Hoje não era um desses dias; hoje essas carícias suaves o sufocavam, lhe fazendo sentir preso dentro de uma caixa que não havia escapatória ou buracos onde o ar pudesse entrar. Will o asfixiava, o estrangulando naquele cuidado que o namorado insistia em oferecer quando Nico não havia pedido por isso.
Ele respirou fundo e desviou dos lábios de Will, o empurrando pelo ombro. Deu uma mochilada em Will, seguido de um soco no ombro do namorado. Sim, Will, seu namorado corpulento e idiota apenas riu, o rosto quadrado e gentil lhe irritando um pouco mais a cada segundo. Se não bastasse ter passado duas horas na delegacia e ser questionado como se fosse ele quem tivesse cometido o crime, teve que ficar uma hora extra no escritório do RH negando os “bônus” e “benefícios” em troca de “confidencialidade”. Um tempo depois, quando foi liberado do interrogatório, Sr. Jones, dono daquela franquia, fez de tudo para que ele não prestasse queixa, ainda mais quando viu que as câmeras que ficavam na porta do restaurante haviam gravado tudo em áudio e vídeo, tendo provas suficientes para acusar o gerente de abuso de poder e assédio sexual.
Sinceramente? Nico sabia que não daria em nada e que o processo demoraria para ser julgado e, ao mesmo tempo, sabia que tinha que fazer aquilo; todas aquelas tardes tendo que ouvir as piadinhas que, no fundo, eram sinceras demais, precisavam ser denunciadas. Sem perder tempo e se sentindo muito vingado, Nico fez a única coisa que podia, pegou o celular e fez a denúncia. Logo viaturas bloquearam a frente do estabelecimento e os empregados foram dispensados, enquanto que o Sr. Jones e companhia foram processados por danos morais e abuso de poder. Agora, se ele ganharia o caso era algo a se ver no futuro quando a decisão judicial fosse tomada.
O problema real apareceu quando Nico foi solto do interrogatório. Sem dinheiro para o almoço e com a passagem do ônibus contada, decidiu que continuar com seu dia como se nada tivesse acontecido era a melhor das táticas. Se arrastando pelas ruas ao sair da delegacia, Nico caminhou as poucas quadras se forçando a visitar Will no centro comunitário, exatamente como ele sempre fazia naquela hora do dia; Nico se encontraria com Will na hora do almoço, o único momento onde Will estava livre para falar com ele e depois iria para casa procurar por outro emprego até que tivesse o suficiente para pagar os custos da faculdade.
Nico virou a esquina e continuou seu caminho, distraído e tão chateado pelas últimas horas que mal percebeu o que acontecia. Quando viu, mãos lhe puxaram pelas costas e o arrastaram para um beco ali perto enquanto alguém o prensava contra a parede e uma boca se colocava sobre a dele sem sua permissão. E de tão aflito só percebeu que era Will quando deu um soco no estômago dele e um chute bem-dado em sua virilha.
— Will Solace! — Nico arfou surpreso, irritado, enfurecido. Embora Nico admitisse que estava um pouco traumatizado com toda aquela experiência, aquele não era o momento ou o lugar certo para fazer esse tipo de coisa. Também admitia que não estava no seu melhor momento, Nico poderia matar alguém se lhe dessem a motivação certa.
Will não pareceu ligar para o que ele falava. Gemendo ofegante, Will se aproximou de Nico e o segurou pela cintura, falando: — Isso não se faz com um homem, baixinho.
Então, dessa vez, se sentindo culpado e um pouco temeroso pelo que Will poderia fazer, ou pior, temendo que Will dissesse algo para seu pai, Nico deixou que Will continuasse. Will o levantou um pouco do chão e ele automaticamente enrolou os braços e pernas ao redor de Will.
Will… ele… Will não gostava de ser contrariado, sabe? Se as coisas não saíssem exatamente como Will queria, algo podia explodir ou ser lançado pelos ares. Nico preferia evitar esse tipo de discussão. Ou outros tipos de reações. Não seria a primeira vez que eles brigariam pela ausência de sexo ou pela ausência de Nico no geral. Ele não estava pronto e Will estava. Ele não queria se casar e Will já tinha comprado as alianças. Nico definitivamente não queria morar junto com ele enquanto Will tinha comprado uma casa com direito a berçário e tudo mais o que eles poderiam precisar na visão deturpada de Will. Nico nem sabia se queria esse tipo de responsabilidade, mas, ainda assim, esse era ele fazendo uma forcinha pelos pais e por todos os outros que pensavam que logo o casório aconteceria. E talvez… só talvez… não fosse tão ruim assim ter um namorado bonito e gostoso que estava disposto a ficar com alguém tão chato e… antiquado feito ele. Apesar de saber dos erros de Will, ignorando as pessoas que Will ficava por trás de suas costas, ele não se importava contanto que todos continuassem satisfeitos.
Nico ficava se perguntando… quem é que namorava por três anos e não queria fazer sexo? Ou não se importava com traições?
Ele não conseguia explicar, havia algo nisso tudo… algo entre eles que não parecia… certo. Quer dizer, o problema deveria ser ele, não? Will lhe traía porque Nico não conseguia dar aquele último passo, não importava quantas vezes Will tentasse; Nico sempre desistia no momento final. Apenas parecia… errado, como se Nico estivesse prestes a cometer o maior erro de sua vida.
Nico sentiu um arrepio estranho e incômodo subir por sua coluna quando Will o segurou com mais força do que o costume e o puxou firme pelos cabelos, sussurrando em seu ouvido:
— Senti tanto a sua falta, baixinho. Onde você esteve que não atendeu o celular?
Ah, talvez ele não estivesse tão desconfortável assim… quer dizer, Will era sempre gentil demais, sabe? Tão cuidadoso, e esse cuidado todo fazia com que Nico se sentisse um fraco, como se ele fosse quebrar em mil pedaços a qualquer momento, e Nico não gostava disso nenhum pouco. Mas quando Will perdia o controle? O tocando com força e com vontade, sem medo de lhe machucar como se, na verdade, ele quisesse o ferir, mas só um pouquinho, apenas para deixar uma marca nele, exatamente como Will fazia agora…? Era outra história. Era nessas horas que Nico diria sim se Will lhe pedisse. O fato era que se Will tinha que se forçar a ser bonzinho para tratá-lo bem… Nico não queria viver com alguém que no fundo fingia ser algo que não era. Não importava o motivo.
— Você está me escutando? — Nico ouviu novamente uma voz suave ao pé de seu ouvido. Ele se sentiu arrepiar e desistiu de tentar raciocinar.
Nico queria dizer que não fez de propósito. Ele queria ter respondido à mensagem e as ligações de Will e mesmo que ele quisesse ter contado tudo o que tinha acontecido imediatamente, não teria conseguido, estava no meio de um interrogatório policial; não que a resposta para isso parecesse ser importante no momento, não para Will. Ele voltou a beijar Nico como se esse fosse o único objetivo de sua vida e todo o ar ou pensamentos fugiram para fora da cabeça de ambos.
Aquilo… aquilo era tão errado, bem no meio da rua onde qualquer um que passasse poderia vê-los… Nico se remexeu e tentou falar, sentindo o ar abandonar seu corpo, desconfortável por outra razão. Bem, talvez ele tenha gemido baixinho, Nico não saberia dizer, tentado se afastar de Will só para ser puxado de volta contra sua vontade.
— Qual é o problema? — Will disse entre suspiros e mordiscadas, a língua dele voltando para dentro da boca de Nico, massageando a sua e se movendo daquela forma que Nico mais gostava, o fazendo relaxar mais um pouco, apenas o suficiente para Will abaixar o zíper das suas calças.
E de novo, ele não tinha o direito de escolha. Will enfiou os dedos dentro da cueca de Nico, o fazendo arfar. Entretanto, esse foi o momento onde Nico ouviu algo, um som estridente que o fez abrir os olhos e perceber o que estavam fazendo. Nico então desviou a boca dos lábios de Will, o empurrou pelos ombros e colocou as pernas no chão enquanto fechava o zíper das próprias calças, procurando pelo celular que tocava. Ele definitivamente deveria ter ido para casa em vez de ir até ali há duas quadras do centro comunitário onde crianças e adolescentes vinham em busca de ajuda.
Bem, costumes eram difíceis de serem quebrados.
Nico enfim se abaixou, abriu o zíper da mochila e encontrou o maldito celular que estava no fundo de um bolso estreito.
— Nico Di Ângelo? Temos uma vaga para você. — Alguém falou imediatamente, mal lhe deixando atender a ligação.
Era Caren da agência de empregos, sua voz seca e mal-humorada podia ser reconhecida em qualquer lugar. Mal-educada e rude, soava aguda a seus ouvidos.
— Claro. Sobre o que seria?
— Cuidar de duas crianças durante o dia. Com horas extras e direitos trabalhistas.
Com toda certeza seria melhor do que o último emprego. Nisso Nico podia confiar.
— Pra quando?
— Amanhã às 7h.
— Tudo bem. Devo usar uniforme?
— Não, apenas apareça no horário.
Assim, o telefone foi desligado na cara dele e Will que estava a seu lado encostado na parede riu, o tocando no rosto e lhe beijando agora suavemente.
— Parece que nossa diversão acabou.
— Você não viu nada. Sabe o que aconteceu hoje? — Will levantou as sobrancelhas e se inclinou em direção a Nico, curioso, o que lhe deixou muito aliviado. Ele amava Will, mas não estava no clima para beijo nenhum.
Então, o que vocês acharam? Desinteressante? Devo excluir essas cenas?
Oii, como vai? Como eu prometi, venho com uma nova história. Quer dizer, ela não é inédita, mas eu nunca a coloquei por aqui. Entretanto, já tenho alguns capítulos postado em outros lugares, no Tapas e no Patreon, em versão original. Vão ser capítulos curtos, mas mesmo assim queria compartilhar com vocês, especialmente para o caso de plagio aparecer. (Apareceu alguém com uma história triste tentando usar minha história e minhas palavras, sabe? Então vou trazer outras histórias por aqui também, a fim de documentação)
Por enquanto apenas tenho a versão em português. Em breve a versão em inglês estará disponível.
Essa história surgiu porque eu queria abordar algo diferente, algo bem clichê, algo que fosse rápido e que acabou se alongando e se aprofundando mais do que eu queria. (Eu estava tentando vencer o bloqueio de outra história). As vezes, a história de vida dos personagens fala mais alto, e assim, a história nasceu. Um pai de família que tenta o melhor que pode e um garoto que está juntando dinheiro para entrar em uma faculdade de renome.
Como sempre, os personagens são bem OOC, bem fora do caráter do canon, embora eu tenha tentando manter a essência deles. Então, considerem a história mais como um original do que uma fanfic. Eu decidi focar em uma construção de personagem e mundo que soasse realista. Pensei, como Percy agiria e qual seria a personalidade dele se ele fosse criado de forma rígida e exigente, no meio de pessoas incrivelmente ricas e educado para ser o CEO de uma das empresas mais importantes de uma das metrópoles mais relevantes do mundo. Já o Nico vem de uma realidade humilde, seu pai envolvido com figuras politicas de uma cidade pequena há poucas horas da cidade grande, criado para se conformar com o que o pai decidisse ser o certo, mas desejando mais do que se casar com quem seu pai mandasse e a vida de cidade pequena.
Basicamente, essa é a premissa dessa história. Agora, como essas duas pessoas se encontrão é o mistério que logo se transformará em algo além de pura atração. Até o momento tenho dois arcos narrativos prontos, a história no momento com 95 mil palavras. Não há sexo nas primeiras 40 mil palavras, embora haja certa insunuação que para mim soou mais interessante do que o proprio sexo.
O primeiro capítulo é levemente lento, mas eu prometo que a partir do segundo as coisas começam a ficar mais interessantes. Os capítulos são curtos porque a plataforma de monetização exige que os capítulos sejam curtos. Então, a cada três partes seria o que eu costumo colocar em um capítulo. Se vocês pudessem ler e me dar um feedback sincero, eu agradeceria. Estou pensando em excluir o primeiro capítulo inteiro, então sua opinião pode me ajudar a decidir isso.
Agora, vamos as informações oficiais:
Tenho duas capas para essa história, embora eu costume usar a segunda.
Certo, ele disse a si mesmo. Nada pessoal. Claro. Não era nada de mais, apenas mais um emprego onde Nico ficaria alguns meses, faria um pouco de dinheiro e seguiria para o próximo trabalho até que tivesse o suficiente para a faculdade. Ele deu alguns passos em direção a porta e subiu os poucos degraus, esses feitos de um mármore branco e cinza. Logo em seguida, tocou a campainha antes que seus nervos falassem mais alto. Impaciente e vencido pela ansiedade, Nico tocou novamente a campainha, apertando o botão mais forte do que pretendia no exato momento em que a porta se abriu, revelando um homem alto de quase dois metros de altura, cabelos negros bagunçados e intensos olhos verdes que o fitavam com desinteresse. Certo, nada pessoal.
Nico!Babá, Percy!Professor
Essa é uma história sobre um estudante que para ter dinheiro na faculdade, se torna babá, conhecendo o pai das crianças e desenvolvendo um sentimento/tesão por ele. A partir daí as fantasias começam a surgir e tudo vai se complicando entre eles.
Resumo: Nico, um garoto de vinte anos, trabalha para bancar os custos da faculdade quando é despedido de seu atual emprego. Em busca de outro, conhece Percy Jackson, um empresário e professor universitário, o pai das crianças que ele cuidará pelos próximos meses. A partir daí, Nico se envolve com a família Jackson mais do que esperava.
Fandom Percy Jackson and the Olympians & Related Fandoms - All Media Types Percy Jackson and the Olympians - Rick Riordan
Ship Nico di Angelo/Percy Jackson past Will Solace/Nico di Angelo
Personagens Percy Jackson Nico di Angelo Annabeth Chase Jason Grace Hazel Levesque Will Solace Hades Alice Jackson Logan Jackson
Avisos Amizade Amor Angústia Universo alternativo Nico!Babá Percy! Professor Personagens originais D/s elementos Diferença de idade
Em alguns minutos sai o primeiro capítulo.
Hi, how are you? I'm late, but I'm here. In this chapter we develop our protagonists' relationship a little more. I hope you enjoy it.
CHAPTER I / CHAPTER II / CHAPTER III / CHAPTER IV / CHAPTER V / CHAPTER VI / CHAPTER VII / CHAPTER VIII / CHAPTER IX / CHAPTER X / CHAPTER XI / CHAPTER XII / CHAPTER XIII / CHAPTER XIV / CHAPTER XV / CHAPTER XVI / CHAPTER XVII / CHAPTER XVIII / CHAPTER XIX / CHAPTER XX / CHAPTER XXI / CHAPTER XXII / CHAPTER XXIII / CHAPTER XXIV / CHAPTER XXV
Nico snuggled deeper into Percy's arms, sighed, and feeling content, picked up the diary next to his pillow. The sun was still hiding in the sky and Nico already felt energized, the excess energy only encouraged that feeling of contentment to intensify. However, something held him in place, making him look out the window, allowing Nico to see the pool and the barbecue area. Never in his wildest dreams did he think that one day he would be so happy, feeling on top of the world.
Things weren't always easy, but Nico wouldn't trade Percy's presence for anything in the world.
He peeked out of the corner of his eye and saw that Percy was still asleep, sprawled out on the bed. Arms spread, belly up, with nothing to cover his body. Nico couldn't help but laugh, his chest growing warmer at the overwhelming thought. If Nico had known the power he had,that with a few words and a little courage, he could have all his wishes granted, Nico would have done it years ago. Or maybe, he wouldn't. Maybe everything was happening at the right time and at the right moment.
The truth is, it took a long time for Nico to feel like himself, like he was someone worthy of having his own wants and desires, and not merely an object that other people could use.
He remembered very little of his childhood, most of his memories of his mother preserved in photographs, others, cooking or tending the garden with her, everything else lost in the long days before meeting Percy, leaving him with phantom feelings and impressions, hidden in a part of his mind that Nico could not access. However, if there was one thing that Nico still remembered, it was being a shy, lonely and traumatized boy; all he felt was fear and loneliness, alone in his crystal world, made of fictional superheroes and damsels in distress; his mother dead and abandoned by his father, a sister who, when she had time, paid attention to him, saying that his father was busy, but that she loved him. That was why, from an early age, Nico learned not to trust people. They approached him for a reason and they would always take something from him, even his sister, who at that time insisted on convincing him that staying there was better than returning to Italy and, in fact, it was Hades who asked her to keep Nico away from his real family, because, that way, the man would continue to have access to his mother's money as his legal guardian.
In the end, everyone was the same, everyone had the intention of taking advantage of him in one way or another. That is, until Percy showed up. First, Percy offered help. Then, a home, a family, company, affection. And instead of asking something from him, Percy offered and kept offering, leaving him confused for years. Even the money that Nico never had trouble getting, Percy made a point of offering. Or rather, sharing it with him. For many years Nico couldn't understand, how could someone give so much and not want anything in return?
Well, now Nico understood what Percy wanted from him. It just hadn't crossed his mind that Percy might be looking for a friend.
This was so sad and ironic that Nico wanted to cry, he wanted to go back in time and relive everything. Every moment and every laugh, every hug and innocent night shared. He wanted to go back and fix his mistakes before they even happened, he wished he had appreciated it more how things were and changed what happened in these last two years away from Percy, even though they had been essential for both of them.
No, it was better not to torture himself over something he couldn't fix. Nico wiped his face and opened the diary, flipping through the pages, realizing that only now that he had returned to Percy's side, the desire to draw and write had returned with him. It was strange, Nico might have even drawn when he was at his grandmother's house, something to keep himself busy, just to show that everything was okay and to reconnect with his grandfather and cousins. Even the small passages he wrote, those little scribbles, made in the hope that Percy would read them, were something he had lost the will to do during those years away from here.
In some ways, it was liberating. The freedom to do something because he wanted to and to know that Percy accepted him as he was, even if it was his deepest, most humiliating desires, and that Percy still chose to be with him was... it was the best feeling in the world.
Nico brought his hand to his throat, fingering the diamonds in his collar, and looked back at Percy, sleeping peacefully beside him, his chest rising and falling slowly, his long legs stretched out on the bed, a considerable bulge resting between them. Should Nico write something that... would continue to encourage Percy to feel as free as he did? Maybe Nico could reflect on last night?
Nico bit his lip and shrugged. That was why Percy had given him the diary, wasn't it?
“My safe word isn’t ‘no.’ Begging you to stop doesn’t mean I’m telling you to stop.
Tears, crying, and moaning are not a safe word. If I need to use it, I will. Until then, have fun.”
Nico stared at what he had written for a moment. He never imagined that someday he would be writing this kind of thing, but... it felt like something was missing. After all, Percy was giving him exactly what Nico had always wanted, so why not tell him everything he thought? Percy knew all his secrets, what was the harm in telling him all his thoughts too?
“Sometimes I’m not sure about anything. Other times, my whole being wants to be dominated and subjugated by you. Sometimes, I want you to force me, to hold me against the bed and give me no choice. Other times, I want you to just hold me and tell me everything is going to be okay. Can you decide these things for me? Can you give me pleasure and make me feel pain, just enough so that the memories of the past fade away?
I'm confused. Other people have hurt me and none of them have made me feel the way you do. Why is it different with you? Why do fear and uncertainty make me float with you?
So don't ask me what I want, just do it. I'll never blame you, you'll never disappoint me. Because I know that with you, I'm safe.”
Gods! He quickly closed the diary and brought it to his chest, squeezing his eyes shut. This wasn't exactly what Nico had in mind! What would Percy think of him? He hadn't meant to put all this weight on Percy's shoulders! He knew perfectly well that it wasn't right or fair to expect Percy to do... do this for him! Nico didn't even know what he was thinking anymore, he was just sure that he didn't want anything to change. Maybe if he hid the diary, Nico could avoid yet another forced therapy session.
Yes, that was what Nico was going to do it! He grabbed the diary and moved forward, wondering where he would hide it. Nico would have done it if Percy's hand hadn't moved to his waist, holding him tight and pulling him towards him. That made Nico stop, staying where he was, like a statue, now pressed against Percy's chest, the sleepy voice sounding near his ear.
"Where does my baby think he's going? Hmm?”
"Per! I... I..." Nico didn't know what to do. If he stuck his face under the pillow and never came out of there, would that be acceptable? "I couldn't sleep.”
"Then, let Daddy rock you to sleep.”
Nico found it amazing how Percy could turn a simple sentence into a command. Or how he could sound so sexual without putting in any effort in it. Maybe it was all in his head, his anxiety making him see things that weren't even there.
“Baby,” Percy called in that velvety voice, and all his efforts to pretend nothing had happened went down the drain.
Nico turned in Percy's arms and faced him, feeling his body heat up as Percy got closer, now hugging him from behind and massaging his neck, running his hands through his hair. It was these moments that made him realize that he would do whatever Percy told him to do.
"Where did that little head of yours go, hm?”
When Nico continued to stare at him, Percy continued, a playful smile appearing on his lips.
"How about you let go of the diary?”
"Oh.”
Nico hadn't even realized what he was doing, he was hugging the diary to his chest, keeping Percy away from him.
Slowly, Percy raised his hand and took the diary from Nico's hands, staring at the cover of the notebook for a few seconds.
"What are you up to? If I open this, will I find a surprise?”
"What? No! Of course... no." Nico felt his face heat up and tried to think of a better excuse. If he acted quickly, he could still get out of this situation unharmed.
Unfortunately, Nico was too slow. Still smiling, Percy opened the diary, finding the last written page, marked by the pen.
Nico didn't want to look, he didn't! He buried his face in Percy's neck and hoped for the best.
"Hm. Now, now. Safe words? And.." Then, Percy stopped talking in the next moment, tensing up.
However, it seemed that Percy was willing to keep the truce between them. He merely moved and pulled Nico closer, making him sit on his lap. Percy grabbed Nico by the neck, making Nico face him, and kissed his lips, a soft and unhurried touch.
"I love you too. No matter what happens.”
Nico could only nod in agreement, watching Percy's green eyes shine in the dim light of the room.
"I always forget how strong you are. How much you've lived." Percy slid his fingers down the back of Nico's neck and began to stroke his hair there, looking at him seriously. "I promise I won't ask anymore, I won't doubt your decisions.”
"You don't have to do these things for me. It's very selfish.”
"I want to do it. I like it. I feel guilty for liking it so much." Percy seemed to think for a few moments and then spoke again, his voice softening, but his gaze burning Nico completely. “If I could, I would put you on a leash and not take my eyes off you. I would control all your thoughts and desires, your pleasure and your pain, your orgasms.”
"And why don't you do it?" Nico found himself saying, diving into the fantasy.
Well, maybe it wasn't a fantasy. Maybe Nico would be willing to do that and more if Percy made that decision for them.
"It's not right. I wouldn't be any different from Hades." However, Percy seemed to be really thinking about it, stroking Nico's hair as if he were a docile pet. "We can start slowly.”
Nico thought he had moaned, feeling a tremor run through his body, as if Percy was doing much more than just touch his hair and talk to him.
"What do you think about this? Want to try it?”
Nico nodded again, forgetting about the diary, the old memories, and the thin walls.
"How?”
"Hmmm." Percy stared at him for a few more moments, making his anxiety reach new peaks of adrenaline. Nico didn't need to worry because Percy soon had mercy on him. "Take the box I showed you yesterday. It's on the floor near the wardrobe.”
With shaky legs, Nico obeyed. He got out of bed, his legs feeling weak and almost tripped in the dark room, spotting the box in a corner near the wall. Nico picked it up and brought it close to Percy who opened it, revealing the items inside.
"W... what is this?”
The question was rhetorical, of course.
It wasn’t that Nico didn’t know what those things were. What was important to note was the intention behind the gesture. A muzzle, a blindfold, soft handcuffs, and a large, thickly textured pink collar. Something Nico had seen a few months ago, but never thought he would get to wear it. The collar was so big and looked so heavy…
“What do you think?” Percy asked again, watching him closely.
"I don't know." Nico whispered, distracted by the thought of what it all meant.
"Go ahead, choose one of them.”
Nico couldn't help but grab the pink collar and gasp. Maybe he was in shock, maybe it was the surprise. The leather strap was heavier than he thought, soft to the touch, but simple and beautiful. It almost felt like he was being proposed to for the third time. Like, this time it seemed to be something decisive, didn't it? A physical proof that was impossible not to notice, since the collar was bigger than his head.
“Did you like it?”
Nico finally looked at Percy, immediately regretting it. Percy wasn't doing anything out of the ordinary. He was, in fact, standing still, with his back against the bed frame, Percy was not even touching him. Was it all in his head? Has Percy always looked at him that way? Or was it something new, something hidden? Nico wasn't sure, but if he could bet, it seemed like Percy wanted to do something really bad to him, something that Nico would willingly let him do, and that probably neither of them would feel any remorse for.
“Oh.” Nico gasped, his reaction coming too late, realizing that maybe what Percy had said about… about putting him on a leash wasn’t just to make Nico feel good.
For a moment Nico felt the need to run away, like last time, feeling like a prey, like he was going to be devoured if he wasn’t careful. This was what he wanted, wasn’t it? For Percy to dominate him completely? For him to not hold back? He just hadn’t expected… this. All of this. He hadn’t expected to feel so desired.
Percy shifted, leaning toward him, and Nico let it happen, realizing what he felt was far from fear. He let Percy take the collar from his hands and place the heavy leather around his neck, above his choker, buckling the bolt tight enough for the collar to stay in place.
Nico gasped and put his hands to his throat, holding onto the collar and Percy's hands, who was still holding him by the neck. Nico couldn't help but notice, Percy had that intense and strange expression on his face, his fingers around his neck, enjoying the texture of the leather against his warm skin, caressing where his neck met the collar. Nico didn't understand, he thought he was going to pass out, no matter how much air he got into his lungs or if the collar wasn't so tight. His hands were shaking, his eyes were watering, his head was spinning. His body was throbbing.
“Baby,” Percy finally said, breaking some of the tension. His voice was playful, laughing at his face, but low and husky, mocking him and comforting him in equal measures. “Breathe.”
Nico didn't like this. He thought it was wrong and that in the end, it was all just a fantasy. Now that he was faced with the reality, he didn't know if he could face it. Maybe... maybe he wasn't so submissive after all and just wanted to... feel protected?
"Shhhh, it's okay. I'm taking it off now. See? It's over.”
Percy raised his hand and showed that, indeed, the collar was now in his hands. So why did Nico still feel so... so ready to run away or have a panic attack, but so excited and anxious, that the feeling made him freeze like a small animal about to be slaughtered?
"It's okay if you're not ready, it's a big responsibility.”
"I hate you!" Nico screamed, frustration leaving his body with the high-pitched sound.
No, that wasn't true. He didn't hate Percy, but sometimes he hated what Percy made him feel. Or the problem was that he liked it more than he should.
"You hate me, do you?" Percy dropped the collar on a random corner of the bed and grabbed his hair, pulling it, making Nico moan. "I'm showing you what it means to be a submissive.”
"I... I didn't ask for this!”
“You think you can just get away with the easy parts and ignore the rest?” Percy didn’t raise his voice or even look angry, though his eyes were still bright and his expression was as serious as before, maybe even more intense. But there was something… something that burned inside him and sent shivers down his spine.
"I didn't mean to--"
"You never do.”
The truth was, Nico hadn't thought about it. Did he just want the easy part? It had to be true. It wasn't the first time he'd tried to run away. Maybe that was the solution.
"Hmmm… I have to consent, right? So, I... allow you... to…”
"What are you trying to say, Nico?”
"I consent to you forcing me when I don't want to... I allow you to stop me from running away, if I try to.”
"Gods, Nico!" Now Percy looked like the same boy he knew, his face contorted between a grimace of pain and a maniacal smile. "What do I do with you?”
"Don't leave me.”
“Gods!” Percy practically growled, catching him off guard in a tight hug, pressing their shoulders and abdomen together. “Let’s forget about this. Neither of us are ready for that step.”
"Liar " Now that Nico saw it, it was so obvious. Percy had always been ready, he was just the one who was still too innocent to realize what was happening before it was too late.
“Okay,” Percy agreed. “How about we save the collar for... special occasions?”
"Like what?”
"When you're excited, there's no one around and... you want something more intense.”
"Like last night?”
“Of course,” Percy said. So why did Nico think that wasn’t the case?
So, what do you think? Comments are always welcome.
See you soon!
Hi, how are you? This chapter is a direct follow-up to the previous chapter. If I remember correctly, it has something to do with silk… +18!
Have a good read!
CHAPTER I / CHAPTER II / CHAPTER III / CHAPTER IV / CHAPTER V / CHAPTER VI / CHAPTER VII / CHAPTER VIII / CHAPTER IX / CHAPTER X / CHAPTER XI / CHAPTER XII / CHAPTER XIII / CHAPTER XIV / CHAPTER XV / CHAPTER XVI / CHAPTER XVII / CHAPTER XVIII / CHAPTER XIX / CHAPTER XX / CHAPTER XXI / CHAPTER XXII / CHAPTER XXIII / CHAPTER XXIV
Percy couldn't stop asking himself, did Nico have any idea how obedient he was? It wasn't normal, he was sure of that.
Percy had met many subs up until that point and none of them, no matter how much they swore eternal servitude, none of them obeyed him without hesitation. He had the impression that for most people submitting to others was just part of the fun, and as soon as it wasn't so fun anymore, that submission would disappear in the blink of an eye. That’s the real reason he had refused to accept anyone other than Nico; if Percy was willing to commit himself completely, total obedience was the least he expected to receive in return, during sex and outside of it.
That turned out to be the only reason he would get down on his knees in front of someone, although being able to touch Nico wrapped in silk would change his mind very quickly any other day. Nico had even shaved from head to toe, smelling nice and soft. Hands holding the sheets above his head and legs spread, Nico moaned. Indeed, a beautiful gift decorated with a silk bow. And if Nico was his to have, Percy would do as he pleased. He would make Nico understand how things worked here, exactly as Nico had written in the diary.
It was so fast that Percy didn't even have time to prepare himself. Nico arched his spine and writhed all over, cumming in his mouth. Maybe he had gone too fast, too soon. Nico wanted to surprise him, didn't he? Then Nico would get a surprise too.
“So beautiful. That was fast.” Percy said, seeing Nico's reaction to his voice.
Percy had discovered that if he talked to Nico during sex, it was easier to keep Nico present in the moment instead of letting him get carried away on endorphins. Percy liked to see when Nico got carried away too, but for what he was going to do, it was better for Nico to be conscious. Or as conscious as possible.
“Do you think you can take it one more time?”
“Hm?” Nico murmured, slightly lost. He blinked slowly and looked in his direction, docile and submissive.
“Do you remember your word? Repeat it for me.”
“Pie.”
“Good boy. Now, I want you to hold here.” Percy took Nico's hand to his hair and made him grab it.” If it's too much, pull hard or use your word. Do you understand?
Nico nodded and opened his eyes wide, seeming to understand what was happening. Still, Percy waited a few moments and only when Nico spread his legs wider did Percy lower his head again.
He placed Nico's legs on his shoulders and gave his semi erect cock a long lick, starting at the base and licking the short length until he reached the little head, now slightly reddish. He sucked the tip, using his tongue to gently brush there and then, he enveloped it completely, going down to the base. Nico was so soft that Percy wanted to bite it, so small and cute, knowing that the member would never reach his throat, fitting perfectly on his tongue.
He heard a long moan, feeling Nico grow a little in his mouth, and yet, that was one of the most comfortable blowjobs he had ever given in his life. Not that Percy had given many, but... it was fun. It even seemed like no one had done that for Nico before him, if it were for the way Nico moaned, which was a shame. Better for him, so he could enjoy this unique moment knowing he was the first one. Anyway, he would make Nico understand who had the power there; if Nico had decided to provoke him, he would have to face the consequences too.
Percy heard another moan, this one much deeper, and looked at Nico, pressing his lips together as he moved down Nico's member once more. The little boy was still wearing the top of his lingerie, a pink bra, with an almost transparent texture, that stretched across his chest, highlighting his erect nipples. The thong, a small triangular piece of fabric as transparent as the bra, was held up by one of his long, soft legs. And in that, Nico was right. Percy liked pretty things, but he had never thought that something so feminine would catch his attention like that. Then he heard another moan, seeing Nico's chest rising and falling faster, his legs wrapping around Percy's neck, his grip on his hair firmer, but still delicate.
Should Percy help him out? Yes, that's what he was going to do. Percy pulled away for a moment, wet his fingers with saliva, and then slid them down, finding Nico's entrance that was pulsing uncontrollably.
“This was missing, hm? I know how much you like it.” Percy massaged the wrinkled skin for a few moments and then his fingers entered, sliding inside without any problems.
Today Nico was full of surprises. The little boy bent over and again, he squealed at the top of his lungs, not giving Percy time to prepare himself; Nico moaned for a long time, pulled his hair and came on Percy's face, hitting him on the nose and cheekbone, feeling the liquid run down his neck. It hadn't been much, but it had been enough to leave a viscous trail on his skin.
“Hm.” Was all Percy said, feeling a sense of revenge rise.
Percy wanted to laugh and comfort Nico at the same time. Although Nico hadn't stopped him or said anything, Percy could see how overstimulated the little boy was, his member becoming quite red. Nico had always had sensitive skin, but Nico getting aroused over and over again made the experience even better. However, nothing compared to the moment when Percy looked up and saw the first tears fall, slow and hot, while Nico remained lying on the bed, breathing fast, his face contorted in a mix of pain and pleasure, looking lost in confusion.
“My baby is doing great. Can you get one more, can't you? Just one more?”
Nico whimpered and opened his mouth only to close it on a moan, this one low and needy. Percy had started to move his fingers, opening him again, slowly and unhurriedly.
“Does it feel good? Hm? That's my boy. Slow.”
Percy couldn't resist and slid up until he found Nico's lips, kissing him while his hand continued to move inside Nico, two fingers turning into three, going deeper and finding that little spot that made Nico shudder, now grunting, being overcome by pain. Or so it seemed to Percy. Nico was cumming again, his small member pulsing between them and releasing a few drops that ran down the length, stopping at the base.
“Good boy. So obedient.” He said and kissed Nico once more, deepening the kiss.
Percy pulled Nico up and pressed him against the pillows, watching Nico struggle with the intense sensations. It was perfectly normal, the shivers and the tears, the breathlessness. Percy knew this because he had experienced what it was like to be a submissive. How could he dominate if he didn't know what it was like to be dominated?
It wasn't important, no one needed to know that. So Percy pulled Nico against his chest and began to comfort him. He massaged Nico's hair and pulled a blanket over him, letting Nico cry as much as he wanted. He allowed Nico to wrap his arms around his neck and rest his head on his shoulder, curling up against him and… and then Nico sighed, his features relaxing almost miraculously, like a contented, content baby in his parents' arms. Now, why Percy felt like he had failed was beyond him.
“I'm… a good boy… now?” Percy heard Nico whisper against his neck, hugging him tighter.
“You always are.”
“So… why… why… was I being punished?”
“Do you think this is a punishment?” Percy said, letting the question hang in the air for a few moments, stroking Nico’s back.
“Hm… I don’t think so.”
Ahg! How could he scold Nico or teach him a lesson, when Nico was acting like this, all cute and delicate, sounding so vulnerable that it made him feel like a monster?
“Baby, I don't like it when people surprise me.”
“I know… it’s just… I bought this and… I wanted to hurry things along! Then you gave me the choker and…”, Nico stopped talking, like he had remembered something and calmed down again. “I thought you would like it. I didn’t know you would be so mad at me.”
“I'm not mad.” Maybe he was annoyed at first, now all that was left was pleasure and contentment. “Let me know next time, okay?”
“Yes, Percy. What can I do to apologize?”
That's when the punch in the gut came. Nico turned in his arms and faced him, showing him his teary eyes and reddened mouth, looking sincerely remorseful.
Gods! Percy had forgotten how manipulative Nico could be.
“I swear, I just wanted to--”
“Enough, Nico. You are forgiven.”
“Am I?” Nico pouted cutely and put her arms around Percy’s neck again. “So why didn't you fuck me?”
“Is that why you think it’s a punishment?” Percy said, shaking his head. Nico was unbelievable.
“And isn't it?”
Percy wanted to laugh. He did just that. He hugged Nico tightly and laughed like a maniac, feeling the tension leave his body. He had made Nico cum to the point of pain and what Nico didn't like was that he hadn't fucked him?
“Then…?”
“Then, what?”
“Will you?”
“Nico!”
“You're hard… I thought we could.”
“Doesn't it hurt?”
Ah. There it was! The blush spread across Nico's face and down his neck faster than Percy could process, Nico trying to shrink back against his shoulder, escaping the question.
“Answer me.”
“Maybe. Just a little.”
“Well, well. Do we have a masochist here?”
“What?” Nico raised his head and looked at him with his chin held high, his shyness quickly disappearing. “I didn't ask you to stop. You stopped because you wanted to!”
By now, his reaction was automatic. Percy pulled back the blanket and smacked Nico's ass, hearing the satisfying smack echo through the room. And Nico? The little devil merely groaned and glared at him, returning to his normal, calm behavior.
“You asked me to pull your hair if it was too much for me. And I didn't. I thought it was obvious.”
“Baby, give me a break. We'll get there.”
“I don't care about that. You didn't hurt me. That's all, you know? I liked it. But if you want to…” Nico shifted in Percy's lap and pressed himself against the bulge there over his jeans.
Percy was so lucky. He didn't deserve someone so perfect.
***
“I don't care about that. You didn't hurt me. That's all, you know? I liked it. But if you want to…” Nico shifted in Percy's lap and pressed himself against the bulge there over his jeans.
Percy was so lucky. He didn't deserve someone so perfect.
“If you want it, prove it to me.”
Percy wasn't serious, not really. Anyone in Nico's shoes would be at least sensitive, right? Percy just couldn't believe what he was seeing. Nico looked down, seeming uncertain, and then looked back at him, begging with his eyes.
“Can I?”
“Of course, baby.”
“I was thinking… if I’m your baby, you have to be my papá, right?”
Percy thought he was having an aneurysm, it had to be it.
“Your papá?” Percy murmured weakly, feeling his legs go weak.
“Mio papá.” Nico confirmed, snuggling into him, kissing his cheek. “It's a fair trade. Il tesoro e il papá.
In the end, Nico smiled at him all angelic and slid off his lap, and as if it were something natural, he knelt between Percy’s legs, now looking very closely at the volume that was there.
“Papá, it's so big. I don't know how it fits.”
Percy had to laugh, Nico sounded almost innocent and curious, like a real baby. Not that babies and their parents did that kind of thing. Was this another fantasy of theirs? The little boy and the protective daddy? Now that Percy thought about it, that was their case. Either way, Nico didn't seem interested in talking.
The little boy placed his hands on Percy's legs and massaged him slowly through his clothes, long enough to see the bulge increase.
“Can I really?” Percy confirmed, what else could he do? Nico looked so handsome, wearing lingerie chosen especially for him. The least Percy could do was make sure Nico would also leave satisfied.
Percy unzipped himself, reached inside his pants and pulled his cock out. Well, he wasn't smiling anymore, feeling himself relax, trying not to show how just the image of Nico kneeling at his feet affected him.
“Do you like what you see?”
“You rarely let me touch you.”
And touch was what Nico did. He held the base and brought his lips to the head, kissing it slowly. He licked the tip and slid down even more slowly, pressing his lips together as he went.
“Is that okay? Is it good?”
No, Percy wasn't okay at all. Nico had spoken with his lips still pressed against his skin, moving his hands as he looked up at Percy. It would be best if they end this now before something more... intense happened.
“That’s great. Why doesn't my baby come here?”
Nico went, of course, exactly like the well-behaved baby that he was.
Nico stood up, and surprising him, sat on his lap, holding his cock once again.
“Can I? Please?”
Percy didn't have much time to respond, because in the next moment, Nico opened his legs wider and guided Percy’s member to his own entrance.
It was like coming home after a tiring day and being greeted by your favorite person in the whole world. Nico moaned softly, rocked slowly and then the head entered, sliding inside the tight and almost dry place. Well, Percy thought they would have no problem with that, Nico didn't even wait for a few seconds before starting to rock on top of him, with each movement going a little deeper, letting his member open the way.
“Baby… ah… you're going to hurt yourself-- ah.”
This was too much for Percy. He grabbed Nico around the waist and turned them over on the bed, getting the rest of the way in and sinking into Nico's body, who was now sprawled on the mattress, back against the sheets, moaning without shame.
“I like it!” Nico whimpered, wrapping his legs around Percy, his head thrown back.
“So, why are you crying, hm?”
Maybe they should stop. It was clear that Nico was at his limit, and he was getting there himself. Although it was much more psychological than physical.
“Please, Papá. I want you to cum inside me. I swear, you're not hurting me.”
Percy had promised that he would trust Nico's judgment, even when he was in this state, high on endorphins. Percy had tried, and for that, no one could blame him.
“Okay, baby. Slow down.”
Slowly, as slowly as Percy could, he began to move inside Nico. Small, aborted movements, short enough to make Nico arch his spine and squeeze his feet tighter around him. And if Percy himself hadn't been watching Nico's reaction, he wouldn't have believed it. Nico was erect once more, but he was moaning like he were dying, tears streaming down his delicate features. Which was contradictory, since the expression on his face told a different story, reflecting pure ecstasy.
“Papá.” Nico murmured and suddenly, he tensed completely, almost jumping out of bed.
Percy had no other choice, he held Nico in his arms, keeping him pressed against the bed and let himself go. He never imagined that an orgasm could be so exhausting.
***
“Did you like it?” Percy found himself asking.
They were once again under the blankets. He held Nico against his chest, staying as close to Nico as he could while he waited for his breathing to return to normal. The difference was that now Nico refused to let him move, not even to get a clean towel. The little boy remained under his body, face pressed against his chest and eyes closed in pleasure, legs and arms wrapped around him with the most content expression Percy had ever seen.
“Hmm?” Nico's response was a soft moan, his hands sliding down Percy's back, delicate like the sweetest caress, seeming to count the vertebrae of his spine.
It was relaxing, Percy could admit that. A slow movement that almost lulled him with his gentle touch, comforting him without Percy even knowing he needed to be comforted.
“The lingerie.” Percy explained, letting himself relax a little more, feeling himself sink against Nico's body. It made him think that, been so close, they would end up merging into one, exactly like two sides of the same coin.
“I liked it,” Nico murmured, his voice muffled against Percy’s neck, his breathing finally calming. “We should do this more often.”
“Hm.” Percy liked that idea. He liked it a lot. He especially liked how Nico was completely sincere in those moments after orgasm, when his mental barriers ceased to exist and everything was colorful and beautiful. “What about college, have you thought about it?”
“Per.” Nico complained without any shame.
Unlike what Percy was used to, he saw Nico push him by the shoulders and look at him, pouting angrily. Of course, Nico pushed him just enough to show his disapproval before he hugged him again and pulled him down back again, Percy practically crushing Nico's body beneath his.
“It's important.”
“No! You said you were going to decide everything for me.”
“Nico!”
Percy found himself laughing, feeling his entire body shake with the effort, Nico shaking with him, seeming even less approving. He didn't even see the need to scold Nico for the scream of frustration.
“Baby, don't do this to your Papá, okay?”
“Oh.” Nico said and suddenly, he buried his face in Percy’s neck once more, going back to massaging his back. “I don't know. What do you think?”
“Nico.”
“I want to know what you think about this. What do you want to do?”
Well, when Nico spoke like that, softly and so politely…
“It would be easier to stay close to home. Sally won't be working forever.”
“Oh.” Nico said again, as if the thought had never crossed his mind. “I know family is important to you.”
“What you want is also important.”
“Okay, I understand. But…” Nico hesitated for a moment, seeming to choke on his words. “It doesn’t matter to me. I just want to be with you. It doesn’t matter where.”
Percy knew all of this, he was tired of knowing, but not enough to say something that would make Nico try even harder to be that perfect person he thought he needed to be.
“So if I said we'll never go to Italy, is that okay? That I'll never let you see your family?”
Nico nodded and curled closer into his chest, and even though Percy couldn't see it, he could feel the sadness radiating off of Nico.
“Baby, I don't mind doing these things for you. Small decisions that don't affect our lives. I don't want you to regret it in the future because you allowed someone else to live your life for you.”
“You never did that.” Came the almost soundless whisper. “I never regret anything when you decide things. But when I decide? Everything turns into a mess.”
“Nico.”
“No, don't try to lie. That's the truth. I think it's better for you to decide these things, it's safer.”
“What about marriage? Are you going to let me decide everything too?”
This made Nico pause for a moment, and Percy felt relieved immediately. This meant that it wasn't a blind decision, because even though Nico was letting him take the reins of the situation, it was still a conscious decision that Nico made.
“I... I think... we can get married at Nona's house? It's very beautiful, it even looks like a painting.”
“Of course, baby. Whatever you need.”
“Can we also invite Clarice to be my Bridesmaid?”
Percy nodded, listening to Nico mumble one request after another, and with each word spoken, relief spread throughout his entire body. It was good to know that they weren't completely codependent on each other and that, in truth, this was just another choice. Even if, deep down, it felt like they had no choice at all.
Feeling genuinely content, Percy pulled Nico further up on the bed, placed his head on the pillow and continued to listen to Nico tell him the details about the wedding, his hesitation fading with every second he spent with Nico.
Thanks for reading!
Good reading!
CHAPTER I / CHAPTER II / CHAPTER III / CHAPTER IV / CHAPTER V / CHAPTER VI / CHAPTER VII / CHAPTER VIII / CHAPTER IX / CHAPTER X / CHAPTER XI / CHAPTER XII / CHAPTER XIII / CHAPTER XIV / CHAPTER XV / CHAPTER XVI / CHAPTER XVII / CHAPTER XVIII / CHAPTER XIX / CHAPTER XX / CHAPTER XXI / CHAPTER XXII / CHAPTER XXIII
“You've been very susceptible to... suggestions. Is it just me or is it something in general?”
“Only you. I think... I trust you.”
“I’m honored,” Percy said without any irony, his low, velvety tone giving way to something more normal. “I was afraid this would happen. I will never abuse the trust you give me.”
“I know that. I never doubted it.”
“That's why I have to talk to you about something.”
Oh no. Was he in trouble?
Nico watched as Percy got up and picked up a box that was at the foot of the bed, a little bigger than a shoebox.
“What’s that?”
“It's the surprise I wanted to show you.”
Nico was afraid just to look at it. What could be so important that Percy felt the need to hide it from the rest of the family? Hesitating, Nico remained quiet, leaning against the headboard of the bed and waited for Percy to approach once more, sitting down next to him.
“I've been thinking about what you told me, that I don't take what you say seriously.”
“I know you--”
“I'm not done.” Percy didn't even speak louder, but his tone of voice demanded obedience. And Nico was already tired of fighting his instincts, so Nico just shut up and paid attention to Percy.
The problem with that was that Percy looked guilty about something, his face twisting into a grimace. Nico continued to wait, watching Percy almost fidget with anxiety. Of course, until Percy sighed and looked at him once more, looking as resigned as Nico felt.
“I didn't mean to talk to you like that.” Percy finally said, trying to sound nonchalant.
“I don't care. If you tell me to do it, I will. It's something natural for me, you know?”
“Nico.” Percy sighed once more, looking tired.
“Could you... just... do what feels natural to you, too?” When Percy raised his eyebrows in disbelief, Nico added, “It’s just a suggestion.”
“I'll think about it.”
“I mean, you always had this aura…”
“Domineering?”
“It's more like, you expect to be obeyed. And that's okay?”
“Is that a question or a statement?”
“It depends on you.” Nico ended up shrugging, trying to fake the calm he didn't feel at the moment.
“You mean to tell me that I can be domineering whenever I want and you will obey me? Without question?”
“Hm... probably?” The correct answer was “absolutely”, but that would be too much humiliation for just one person.
“Really? Even when you don’t agree with me?”
“I guess so.” Nico shrugged again and looked away from Percy. Most of the time that was what happened anyway; he didn’t want it to happen, and in the end, Percy was right. If Nico had listened to Percy in the past, he could have avoided a lot of things.
“Baby.” Then, he heard Percy's tone of voice change, becoming softer and more velvety.
It wasn't that he had an uncontrollable urge to obey, it was the knowledge that he would be very well rewarded if he decided to be a good boy. And he was, immediately after hearing that word. Percy grabbed him by the neck, making him lift his head and kissed him, joining their tongues in a sigh.
“I don't want you to feel trapped or like you have no choice.” Percy said some time later, brushing his lips against his.
“I don't feel that way. I feel free knowing that you will take care of me.”
“Are you sure?”
“I trust you.”
“Allright, then.”
Percy pulled away from Nico enough to look into his face and smiled, looking content this time, but still holding him by the neck, possessive and firm, although his voice remained soft.
“That's why I need to show you what's inside this box.”
Percy released him and picked up the box once more, placing it between them, on his lap. Percy opened it, removing the ribbon and the lid, allowing Nico to examine the contents inside.
“Wh... what is this?” Nico’s voice was weak and his hands trembled, resting over his lap.
Nico knew perfectly well what those objects were. He knew exactly what they meant, the problem was that his brain refused to believe what he saw. Why now? After so long? That's why he remained still like a statue, barely able to breathe.
“I didn't treat you like I should’ve. I ignored what was clear.” Percy said, grabbing his neck again, forcing him to look at him. “I understand why you hesitated for so long, why you still hesitate sometimes.”
“I--”
“I hesitate for the same reason.” Percy seemed to take a deep breath and took out a leather choker with precious stones adorning it. “I want you to know, I am committed and I will never run away from my responsibilities ever again.”
Nico thought he was going to faint. Was Percy proposing to him? Again? Now in a way he never expected it to happen? Nico didn't even know what to say! It was obvious, wasn't it? He had been waiting for this moment ever since he laid eyes on the tall boy who looked like he had come out of a cliché porn where the guy would hardly make the girl regret walking alone through the deserted streets. Nothing prepared him when the moment finally arrived. Percy held the delicate choker between his fingers, brought it to his neck and fastened it carefully, making sure it wouldn't be too tight.
He... Nico didn't know... was it just his imagination or... oh no, Nico wasn't mistaken. As soon as the choker settled against his skin, Percy wrapped the leather around his neck and touched the collar, massaging his skin and admiring the jewel. However, it was the look on Percy's face that stole his breath; Percy was looking at him as if he were... as if he were--
“Mine.” Percy said. “Now you're mine.”
Why was it so hard to breathe? Why was he shaking so much?
“I…”
“I know.” Percy said in the most condescending tone Nico had ever heard, almost mean, almost mocking, but still... soft, as if Percy was talking to someone who was mentally slow. “Take your time. I never thought I would do something like this myself.”
“So mean.” Nico managed to stammer, Percy was obviously giving him time to absorb the facts, still holding him by the neck, as if Nico was his possession and not a human being.
“You haven't seen anything. But I don't think we're ready for that yet.”
“Hmm…” Nico whimpered just imagining what could happen. Could he faint already? Would it be too much of a humiliation?
He heard a mocking chuckle and then hands were around him, massaging his spine and hair in the way he liked best. In the end, Percy was right once again. He wasn't ready for any of this. If just a collar around his neck could make him react like this, what would happen when... when things actually happened?
***
“Shhh... it's okay. I won't be mean to you, hm?”
“Liar.” His voice cracked and Percy laughed again, right in his ear.
“Maybe a little. I know you like it.”
“Stop it!”
Percy was right, as always. For some reason, Nico found himself laughing, slapping Percy's arm who only laughed harder, enjoying Nico’s pain.
“Okay. I'll stop. Now, let's get to the important part.”
“What part?”
“Is there anything I should know? Strong or weak boundaries? Something you don't like at all? Or like too much?”
“Oh. “It was a good question.
Nico hadn't done that many things. He'd let a few guys spank his ass and some bondage, but other than that? Nothing interesting. Nothing too good or too bad. Like, there was that one time he let two guys use his mouth, but...
“Nico?”
“I don't know. I've never done anything that different.”
“What would it be?”
Now Percy looked at him like he was going to get the truth out of Nico whether he wanted it or not.
“Hm... you know…”
“No. I don't.”
“There was this one time when some boys... I sucked some boys and... a guy used his belt on me…”
“And?
“I was tied up too.”
“Is that all?”
“I promise.”
At the time it had been quite adventurous, however, if he analyzed last night, no one had made him cum like that and made him float for so long. Maybe it was something more psychological than physical.
“Baby.” And again, that condescending tone of voice that made him so mad and made his stomach fill with butterflies came back. “What those boys in the bathroom were going to do to you is much more interesting than that. Are you sure?”
“Who do you think I am? A whore to let anyone use me?”
No! What had he just said? Nico was even afraid to look at Percy, but he did it anyway. Slowly, he turned his head towards Percy and saw a strange glint in his eyes, a somewhat cruel smile at the corner of his mouth.
“Is that any way to talk to your owner?”
Nico didn't understand what was happening until he heard the sharp, cracking sound, then came the burning sensation that made him groan, one side of his ass burning from the impact.
“I-- I'm sorry.” Nico mumbled, quietly, seeming to lose his strength, still sitting on Percy's lap.
“I understand. But a good boy doesn't talk to people like that, does he?”
Nico nodded and Percy kissed his face, massaging the slightly reddened skin.
“Now, what were we talking about?”
“Limits?”
“Yes. Is there anything I should know about it?”
“Nothing disgusting? Or... liquid.”
“I would never do that. You're my baby and I only want what's best for you.”
“And what about you?”
“Hm. I think bondage, nothing that stops me from moving. And rude, disobedient little boys.”
“What about... naughty boys?” Nico had to be sure.
“As long as you know the consequences.”
“Oh.”
Would he want to disappoint Percy to that extent? How about just a little?
“I know what you're thinking. You can stop now. You just have to ask me, no matter what it is.”
“I know. It's more fun this way.”
“You better not test me then, hm?”
“So mean.” Nico knew he wasn’t an easy person to deal with either. He could be spoiled and distant, lost in his own world, and he could also be unpredictable, running away from anything he didn’t like without leaving a trace. “I’ll behave.”
“Good boy.”
“And the other things inside the box?”
“That's a topic for another time. Now, let's go lie down and have a long nap. Exams are coming up and we need to be rested, yeah?”
Percy kissed his face and placed him against the pillows, lying down next to him. Percy was right, with everything that had happened Nico hadn't studied everything he needed to, so unfortunately a few hours would be spent in front of a pile of books.
***
“Think for me. Stop me from worrying about anything other than being yours.
Pick out my clothes, take care of me all day long. Make me smile because I belong to you.
Make me moan when you kiss me and remind me that I am yours and only yours.
Make me gasp every time you grab me and decide to use me as you please.
Make me tremble whenever you want to show me what it really means to be loved by you.”
Nico yawned and leaned back against the cushions, closing his journal as he felt the late afternoon sun hit his face. This way, easily disguising the thoughts he had just put on paper. Before Nico knew it, there was a week left until the start of the mid-year exams. Now, they were in the garden near the pool, tables and cushions everywhere, although Percy and his friends were not so interested in the study schedule he had created. Percy, Tyson, Luke and Grover were in the pool while he, Silena and Clarisse occupied a table, with Chris planted next to Clarisse like a lovestruck fool even after so many years.
If he could, he would be having fun too. Nico could think of several things he would like to be doing. One example of this was the surprise he had in store for Percy that he hadn't had the right opportunity to do yet. Not that he still needed to surprise Percy, but wouldn't it be nice if he tried as hard as Percy did?
Nico had to be honest. He hadn't expected Percy to take this whole dominant/submissive thing seriously. The proof was the choker around his neck and, of course, the ring on his finger. He couldn't help but touch the piece of leather on his skin, like a collar, not letting him forget the last few days. Nothing had really changed, although he felt different. More relaxed somehow. Secure. Now, Percy didn't hesitate when he wanted something from him, which was a great development. The thing was... things were almost like they used to be in the past, when they were kids and things were simpler. If he ignored the anxiety he used to feel and the lack of sex, it was like they had evolved from what they already had. Nico liked that a lot, it gave him a comfort that no gesture or words could replace.
“Nico, are you listening to me?”
“Hm?”
It was Clarisse, irritated with him. She had her arms crossed and was rolling her eyes impatiently.
“If you're going to do that, you better go there. What was the last word you read?”
It was a good question.
“Since when did you become so dependent on him?” Clarisse insisted, standing up.
“I'm not dependent on anyone. Where did you get that from?”
“Do you think you can fool anyone? He even put you on a leash!”
“I don't know what you're talking about.” Nico didn't even raise his voice, and even if it was true, he was happy to finally be collared.
“Nico! Stop playing with that necklace and pay attention!”
Clarisse walked up to him, grabbed his hand and made him stand up with her. Then, she pushed him towards the pool.
“Go on. Don't come back here until you can concentrate.”
“I don't--”
“What's going on here?”
Nico had noticed the sun had disappeared. It was just Percy standing behind him, providing shade.
“Nico misses you. Take care of it.”
With that, Clarisse sat down on the cushions once more and leaned against Cris's chest, who smiled contentedly, both returning to their books.
That wasn't fair! He didn't have a firm chest to lean against while he studied.
Nico turned toward Percy, about to say exactly that to him, stopping before he could continue. Nico remembered what had happened the other times he had raised his voice to Percy, and if he did it now Percy wouldn't hold back either.
Nico smiled, swallowing his indignation and looked at Percy, forgetting his anger for a moment. Percy was still dripping from the pool water, his hair was thrown back and he was wearing a swimsuit so tight that it didn't hide anything. Not that Percy was trying.
He opened his mouth, thought better of it, and said:
“Do you have to wear something so small?”
Percy was already smiling, coming the rest of the way towards him. Percy opened his arms and immediately Nico was wrapped in them, being pulled against Percy's chest and getting wet in the process. This was also unfair, no seventeen year old boy should be that tall or have those muscles.
“What's wrong? Tired of studying?” Percy lifted him off the floor, making him wrap his legs around him. And all Nico heard was ‘is time to go to our room?”
“Percy! You should be studying with me!”
Oh no! Nico thought, barely having time to grab Percy's shoulders, feeling the impact that even through the fabric of his shorts, made him groan.
“I know, baby.” Then, Percy held him by the chin and made him look at him, kissing him softly, making him forget that they had an audience. “We studied a lot this week. I've never been more prepared, hm? How about we rest a little? Just the two of us?”
It sounded like a question, but it wasn't one. Amidst whistles and shouts, Percy led him into the house, climbing the stairs as if Nico weighed nothing, staring at him closely as he went.
“What's the problem?”
That was the point. For the first time in a long time, Nico didn't have any worries other than passing his tests. So, he couldn't call it a problem. It was the solution, in fact. Nico was finding it strange how easily he could leave everything in Percy's hands and stay in his own little, perfect, world where nothing seemed to be able to affect him if Percy wanted it to.
“It's nothing.” He finally said when they arrived in the room and Percy sat him on the edge of the bed, kneeling on the floor between his legs. “Is everything okay?”
“Of course, baby. I've never been better.”
That was true. With each passing day, Percy had more energy and vigor, and slowly, he took charge of all the decisions that concerned both of them. Would they go on a trip? Percy decided where. What would they have for breakfast? Usually his meal would be ready before he had to ask. Like, it was always what Nico liked and the way he liked it the most, each decision seeming like something Nico would choose for himself if he had the chance. Sometimes, it was even better. Honestly? It was a burden he was very happy to be rid of. However, Nico didn't want it to become a burden for Percy, something he did out of obligation.
“Is everything really okay? Have your grades improved?”
This seemed to make Percy stop for a moment, watching him more closely. Percy didn't try to smile, he grabbed him by the back of the neck and hugged him tightly, making something in his chest still.
“Is it about our relationship? Is it too much?”
“No, I like it.” Nico denied, hugging him back as tightly as Percy had hugged him. “I worry about you.”
“Well, don't worry about that little head of yours, yeah? Everything is under control.”
“Are you sure?”
Percy kissed his neck and said:
“As long as you allow it, I will take care of everything.”
“You treat me so well. No one has done as much for me as you do.”
“I’m glad. I hope no one does it or we'll have a problem.”
Nico wanted to laugh. He also hoped no one else would, because if that were the case, it would mean they weren't together anymore. Instead of answering, Nico preferred to let Percy decide the next steps; whether it was sex, a long bath, or a midday nap, it didn't matter to Nico. As long as they were together, that was enough for him.
***
In the end, they had decided on a bath in the jacuzzi, a long and relaxing bath where Percy had massaged his back and made the tension he didn't even know he had disappear as if by magic. Percy was being so good to him that Nico had finally found the perfect opportunity to put his plan into action.
He let Percy dry him from head to toe, like any other day, carry him to bed and kiss him before Percy got up and went to put the towels in the laundry basket. Nico took advantage of this moment to grab the package from the bottom of a drawer and went into the closet, a door that was near the wardrobe and that they rarely used. Fortunately, it would finally have a use.
Ripping open the packaging, Nico took out the two pieces and held them between his fingers, realizing that he might have bought a size smaller than he had planned. The fabric was a delicious silk in a light pink color, looking like it was made from tulle, but still pretty and feminine. He thought Percy would like it, it would be an interesting contrast against his skin. Well, Nico wouldn't know until he tried it on.
Then, taking the thong, he placed his feet in the right spaces, and put on the top, feeling the silk slide over his skin.
Now Nico knew why women liked this type of lingerie so much, the fabric was so soft and thin... it was as if he wasn't even wearing anything, but yet he was being caressed.
“Nico? Where are you?” He heard Percy calling him.
It was now or never, right?
Nico didn't even grab a robe before opening the closet door. He just adjusted his thong and walked into the room, stopping near the doorframe. Did he feel a little ridiculous in that frilly outfit? Yes. However, it was all worth it the moment he found Percy in the middle of the room, seeing the expression on Percy's face go from confusion to shock and then, pure pleasure.
He walked the rest of the way and stopped in front of Percy, determined to be the best of submissives. He lowered his head slightly, showing respect and placed his hands behind his back, allowing Percy to see his front.
“So beautiful. Is all this for me?” Percy said more seriously than Nico expected. His voice sounded firmer and deeper, still without touching him.
“I wanted to surprise you. Did you like it?”
Nico waited patiently, holding his breath. That was because Percy didn't like being surprised. They had never talked about these things, but deep down Nico knew it was true. If Percy was surprised, it meant he had no control over what happened. But still, Nico wanted to see Percy's reaction, maybe then Percy wouldn't be so careful with him.
Don't get him wrong, he loved every day he spent with Percy, but the... excitement of newness didn't happen as often as he would have liked. Maybe this was what they needed.
“My baby is trying to tease me, is that it?”
“Is it working?”
Nico peeked through his lashes and saw a strange glint in Percy's eyes.
At those moments, Percy's features changed completely. From calm, he became serious and... and something else that was hard to define. Sometimes he was playful, and other times, malicious, as if Percy was enjoying his anguish. Percy never lost his cool, however, it felt like something beyond that came to the surface, something that Percy hid and that only manifested itself if provoked.
“Do you want to find out?”
Well, Nico would have answered if he could, if it had been a question. It was more of a warning, a statement of what was about to happen.
Still holding his breath, Nico continued to watch Percy, as he seemed to be preparing to do something... had it been a mistake? Should he have warned him and-- Percy then moved. Just one step forward and his warm hands were on Nico, on his neck, pulling his head back and on his waist, keeping him in place. Which had been a good idea. Without any clothes to cover him, the sensations felt more intense, making him shiver from head to toe.
“We didn't talk about it. Do you know what a safe word is?”
“Oh.” He knew! Finally!
Nico had known and waited for this moment. The problem was that he found it difficult to speak. So he nodded, feeling trapped by Percy's intense eyes.
“Use your words, baby.” Nico knew the nickname was supposed to soften the moment, but he only felt himself tense up more, bracing himself for what was about to happen.
“I-- I have. Pie?”
“Are you sure? “And now there was a certain tone of humor in Percy's voice, his dimples showing.
“Not really. I know how it works, but I've never used one before.”
“Never?” Percy frowned, looking less than pleased. “That’s very irresponsible.”
“I know, but…”
“Tell me.”
“I can't talk much, you know? During.”
This seemed to turn a light on Percy's face.
“Let's keep that in mind. Now, let me see... who bought this for you?” But Percy was smiling, sliding his hands over his body. Shoulders, back, waist, moving around him and touching everywhere until he reached his ass, caressing his buttocks and slipping one of his fingers through the string of his thong towards his entrance.
“Ah!”
“Isn't that what you wanted? Should I use my gift? Hmm?”
And again, it sounded like a question, but it wasn't one. Nico remained as he was, with his hands behind his back, and only moved when Percy grabbed him by the arm, guiding him to the bed.
“Where did you learn that position, baby?” Percy said as they walked towards the bed.
“I saw it on a video…”
“Do you know what that means?”
Nico nodded, too embarrassed to say it.
“I want to hear it.”
“Servitude and obedience.”
“That's right.” Percy said, satisfied. “There's no need to rush, everything will happen in due time. I want you to relax, okay?”
That's what Nico did. He let Percy sit him on the edge of the bed and when Percy finally got closer, he closed his eyes and moaned, feeling his body react freely.
Thanks for reading!
See you next time!
Hi, how are you? Things are going well, aren't they? I've decided to set a day for posting this story, (at least for the next few weeks) starting on Tuesdays from next week. Sometimes I don't have much energy at the beginning of the week, so just to be sure, we'll meet on Tuesdays. Oh, and if you can, give me a helping hand on:
Tapas - (Original version) and on AO3 for a cleaner version.
Good reading!
CHAPTER I / CHAPTER II / CHAPTER III / CHAPTER IV / CHAPTER V / CHAPTER VI / CHAPTER VII / CHAPTER VIII / CHAPTER IX / CHAPTER X / CHAPTER XI / CHAPTER XII / CHAPTER XIII / CHAPTER XIV / CHAPTER XV / CHAPTER XVI / CHAPTER XVII / CHAPTER XVIII / CHAPTER XIX / CHAPTER XX / CHAPTER XXI / CHAPTER XXII
Percy felt like a criminal. He was fully aware that he shouldn't have gone to see Apollo and Vanessa without his parents' permission. After all, technically, he was still 17 and wouldn't be considered an adult for another two months. His only option was to sneak around the house. He hid in the servants' entrance and only moved when he saw no one around. He passed through the kitchen and then ran upstairs, hearing his mother's voice and Nico's in the living room. It was a shame. If Nico was still asleep, he could finally do what he had to do before his mother convinced him against it.
Honestly? Sally was right. They shouldn't mess around with certain things, especially since they were too young and because, according to the law, they wouldn't be responsible if something went wrong. But... if Nico had already practiced this kind of dynamic with other people and he too was up to his neck in it, what was wrong with rushing things? Just a little? It would be just enough to reassure Nico who was determined to drive him crazy.
Really, Percy had no choice. It was the worst kind of feeling to see Nico begging for attention as if Percy was ignoring him on purpose; and if that was what Nico wanted, at least Percy would do it the right way. Like, he had already given Nico a journal and they had the safe words too, even if Nico hadn't realized what they really were. So maybe it was the best alternative. That way, they could finally clear things up once and for all.
Giving up, Percy walked to his room, placed the box on the bed and left the room quickly. Percy didn't want Nico to think he had abandoned him just as they had reconciled. It was his own fault, of course. How could Percy give Nico what he wanted when Percy knew the responsibility of dominating someone? Most of the time it wouldn't just be obedience and fun. It was the expectation behind the word, of what it really meant to dominate someone's life. The care, the concern, making sure that Nico would be safe and happy even in the midst of pain and frustration. It was the real responsibility of having someone's complete surrender and the trust, to the point that Nico would take every word or order to the letter. And from what Percy had seen, some submissives expected the dominant to make all the decisions for them, and in that, Percy didn't know if he would be able to consent. That was the real reason he was so hesitant, if only it were just Nico's fantasies, the expectation would always be heavier than anything they could do.
"Percy? I thought I saw you come in. I think we need to have a talk."
The worst he feared happened, someone had really caught him off guard. It was his mother, furious and with her arms crossed. Percy didn't even have time to go downstairs, at least he had closed the bedroom door, preventing her from seeing the logo on the box's packaging.
"Look, it's not what you think."
"I know everything. Nico told me."
"Everything?" What would that all be?”
“Don't try to fool me.”
Percy paused for a moment, realizing that his mother was bluffing. If she knew anything, Sally would already be raging in a much more specific way. At most, she must have seen something on Nico's shoulders or neck. But... should he hide these things from his mother? It was always better to have a backup plan in case he messed up.
“Fine. We had sex, okay?” Percy raised his hand before Sally could continue, seeing her face deepen in fury, like a mother lioness defending her cub. “I know I promised, I tried to do it your way and look what happened! Nico thought I didn't want to be with him. I found out that he…”
“He what?”
“You know…”
“No, I don't.’
“Nico thinks I'm rejecting him if I don't... touch him.”
“Oh.” Sally sighed and leaned against the wall, looking defeated.
“I'm going to do things the right way this time.”
“Percy, what are you saying? Nico isn't like that. He's kind and calm and…”
“Super obedient? Likes to please everyone around him?”
“Percy, I forbid you to--”
“He's a submissive, Mom. What do you want me to do? Why do you think I've distanced myself from him? Is that what you want?”
“I decide what happens in this house and that's not going to happen.”
“It's too late, don't you see? I didn't start this.”
“What?”
“That's right. Nico has been having fun without me in Italy. And if I found a place and was welcomed, I'm sure he did too.”
That finally put an end to the argument. Sally looked devastated to a point Percy hadn't seen before, not even when she found out Percy was suicidal.
“What could have happened to make Nico want these things? He must have learned it from someone.”
It was a good question. For a little boy who avoided even the mention of sex to become a submissive, it was a big step.
“Maybe what he told us about Hades is worse than we thought?”
“Percy! I don’t want to think about that possibility.” Sally put her hand to her face, refusing to believe that Hades would be capable of sexually abusing such a defenseless little boy. When she looked back at Percy, Sally had a strange glint in her eyes. “It seems like we have more work to do.”
“Mom, no! Nico didn’t say anything about it. I don’t want him to feel pressured.”
“Honey, of course he didn’t say anything about it. Would you? That’s what abusers do. They manipulate people who are more fragile than they are and make them believe that no one will believe them. Nico needs a little push in the right direction.”
“I don’t know. We’ll talk to him, if that’s the case—”
“Leave it to me.” Hades Di Ângelo doesn't know who he's messed with!
***
Percy's life was a big ball of tiredness, because that's how he felt. A small thing that seemed unimportant, from one moment to the next, grew and grew, and before he knew it, the small signs of danger became a whirlwind of problems. He wasn't complaining, it was better to know what was going on than to be caught off guard later. The first of them was his mother always getting involved in things she shouldn't. They went down the stairs and he knew right away; as soon as they got downstairs, he saw Sally straighten her spine, as if she was getting ready to go to war.
Luckily, the three people present hadn't noticed their presence. Nico was sitting in front of the dining table, looking irritated by something Tyson was saying to him, while Grover just laughed, stretched out in the chair where he sat. Then, before anything could happen, Percy grabbed her shoulder, smiled and leaned down towards his mother, whispering:
“Mom, we talked about this.”
“I need to--”
“No, I'll talk to him when the time is right.”
“Per--”
“Promise me. I'm serious.”
“Perseus Jackson!”
That finally caught Nico's attention. Percy ignored his mother's glare at him and walked towards Nico. Sally could get all annoyed, today was not the right day to discuss these things; today, he would put Nico on a pretty leash and do things the right way.
That is, Percy would do that if Nico would let him. Because that was his second problem of the day. It was even funny if Percy was honest with himself. Nico glanced in his direction for a brief moment and, just like that, ignored him. Nico went back to looking at the plate in front of him, moving the food with his fork from side to side, not seeming interested in eating.
“Looks like someone didn't have a very good night.” Tyson continued, chewing as he spoke. It was kind of disgusting. What could Percy do? When his brother was in this kind of mood, nothing could stop him. Except when Nico was in an even worse mood.
In slow motion, Percy saw Nico pick up a still-warm bagel, stare at it for a moment and then Nico threw the bagel in Tyson's face, ending his brother's laughter, but making Grover laugh out loud, who almost fell backwards from laughing so hard.
“Now, who's not having a good day? Hm?” A victorious smile appeared on Nico's face and in the greatest display of childishness, Tyson stuck his tongue out at Nico, picking up the roll that had fallen on his plate and taking a big bite of it.
“Thrown food tastes even better. Let's see who wins?”
It was clear that immaturity had won this round. Percy saw no other alternative but to play the adult. Just as Nico was about to throw another piece of bread, Percy stopped beside Nico and touched the back of his neck. He didn't even hold him, just placed his hand on Nico's neck. The effect was immediate. Nico stopped with his hand raised and looked up, his face a mischievous boyish expression.
"Behave yourself." Those words seemed to have an even more powerful effect.
Slowly, Nico lowered his arm, put the bread on his own plate and looked down, all embarrassed. Percy hadn't even scolded him or told him to stop, but it was as if he had. It was... intoxicating. If Percy gave Nico any order, would he obey?
"Eat," Percy said and waited to see what would happen. For a moment, no one moved. Nico remained huddled against the seat of the chair, fidgeting uncomfortably. Not even the sound of his mother's heels approaching seemed to wake Nico from his bubble of shame. Nico remained like that for a few more moments and finally picked up the fork again, this time cutting a piece of the pancake and bringing it to his lips, looking like he was going to burst into tears at any moment.
“Good boy.” Percy said once more, testing to see what Nico would do.
He stroked the hair there and felt Nico immediately relax, chewing slowly under his attentive gaze and blushing discreetly. The real question was whether things had always been like this or if it was something new.
Percy looked at his family who now seemed as well-behaved as Nico, although he saw how Tyson and Grover looked at him with a strange smile on their faces or how his mother disapproved of him, still with her arms crossed, now sitting in her chair. The important thing here was that no one had found the scene strange. It was true that sometimes he had to break up arguments like this, without importance. The question there was, had Nico always reacted to him this way? Percy hated what his brain did to him, erasing this type of information and then making him question if it was real or if it was just his fertile imagination inventing fantasy scenarios.
“Where did you…” Nico began to say, still looking at his own plate. “You weren't in bed when I woke up... did something happen?”
“I had to leave really fast. It's a surprise.”
“Surprise? I’m gonna like this?”
What Percy heard was a "will it be fun?"
“I promise you will.”
“I just... don't like waking up alone.”
Hm. Percy understood, he really did. But since Nico wanted to go down that path, Percy had an obligation to be responsible.
“This won't happen again. I had a good reason.”
“And that is...?”
“You'll find out. Soon.”
Percy had spoken with a tone of finality that he usually didn't like to use. See, he was the dominant one here, right? So, he would act like one. And Nico seemed to be aware of that, even if they hadn't had a serious and definitive conversation. Percy knew this because Nico looked away from his own plate and looked at him curiously, and instead of arguing, Nico pouted, going back to eating, taking a forkful of scrambled eggs.
“Do you want some?” Nico took another bite and offered it to Percy, who accepted it only to see a smile appear on Nico's face.
Well, what could he do? Percy pulled a chair closer and let Nico feed him in intervals, where things returned to normal; his family resumed talking and Nico remained quiet, accepting whatever Percy put on his plate.
***
Nico picked up his bag from the floor and accepted it when Percy offered him his hand, hearing the bell ring. It was Friday and that was usually Nico's favorite day, a day with few classes and the whole weekend to rest. Or so it used to be. Since he had come back, every day had been full of ups and downs, little moments that Nico treasured, hoping they would last the rest of his life. He just... he just didn't expect that after so many misunderstandings, things would become so easy. Unpredictable? Yes. But never forced, even when something happened that made his head spin.
Fortunately, this was one of the good times. Since he had woken up that morning, his head had been... empty. Nico couldn't worry about his problems, like the upcoming exams or Annabeth who kept hovering over them. Not even when Percy scolded him at breakfast, taking control of the situation, like he hadn't seen anyone do in a long time, not when it came to him, the "innocent and delicate Nico". Things just seemed to be in the right place again, as if he had never left, however, they seemed to be even better, feeling like they had taken an important step towards the future he had always dreamed of.
“Baby? Are you okay?”
“Hm. Just tired.”
“We're almost there.”
“Okay.”
They really were. Nico had barely noticed the moment they had gotten into Percy's car, he didn't remember putting on his seatbelt or when they had arrived in the neighborhood where they lived. Nico stared out the window, not registering anything, letting his mind wander, empty, Nico feeling so calm and at peace like he had never felt before. Had it been the sex last night? Or was it just Percy's presence? And where did all this peace of mind come from? It didn't matter, he got out of the car when Percy opened the door for him, accepted the hand Percy offered him once again and went upstairs while Percy guided him. Hm... maybe that was it. Things had always been like that for him, hadn't they? The absence of duties and obligations? Not always and not everything, just a little bit. It was okay if Nico allowed himself to not make any decisions for a few hours, right?
"Beautiful. Lift your leg."
"Oh." He did, lifting one leg and then the other, allowing Percy to take off his sneakers, socks and pants.
When had they entered the house and gone to Percy's room?
"Arms."
Nico lifted them too, Percy exchanging his shirt for a comfortable t-shirt.
"Better? Some water?"
Nico didn't hesitate, took the glass of water from Percy's hand and drank it in one breath, feeling better immediately.
Could something have happened during the day to make him feel this way?
"Good boy." Percy said and kissed his face, holding him by the back of the neck, practically cradling him in his lap.
Something ignited in his brain, pleasure radiating through his body for no reason.
Oh, so that was it? That must be the reason he was feeling so light and content. It shouldn't be normal to feel like that for so long, right? He had woken up in a bad mood, but soon that feeling of doing the right thing and being in the right place filled him, making him forget that he should be mad at Percy.
“I... don't talk to me like that.”
“Like what?”
“Like that... with that voice... touching me like that…”
“I've always done that. What’s changed now?”
“I…” Nico was starting to not care if Percy did that on purpose. Was it normal to hear someone's voice and immediately feel all those things?
Nico heard Percy laugh and a shiver ran down his spine. It was a low, deep sound near his ear, making him realize that Percy was, in fact, doing that on purpose. Maybe he had groaned and clung to Percy's neck, Percy nibbling on his shoulder, moving up until he found his earlobe once more.
"Okay, I admit it," Percy murmured. "You've been very susceptible to... suggestions. Is it me or is it something general?"
"Just you," Nico found himself saying, realizing it was the truth. "I think... I trust you."
"I feel honored," Percy said without any irony, his low, velvety tone giving way to something more normal. "I was afraid this would happen. I will never abuse the trust you put on me."
"I know that. I’ve never doubted that."
"That's why I have to talk to you about something."
Oh, no. Was he in trouble?
Thank you for joining me on this journey. See you next time.
I hope you like it.
CHAPTER I / CHAPTER II / CHAPTER III / CHAPTER IV / CHAPTER V / CHAPTER VI / CHAPTER VII / CHAPTER VIII / CHAPTER IX / CHAPTER X / CHAPTER XI / CHAPTER XII / CHAPTER XIII / CHAPTER XIV / CHAPTER XV / CHAPTER XVI / CHAPTER XVII / CHAPTER XVIII / CHAPTER XIX / CHAPTER XX / CHAPTER XXI
“Good boy. So obedient.” Nico closed his eyes tightly and refused to answer, feeling his body shake with the effect of the orgasm.
Not that he was capable at the moment, to speak or move. No, Nico didn't think he had ever come so hard in his life, and hearing Percy talk to him like that made him shudder even more. Nico didn't think even Percy himself knew what those words did to him, the velvety tone of his voice and now the soft touch that soothed him after something so intense. It wasn't just that, it was the way Percy talked to him, as if Percy was really proud; it was the way Percy looked at him, analyzing him coldly from head to toe and, at the same time, with that hunger in his eyes that made him want to obey every order. Nico couldn't deal with it, so it was better to just feel grateful that this moment was happening.
“So?” Nico heard Percy say, feeling Percy’s touch, gently rubbing his arms, reaching for his wrist to finally unlock the handcuffs. Funny, for someone who was afraid of being tied up, he didn't even hesitate when Percy suggested it.
"So, what?" Nico mumbled, still slightly disoriented. He couldn't even raise his arms, allowing Percy to keep on rubbing the reddened skin.
"Was it good or bad?"
"Hmm?"
"Did you like what I did?"
Wasn't that obvious?
"I came twice."
"Doesn't mean you liked it."
"And you, did you like it?" Nico countered, trying to move, which only made him fall backwards like a rotten fruit that fell from a tree.
When Percy didn't answer, Nico looked at him. It was pretty clear what was going on, Percy and his martyr complex. The truth is that he had liked it, they both had, and that seemed to be a problem for Percy.
"I liked it, okay? I mean, your chin is still wet." To prove the evidence of the crime, Nico stretched out, groaning from the pain in his muscles, and ran his fingers over Percy's face, showing Percy the liquid.
"Yeah, I guess so." But Percy still had that analytical expression, almost too rigid, like he was preparing to give the next order, which turned out to be true in the end. "Stay here."
"Where would I go?"
"With you, I never know. Just don't... run away. Okay?"
"I told you I won't do it again. How long are you going to blame me for this?"
"I'm sorry." Percy tried to smile, and when that didn't work, he turned his back on Nico, who fell back onto the pillows.
It seemed that Nico wasn't the only one traumatized by the past. What could he do? This was their story, sometimes happy, sometimes troubled. Nico wouldn't trade what they had lived for anything in the world. Where would he be if he hadn't met Percy in a public school bathroom? What would he have done if Percy had been like those boys? At least they wouldn't be in this impasse. What if... what if he forced things just a little bit, Percy would see that there was no reason for so much guilt? After all, Percy always liked the truth and pretty things...
"Nico."
Startled, Nico saw Percy's face too close and grabbed Percy's shoulders, pushing him away.
"What are you thinking about, hmm? I know that little face very well."
"I don't know what you're talking about."
"You're not up to something, are you? Behave."
"I always behave." Except when I need to act, Nico thought, putting on his most innocent expression.
"I'll believe you."
Percy sat down next to him and began to clean him up. On his chest, abdomen and then between Nico's legs, gently sliding a damp towel, reaching his entrance.
"You don't have to do this."
"I want to do it." Percy murmured, kissing him on the cheek. "You were right. I was absent, I promise I'll make it up to you.”
“How about starting now. Let me suck you off?”
“How can that be a reward for you?” The important thing in all this is that Percy had finally smiled, stroking Nico’s hair.
“Is that a yes or a no?”
“It's a maybe later. Right now, it's time for my baby to take a nap.”
“I'm not a baby.”
“Then why are you yawning in the middle of the afternoon?”
It was a good question.
Nico only let Percy cover him because Percy had laid down next to him and hugged him tightly, also getting under the covers with Nico.
***
For some reason, Percy felt exhausted. He allowed himself to relax into the pillow, pressed against Nico's back, and closed his eyes, just for a moment, just long enough to feel the weight lift off his shoulders. It was a metaphorical weight, of course, a weight he hadn't even known was there. Percy had never imagined that guilt could drain someone to the point of affecting them physically. Had things been like this in the past too? Percy couldn't remember. This was a bad habit he'd developed, another psychological crutch, he knew. Percy would forget and lock away everything that was traumatic or frustrating in the back of his mind.
You know what? Percy had decided not to think about what was bad or good, right or wrong, and would focus on what was right for them. Were they comfortable with this? Great! Did it sound fun? Did it make him feel good? So that's what they would do. What was the point of doing what was considered "normal" if it caused so much pain, and not the kind that Nico seemed to enjoy? It was best if he talked to his mother, just to reassure her. Percy knew better than anyone that Sally would annoy him until he confessed to her.
Feeling tired once again, Percy got out from under the covers, trying not to wake Nico and saw something lying on the floor. He walked around the bed and there in the middle of the path was the diary he had given Nico. The diary was open at the beginning of the first pages and had a pen stuck in it, marking the last page written.
He had already forgotten about that too. Fortunately, it seemed that even though he was a horrible person, Nico was still the same sweet little boy, always the obedient one. Yes, Percy could see that Nico had already written a few words and had personalized the back cover:
NICO'S DIARY If lost, return to Percy!
Percy had to laugh, already feeling light. There were even some cute drawings of hearts, little angels and little demons around the letters. However, what really caught his attention was the page where the pen was stuck.
“I love that kind of headspace where I almost float, almost delirious, you know? My head feels light and I have no idea what I want to do, I just want whatever you want me to do. Most of the time, all I know is that I want to be fucked so hard that I can barely speak and all I can do is give little moans when you ask me something.” “I want the kind of sex that leaves marks on my hips and the shape of your hands on my skin. The kind of sex that leaves my chest covered in bites and your back covered in scratches. I want the kind of sex that makes my body ache and throb and makes me feel you between my legs the next day.”
This was a passage that seemed to stand out from the other pages, something written in a hurry, in a careless scrawl, in black ink and without decorations around it, as if Nico didn’t want to spend much time with these thoughts and just needed to pour them out on the paper. That was the real reason why he stared at those words for long moments, motionless, standing in the middle of the room with Nico still sleeping peacefully, without a care in the world.
It was impossible not to compare the two typographic styles. On one side of the page, vines and trees that seemed to intertwine up to the heavens, accompanied by lines of simple and beautiful poetry, on the other, clumsy and vulgar prose, allowing Percy to see the two sides of Nico that he rarely saw together. There were other drawings, of course. A demon and an angel that took up an entire page, descriptions of personality and physical characteristics, a few lines of narration that on the next page were interrupted by more scribbles with loose thoughts.
“I want you to hold me and touch me, I want you to make me feel safe and small, like the baby I deny I am. I want you to tell me when no one is looking: “How’s my boy? Did he behave?” I want to have rules and I want to have to ask for permission. I want to be disciplined when I don't do what you order.”
Percy had to stop flipping through the diary and look at Nico sleeping in bed.
He... fuck! He wanted to do all of these things, Percy wanted to make all of Nico's wishes come true. And do you know why? They were the same as his own. Every word and confession seemed like something he would do if guilt hadn't stopped him until that moment. Were these fantasies really Nico's? Or was something Nico had written to get back at him? Or, even worse, was it what he had led Nico to believe they both wanted? But at the same time, Percy could recognize Nico in every line, be it clumsy or elegant, mixed with the influence he had over Nico and other things and moments when Percy hadn't been there to shape him.
Honestly? Percy was relieved. Knowing that Nico had had other experiences and met other people and that even after all of this Nico had still come back to him, it took away another part of the weight Percy didn't even know he carried. However, the important question was: How could he do... all of this without going over the edge? How could Percy make sure Nico wouldn't come out of this hating him for real?
He... Percy needed help. And a few things, too. Something that would make Nico understand the seriousness of the situation, how much he wanted Nico to stay safe and happy. It seemed that this was the moment to act.
***
Nico opened his eyes and the first thing he noticed was the sunlight coming through the blinds, blinding him momentarily. His head throbbed with an irritating pain in his temples, but his body was as relaxed as it had ever been. His vision was blurred too, dazed by the endorphins that still seemed to keep his body calm and his mind wonderfully empty, as if all anxiety had been sucked out of him by a compressor hose. Not even his adventures with more experienced boys had caused this kind of reaction in him.
He looked to the side, expecting to find Percy and got in return his absence and a piece of paper, Percy hadn't even left his warmth behind, which meant that Percy had gotten up a long time ago.
Well, Nico shouldn't get his hopes up when Percy had been handling things so badly lately. And he said he'd give Percy time to get used to things, didn't he? Even though it was hard to keep waiting for something that might not even happen, he had no other choice. It was better to have Percy's company than to have nothing at all. But that didn't mean Nico wouldn't try his best to get what he wanted.
Giving up, Nico sat up in bed and picked up the note.
"Did you sleep well? I had to leave real quick. I promise I'll be back for breakfast. Wait for me. Per."
Was that all? Was that what he deserved after feeling his world shake? This was so unfair! Enough! He was going to take action right now.
Forgetting about his headache and his sore muscles, Nico crumpled the note, threw it somewhere towards the trash can and marched until he stopped in front of the closet. This was so ridiculous! He never thought the time would come when he would have to stoop so low. He picked up the box with his toys, reached into the bottom of it and pulled out a sealed, black package. It was something the saleswoman had suggested and since he had bought worse things, that didn't make him a bad person. Nico placed the package on the bed, grabbed the items he would need and went into the bathroom. He was going to show Percy who was boss here.
***
Percy felt much better now.
How could he explain it? Well... there was a place, a kind of bar, and he had been curious, you know? Percy had never participated, however... he had watched and understood very quickly how things worked. What could he do? His mother always said that knowledge was something that no one could take away from you, and in fact, it had been something hard to forget. Maybe he had gotten bored without Nico around or maybe when he found himself alone, with no one to watch over him... why not? Since Percy no longer needed to be the good guy?
The fact was, Percy had discovered that he did those things without needing anyone to teach him. At least there, he learned that what he did was wrong if Percy didn't ask permission first.
A good example of this were words, small suggestions that if repeated could become conditioned behaviors, like when you teach your dog to give you a paw in exchange for treats. People had the same tendencies and similar desires, too. Some were more assertive and others were more obedient. It was a normal dynamic, nothing forced, of course, just ways of behaving where each person felt more comfortable expressing themselves. And that was just the beginning, it wasn't even something sexual or romantic, just attitudes that most people didn't notice. His psychologist at the time had suggested something similar. It wasn't that he was going after those types of clubs, but rather that Percy should analyze why he felt so codependent on Nico or why Percy felt so frustrated. And since it seemed to be related to sex, he thought... why not? His mother had supported the idea and his brother and Grover had loved it even more. So, as a close-knit family, they all went to investigate the bar, including his mother.
The important thing was that when he found out what he was doing with Nico, it was too late, Nico had left and he was left alone, with all those ideas and no one to test them. Percy wasn't proud of what he had done, but he didn't regret it either. Honestly? He didn't care about those people and if he had hurt some of them along the way, it was none of his business. Percy never promised them anything, tired of warning them what would happen in the end.
That was why Percy was there that morning, a twenty-four hour bar that operated as a snack bar during the day. It had been over a year since Percy had been there, but since they were the place he trusted the most, it would have to be there.
Percy took a deep breath and entered through the black iron doors, reaching the first area where there were wooden tables and chairs that would be removed at dusk to make way for the dance floor. He continued walking further back and found the bar, a long counter next to a spacious kitchen, watching the waiters pick up plates of food to be delivered. He just hoped that no one--
"Percy, dear. It's been a while!"
"Vanessa," Percy said and turned around, seeing his favorite "teacher." She was a caring, kind and firm dominatrix, something he always wanted to be and never had the patience for. In comparison to her, Percy was anxious and somewhat cruel. Who knows, maybe one day?
“What brings you here? Finally looking for company? I have a submissive who--
“Not this time,” Percy said and smiled, politely denying. “I’m looking for Apollo. I wonder if he’s around?”
“Oh, that’s so good. Who’s the boy?”
“Someone new.”
“Hm, I see.” But she seemed to judge him like everyone else did.
“Not so new. He’s new to the scene.”
“Oh, okay.” Vanessa smiled again and came out from behind the counter. “I know exactly what you want.”
So, together, they went through another door, up a spiral staircase and arrived on the second floor, full of doors with private rooms, some with windows that allowed you to see inside the rooms and at the end of the hallway, a large black metal door that they also entered.
For sure, that room was what Percy was looking for. He felt that if he brought Nico here, the little boy would spend a few hours asking what those things hanging on the wall were for. There was also a counter at the back of the room, where a tall, blond man was reading a magazine, wearing headphones.
"Hey," Percy said as he approached.
Apollo looked up and at the same moment took off his headphones and stood up, running towards him. It was okay, because Percy was prepared. He opened his arms and let Apollo hug him as much as he wanted, rubbing himself against him.
"Oh, look at our little Dom. So big. Have you been working out? I bet the little boys are chasing you."
Not since Nico had come back, but that was another matter.
"Just one. I was looking for something specific."
"I know exactly what you need."
"I haven't said anything yet."
"And you don't have to."
Apollo smiled brightly, picked up a shopping basket and started walking through the aisles and shelves.
"Let me see. Something discreet for the day.”
Apollo reached out and picked up a choker, something in the Gothic style. A soft, discreet strip of leather with small crystals adorning it.
"Something to play with."
This time Apollo picked up a light pink collar, heavy and with large holes, with a small name tag and a clasp to attach a leash if he wanted.
"Something to keep him quiet and well-behaved, yes?"
Finally Apollo picked up a muzzle with a ball in the middle, a silk blindfold, and soft handcuffs.
"There you go. That should do it."
"I can't, this is too much."
"It's a gift for our junior Dominant!"
"Really, I can't--
"Oh! There's something missing!"
"Apollo, no!"
"Apollo, yes."
Before Percy could stop him, Apollo was back with a paddle. Its surface was all black leather, made of a stiff material, but the tip of it had a soft padding that would bring pain without leaving too many marks.
“Apollo!”
“Come on, just this once. I’ve never seen you interested in anyone. Consider it a good luck gift.”
“Exactly! I can’t show up with this. He’ll think I’m—”
“He’s not wrong.”
Percy snorted and gave up arguing. Apollo was so ridiculous that it made it impossible to contradict him.
“Besides…” Apollo continued, packing the items into a pretty box. “Since you rejected me, the least you can do is accept my gift.”
“How much was it?” Percy, for his own sanity, decided to ignore him, and took out his wallet.
“Didn’t you hear what I said? It’s a gift.”
“Come on! This is worth at least a thousand dollars.”
“So what? I’m rich.”
“So am I.”
“Looks like we’re at an impasse.” Apollo grimaced sadly and shook his head. “Looks like your boy is going to be very disappointed, then.”
“He doesn’t know I’m here.”
“Is this a surprise? I didn't know you were a romantic.” This time, there was no irony in Apollo's voice. “I'm feeling very single right now.”
Percy had forgotten how dramatic Apollo could be. He was handsome, Percy couldn't deny that. However, beauty wasn't everything in life, even if it helped a lot.
“Vanessa! Get me a Dom right now!”
Percy turned around and there was Vanessa, watching them from afar as if she were watching a sitcom.
“Didn’t it? Three times in the last month?”
“You call that dominance? My mother is less vanilla than that.”
“Please, spare me.” Vanessa crossed her arms and rolled her eyes.
“Why is so hard to introduce me to someone tall, hot and with an attitude? Is that too much to ask?”
It was Percy's turn to roll his eyes. He wanted to say that this was the first time something like this had happened. He swore he wasn't trying to brag, but... really, Percy thought those D/s days were behind him. But there he was, asking these people for help.
“Behave yourself.” Percy found himself saying, already irritated by the situation. The worst part was that Apollo immediately straightened his spine. And he had to add: “Don’t you dare.” It wouldn’t be the first time Apollo had knelt down without even realizing it.
“So mean.”
“Look, I appreciate the help, but I have to—”
“Is everything okay?” Apollo asked, now serious. “You said you would never dominate anyone. Is it about the boy who made you suffer?”
“Maybe.” Percy shrugged. “It’s not his fault.”
“Okay. Do you need help? Maybe mediation?”
“No. I can do it.” Maybe, he wanted to say. The truth is, Percy couldn’t even think about having to share Nico with someone or letting other people watch. Percy didn’t know if he could control himself. “You don’t need to worry.”
“Are you sure? We could give the poor boy a hand. Does he know what he's gotten himself into?”
"You don't have to worry," Percy repeated.
The worst part was that Percy wasn't even lying. Nico knew a lot more than he would have liked.
So, did you liked it? Thanks for reading!
Hi, guys. How are you doing? I had a bit of a burnout this week, but a promise is a promise. If I don't show up next week, it's because I'm sick and completely drained. I hope you like it.
CHAPTER I / CHAPTER II / CHAPTER III / CHAPTER IV / CHAPTER V / CHAPTER VI / CHAPTER VII / CHAPTER VIII / CHAPTER IX / CHAPTER X / CHAPTER XI / CHAPTER XII / CHAPTER XIII / CHAPTER XIV / CHAPTER XV / CHAPTER XVI / CHAPTER XVII / CHAPTER XVIII / CHAPTER XIX / CHAPTER XX
“I love you too.”
Percy continued to hold Nico against his chest and only moved when he was sure that Nico would no longer hate him. He leaned back against the couch and brought Nico with him, touching him gently
For a moment, in the silence of the living room, where all he could hear was Nico's heavy breathing slowing down, Percy thought that things between them would return to their normal and that Nico would finally be satisfied. Imagine his surprise when he felt Nico moving on his lap in a very specific way, rubbing against him, making him lose his breath when he felt small hands touch between his legs over his pants, a touch so gentle that it made him gasp, the sweet torture reminding him of his erection.
“Do you want to…?” He heard Nico say, the uncertainty in his voice clear, although that didn't stop Nico. Because, right after, he felt Nico's hands continue to explore the area, sliding up and down, drawing a tortured moan from him.
“You don't have to.” He mumbled, or thought he had. In those moments it was hard to tell what was real and what was a creation of his mind.
“I know you're... trying to treat me with respect, but... is that necessary? Wasn't it because of sex that we... fell apart?”
The insinuation was clear, and with each passing day Percy saw how much the unspoken words made the distance between them grow.
“Do you think that's why I like you?”
“Well... you always say I'm pretty.” Nico said in a lower voice, as if he expected not to be heard. It was at that moment when Nico hesitated that Percy remembered to take his eyes off what Nico was doing between his legs and pay attention to what Nico was saying. What caught his attention was the blank expression on Nico's face, the distracted way he touched him, like Nico was trying to hide something behind the mask of indifference. “Isn't that why you looked for other people when I was right in front of you? For thinking I was... pure?”
“Nico. That doesn't make sense! I wouldn't do that again.” When would he have time to do that? Between his depression and the mountain of work and studying?
“Wouldn't you?” Nico then raised his head and looked at him, without any kind of judgment in his voice, but that still made Percy feel very judged. — “What I have to do so you don't ignore me?”
“I'm not ignoring you!” Like, he didn't think he was. Right? Didn't they spend all day together? How could Percy ignore someone who was right next to him?
“When was the last time you did something you wanted?”
“I... we went to that party last week?”
“Percy.” Now Nico looked like he was about to cry. “When was the last time you did something no one asked you to do? You say I'm not interested in things? You're not either. And now, you don't even want sex.”
“It's not your fault. It's not because you came back.”
“I'm starting to see that. But that doesn't make me any less guilty.”
"What do you want me to do? Everything I do is a mistake! It's better to keep things this way. If I do what people expect of me, I won't make mistakes."
"Percy!" Nico's scream echoed through the room, making him open his eyes wide.
With a dry throat, Percy watched Nico get up from his lap and kneel between his legs. With tears in his eyes, Nico rested his hands on Percy’s thighs and put his face in his lap, ready to start begging. "No one is asking you to be perfect!"
"I have to be!"
"I should have never come back! If I'm going to see you like this, it would have been better to go somewhere else. It would have hurt less. You can say whatever you want, It's my fault you're acting like this again."
"How could this be your fault?"
"I made you remember the past."
Nico was right about that. Percy was thinking about his childhood more often than usual. He had worked to get rid of it, and now that his memories were flooding back, it was hard to tell the difference between the person he used to be and the person he was now.
“Please,” Nico finally begged in the most miserable voice he had ever heard. “I don’t want you to hold yourself back because of me. I know you care about me, and I care about you. I just… I want to live these things with you. I want to wake up every day next to you, and I want to be with you every day, and I want you to have all the things you want, and I want… I want, um… you know… I don’t mind if you’re… not so kind in bed. I like it… really. I mean, you were never a saint, maybe a little vindictive, and also--”
“I’m glad you think that of me.” Percy said, and smiled sincerely for the first time in days, interrupting Nico. The boy wanted him to be honest and do what he wanted, didn’t he? “That’s not fair. And where does that leave you?”
“Me? I'll stay by your side.” Nico said and smiled back at him, still with his head on his lap, rubbing his face against him like a kitten. “I'd rather see you acting like the worst person in the world than see you turning into an empty shell.”
“Nico.” Percy leaned forward and grabbed Nico by the back of his neck, making him lift his head. “I don't want to take advantage of you. I feel like that's going to happen if we keep going like this.”
“What are you waiting for, then?”
“Nico!”
“There's nothing either of us can do. The damage is already done. Now, you have to take responsibility for what you did.”
“And what would that be?”
“You can start by taking me to the bedroom and taking off my clothes.”
“I'm not sure.”
“But I am.” Nico pouted cutely, and Percy found himself smiling again, watching Nico stretch toward him still kneeling and kiss him sweetly. “I can wait.”
When Nico spoke like that... so convincingly, Percy could almost see the reason behind it all. Although he didn't really understand. Who would want to be treated like Nico had been and still ask to continue suffering alongside someone like him? Percy would try one more time. If Nico had knelt at his feet and put his head in his lap like a pet, Percy could also try to be a good owner.
***
Honestly? Percy hadn't thought it would be so easy to surrender after so long fighting these urges. It was a magnificent sight to watch Nico get up from the floor. His pants still open, his hair messy and his lips swollen. Nico offered him his hand and Percy didn't hesitate, as he had promised, he went upstairs to their room. He sat on the edge of the bed and took off Nico's clothes. First, the skull t-shirt, then he pulled Nico's pants down, taking his underwear with him, his All-Stars and socks too, and finally allowed himself a moment to appreciate Nico's beauty.
In the end, what his baby had said was true. The first thing that had caught his attention in Nico was his natural beauty. Long eyelashes, deep black eyes, full mouth, soft skin, rounded hips, long legs, the sweetest voice even when angry and, above all, that well-behaved boyish appearance, always obeying what he was told. There were exceptions, of course, moments like these, where Nico would beg and be demanding, but not like Percy would. Never.
"What about now? How that leave us?" It was a rhetorical question, and they both knew it. Percy smiled and Nico moved closer, placing himself between his legs, holding onto his shoulders.
"Do you want to see something?" Nico asked, cheerful.
"It depends. Is it a surprise?"
"You could say that."
Nico smiled and ran towards the closet, coming back with a golden box with a lid on top.
"Did you buy it for me?"
"No, it's for me." Still smiling, Nico said and took off the lid revealing a nice collection of toys, only these toys were for adults. Three dildos of different sizes, a vibrating ball, handcuffs, nipple clamps and even a paddle. And lots of lube, at least three large tubes.
"Are you sure you haven't been having fun with someone?" He couldn't even blame Nico if that was the case.
"I don't want anyone else touching me but you. This is all your fault! Here I am, offering myself and saying that you can do whatever you want with me, and you having a crisis of conscience? I never thought something like this would happen.”
“Hey! I'm not that bad!”
“Right now, you’re not.”
“That's why I wanted to take it slow.”
“Sorry. I guess I've changed too. But if I knew, I would never have run away. At least, you didn't do the same thing I did.”
Yeah, Percy could imagine. Where would he run away to? To his father's house? To look at the face of his stepmother who hated him or deal with his stepbrother who stalked him when his mother wasn't looking? No way.
“I needed some time. I want to make sure that something like this won't happen again.”
“I know. I was safe in Verona. Hades isn't brave enough to face my nona. If she knew everything today, Hades wouldn't have a penny.”
“Why didn't you tell her?”
“It doesn't matter. She already spoils me too much.” But Nico said this with a smile on his face, seeming to remember happier times. “We don't have to do anything today. Or tomorrow. I want you to know that I'm here and that you don't need to feel guilty, because I've never blamed you for anything. Okay?”
Nico took the box from his hands and placed it on the bed, then sat on his lap, kissing Percy once more. And maybe... maybe it wouldn't be so bad to let himself go a little bit.
***
So… Percy found that he really liked that toy box Nico had put together. Especially the vibrating ball. It was the size of his thumb and was fluorescent pink, with a long string and a button in the middle. Really interesting. And since Nico had bought all those things, it would be a waste not to use them.
He grabbed the handcuffs, the lube and the ball, and well, there they were. Nico lying against the pillows, on his back on the bed and his hands tied above his head to the bed frame, while he was between Nico's legs, fully clothed. It was kind of funny. Percy had pressed the button on the ball and it had started vibrating immediately, making him laugh and say "You asked for it" and before Nico could complain, Percy brought the madly vibrating toy to Nico's legs, following the same path with his mouth. It seemed that Nico didn't know what to do, whether to laugh because of the vibration or to moan, bite marks, teeth brushing against his skin and lsucking lips in places that had never been marked before.
"What now? Should I stop?" Percy said in the most innocent voice, moving the ball up between Nico's legs, stopping at his groin before reaching the really sensitive parts.
"No! Please!"
"What do I get if I keep going?"
"Anything!"
"I don't know... it seems too generic."
"Um-- I... I suck you? Or..."
"Or?"
"Whatever you want."
"Really?"
"Hmhm." Nico sighed and gasped, because Percy was tired of playing.
He brought the little ball down and pressed it against Nico's member, and like in a magic trick, it had magically gone from semi-erect to hard so quickly that it must have hurt. Percy slid the vibrator along the base of the member and slowly moved up, reaching the tip and lingering there, pressing in small circles on the reddish head.
Percy couldn't believe his eyes, he pressed just a little more and suddenly, Nico was screaming, the small member throbbed in his hand and expelled faster than Percy could react. He removed the vibrator from Nico's member and watched Nico shake all over, breathing as if he had run a marathon. But he wanted more, Nico reacted so strongly to the vibrations that Percy wanted to see how long Nico could hold out.
He turned the toy back on, feeling it vibrate in his hand for a few moments and waited until Nico was not about to have an asthma attack, and slowly, like nothing was happening, placed the little ball on Nico's skin again, near his hip, going down his long legs.
All Nico did was gasp in surprise, still shaking, he didn't say anything or even move in protest, he just looked at Percy, his gaze half lost and half ecstatic, trusting Percy and allowing himself to feel, as if that was all he wanted to do. So Percy, like the gentleman he was, continued with his exploration. He went back up with the vibrator and reached Nico's groin once more, this time passing straight past his member and touching his testicles, watching Nico open his lips in a silent moan, his body shaking without his control. To Percy the whole experience seemed painful, the way Nico contracted and arched, the high-pitched moans, if it weren't for the expression of complete pleasure on Nico's face, he would think that... no... it was better not to think about it.
Percy concentrated on what he was doing and finally brought the vibrator lower, finding Nico's entrance, who let out a little moan so delicious that Percy wanted to make things even more interesting. But, no, that was enough. Then, he rubbed the ball around the entrance until it went in, disappearing inside Nico. Maybe he had overdone it, Nico opened his eyes wide and writhed, whimpering and panting, seeming like he had never done this before, and when Nico did nothing to stop him, Percy kept on exploring. He pulled the vibrator out by the string and pressed it back in, playing with the entrance, doing this so many times that the skin began to swell, like when you kissed someone for a long time and this was the result.
"Please!" Nico begged, twitching on the bed, back arched and head thrown back, looking like he was about to cum once again. And who was Percy to deny his sweet baby.
He pressed the ball in once more, making Nico shudder and this time, he pushed it in harder, inserting his fingers along with it, moving the vibrator around. Nico went crazy, he began to beg nonstop and held on to the bed frame, his toes curling. It was a magical moment for Percy. With two fingers, he took the ball a little deeper and pressed it into that little spot they both knew well. The reaction was immediate. Nico screamed at the top of his lungs and Percy was amazed. He had never seen Nico cum so fast and hard, making Nico's orgasm hit his chest.
"Good boy. So obedient." He said as he pulled the ball by the string, finally bringing it out. Nico fell onto the bed and sobbed, still finishing his orgasm with a strange expression caught between agony and ecstasy. Maybe he really had overdone it. Well, Percy would leave that up to Nico to decide, since he himself didn't know whether to run away, disgusted with himself, or try not to think about his erection at seeing Nico completely under his control like this.
How about a comment to cheer up this writer? See you next time.
I hope you enjoy it.
CHAPTER I / CHAPTER II / CHAPTER III / CHAPTER IV / CHAPTER V / CHAPTER VI / CHAPTER VII / CHAPTER VIII / CHAPTER IX / CHAPTER X / CHAPTER XI / CHAPTER XII / CHAPTER XIII / CHAPTER XIV / CHAPTER XV / CHAPTER XVI / CHAPTER XVII / CHAPTER XVIII / CHAPTER XIX
Percy felt like he had gone back in time. He remembered as if it were yesterday, the long, tortuous days and the whispers wherever he went; the desire to disappear was also there, the disconnection with reality, as if no one could break his bubble of self-blame and depression, feeling the emptiness that hit him when he least expected it; the feeling of inadequacy telling him that he would always be that lonely, violent boy who didn't deserve what he had or the love of others. In the end, no matter how detached he felt from reality and how unprepared to deal with life, time waited for no one. When Percy blinked, they were already at the end of first quarter of the year, which brought him to that verymoment, barely able to focus on what was right in front of his face. A surprise test, a piece of paper that would tell him if he had a chance of passing the first assessments or not.
"Per?" Nico whispered beside him, still writing. "You didn't study at all, did you?"
Could anyone blame him? The guilt was still eating at him up inside, paralyzing him, fighting against the urge to do exactly the opposite of what his conscience was asking him to do. Nico being around him twenty-four hours a day wasn't helping, making him want to break that bubble of anguish and, at the same time, tempted to stay exactly where he was just so he wouldn't have to make a decision. Percy still woke up in the middle of the night tense and without remembering why, forced to get out of bed to calm down or get some fresh air on his face. Because he had to--
"Don't worry, we'll figure it out." Nico touched his shoulder and showed him one of the sweetest smiles he had ever seen, making Percy relax immediately, feeling like there was a light at the end of the tunnel. He watched Nico pick up both of his answer sheets, walk over to the teacher and hand them to him, who smiled charmingly at Nico.
No, he wasn't going to go down that path. That was why Percy had gotten himself into such trouble. He was committed, he would be a better person even if he died trying. So, Percy put his things in the bag and took a deep breath, counting to thirty.
1… 2… 3… 4… 5… 6… 7--
“Let’s go?”
Percy looked up and there was Nico, sweet and smiling, holding out his hands to him. The fear of worrying Nico was the only thing keeping him on his feet at the moment, if someone gave him a nudge Percy would crumble immediately; he couldn't accept the fact that... that in the end he was the monster people accused him of being. Feeling on automatic mode, Percy picked up their bags and held the hand Nico offered to him, barely missing the disappointed expression on the teacher's face.
Usually Percy liked this class and it wouldn't need much to get a high mark, but what could he do if his obsession was right in front of him, wanting his attention all the time? The bad thing was knowing he would sink into this obsession if the world around them didn't remind him of what a mistake this would be. Sometimes, Percy asked himself if what he felt was love or was just a codependency, a crutch to help him deal with the problems and traumas that not even the best psychiatrist could fix.
“Is everything okay? Do you need a break?”
They had become masters at creating barriers that weren’t there before, useless and cruel barriers that only served to hurt both of them.
If Percy were honest, he would say it’s exactly what he needed, although it wouldn’t make anything better. The longing would only increase, the pain in his chest would spread and that bad feeling in his stomach would grow stronger, making him act impulsively. Basketball practice would be a good excuse for his issues if the coach hadn’t banned him from practicing until he could focus on the game.
“Do you want to come with me to band practice? We’re going to play at the dance.”
Gently, Nico held his arm with both hands and kissed his cheek, making Percy forget about his inner demons for a brief moment, warming the emptiness in his body. “Come on, it'll be nice. You can join in if you want.”
“I didn't bring my guitar.”
“The teacher can lend it to you.”
“I don't know…” After all, there was a reason he didn't join in the group practice.
“I've been thinking about what you said... that I don't have many hobbies. You were right.”
“Was I?” It’s good to know he’d done something good.
“In Verona, I went out with my friends, drew, played and sang, wrote and cooked every day with my grandmother and cousins. I just... I feel like I don't need to do all those things when I'm with you. Now I understand the problem with that. You are doing the same.”
Well, that was exactly the problem. They were an obsessive, compulsive couple who were obsessed with each other. It was hard to see the rest of the world when the person he loved the most was so close, but for that reason it was so wrong to want those things. His desires became so intense that everything ended up being somewhat toxic.
Percy wanted to say all of this to Nico, but if he did, it would only encourage him to stay with him in this intense and traumatic bubble they had created.
“I’m glad you understand.”
“That’s exactly why I want to show you something. Will you come with me?”
He would do anything Nico asked.
Luckily, Nico was too kind to demand anything of him, or that was usually the case. So when Nico asked, Percy would be happy to oblige. He took Nico’s hand once more and they headed towards the music department, letting Nico lead him for the first time in his life. Maybe it would be a good change for them.
***
“Nico, where have you been these days? We couldn’t find you anywhere!”
Percy now remembered why he didn’t like coming to band practice. Because the one who had gotten up and ran towards them was Lou Ellen, the most fervent defender of the defenseless and oppressed, and according to her, Percy was one of those who oppressed other people.
Lou stopped in front of them and crossed her arms, looking him up and down. Percy chose to pretend he hadn't seen her, this was another ex-member of his fan club.
Percy may or may not have gotten involved with her, he may or may not have used her and then thrown her away. It wasn't his fault if people put expectations on him when Percy didn’t promised anything, not even love or friendship. In the end, people believed what they wanted, but he wouldn't be the one to stroke their ego.
"I get it. Why did you bring that psychopath here?" She mumbled, as if she had eaten something sour, and turned to Nico. "Nico! We're late. Did you get the song?"
"Better yet, I wrote one." Nico, like the angel he was, ignored what she had said and held his hand tightly; Nico knew very well what Percy really wanted to be doing.
Instantly, Lou Ellen's face transformed in the blink of an eye, from frowning to glowing.
"Perfect! Are you going to show us?”
Lou hadn't given Nico time to answer, she pulled him along and Percy had no choice but to follow them into the music auditorium where less than ten teenagers were waiting. He remembered at some point in the past being among them, he must have been what? Twelve years old? But since music had always been something Nico liked, Percy choose to focus on other things, like sports, something that could give him a better future.
Percy didn't say anything or greet anyone, he followed Nico to the center of the stage and watched from afar. Nico picked up a guitar provided by the school and sat down on the floor, where the other people approached and sat around Nico, looking at him with admiration and something else he would rather not question. Honestly? Percy couldn't blame them, Nico looked even more handsome with a guitar on his lap and that look of contemplation as he strummed a few notes on the guitar strings, his sweet and velvety voice coming right after, echoing through the room, words and notes that Percy didn't recognize, but he also didn't make an effort to pay attention to their meanings, letting the music surround him like a sweet caress that insisted on flowing through him only to leave him throbbing and wanting more.
He couldn't resist, Percy put their bags in a corner and got close to Nico, sitting directly next to him, placing one of his hands on Nico's back.
Nico merely turned his face towards him and continued singing, perhaps in a slightly lower tone, a little more intimate, as if those words were meant for him and no one else. Nico smiled, then, calmly, and finally when the song reached its end, the sound of the guitar echoed for a few more moments, waking him up with its ending
Looking only at him, Nico asked in a low voice:
“Did you like it?”
“It was really good.” Because it was true. Even if he hadn’t paid attention to the words, the song itself spoke enough. “What’s it called?”
“There’s no place like home.”
The people around him applauded, stealing Nico’s attention, who thanked them, making something inside Percy rage. Who did they think they were!?
“Nico, we recorded it. Is that okay?” Lou said from somewhere in the audience. “It's perfect. Can I share it with the others?”
“I… I put it online? Can I send in the chat group?” Nico said, feeling unsure. Of course, Percy thought, as if they would deny it when the people around seemed to love him.
“That’s great,” Lou said again, excitedly.
“Excellent, Nico. Thank you for sharing something so personal with us. Can we use it for an exercise?” Euterpe, the music teacher, congratulated him. When Nico nodded, she continued. “For the next class, I want you to create an arrangement for the band. Re-record the song and also bring suggestions for other songs to perform at the dance.”
With that, the auditorium exploded into activity, people organizing themselves into two or three groups while the two remained where they were, leaning towards each other, with Nico still holding the guitar and Percy holding Nico's waist.
"Do you want to play?"
Percy accepted the instrument when Nico offered it to him, although he hesitated for a moment. It had been a while since he had held a guitar, long enough to almost make him forget how to position his fingers. But as they say, there are things in life that we never forget and that’s what happened when the first note sounded, clean and firm on his fingers, the fingering exercises coming back with full force, making him remember the long hours in that same auditorium, one of the few things that kept him in touch with reality when Nico had left. One of the thousands of crutches he carried through life, but that kept him standing on his feet.
Percy concentrated for a moment and let himself go, lowered his head and allowed himself to remember, felt his fingers fly over the strings and allowed a strange calm to take over him. And for long minutes that’s all he heard, his breathing and the sequence of fast notes, that is, until his sequence came to an end and he found himself embraced by Nico.
"That's beautiful. Why didn't you tell me you could play like that?" Nico said calmly, not as if he was demanding something but as if he had received a valuable gift.
"I was busy with basketball. And with the teenage drama." Well, Percy was never good at making jokes. So, he wasn't surprised by Nico's attitude, who just kissed his cheek and rested his head on his shoulder.
"Play some more. Everyone liked it.”
“Everyone?" Percy looked around the auditorium and saw that people were indeed watching him in silence without the usual mockery. And he could swear that there were more people in the room than before.
"What do you want to hear?"
"A romantic ballad."
That's what he did, the notes coming out slower and simpler. Imagine his surprise when he heard people singing along with Nico, clapping and swaying.
Well, what could he do? Maybe not everything needed to be drowned in drama and angst.
***
“Sorry.” Percy said, admitting defeat. Sometimes, he forgot that Nico couldn't guess what he was thinking and, if he wanted their relationship to work as it should, Nico wasn't the only one who needed to be honest.
“You didn't do anything wrong.”
A few days had passed, but that moment in the music room had stayed in his mind. Percy knew he had a tendency to get lost in his own thoughts, imagining how the whole world was against him, when in fact, no one cared e he shouldn’t either; gossip was fleeting, these things had no effect on his life and not everyone had something bad to say about him. Nico was the reminder of that, that he still had a family, friends and someone who would stand by his side unconditionally.
To repay all the effort Nico was making, Percy had sat next to Nico on the couch at home and hugged him tightly, pulling him onto his lap. He kissed him back, but not the innocent little kisses they had grown accustomed to over the past few weeks, but rather open mouths and tongues intertwining, hearing Nico moan, sprawled and surprised in his arms.
“What was that?” Nico gasped, still in his lap, holding onto his neck.
“Thank you for being patient.”
Nico blinked slowly at him, his cheeks flushed, breathing fast, an obvious bulge in his pants. Percy knew this was Nico trying to reason through the excitement that was suddenly invading his brain.
“You know I love you, don’t you?”
“I know.” Percy said, feeling truly content.
“Sex… it’s not important. You’re my best friend, my partner.”
“Nico.”
“I could go without sex for the rest of my life, but I never want to be without you. I can wait.”
“I’m sorry.” And Percy really was, especially seeing the frustration on Nico's angelic face, seeing that Nico was ready to beg at the slightest positive sign.
The truth is that celibacy was not for him. It was a torture every day that he didn't touch Nico, he was afraid that if he allowed himself to do what he wanted, he would go back to the same bad habits. Although Percy had been questioning himself if all of this was wrong or if it was all inside his head due to the guilt of not having paid more attention to what was happening with Nico.
“Enough. I don't want to see you like this. I don't want to hear that you're sorry and that you're going to change. I don't want you to change, I mean... you don't have to do all these things because of me.”
Nico was practically pouting now, angry, it was beautiful to watch as Nico tried to convey the seriousness in his words. Nico kept trying so hard to make sure he was okay that Percy felt like doing something crazy; it could be anything. What he really wanted to do was throw Nico on the bed and make him forget the worry written all over his face. Maybe he should? Just to see if he could control himself?
“I understand. I won’t apologize again.”
“You won’t?” Nico tilted his head to the side, like a confused puppy, and that made Percy smile. He grabbed Nico by the hair and kissed him once more, feeling Nico melt against his chest.
“You deserve a reward. Do you know why?”
“Why?” Nico moaned, shifting in his lap.
“Because good boys deserve the best things.”
“Am I…? A good boy?”
“The best.”
Percy felt like he was at a tasting in his favorite restaurant. He stared at Nico’s burning face for a moment and finally allowed himself to do what he wanted. Slowly, to see what Nico would do, he took his hand from Nico’s waist and brought it to the boy’s groin, touching him gently over his jeans. Like a flower, Nico spread his legs and moved his hands out of the way, looking up at where Percy's hands were going, moaning softly when Percy finally covered his member over his clothes.
"Is it okay if I do this?" Percy asked, stopping his movements.
"Yes, please." And then, as an afterthought, Nico said: "Thank you!"
"Hmm, good boy."
Then, as he had promised, he opened the button on Nico's pants and lowered the zipper, seeing the small bulge over his underwear. Even more slowly, Percy massaged his member for a few moments and pulled it out of his underwear. He couldn't deny it, Nico was beautiful everywhere; his dark skin, his sweet voice, his soft body. Down there he was all of that too, the member that fit in his hand, the reddish and wet head right at the tip, the thin, well-trimmed hair at the base. Percy felt like devouring him and would only stop when Nico came all over himself, in pleasure, on his hands, on his knees, surrendered at Percy's feet.
But not today, today Percy would take everything as calmly as he could.
“Please!” Nico whimpered, tears welling up in his eyelashes.
Percy closed his eyes for a moment and focused on his breathing. It was that heavy feeling in the pit of his stomach that was taking over him again, that possessive, controlling voice telling him that if Nico was his and he was offering himself to him like this, Percy could do whatever he wanted.
"It's okay, baby," Percy murmured, barely recognizing his own voice as he heard Nico moan. He hesitated only a moment to pay attention to Nico's reaction.
Oh, his sweet Nico. He was staring at him with wide eyes, pleading, showing so much trust in him that Percy had to move. The hand that had been near Nico's groin finally found its way and wrapped around his throbbing member. He had almost forgotten the feeling of touching such an intimate place on someone else’s body. Percy tested the waters by holding around Nico and then brushing one of his fingers over the tip, collecting the pre-cum and bringing it down, fingering the length to wrap it around him completely again, applying a little pressure.
"Like this?" He asked.
Well, Nico didn't answer him exactly, but the way Nico was leaning against his chest, moaning shamelessly, should have been a good indication.
Suddenly, Percy felt curious. After so long he felt like he had forgotten the shape of Nico's body. He used his other hand and wrapped it around Nico's lower belly, caressing his belly. He moved up a little further and found his abdomen, his ribs and chest, touching the hard nipples, where he lingered for a few moments.
"Percy!" He heard Nico whimper, rubbing himself against him.
"I know. I'm torturing you."
Keeping Nico pinned against his chest, back against shoulders, Percy continued his exploration, going down and massaging between Nico's legs again.
"Could you... lower?" Then, Nico murmured, all docile and obedient.
"Here?" His curious fingers did as Nico asked, passing over Nico's testicles and finding Nico's entrance. A light touch told him what Nico wanted.
“Have you been having fun without me, hmm?”
“I didn't know if… when… ah!…”
Well, he was still curious. Slowly, Percy brushed one of his fingers around the entrance and soon Nico opened like a flower. And even dry, his finger entered, almost without resistance, going all the way in. Percy could bet that while he was trying to give Nico time to think, Nico was having fun without him.
“Is this what you did when I wasn't looking?”
Percy tried to put another finger in and surprising him, the finger entered almost without resistance again. Nico bent over in a way that seemed painful and screamed at the top of his lungs: “It's all your fault! I tried… I tried… it's not the same!”
Oh, that made him want… no! Not today. Today, he would settle for touching and watching, who knows, maybe in a few days Percy would feel strong enough to move forward.
So, Percy did what Nico so desperately asked him to do. He watched Nico's member throb, without anything touching it, while he continued to massage Nico's insides, moving his fingers slowly around, opening them very delicately until he found the right place. Nico shuddered and moaned for a long time, arching his spine and like magic, he saw Nico expelling, jet after jet, Percy without having to touch anywhere else.
"I hate you!" Nico groaned as he finally collapsed against Percy's chest, an expression of exhaustion and ecstasy still etched on his features.
Well, Percy believed in Nico. Sometimes, he hated himself too, especially when he had to control himself like this.
"I love you too." Percy continued to hold Nico against his chest and only moved when he was sure that Nico would no longer hate him.
So, how was today's chapter? I'm trying to develop their D/s relationship in a way that feels natural. Percy may know a lot about the bdsm world, but knowing isn't the same as understanding or practicing. Like, there's something called domdrop, you know? The guilt of doing something that socially might be discouraged, like taboo fantasies and kinks. Just like Nico has or will have some kind of subdrop too. It's not all roses and I wanted to show this side of this kind of relationship in the story. I hope you enjoyed it. Likes, reblogs and comments are always welcome. Suggestions too.
Hello, how's it going? Thank you to everyone who voted in the poll. In fact, I didn't even know that so many people read the story in English; 49 votes, only two or three negative. So I'm glad to know I'm not writing for the walls. I've been thinking, it seems that polls are a good way of communicating. I'll use them from time to time to check if the plot is still going well. The chapters are short, but we'll get there slowly. I hope you enjoy it.
CHAPTER I / CHAPTER II / CHAPTER III / CHAPTER IV / CHAPTER V / CHAPTER VI / CHAPTER VII / CHAPTER VIII / CHAPTER IX / CHAPTER X / CHAPTER XI / CHAPTER XII / CHAPTER XIII / CHAPTER XIV / CHAPTER XV / CHAPTER XVI / CHAPTER XVII / CHAPTER XVIII
"Thank you. "Nico finally said when the Jackson family hugged him together, Sally almost crying while Grover and Tyson had a serious, neutral expression on their faces, reminding him of when Percy was trying to control himself so that he wouldn't destroy everything he saw along the way.
He liked that too, knowing he could count on the whole family. And since he was being honest, why not carry on?
"You know? I haven't seen Hades in years. Is really necessary to work so hard because of him? I was thinking of something more effective.”
"Whatever you need, dear." This time, it was Sally who said it, already composing herself; the mother giving space to the businesswoman.
"I was thinking about emancipation." When no one said anything, Nico decided to close his eyes and keep on talking. "Hades has control of my mother's possessions and, as an only child, I won't have access to them until I'm twenty-one. If I speed up things, I can try to recover what is mine before Hades destroys everything.”
"I don't understand, Hades can't touch that money without the court's permission." Tyson said, confused.
"That's the problem. My mother had stocks and other assets that Hades has access to. Most of what he has comes from my mother.”
"Are you telling us that it was your mother who was rich and not Hades?"
Now it was Percy who seemed unhappy.
"Hades used to be a bank manager. Mama fell in love with him and I was born. In fact, Bianca is my half-sister, like you already know. My grandfather is a big farmer, you know? Mama used to help him before Hades showed up.”
"Wow. No, I did not know that." Grover muttered. "And your father is a son of a bitch.”
"He is. I didn't feel safe telling anyone this, but now that he can't hurt me, it's time to get back everything he took from me.”
"We're going to help. Tyson is going to start the preparations.”
"Can we take him by surprise? Try to get my mother's inheritance back and do the emancipation together? I don't want to give him time to fight back.”
"Of course. It's a great idea," Tyson said with a strange glint in his eyes. "He won't even notice when we catch him. I promise."
"Okay. I trust you. If emancipation doesn't work, can you be my guardians? I never want to go back to that house again."
"You have our word." Sally touched his shoulder, smiling at him with tears in her eyes. "We will destroy this man, even if it’s by force."
"You don't have to promise me. I just... I don't want to be under his control anymore. I don't know what might happen."
"Is Bianca okay living with him?"
"He's never treated Bianca the way he treats me."
"Oh, honey." Sally said and hugged him tightly, with Percy still holding him by the waist.
He refused to cry, refused to give Hades this pleasure, refused to continue under that man's control. While he was in Verona with his grandparents, cousins, and uncles, Hades hadn't had the courage to approach him. But now that no other adult was responsible for him, Hades thought he could boss him around. Well, Nico would prove it to that man and give him back a taste of what Hades had done to him.
"I'm fine. Is all in the past. I just want what's mine."
"We know," Percy finally said, coming out of his stupor. "I'll take care of you."
Nico knew that, Percy was saying those words so often that he was starting to believe it. Maybe they really did have a chance to get married in the future and build a family of their own, away from all this confusion and pain. Maybe if he behaved and did everything the right way, he would free himself from this nightmare, from these people who seemed determined to torture him.
***
After that, things seemed to calm down, but in a delicate way.
He said he should have kept quiet from the beginning, didn't he? Nico didn't understand exactly what was happening, but he did suspected something was going on.
Nico felt like Percy was distancing himself from him, as though he was loosening the leash of his collar to see how far Nico would go without supervision. Or maybe, that was just how he felt. Maybe Percy was giving him some space, some time for Nico to understand what was happening and take the next step with precaution.
Where Percy used to be by his side at every moment of the day, now someone else would replace him without Nico even realizing it. It was strange, the few times he found himself alone and was able to think, the effect of what Percy wanted became the opposite. This time alone made him think about life and the possibilities that the future held for him. It scared him, the uncertainty, seeing that he would have to take the reins of his own life if he wanted to live comfortably, when, in reality, all he wanted was for someone to come and tell him what was the right path to take.
That afternoon would be no different, making him lose himself in the succession of days, pleasant days with people who cared about him, but without the pleasure that Nico had become accustomed to receiving. Would a few days be enough for Percy to convince himself? Was he behaving as expected of him?
Nico was so tired of all that. He just got out of bed and walked around the house. He found Sally in the kitchen and declined the invitation to cook with her. He found Tyson in the study who offered to update him on the Hades case, and once again declined, passing Grover who was in the living room, going straight to the outside area of the house, the only place Percy could be.
There Nico found him, watching Percy swimming at fast speed in the pool, up and down, incessant and frantic, Nico having the impression that Percy was trying to punish himself and for something he should never be blamed for. When Nico finally got close enough to get a better look at Percy's profile, he remained silent, wondering if it was a good idea to break Percy's self-imposed routine. What if this was their future and Nico was just delaying and fighting against what was hopeless? Finding himself at a dead end, Nico sat down in one of the lounge chairs and carried on watching Percy swim furiously, looking like he was trying to take out all his frustration in the water.
It wouldn't be long now.
If Nico was still following their script, in a few minutes Percy would get out of the pool and go after him. Percy would hug him and smile at him, being all affectionate and they would spend the rest of the afternoon and part of the evening doing anything other than what they wanted to be doing. He was so tired of all this that Nico wasn't even surprised when Percy came out of the pool like someone was chasing after him, almost walking straight past him.
Nico felt like laughing, this was so ridiculous; Percy was ridiculous and he was ridiculous too. What were they waiting for? The trauma and the sadness to disappear so they could move on with their lives? That maybe with time and patience Nico would be a normal and mentally balanced person? The funniest thing was seeing Percy backing up and stopping next to his chair, smiling sheepishly at him. And what did Nico did? He smiled back, it was the only rational thing to do in a situation that made no sense at all.
"Hey, handsome. What are you doing here all alone?" Percy asked and crouched down, getting to his height and staring at him closely.
"I missed you."
"Yeah?"
"I wanted to know where you were."
"I'm here, like always."
Nico wanted to say it was a lie. Percy might be there, but he wasn't by his side anymore.
"What's happening to us?" He asked, feeling more tired with each passing moment.
"Nothing's happening." Percy said and smiled at him, gently touching his face. And that was the problem, nothing was happening and he needed something to happen immediately, or he would go completely crazy.
Nico almost let himself be carried away by the platonic caress, almost let Percy's calm smile fool him.
"Did I... did I do something wrong?"
"That would never be possible."
"You don't like me anymore?"
"Nico." Percy said in the calmest voice he had ever heard. "I think we should slow down.”
“More than this?”
“I…” Then the calm mask on Percy’s face broke. "I abused you. I never asked why you wouldn’t talk to your father. I never questioned why you cried and shook when you thought no one was watching. I need space. I thought it would be good for you too.”
“I don’t need space. I need you.”
Nico didn’t hesitate, he threw himself into Percy’s lap and hugged him tightly, feeling a lump form in his throat.
“Nico. I… I feel guilty. I’m just another one who wants to abuse you.” The important thing was that Percy hugged him back, tightly, holding him by the back of his neck and whispered in his ear. "I want to see you at my feet and I want to see you obeying everything I tell you to do. I want you to look only at me and think only about me. Do you think this is any different from what Hades was doing to you?”
“I don’t care.” There, he said it. “I want to do all of this for you.”
“Nico, please.”
“I’m tired. Why can’t I have what I want? Why is it so wrong to be under someone else’s control?”
He heard Percy groan and before he could react, Percy pulled him by the hair and made him face Percy, his green eyes blazing, as if Percy was about to devour him right there.
“You’re going to kill me. You know that? I’m trying to take care of you. I’m doing what’s best for you.”
“I don’t want the best, I just want to not feel so miserable all the time.”
Percy stared at him for a long moment, looking like he was going to break down at any moment, but finally his wish was granted; Percy pressed his lips against his and stayed like that for a few moments, allowing him to feel the warmth and touch that he had missed so much. And suddenly, it was enough for Nico. It wasn't the sex he missed, it was the warmth of Percy's body on his, the affection, the caring touch, the release of tension, the connection he hadn't found anywhere else.
Unfortunately, the moment was broken some time later. Percy's hands were still on his skin and he was still sitting on Percy's lap, they were still staring at each other as if the other would disappear if they looked away.
"I never wanted you to feel this way," Percy finally said, swallowing hard. "I feel like a monster. I'll-- I'll get over this, I just need some time."
"Do we need to stay apart? I don't want to learn about law from Tyson or about sports from Grover, I don't even want to learn new recipes from Sally. I promise I won't bother you."
"How can you say this to me?" That was all Percy said before he buried his face in his neck and Nico felt tears hit his skin, Percy's arms tightening around his waist.
"Oh." Maybe it wasn't such a good idea to corner Percy after all.
Nico was convinced of that when he heard the first sob. Why did everything he did go wrong? With a tight chest, Nico pulled Percy up and lay down with him on the lounger. He would obey Percy's wishes and give him the space he needed.
Suggestions or comments? Thank you for reading!
Hi, how are you doing? We're finally back with the English version. I took a break from the Portuguese version because I couldn't connect with my dramatic side, so in the next few days we'll have the English version. I hope you enjoy it.
Before we go any further, I'd like to know who is still interested in this story written in English. It's more work than the Portuguese version. So, if you're still interested, vote below!
CHAPTER I / CHAPTER II / CHAPTER III / CHAPTER IV / CHAPTER V / CHAPTER VI / CHAPTER VII / CHAPTER VIII / CHAPTER IX / CHAPTER X / CHAPTER XI / CHAPTER XII / CHAPTER XIII / CHAPTER XIV / CHAPTER XV / CHAPTER XVI / CHAPTER XVII
If Nico had known, he wouldn't have gotten out of bed that morning. In fact, if he had the power, he would have gone back in time to the exact moment before he fought with Annabeth at the party and done everything differently; he would’ve keep lying to Percy, pretending that everything was fine, even if at the end of the day, it was one less problem he had to deal with. Yes, he was the only one to blame for all this, for not telling what was happening with himself at the right time and for not saying enough at the wrong time. In the end, Percy was only doing what he had asked, but in a way that Nico hadn't anticipated, taking control of the situation when he least expected it. A good example of this was that morning, a Monday like any other. Or so he thought.
Nico didn't know how he hadn't noticed these things before, how much the loneliness had disappeared with Percy's presence and, in turn, the reaction he caused in people. Nico had been back for a week or two, but it seemed like the two years abroad had never happened. People still looked at him and treated him the same way, the prejudice veiled and barely hidden for anyone to see. Was it the color of his skin? Homophobia? Or it was the fact that Percy once again ignored anyone when he was around? Was a weight Nico couldn't remember feeling before. It wasn't like he could help it or had any inclination to do so, because that morning Nico had woken up the way he had always imagined impossible, with lingering kisses and caresses that made him sigh. With tight hugs that warmed his soul and made him feel safe. Of course, all this came to a halt when they had to get out of bed and go to school and face the cruel world of teenagers.
He barely noticed the silence around them until Nico walked in with Percy for the first lesson of the day. He only understood what was happening when he saw Annabeth at the back of the class, surrounded by a group of people.
"Don't mind her, okay?" Percy said and brought Nico's hand to his lips.
Then, everything made sense. They were holding hands, walking around the school without a care in the world. Nico bet Annabeth was doing her best to spread the latest gossip; the popular basketball player was sleeping with the newly transferred boy, even though he was sure most people remembered him.
Nico didn't have much more time to think about what people were whispering. Percy pulled him to the other side of the room and sat with him in one of the corner desks, perfectly away and protected from curious eyes. He wished he could say he hadn't been able to concentrate in class, when in fact it was the opposite; the whispers became background noise and the next thing Nico knew, another school day was drawing to a close, Nico seeing himself in the reflection of the car window, watching the avenue full of trees and stores, the bustling commerce at that time of day.
"Are you okay?" Percy asked beside him, placing a hand on his leg as he drove towards their house, or rather, towards the Jacksons' house.
"I think so. Can we stop by my house? I wanted to get my things.”
"What's wrong? My clothes not enough?"
Percy was joking, of course. He couldn't go on wearing the shirts that kept slipping off his shoulders or his old clothes, even if they were in very good condition.
"Per.”
"It's all right. I'll do anything for my baby." Percy flashed him a huge smile, as if he'd just told him the best joke in the world, and Nico decided to ignore it.
Every time he said he wasn't a baby, something happened to show how right Percy was. Staying quiet, Nico put his hands over Percy's hand and held them, intertwining their fingers.
"We're almost there. Do you want me to get it or you do it?"
It was a good question. Nico didn't want to find Hades inside the house, but it had been days since he had talked to Bianca.
"Will you come with me?"
"Of course. Whatever you need."
So, after a few minutes, Percy parked the car in front of the house and they both stopped at the door, the doorman letting him through as soon as he recognized him. Nico didn't even try to greet the man, all he wanted was to get his things as quickly as possible and talk to Bianca if she was home. Imagine his surprise when he saw his father in the living room, sitting on the couch while reading the newspaper and drinking a cup of coffee.
"Nico, what a surprise. I thought you'd forgotten where your home is.”
"That's funny." Nico replied. He didn't even bother to see his father's reaction, and looking ahead, made his way up the stairs. "I thought I didn't have a father."
"Boy! Come back here right now!”
Of course, it wasn't like he would obey a complete stranger. Nico kept on walking calmly, and even though he overheard Percy exchanging a few words with Hades, it didn't shake him. It was something common between them. Soon Percy was at his side again, offering him a smile and a friendly shoulder. Honestly? Nico didn't care. He cared less and less. He already had a family, and wasn't an irresponsible man who would make him feel guilty for ignoring someone who should be the first to support him.
Without making too much of a mess, Nico picked up his suitcases, his personal belongings and some boxes that had just arrived from Italy, and walked around the room, making sure he had everything.
"Is that all?" Percy asked him, looking sad.
"The rest is in Verona. I didn't know how long I'd be here.”
"What does that mean?”
Nico shrugged and checked under the bed.
"I thought you'd be dating someone. Getting ready to get married, you know? I thought I'd come back to finish school and apologize. And then... I guess go back to Italy to help my nona.”
"Really? I mean so little to you?" Percy looked hurt, but that wasn't the point.
"I didn't expect all of this.”
Nico decided to face Percy when the silence stretched longer than usual.
"I always forget what I did to you.” Percy said.
No, Nico refused to get into this argument again. He refused.
"I mean..." Nico said, trying to change the subject. "You knew where I was.”
"I did." Percy agreed. "I was planning to go after you. After I graduated.”
"Hm." Nico muttered without knowing what to say. That was a good thing, right?
"I wanted to give you time to... live.”
"I don't think I understand.”
"I didn't want you to live wondering what could have happened without my shadow hanging over you. I know that's stronger than both of us.”
When Percy talked like that, it sounded as if they had no choice, as if they had no free will. Maybe it was. Because if Percy had shown up at his door, he would have dropped everything and said yes to anything Percy suggested.
"Sorry, I didn't want to talk about it again. Let's go, okay?" Percy said and kissed his cheek, trying to smile, before picking up the suitcases and one of the boxes, leaving him to carry the lighter items.
They went down the stairs and there was Hades blocking the way. Luckily, Bianca was there too, she took some things from his hand and tried to smile at him, just like Percy had done, trying to comfort him.
"Nico, we need to talk." Hades said, still blocking the exit door.
"Now you want to talk? What would you have to tell me?”
"We need to talk about your future.”
"Future? As long as it's away from you, I accept it.”
"I'm your father. You owe me respect!”
"What respect?”
"Nico, please." Bianca stepped between them and, pleading with her eyes, kept talking: "Could you listen to what he has to say?”
"I'm sorry." Nico said, not feeling guilty at all. "I don't want to know about his plans for me. It's your responsibility now.”
"I know we wronged you and--"
"Wronged me?" Nico shook his head, refusing to believe it. "I love you, Bia. I really do. But I have nothing to do with the Di Angelo family. He's your father much more than mine. Enjoy it.”
"Niccolas. Obey me this instant!" Hades' voice boomed through the room, deep and hoarse, like thunder. Maybe this had terrified him a few years ago, now all he felt was a deep anger.
"What are you going to do? Hit me? Isn't that your favorite way of dealing with disobedient little boys?”
The following scene became quite a spectacle in Nico's eyes. Bianca went pale as a sheet of paper, Hades got even angrier, but the most interesting reaction was to see Percy freeze like the most perfect Greek statue. Would this be another layer of guilt for Percy to “ not try to talk to him about?”
"It's okay. Go ahead." Nico said when no one else dared to say a word. "Make sure you leave at least one mark, so it's easier to hand over as evidence to the authorities. What do you think of that?”
"You wouldn't have the nerve.”
"No? Then try your luck." And yet, when Hades didn't move away from the door, Nico was forced to continue: "Are you going to force me or are you going to get out of the way?”
"You damn--"
"Nico, leave it to me. I'll take care of this." Percy said beside him, reminding him that his boyfriend was still there. It was strange. Usually these things happened when there were no witnesses.
That was it!
"You don't have to. I know Hades will make the right decision, won't he? Especially with two witnesses present?
Nico then turned to Hades and waited. Hades might be irresponsible and violent, but he wasn't stupid.
Still fuming with anger, Hades walked away from the door, but not before saying:
"What are you going to do? Live the rest of your life on other people's money? Begging for attention?"
"What I do is none of your business. Soon you won't have any power over me or what belongs to my mother. Say goodbye to your fortune, dear Papa.”
With that, Nico turned his back on Hades and walked out the door, never to return. He would make Hades pay for everything he had done and make him return every penny that had been taken from his mother.
***
Nico felt lucky. Really.
They got his things into the car in time for Bianca to say she would call him, enough time for Percy to close the car doors and to drive away from that house. Now, why did he feel lucky? Well, he was lucky that Percy waited until they got home to hug and try to comfort him. The funny thing is, he didn't need to be comforted. This time, all Nico wanted was to hit something to see if it would take the tension out of his shoulders. What did he do? He let himself be comforted anyway. He let Percy hug him tightly, he let Percy stroke his hair in that way that made his hair stand on end, and he let Percy kiss him for a long time.
"I didn't know. I never-- why didn't you tell me?”
"I knew you'd do something stupid.”
"He hit you! And I... I did the same!”
"I wouldn't say that. Hades has never been so talented at making me cum.”
"Nico!”
"Sorry! " He ended up laughing, feeling some of the tension leave his body. "I didn't want to be sent away because of him.”
"I'm so sorry.” Percy said, holding him even tighter. “You had to go through all of that and I never suspected. All makes sense now. You didn't like going home and avoided Hades at all costs.
"I didn't want to worry you.”
"Don't say that. Hades will never see you again. That's a promise.”
"What are you going to do?”
"Do you trust me?”
How could he not when Percy looked at him so seriously and with those intense green eyes?
"I do. You know that.”
"I’ll take care of you. And this time, I’ll make sure those people pay for what they did.”
And again, Nico thought about objecting. But if Percy wanted to, who was he to deny it? Nico knew he shouldn't like being put on a pedestal or being protected as if he were made of glass. The real problem was that he liked it, loved seeing the sense of possession that emanated from Percy. Was it even a problem when he allowed it to happen and even consented to Percy's actions?
Tired of hesitating, Nico just agreed, letting Percy keep on with the kissing and the cuddling. The best part was when Sally arrived from work with Grover and Tyson. He snuggled against Percy's chest and allowed himself to enjoy the moment, watching the Jackson family's reaction. Well, seeing his family's reaction, because they were the ones who had offered him a home when he thought he had nothing. But, seeing them go from surprised to furious in less than two minutes was shamefully satisfying. It was something that warmed his soul and stroked his sense of revenge. Why try to fight his nature when he could have everything he wanted? In the end, Nico heard a lot of “I'm sorry” and “we'll take care of everything”, ending with “you're safe with us”.
Nico also knew that they weren't just saying that to comfort him, but seeing their faces full of affection and a sense of justice made something inside him calm down, a huge satisfaction bubbling out of him in the form of a smile. That shouldn't be too common, right? To start laughing when they showed so much concern? The truth was that Nico already felt vindicated just by the fact that someone knew what kind of person Hades Di Angelo really was.
"Thank you." He ended up saying when the family hugged him together, Sally almost crying while Grover and Tyson had a serious, neutral expression on their faces, reminding him of when Percy was trying to control himself so as not to destroy whatever he saw along the way; Percy might be the family member who showed his emotions the most, but behind the innocent and kind face it was Tyson who acted first.
Any thoghts? Thanks for reading!
Oii, como vai? Mais um capítulo!
Eu já disse por aqui que o Percy não é uma pessoa tão boa assim? Pois é, o Nico também não. Mantenham isso em mente para os capítulos futuros.
Sem nenhuma revisão.
Boa leitura!
Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX / CAPÍTULO XX / CAPÍTULO XXI / CAPÍTULO XXII / CAPÍTULO XXIII / CAPÍTULO XXIV / CAPÍTULO XXV / CAPÍTULO XXVI / CAPÍTULO XXVII /CAPÍTULO XXVIII
— Depois. Eu prometo. — Percy disse, se afastando a lentos passos em direção a porta. — Não se divirta muito sem mim.
Nico não pretendia. Desde que tinha voltado da Itália raramente se divertia se Percy não estivesse por perto. Os amigos que ainda tinha por ali insistiam em dizer como Percy era o pior dos vilões e os que não diziam nada, se mantinham distantes, hesitantes e medrosos apenas com o pensamento do que Percy poderia fazer com eles.
Não era ridículo? Nico tão pouco estava interessado neles. Ele admitia sentia falta de seus amigos em Veneza, sua família, o sol escaldante, as construções centenárias e o ar limpo. Mas ele sentiria muito mais a falta de Percy, e se ficar longe de cidade natal fosse necessário, era o que faria.
A porta finalmente se fechou as suas costas, permitindo que ele voltasse a olhar para seu reflexo no espelho. Isso era outra coisa que admitia, gostava de ver aquela coleira em volta de seu pescoço; Nico podia se ver no futuro a usando sem pudor. Via ele e Percy numa grande casa no campo, o sol batendo em sua pele enquanto ele se ajoelhava, descansando a cabeça no colo de Percy, os dedos longos o acariciando como se ele fosse um animalzinho de colo. Ser um submisso não era o que ele tinha imaginado, a dor era passageira, mal se registrando em seu cérebro, e o prazer durava horas, dias se ele se permitisse. Era estranho, e as vezes, parecia errado se colocar nessas situações, deixar ser usado como Percy bem entendesse. Os olhares de pena era o que realmente o incomodava, como se a qualquer instante seus “amigos” se ofereceriam para ajudá-lo. Belos amigos esses que quando ele mais precisou, pouco ofereceram um mínimo de conforto.
Esse era o único motivo dele ter voltado, além dos ciúmes que o corroeu ao ver Annabeth e Percy tão juntos nas redes sociais. Nico não precisava passar por toda essa tortura mais uma vez, ver Annabeth pelos corredores ou as mesmas pessoas que tentaram abusar dele mais de seis anos atras. O que restava a Nico era respirar fundo e superar seu trauma, ou melhor, ignorá-los até que eles não tivessem importância. Porque, isso aqui, a coleira em volta de seu pescoço era a prova que no fim tudo valeria a pena. De alguma forma, o peso que alguns dias atras o sufocava, agora o mantinha preso na realidade; era uma promessa, um juramento que no fim tudo daria certo se ele aguentasse mais um pouco, só mais um pouco, e, então, ele poderia se libertar de tudo o que o puxava para baixo.
Bem, no fim, Percy tinha razão. Era melhor ele descansar um pouco, sair no estado em que estava apenas geraria mais preocupação e conselhos que ele não havia pedido. Se sentindo exausto, Nico ignorou o telefone que apitava, indicando que uma nova mensagem havia chegado, e se deixou cair na cama. Se arrastou até seu travesseiro, se cobriu com o edredom e fechou os olhos. Dez minutos bastariam. Talvez trinta.
***
Quando Percy voltou para casa foi direito para seu quarto, onde sabia que Nico estaria. Ele podia incentivar Nico a sair com os amigos, se divertir e ser independente, mas no fundo, gostava das coisas do jeito que elas eram; Nico sempre em casa, sempre esperando por ele feito um garoto bem-corportado deveria. E mesmo sabendo que Nico estaria na cama, ignorando mais uma vez os amigos, Percy subiu as escadas de dois em dois degraus e empurrou a porta lentamente. Como ele imaginava, lá estava seu bebê, coberto com o edredom até a cintura, dormindo pacificamente, feito um anjinho, o seu anjinho, sempre muito obediente.
Ao invés de entrar e trocar de roupa, Percy voltou a encostar a porta, deixando que Nico dormisse por mais alguns minutos. Desceu as escadas e entrou na cozinha, encontrando mãe por lá, a ajudando a guardar a cesta de legumes que haviam ganhado do fornecedor.
— Onde está Nico? Estou louca para testar aquele guisado.
— Ele está dormindo.
Esse era o momento em que Percy esperava que as reclamações chegassem, mas elas nunca chegaram.
Sally se virou para ele, andou em sua direção, e segurou em seus ombros, sorrindo docemente.
— Estou tão orgulhosa. Nico tem estado bem menos cansado e feliz. — Então, Sally endireitou a coluna e colocou as mãos na própria cintura. — Ainda não gosto de ver vocês fazendo essas coisas por trás das minhas costas, mas até funcionando.
— Por isso que você não pega mais no meu pé?
— Você está fazendo um bom trabalho. Continue fazendo isso, hm? Assim eu não vou precisar.
— Ei! Quem é seu filho aqui?
— Querido, eu te conheço. — Sally sorriu mais uma vez e deu as costas para ele, terminando de guardar os legumes, pegando outras coisas como começar o guisado.
Percy apenas sorri, dando de ombros. A verdade é que ele não estava fazendo nada demais. Era Nico quem ela deveria elogiar. De fato, Percy sentia que não estava fazendo nada de especial e que talvez eles fizessem bem um para o outro. Bem, Percy planejava fazer isso mesmo que Nico nunca mais quisesse ter sexo com ele.
***
Quando Nico acorda o céu ainda está claro, o sol brilhando mais forte com o calor do meio-dia. Porém, o sentimento de desespero havia sumido e em seu lugar, o contentamento surgiu. Ele não abriu os olhos imediatamente, sentindo o calor aquecer seu rosto e dedos gentis percorrerem seu coro cabeludo, o fazendo suspirar.
Era Percy que o acordava. Nico reconheceria aquele perfume em qualquer lugar, a forma que Percy o tocava, a voz aveludada chamando por seu nome, o fazendo sentir ainda estar dormindo, sonhando com a casa de sua nona, onde ele e Percy estavam nas plantações de morangos, andando calmamente pelas longas fileiras de frutos, o sol batendo em seu rosto.
— Está se sentindo melhor?
Nico mal podia lembrar porque tinha estado tão triste. Então, apenas acenou. Saiu debaixo das cobertas e se engatinhou até alcançar Percy que estava sentado na cama. Sentou no colo de Percy e o envolveu com as pernas para logo em seguida abraça-lo pele pescoço, o beijando devagar, selando seus lábios juntos suavemente.
— Hmm... meu bebê quer brincar?
— Não sei.
— Você ainda está usando a coleira.
— Oh.
Era verdade, Nico não tinha percebido. No final das contas, ela nem era tão pesada assim. Embora não parecesse certo estar a usando nesse momento.
— Tira pra mim?
Ali estava, a decepção no rosto de Percy. Ele tentou esconder, é claro, por trás de um sorriso inocente. Como de costume, ignorar certas coisas até que o momento certo chegasse, sempre era o melhor a se fazer.
Sem pressa, Percy segurou em seu pescoço, e desafivelou o fecho, percorrendo os dedos por sua pele, parecendo se despedir do couro e dando boas-vindas a pele agora descoberta, colocando um beijinho entre a gargantilha que estava por debaixo da coleira e o vão entre sua clavícula.
— Tão lindo. Mal posso esperar para te ver num terno branco. Você vai usar a coleira pra mim? Vai colocar algo bonito por debaixo, hm?
Nico sentiu seu rosto esquentar imediatamente, sabendo que Percy o encarava bem de perto. Ele não tinha pensado sobre isso. Esse seria o momento onde eles verdadeiramente se tornariam submisso e dominador? Onde ele se ajoelharia aos pés de Percy e permaneceria dessa forma pelo resto de suas vidas? Nico sabia que tecnicamente nada mudaria, mas, então, por que parecia que eles estavam prestes a dar um grande passo na relação deles?
Ele teve que levantar a cabeça e encarar Percy como raramente fazia, vendo os olhos verdes brilhando com algo que Nico preferia não examinar profundamente, o sorriso ainda encaixado nos lábios bonitos, mostrando dentes brancos e perfeitos. O que fez Nico se perguntar, será que ele sabia no que estava se metendo?
— É isso o que vai acontecer quando a gente se casar? Eu pensei que era apenas uma fantasia.
— Pode ser o que a gente quiser.
Mas tudo o que Nico podia ouvir era “Vai ser o que eu quiser que seja”. E, estranhamente, esse pensamento não o assustou; não era como ele fosse se tornar um escravo sexual e ser jogado numa masmorra escura onde o sol nunca pudesse alcançá-lo.
— E se eu não quiser? — Nico enfim perguntou, tirando aquilo do peito.
Nico observou Percy continuar a olhar para ele, como se Percy não tivesse nenhuma dúvida no mundo, vendo um sorriso muito mais sincero aparecer.
— Então, a gente não faz.
— Certo.
— Mas... você não tem curiosidade para saber como seria?
— Não tenho certeza.
Nico desviou o olhar, fingindo pensar sobre o assunto. Era claro que ele tinha curiosidade. Quando ele pensava que Percy não podia o surpreender mais, uma nova avalanche de emoções o pegava desprevenido. Sentia que passaria o resto da vida sendo surpreendido, se afogando em um mar de prazer ao lado de Percy.
— Hm. — Foi tudo o que Percy disse antes de se levantar e levar a coleira com ele. Percy anda até o guarda roupa, leva a caixa preta junto e a guarda lá dentro, fechando o armário com um movimento final. — Parece que a brincadeira vai ter que ficar para outro momento.
De qualquer forma, assim era melhor. Desse jeito ninguém cairia na tentação de fazer algo além do que ambos estavam dispostos a enfrentar.
***
Percy se sentia estranhamente leve e despreocupado naquela manhã. Como era de costume, estavam todos sentados á mesa para tomar o café da manhã. Ele e Nico entraram na cozinha de mãos dadas e se sentaram em silêncio, um do lado do outro, se movendo e sincronia, ouvindo Grover e Tyson discutirem sobre algo sem importância, enquanto Sally tentava fazê-los se comportarem. O bom de viver no meio do caos era que seus pratos já estavam na mesa com um copo de suco e outro de café para cada um deles.
Ele admitia que não estava prestando atenção no que eles falavam, pois, agora, entendia porque Nico gostava tanto de ficar perdido no próprio mundinho. Não o entendam errado, Percy amava sua família, faria qualquer coisa por eles num estalar de dedos, mas, as vezes, tudo o que ele queria era um momento paz e silencio; mal podia esperar para se casar com Nico e ter um lugar só para eles.
— Per? Você não vai comer?
— Hoje não. — Respondeu sem prestar atenção, voltando a segurar na mão de Nico. Isso o fez olhar para seu bebê que o encarava com curiosidade, um sorriso discreto nos lábios, seus olhos brilhando com diversão. — Tudo bem.
Percy se espreguiçou, tomou um gole de seu café e pegou um croissant: — Satisfeito?
Ele não esperou pela resposta de Nico. Ajudou Nico a descer da cadeira, o puxou para fora da cozinha, e foi atras de suas bolças as encontrando onde Percy as havia deixado; na entrada da porta da frente, junto com a bolsa de sua mãe e as chaves dos carros. A viagem de carro até o colégio foi mais silenciosa e calma ainda, o fazendo sentir que hoje nada poderia perturbá-lo. O que mais Percy poderia querer naquele mundo além da companhia de Nico? Um beijo de bom dia? A mão de Nico sob a sua? A certeza de um futuro juntos? Percy já tinha tudo isso. Então, por mais que houvesse obstáculos, não havia motivo para preocupações.
Foi assim que Percy saiu do carro e abriu a porta para Nico, envolvendo sua cintura. Eles entraram no colégio e ignoraram os olhares, Percy se concentrando em Nico, vendo o rosto de seu bebê esquentar quanto mais ele olhava.
— O que deu em você hoje? — Nico enfim disse, permitindo a Percy ouvir sua voz pela primeira vez naquele dia. Uma voz baixa e rouca ainda do sono, acariciando seus sentidos.
Percy não diz nada, apenas leva sua mão ao rosto de Nico e fez um carinho ali, vendo os olhos de Nico se fecharem em prazer, vendo o sorriso de Nico voltar com tudo, quase o cegando, contente. Então, Nico inclina a cabeça em direção a Percy e seus lábios se encontram, mas é apenas isso, um selinho, um gesto de afeto. Os olhos de Nico voltam a se abrir e assim eles ficam, parados no meio do corredor, abraçados, como se somente eles existissem.
Percy sentia como se estivessem conversando através desses olhares e sorrisos. O melhor era que ele entendia cada palavra.
— Você é um bobo. — Nico diz. Percy concorda.
Mas, então, eles ouvem o sinal tocar. Era hora de voltar a realidade. Percy e Nico são obrigados a voltar a andar, seguindo em direção a seus armários, na verdade, em direção ao armário de Percy por seu o maior entre ambos; Nico tinha deixado de usar o seu há anos atras, mesmo antes de ir para a Itália. A maioria de suas aulas eram as mesmas, então, eles dividiam os livros, os professores há tempo tinham desistido de separá-los. De fato, suas notas estavam tão boas que os professores não tinham motivos para separá-los; e Percy tinha certeza, nunca esteve tão pronto em sua vida. Era a influência de Nico, o fazendo estudar sem nem perceber.
Infelizmente, chegando lá, sua bolha de contentamento foi quebrada.
— Ora, ora. Vejam quem temos aqui? O casal de ouro?
Percy bufou, prestes a dar meia volta e aparecer na aula sem seus livros, quando Nico segurou em seu braço. Com apenas um olha de Nico ele entendeu tudo. Certo. Eles iriam pegar seus livros e cadernos, e iria para aula, como o esperado. Percy tomou a frente. Andou o resto da distância até o armário quatorze, pegou o que tinha que pegar e o fechou, batendo a porta com força que o necessário.
— Hmm... parece que alguém está tenso. Eu conheço uma forma de te relaxar. Porque a gente não se encontra mais tarde?
Isso era demais para Percy. Ele levantou a cabeça e encarou aqueles olhos cinzas e frios, respirou fundo e abriu a boca quando sentiu mãos gentis segurarem em seu braço. Nico o encarava de bem perto, seus olhos negros furiosos o dizendo mais do que suas palavras poderiam. Annabeth não merecia nem mesmo seu nojo e desprezo. Ótimo, Percy faria o que Nico estava pedindo.
Percy não voltou a olhar para ela, decidindo por beijar o rosto de Nico, tentando acalmá-lo, e o abraçou pelos ombros o levando para longe. Logo Annabeth seria apenas a lembrança de uma garota invejosa e inconveniente.
Eles entraram em sua primeira aula do dia, colocaram seus cadernos e livros sob a mesa e se sentaram. Logo as provas começariam.
Ahhh finalmente estamos chegando no fim! Espero que vocês estejam gostando. Comentários são sempre bem-vindos. Até a próxima. Provavelmente ainda essa semana.
Oii, como vai? Não deu para postar no fim de semana por causa das eleições, mas aqui está. Espero que vocês gostem.
Sem nenhuma revisão.
Boa leitura!
Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX / CAPÍTULO XX / CAPÍTULO XXI / CAPÍTULO XXII / CAPÍTULO XXIII / CAPÍTULO XXIV / CAPÍTULO XXV / CAPÍTULO XXVI / CAPÍTULO XXVII
— Bebê, tudo bem? — Percy teve que perguntar.
Geralmente Percy não se preocuparia se Nico ficasse longos períodos em seu mundinho feliz e submisso. A verdade é que ele gostava de ver Nico completamente sob seu controle, obedecendo cada ordem sua e se esforçando tanto atender suas vontades que se fosse por ele, esses momentos entre quatro paredes nunca teriam fim. Entretanto, o céu já começava a escurecer e ele podia ouvir o barulho da risada de seus irmãos e a voz de sua mãe os repreendendo.
Era nessas horas que Percy desejava ser um adulto e não ter que dividir o tempo que tinha com Nico, e muito menos deixar que eles vissem Nico em seu estado mais vulnerável. Sinceramente? Percy não se importava como outras pessoas iriam reagir e sim, como Nico se sentiria quando enfim emergisse de seu estado leve e contente.
Percy fez o melhor que pôde para que Nico se sentisse seguro o suficiente para sair de seu transe. Eles tomaram um longo banho de banheira, lavou os cabelos de Nico, ofereceu a comida favorita de Nico e depois o fez tirar uma soneca. Isso costumava ser o bastante para fazer Nico voltar ao normal. Hoje? Nico parecia especialmente decidido a se manter distante.
— Bebê? — Percy chamou mais uma vez.
Nico meramente levantou a cabeça que estava encostada em seu peito e se acomodou melhor debaixo das cobertas, piscando lentamente, parecendo esperar pela próxima ordem.
— Eu preciso que você volte para mim.
— Voltar? — Nico franziu a testa e se sentou, tentando raciocinar.
— Faz cinco horas. Quer jantar?
— Oh. — O vinco desapareceu do rosto de Nico, mas ele continuou como estava, lento e dócil, sem questionar nada. — Tudo bem.
Nico, então, se levantou. Ele se arrastou para fora da cama e, calmamente, calçou o sapato, andou até a porta do quarto e o esperou, paciente, obediente, quase se curvando, segurando as próprias mãos atras das costas.
Percy suspirou, pelo menos Nico não estava completamente aéreo. Aquilo era tudo sua culpa, sabia bem disso. Não era isso o que ele queria? Nico completamente obediente e submisso cem por cento do tempo?
No fim, Nico estava certo. O que Percy realmente queria era diversão e realizar suas fantasias mais obscuras.
Momentos mais tarde, Percy percebeu que não tinha motivos para se preocupar. Eles desceram as escadas, comeram sem nada estranho acontecer e Nico até interagiu com Tyson e Grover, ajudando Sally a colocar as travessas na mesa. Houve um momento em que Nico e Sally sumiram para dentro da cozinha e só voltaram dez minutos depois, momento que Percy pensou estar encrencado, mas tudo o que viu foi Nico se sentar em seu colo e encostar a cabeça em seu ombro, e Sally, que sorriu para ele toda orgulhosa.
***
Às vezes, Percy desejava voltar ao momento onde seus pais ainda eram casados e sua família tinha muito menos dinheiro. Isso significaria menos responsabilidades, mais tempo livre e menos estresse em sua vida. Primeiro, sua mãe teve a brilhante ideia de fazê-lo acordar as cinco horas da manhã naquele fim de semana para ajudar com o faturamento e inventario mensal, algo que um contador poderia fazer facilmente. Mas, não, Sally havia sofrido um golpe no passado e não estava disposta a receber outro. Por isso, todos da família eram obrigados a ajudar. Nico era um caso a parte, é claro, ele já ajudava Sally mais do que devia na cozinha, então, Nico estava dispensado desse trabalho árduo. E se não bastasse isso, eles teriam uma reunião com os abastecedores do restaurante.
Aparentemente, a qualidade dos legumes não estava agradando Sally, e, aparentemente, Percy intimidava qualquer um que olhasse muito tempo para ele. Vai intender. Sendo assim, essa era uma de suas obrigações; sempre que eles tinham que lidar com algum cliente ou prestador de serviço insuportável, ali estaria ele. E dessa vez, era o abastecimento de legumes; sua nova missão era ficar atras da mãe e encarar os homens até que eles concordassem com o novo contrato. Seria engraçado se não tivesse que deixar Nico sozinho em casa.
Mas antes de ir a reunião, Percy fez questão de ir acordar Nico. Sabia que ainda eram oito horas da manhã de um sábado, porém, ainda se lembrava como Nico tinha reagido quando não o encontrou na cama naquela vez que havia visitado o clube de Apolo. Então, sem fazer barulho, Percy subiu as escadas e foi em direção a seu quarto, vendo que a porta estava encostada, podendo ver dentro do quarto pela fresta da porta.
Percy empurrou a porta e o que viu tirou seu folego.
Nico estava no meio do quarto, pelado, cabelos molhados e descalço, de costas para a porta, sentado na beirada da cama. Nela, estava a caixa preta com a coleira, a mesma coleira que ambos tinham decidido ignorar, feito um taboo que nunca deveria ser mencionado. Mas ali estava Nico, segurando a coleira contra seu colo, parecendo admirar a peso em seus dedos longos e magros, completamente calmo e composto, e com a mesma atitude quieta e dócil que havia adotado pelos últimos dias.
Pela primeira vez, decidiu que não tomar nenhuma ação era o melhor a se fazer. Porque, não importava o que ele dissesse ou até mandasse, isso era algo que Nico teria que decidir por si mesmo. E se no final Nico decidisse que não queria nada daquilo, Percy teria que aceitar.
Não demorou para que Percy tivesse sua resposta. Lentamente, Nico levou a coleira até o próprio pescoço e a enrolou em volta de sua pele, ainda sem afivelar o fecho, parecendo medir o peso do couro em sua pele. Quando nada aconteceu, Percy observou Nico afivelar a coleira e continuar segurando o couro contra sua pele, como se a coleira fosse muito pesada para seu pescoço aguentar. Nico se levantou, e ainda de costas para a porta, andou até o espelho que ficava do outro lado do quarto, perto do guarda-roupa. Nico estava se admirando, era isso o que acontecia; ele tocou no couro da coleira, como se acariciasse o pelo de um animal de estimação, e mesmo daquela distância, Percy podia ver a pele oliva escurecendo com o rubor, embora Nico não estivesse entrando em pânico como antes. Afinal, por que ele iria? Era apenas fantasias, não era?
Percy não aguentava mais. Ele marchou a passos decididos para dentro do quarto e parou atras de Nico, quase colado a suas costas, observando agora ambas suas reflexões em frente ao espelho. Era algo automático, suas mãos foram para o pescoço de Nico, seus dedos rodeando o longo pescoço, bem na parte da coleira que agora escondia a gargantilha, massageando a pele que encontrou lá.
— Então você gostou. — Não havia sido uma pergunta, porque a resposta era óbvia. A expressão no rosto de Nico dizia tudo o que Percy precisava saber, e o arfar surpreso e tímido, mais ainda.
— Eu não... eu estava curioso! — Ali estava, a ansiedade vindo feito um trem-bala. Então, o problema devia ser sua presença. Ou talvez a expectativa que o próprio Nico colocava em si mesmo.
Nico deu um passo para a frente, tentando se livrar de suas mãos, e dessa vez, Percy permitiu que Nico fugisse; isso não era algo que ele devia brincar se quisesse que no futuro a visão de Nico usando uma coleira fosse algo cotidiano.
— Tudo bem. Eu não quis te assustar.
— Você não assustou. É só que... você sabe... não sei consigo fazer o que você espera de mim. O diário, são apenas fantasias e... nunca pensei que eu fosse... fosse gostar tanto disso a ponto de ter sexo com alguém. Eu só... eu não sei.
— Eu entendo. — Percy disse em sua voz mais afável.
— Você entende? — Nico abriu bem olhos, parecendo surpreso e tão inocente, que Percy voltou a se aproximar, tocando nos cabelos negros, tentando confortá-lo.
— Tudo bem se você quiser brincar. Tudo bem se você não quiser. A gente não tem que tentar algo novo só porque eu quero.
— Eu pensei que o papel de um submisso fosse fazer as vontades do dominador?
— Isso é uma fantasia, não é? Você mesmo disse. Não quero te forçar.
— Oh. — Nico murmurou, relaxando nos braços de Percy, encostando a cabeça em seu ombro e o abraçando pela cintura. — As vezes, eu sinto que devo fazer certas coisas... quer dizer! Você nunca me pediu para fazer isso...
— Está tudo bem. — Percy disse mais uma vez, sorrindo para Nico, decidindo tirá-lo de sua miséria. — A partir de agora sempre que eu quiser fazer algo vou pedir permissão. Não importa o que seja, mesmo que seja um beijo.
— Sempre?
— E você não tem a obrigação de aceitar ou retribuir, ou de se sentir pressionado.
— Eu não sinto que você me obriga, eu só... — Então Nico olhou para baixo, todo tímido, o virou o rosto para lado tentando se esconder. — É essa vontade incontrolável de... de fazer essas coisas.
— Como o quê?
— De obedecer. Não te desapontar. — Foi quando Percy viu Nico fechar os olhos, os apertando bem forte, ainda com o rosto contra seu ombro. — Eu quero ser o seu bebê e seu bom garoto para o resto da vida. Só seu.
Por essa Percy não esperava! Eles tinham com toda a certeza percorrido um longo caminho até ali. Percy se pegou endireitando as costas e respirando fundo, um sorriso um tanto maníaco se formando em seu rosto, uma reação mais rápida do que ele podia controlar. E tão rápida como veio, aquele senso de satisfação e possessão doentia, também desapareceu, restando a Percy apenas puxar Nico contra seu peito e o abraçar forte.
— Obrigado por me contar. Você é tão corajoso. Meu perfeito bebê, hm?
Nico não disse nada, mas ele gemeu, o abraçando mais forte ainda pela cintura, se encolhendo contra seu peito, quase se fundindo a ele. Percy não trocaria esse momento por nada nessa vida.
***
— Obrigado por me contar. Você é tão corajoso. Meu perfeito bebê, hm?
Sim, ele era! Deuses! Ouvir Percy dizer essas coisas, por mais que Nico já soubesse desse fato, fazia algo dentro dele explodir em contentamento.
Bem, o que ele podia dizer? Tinha decidido se deixar levar.
Quer dizer, o que de tão ruim poderia acontecer além de Percy o levar cada vez mais fundo nesse mar de prazer que ele nem sabia ser possível existir? Do que adiantava fugir e lutar contra esses sentimentos quando sem nem perceber se via no mesmo lugar? Essa sensação leve o fazia se lembrar de um jogo que ele e Percy costumavam jogar quando crianças; a cada vez que venciam um desafio, o jogo os levava a um nível acima, subindo degrau por degrau até chegarem ao nível final.
O problema é que aquele jogo inocente e bobo parecia não ter fim, os degraus se estendendo infinitamente a se perder de vista. Era assim que Nico se sentia, quanto mais longe Percy o levava, mas difícil era encontrar aquele mesmo Nico que havia começado no primeiro nível. As vezes, Nico mal se reconhecia. Não se sentia tão pequeno quanto antes, tão tímido ou tão indefeso. Era como se durante o jogo ele tivesse ganhado poderes especiais e eles ainda estivessem com ele, como se Nico os tivesse sugado para dentro de seu ser, para sempre absorvidos em sua pele. Mas, as vezes, mesmo que não ele quisesse, o velho Nico fazia suas aparições, ele não se orgulhava disso, forçando Percy a dar um passo para trás nessa valsa onde ninguém sabia qual seria o próximo passo. Entretanto, o que ele podia fazer se não entrar no ritmo da dança?
Esse era um bom exemplo, o melhor deles. Sentindo Percy acariciando seus cabelos e deslizando as mãos por suas costas, sempre tentando confortá-lo não importando o motivo. Mesmo quando não havia motivo ou quando o culpado era o próprio Nico. Naquele instante, Nico percebeu que dessa vez não precisava ser confortado, mas que gostava do gesto gentil de qualquer forma.
— Sei que eu posso ser... rigoroso. — Percy murmurou em seu ouvido, roçando a barba que crescia contra seu pescoço, o fazendo estremecer. — Você tem que me dizer se eu estiver sendo exigente.
— Você nunca exigisse o que eu não quero dar.
Essa era a verdade. Por mais que ele hesitasse ou dissesse que não queria, era difícil mentir para si mesmo quando o objeto de sua única obsessão na vida estava bem a sua frente, oferendo tudo o que pensou que nunca teria, ainda fosse tão intenso que parece que estava a ponto de desmaiar a qualquer momento. Não porque fosse ruim, mas porque Nico perdia o folego toda vez que Percy olhava para ele por mais de dois segundos.
Então, Nico sentiu lábios tocando os seus numa caricia doce e lenta, e fechou os olhos, relaxando conforme o beijo continuava; uma mordiscada e uma lambida depois, um arfar, línguas se encontrando em um encaixe perfeito, como sempre tinha sido, como naquela primeira vez onde ele tinha fugido e só voltado dois anos depois. Parecia que era tudo o que Nico tinha feito até esse momento, fugir e se esquivar até que ele não tinha vesse alternativa, até que seu único pensamento fosse se redimir por todo o tempo perdido.
— Bom garoto. — Percy disse colado a seus lábios, pressionando suas bocas juntas pela última vez antes de se afastar, sorrindo para ele.
Nico queria seguir Percy, pedir para ser jogar na cama e continuar subindo os degraus. Percy tinha outras ideias, como ir para longe de Nico e abrir o guarda-roupa, tirando um blazer e uma calça caqui social.
— Você não tinha que sair com seus amigos? — Percy disse, ainda com a cabeça dentro do guarda-roupas.
Isso era verdade. Era por isso que Nico tinha acordado tão cedo em um sábado, se distrair com o pensamento de vestir aquela coleira e se ajoelhar aos pés de Percy, jurando fidelidade e obediência eterna não estava dentro dos planos. Talvez depois do casamento se ele realmente acontecesse.
Quando Percy emergiu, estava completamente vestido. Sapatos italianos, camisa preta, terno completo e cabelos penteados para trás. Nico era tão sortudo! Como ele conseguir noivar com alguém tão bonito e charmoso estava além de sua compreensão.
Nico nem tentou se conter, ele andou até Percy, ficou na ponta dos pés e o beijou novamente, algo rápido e suave, e disse: — Você nunca se veste desse jeito pra mim.
Percy sorriu para ele, daqueles tipos de sorriso de lado e covinhas que o fazia parecer um tubarão, e o segurou pelos cabelos, o fazendo gemer.
— Do que adianta eu me vestir assim se as roupas vão ser tiradas em menos de cinco minutos?
Percy o beijou forte nos lábios, arrancando outro gemido dele e o deixou ir, se olhando uma ultima vez no espelho.
— Porque você não descansa um pouco, hm? Eles podem te esperar.
Bem, descansar não era a palavra certa.
Nico seguiu os olhos de Percy e olhou para o próprio colo. Nico tinha um certo volume aparente, e Percy parecia que iria a qualquer momento se ajoelhar no chão e ajudá-lo com isso. Em seguida, Percy voltou a olhar em seus olhos e sorriu novamente.
— Depois. Eu prometo. — Percy, seu dom cruel, disse, se afastando a lentos passos em direção a porta. Mas antes de ir, disse: — Não se divirta muito sem mim.
Então, parece que estou enrolando, não é? A verdade é que falta pouco de plot para escrever. Vou tentar terminar essa história nas proximas 30 mil palavras. Estou planejando alguns extras também, nada muito complicado.
Obrigada pela presença!
O que é isso! Mais de um capítulo em uma semana? Sim! Talvez tenha mais um até o fim dela. Como eu disse, tenho que aproveitar enquanto o burnout me dá um tempo.
Capítulo sem revisão, quando eu tiver uma versão mais polida, aviso aqui.
Boa leitura!
Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX / CAPÍTULO XX / CAPÍTULO XXI / CAPÍTULO XXII / CAPÍTULO XXIII / CAPÍTULO XXIV / CAPÍTULO XXV / CAPÍTULO XXVI
— Por favor! — Nico gritou a plenos pulmões. Sua sorte era que o resto da família estava ajudando no restaurante, então, não tinha ninguém para presenciar essa cena.
— Eu não sei. Será que você aprendeu sua lição?
Nico choramingou mais uma vez e se remexeu em seu colo.
Sabe, ele era muito paciente, quase um santo de tão caridoso e bondoso. E sabe porque? Percy tinha levado Nico até o carro, colocado suas coisas no banco de tras e dirigido tranquilamente pelos próximo quinze minutos até a casa da mãe. Tinha guardado suas bolsas, oferecido agua para Nico e o feito comer algo antes de leva-lo para o andar de cima, onde o quarto deles ficava. Então, só assim, depois de trancar a porta do quarto e colocar a chave dentro do bolso, ele se virou para Nico, deixando que o garotinho visse suas reais intenções.
— Tire as roupas. — Percy disse sem hesitar. Entretanto, foi Nico quem hesitou. O garoto olhou para a porta e depois para a janela, e por último, o encarou, incerto.
— Você tem certeza? — Nico perguntou. — Você não reagiu muito bem, antes.
Hmm... era verdade. Mas aquele momento tinha ficado no passado.
— Tire as roupas. — Percy repetiu.
Essa seria a parte onde ele geralmente estaria se movendo e ele mesmo tiraria as roupas de Nico. A questão ali não era sobre tirar a roupa ou mesmo sobre as palmadas que viriam, e sim que Nico sentisse que aquilo realmente era um castigo, e para isso acontecer o primeiro passo era fazer Nico se sentir humilhado e depois repreendido. A dor seria apenas uma forma de liberar todas essas emoções.
— O que você está esperando. Você precisa de incentivo?
— Eu... não! — Nico arregalou os olhos, surpreso, e se colocou a tirar as roupas. Ou melhor ele as arrancou de qualquer jeito e as jogou a um lado do quarto, parando em sua frente com a cabeça levemente abaixada e as mãos atras das costas.
Percy sempre se esquecia que Nico entendia como a relação entre dominação e submissão funcionava. Mesmo assim, ele observou Nico por alguns momentos. O rosto que começava a corar, a coluna curvada como se quisesse se proteger e a postura tensa de quem sabia o que estava por vir. Percy deixou o momento se arrastar por alguns minutos, sem falar, e só quando Nico começou a se remexer de ansiedade, decidiu ter misericórdia.
— Você sabe por que estamos aqui?
— Eu... te fiz passar vergonha?
Bobinho. Percy nunca teria vergonha de Nico. Não importava o motivo.
— Você acha que eu tenho vergonha de você? — Ele segurou Nico pelo queixo e o fez encará-lo. E quando Nico não faz nada além de encará-lo de volta, completamente dócil, Percy final se deu por satisfeito. Esse era o jeito que um bom garoto devia se comportar, devia ser obediente e bem-comportado e o tom avermelhado na pele oliva deixava tudo ainda melhor.
Bem, mesmo sendo um bom garoto, Nico era uma das pessoas mais teimosas que ele conhecia. E as vezes, tentar conversar sobre o problema não surtia efeito com Nico. Então, a solução era mostrar para ele. Assim, segurou Nico pelas mãos, se sentou na ponta da cama e colocou Nico sobre seu colo de barriga para baixo.
Percy poderia fazer isso de diversas formas. Nico de quatro na cama, deitado sobre um travesseiro, se ajoelhando no chão, em pé virado para a parede... mas, não, Percy queria que dessa vez fosse algo mais intimo e pessoal, pois ele tão pouco iria utilizar nenhuma ferramenta, como uma palmatoria ou até uma escova de cabelo. Ele queria que Nico sentisse cada palmada e a cada toque me sua pele, queria que Nico se arrependesse e se desculpasse. Entretanto, Percy parou por um momento e admirou a beleza de seu bebê, a pele macia, as nádegas firmes e redondas, a cintura e quadris esguios, o corpo que tremia conforme Percy acariciava a pele morena. Sabia que estava torturando Nico além do necessário, mas, no fim, ele teria certeza que a Nico não duvidaria dele nunca mais.
— Você está pronto?
É claro que aquilo não era uma pergunta, era mais um aviso. Percy não esperou que Nico respondesse e levou sua mão contra o lado direito das nádegas de Nico, e o primeiro gemido já veio. Ou será que tinha sido um resmungo?
— Eu... ah! Estou... faz tanto tempo! — Um gemido mais alto veio com a próxima palmada que veio sem avisar, permitindo a Percy vir a primeira lagrimas aparecer.
— Vou perguntar mais uma vez. Você sabe por que estamos aqui? — E então, mais uma palmada. Nico se curvou todo e segurou nos lençóis, tentando fechar as pernas. — Me responda.
— Eu fui um mal garoto.
— E o que mais?
— Eu não sei! — Nico gritou, sentindo a próxima palmada vir.
Percy estava desapontado. Quer dizer, as palmadas não eram exatamente fracas, mas não devia ser tão difícil entender por que Nico estava sendo castigado. Ele deu mais três palmadas, uma em seguida da outra e no mesmo lugar, e deixou que Nico descansasse por alguns momentos, vendo o garotinho em sua miséria extasiante; seu pequeno membro estava completamente ereto, a ponto de expelir, mas seu choro era tão intenso que Nico soluçava, ansioso e angustiado. Uma punição bem-aplicada em seu ponto de vista.
— Tudo bem, bebê. Eu vou te ajudar.
— Você vai? — Nico disse na voz mais pequena, doce e vulnerável que ele já tinha ouvido.
— Eu nunca teria vergonha de você. Então, o que poderia ser, hm?
— Eu... — Ainda chorando e fungando, Nico franziu a sobrancelha e os olhos, numa careta de concentração. — Eu estava com ciúmes?
— Não, não é isso. Você pode ter ciúmes quando quiser.
— Então...?
— É sobre confiança.
— Oh.
Ah, agora, sim! A expressão que ele queria ver, culpa e arrependimento.
— Eu confio em você. — Nico murmurou, envergonhado.
— Você acha que eu vou te trair? Te trocar por outra pessoa? Se eu não isso por dois anos, por que eu faria agora?
— Eu não sei. — Nico murmurou mais baixo ainda, as lagrimas voltando a rolar por sua pele morena. — Eu só... eu não consigo acreditar que alguém como você iria querer passar o resto da vida comigo.
Deuses, agora quem queria chorar era Percy. Ele pegou Nico no colo e o fez se sentar sobre uma de suas pernas, mantendo o pequeno membro de Nico pressionado contra sua calça jeans. Nico arfou no mesmo momento, seu membro e sua bunda dolorida sendo roçados ao mesmo tempo.
— Bem, isso não está certo. Meu bebê nunca deve duvidar de mim.
— Eu não duvido! Ah!
— Até que isso entre na sua cabeça, vamos continuar fazendo isso. De novo e de novo, até que não reste nenhuma dúvida.
— Por favor! — Nico voltou a gritar, sentindo o ardor se espalhar mais uma vez por sua pele.
Percy admitia, estava em seu momento mais sádico, eram tantas coisas que ele tinha que fazer e planejar que confessava, estava deixando o estresse sair por seus poros enquanto observava Nico gritar e implorar por misericórdia.
— Então, eu quero ver você implorar por perdão.
— Desculpa!
Ali estava, exatamente o que ele queria ouvir. A expressão de angústia no rosto de Nico era tão bonita que ele poderia gozar só de observá-lo. Percy continuou espancando a pele Nico e a cada nova palmada que era acompanhada pela “Desculpa!” gritada, mais algo dentro dele se expandia e se satisfazia, como Percy estivesse em um banquete com todos os seus pratos favoritos.
Isso é, Percy ficaria satisfeito em observar aquela cena pelo resto da vida, se não tivesse pegado o exato momento onde algo em Nico parecia ter mudado, em um momento Nico estava todo tenso e angustiado, e no próximo, bem... Nico amoleceu em seus braços, as linhas em seu rosto se suavizaram e os olhos negros se reviraram, logo em seguida se fechando no completo clímax. E se Percy não estivesse tão perto, mal teria percebido, o único indício era a pequena poça de um líquido contra seu quadril onde Nico estava se apoiando.
O que Percy podia fazer? Ele nunca disse que Nico não poderia gozar ou que não poderia curtir o momento.
***
Nico suspirou e se permitiu ser abraçado, enquanto Percy o consolava. Achava que ainda estava chorando, tremores fazendo os soluços se tornarem mais intensos do que o esperado, sua cabeça vazia e anestesiada, girava lentamente. Nico sabia que um dia Percy o mataria, mas ele morreria feliz e contente. Nada poderia o afetar naquele momento.
O que estava tudo bem. De fato, Nico não poderia estar melhor, viajando nas endorfinas que apenas uma boa sessão de dor podia trazer. Se desobedecer Percy mais vezes fosse o necessário para ser “castigado” mais vezes, Nico se tornaria o pior dos bons garotos. Ele queria rir desses pensamentos bobos, mas Percy ainda o segurava entre seus braços, ainda acariciava suas costas e ainda massageava a pele sensível de suas nádegas. Era difícil ter um pensamento coerente nesses momentos, momentos em que ele se concentrava em apenas obedecer. Nico sabia que assim que as endorfinas deixassem seu corpo, ser um bom garoto ou não, não faria diferença, porém, nesses longos minutos, sentindo as mãos de Percy sobre ele e lábios contra os seus, nada era mais importante.
— Shhhh... está tudo bem. — Percy murmurou contra seus lábios, o fazendo abrir os olhos. Nico inspirou profundamente e gemeu, sentindo os dedos molhados de Percy roçarem em sua entrada, a posição em que eles estavam perfeita para a penetração; ele sentado no colo de Percy com suas pernas rodeado a cintura de Percy.
Não demorou muito depois disso, um dedo virou dois e então a cabeça do membro estava tocando sua entrada, fazendo um pouco de pressão até entrar, deslizando na passagem apertada e o fazendo curvar a coluna, gemendo ao sentir Percy o penetrar completamente. Isso era algo que Nico não entendia, ele costumava odiar essa sensação do esticar de seus músculos, da leve ardência que o queimava sem o machucar. Agora? Ele amava sentir seu corpo se abrir e permitir que Percy entrasse dentro dele, um prazer que Nico não entendia se era completamente físico ou se também era emocional.
Nico deixou que mais um gemido saísse, sentindo a dor voltar com tudo, quando Percy segurou em suas nádegas, o fazendo se contrair todo.
— Hmm. Tão gostoso. Você gosta desse jeito, não?
Ele... Nico amava. Gostava de cada gesto e cada toque, cada palavra, cada movimento. Mas, Nico tinha um problema, tinha medo dizer o quanto gostava de cada coisa que Percy o fazia sentir, fossem emoções positivas ou negativas. Pois, ás vezes, Percy era um tanto... cruel, o dominando para além do que Nico estava confortável. Percy usava o que Nico dizia contra ele, ainda que fosse da melhor forma possível. Mesmo que Nico não quisesse admitir. E se um dia, um dia que estava muito distante de chegar, Percy o dominasse de tal forma que Nico nunca mais seria capaz de sair desse estado mental submisso e se tornasse apenas o que Percy queria que ele fosse, nada mais do que uma boneca de retalhos?
De fato, Nico sentia que isso poderia acontecer a qualquer momento, com o mínimo toque e palavras ditas docemente ao pé de seu ouvido. Sentia que sua mente iria flutuar para longe dele e apenas sobraria a parte dentro dele que vivia para satisfazer os desejos de seu dono.
— Bebê? — Ele ouviu ao longe a voz de Percy o chamando de volta, como se o puxasse com uma corda de volta para a terra. — Aqui está você. Tão bonito.
— Ah, eu vou... gozar... — Nico gemeu, estremecendo, Percy o segurando pela nuca e costas, afetuosamente, movendo sua cintura em direção a mais um orgasmo, seus ossos parecendo feitos de geleia e seus músculos completamente relaxados.
— Isso. Assim?
Nico não aguentava mais. Percy alcançou aquele lugarzinho dentro dele, a sensação vindo repentina. Em um momento ele se sentia feito manteiga derretida e no próximo, Nico se contraia, gozando, enrolando suas pernas ao redor da cintura de Percy e jogando a cabeça para trás em um grito silencioso. E sem ser tocado, expeliu, por longos momentos se sentindo esvaziar, apenas parando quando a exaustão o fez relaxar mais uma vez.
— Per. — Ele choramingou, seus nervos hiper sensíveis. A sensação vindo tão repentinamente quanto seu orgasmo.
— Está tudo bem. Estou aqui.
Um beijo foi colocado em seu pescoço, outro em seu rosto e enfim em seus lábios. E então, tudo pareceu ficar melhor. Sua respiração se acalmou e se coração desacelerava.
— Bom garoto. Tão obediente.
Se ele tivesse um rabo, Nico estaria o balançando de felicidade nesse exato momento. Pois era assim que Nico se sentia, feito um animalzinho de estimação que havia sido elogiado por um aprender um novo truque e por seu um bom garoto.
— Eu não sou um... um... — Nico não conseguiria encontrar palavras mesmo que quisesse, sua cabeça estava vazia demais para montar pensamentos complexos.
— Ah, você não é o meu bom garoto? O meu bebê? Papai vai ficar triste.
Isso era demais para seu cérebro cheio de dopamina. Nico preferiu fechar os olhos e esconder o rosto no ombro de Percy, se sentindo seguro e protegido, concordando com Percy ainda que não pudesse admitir o fato.
— Oh, meu bebê não precisa se preocupar. Tenho um presente pra você.
Nico ouviu um barulho de plástico sendo aberto e algo sendo colocado em sua mão.
— Coma.
Nico obedeceu, assim em transe. Deu uma mordida e prazer se espalhou em sua língua. Era chocolate. Bem, era um doce feito de chocolate que eles costumavam comer quando crianças. Costumava ser o seu favorito, algo que ele fazia com as próprias mãos para se lembrar de sua mãe.
— Obrigado. — Ele viu dizendo entre mordidas, contente em ficar exatamente onde estavam; na cama, sentado no colo de Percy com a cabeça apoiada em seu ombro e comendo seu doce preferido.
— Meu bebê merece o melhor.
Disso Nico não tinha muita certeza. Deixaria que Percy decidisse isso por ele, como sempre fazia.
Entãoooo.... eu decidi desenvolver melhor a relação D/s deles. Eu não ia porque mal tenho energia para colocar no papel o que já tenho planejado, então, imagina adicionar mais coisas ainda. Mas... acho que não vou ter outra oportunidade tão cedo para desenvolver esse tema especifico. Espero que vocês tenham gostado. Comentários construtivos me deixaria muito feliz.
Oii, como vai? Finalmente consegui escrever mais um capítulo. A gente tem que aproveitar quando a motivação bate à porta. Eu já tenho os próximos dois capítulos planejados, agora só falta escrever.😂😂😂
Desculpe pelos erros, acabei de terminar de escrever, e metade dele, escrevi hoje. O que quer dizer que no futuro vai ser revisado. Espero que vocês gostem.
Boa leitura!
Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX / CAPÍTULO XX / CAPÍTULO XXI / CAPÍTULO XXII / CAPÍTULO XXIII / CAPÍTULO XXIV / CAPÍTULO XXV
Percy se afastou lentamente da cama, e andou em direção ao guarda-roupa. Ainda não acreditava no que tinha feito. Nico não era como Luke, ou como um garoto qualquer, onde Percy se divertiria um pouco e depois largaria, sem se importar com as consequências. Não, com Nico era necessário um cuidado extra, ele precisava de tempo e atenção, de ser tratado da forma certa e no ritmo certo para que em sua pressa, Percy não arruinasse tudo. Era por isso que não podia se deixar levar dessa forma, se divertindo mais do que devia com a reação e o desconforto de Nico, vendo Nico ficar mais excitado a cada momento que passava sem nem saber o que fazia.
Será que Nico percebia a facilidade que tinha de entrar naquele estado de submissão? Suas pupilas se dilatavam, seu rosto corava, e até sua postura se transformava, se curvando levemente, o clima mudando drasticamente quando Nico se transformava naquele ser completamente obediente e doce, que até as outras pessoas ao redor percebiam. O pior? Percy se transformava junto, trazendo seu pior lado à tona.
Felizmente, tudo isso tinha ficado no fim de semana. Percy fez questão de guardar essas memórias dentro da caixa que Apolo tinha lhe dado, junto com a coleira e os outros objetos. Entretanto, manteve a tal caixa em cima da escrivaninha ao lado da cama, fora de vista, porém, perto o suficiente se eles decidissem dar um passo além do que ambos estavam confortáveis no momento.
— Per? — Era Nico quem o chamava, o único que usava aquele apelido ou dizia seu nome tão docemente.
Nico estava sentado na cama, dedilhando sua gargantilha com a mesma mão onde a aliança de noivado estava. Ele tinha aquele mesmo olhar perdido e rosto corado, mesmo que eles tenham apenas tomado banho e se vestido para ir o colégio. Percy decidiu ignorar a vontade de prender Nico contra a cama e dar o que ambos queriam, e apenas sorriu, contente em observar Nico.
— O que foi, bebê?
— A gente... está tudo bem?
— É claro que está.
— Então, porque você não me tocou desde... desde a coleira?
Percy parou e pensou: “Hm. Isso era verdade.” Não tinha sido algo consciente ou para punir Nico. Percy só achou que seria bom alguns momentos para eles respirarem um pouco.
— Não se preocupe, hmm? Me dá um beijo.
Percy voltou até a cama e se ajoelhou entre as pernas de Nico, ficando da altura dele, e o beijou. Algo doce e suave. Percy não pretendia transformar o beijo em algo além de uma caricia passageira. O problema era Nico e seus gemidos doces, a forma que ele abriu os lábios e arfou, que enrolou as pernas em volta de sua cintura e o puxou para cima, o convidando a se deitar em cima de Nico. Quando Percy viu, agarrava Nico pelos cabelos, roçando sua língua contra de Nico, engolindo seus gemidos.
Se afastar de Nico foi como emergir depois de longas horas nadando, ele sentia que poderia continuar por mais algum tempo, mas que não seria bom para ele se continuasse. Por isso, descolou seus lábios dos de Nico, respirou fundo e afastou sua cabeça lentamente. Apoiou um joelho na ponta da cama e inspirou, forçando seu coração a bater em um ritmo normal. Já Nico? Ele estava deitado, estatelado no meio dos lençóis, respirando tão fundo quanto ele, porém, completamente feliz e contente em continuar exatamente onde estava, piscando lentamente enquanto o via se afastar.
Parece que ele teria que ser o adulto ali.
Percy praticamente se jogou para fora da cama, para logo em seguida pegar o sapato de Nico e os calçar nos pés de Nico, amarrando os cadarços. Se levantou, foi em direção ao guarda-roupas e pegou suas jaquetas. Ajudou Nico a se sentar na cama e enfim, colocou uma delas em Nico que apenas levantou os braços, se permitindo ser vestido.
Se pudesse, ficaria hoje em casa e se certificaria que Nico continuasse em sua feliz e contente bolha de prazer. Isso é, se não fosse as provas se aproximando. Eles tinham estudado muito para deixar que tudo fosse arruinado agora.
— Você não precisava fazer isso. — Nico disse, seu rosto se esquentando, parecendo voltar a realidade.
Percy apenas olhou para ele e sorriu, pegando suas bolsas do chão, o violão de Nico, e segurou na mão de Nico que agora se arrastava de má vontade pelo carpete, o guiando para fora do quarto em direção a porta de saída.
***
Percy se sentou no banco e fechou os olhos por um momento. A preparação para as provas finais estava começando e os professores estavam decididos a fazer sua vida miserável. Sete trabalhos, testes surpresas e apresentações em grupo, tudo o que ele não precisava nesse momento. Se ele pudesse ter um momento para recuperar o folego tinha certeza que—
— ...cy? Percy!
— Hm?
— Você não escutou nada do que eu disse!
Percy tentou não revirar os olhos, mas parecia que tinha sido em vão. Luke tentava dizer algo que devia ser muito importante, Percy tinha certeza. Algo sobre o time, ou provavelmente sobre a formatura. Na verdade, em sua ausência, Luke estava se mostrando ser um ótimo líder, um bom amigo e alguém que ele podia confiar mesmo que o ciúme sempre fosse falar mais alto.
— Eu sei que você está ocupado com Nico e o futuro da sua vida perfeita. Mas será que pode prestar atenção em mim?
Percy sorriu para Luke e o abraçou pelo pescoço, o fazendo lembrar das milhares de noites onde a solidão o fez buscar refúgio naqueles mesmos braços, mas que não importava o quanto Luke tentasse, nunca seria suficiente para Percy. A realidade é que por debaixo do flerte e da diversão, Luke era mais um que buscava um lugar a qual pertencer.
— Você não precisa de mim. Nunca precisou.
— Percy! Estou falando sério.
— Eu também. — Percy disse. Ele se virou em direção a Luke e segurou no rosto dele, o admirando como Percy raramente fazia. Era uma pena que ele já amava Nico. Luke merecia alguém que o amasse o tanto quanto ele amava Nico. — Vou sair do time essa semana.
— O quê? Por que agora? Tão perto da graduação?
— É uma surpresa. Não vou fazer faculdade aqui.
— Você não pode largar tudo por causa dele!
— Recebi uma boa proposta na Itália.
— Tem certeza? Você se esforçou tanto.
— Você merece.
— Eu? O que eu tenho a ver com isso? — Luke se afastou, se inclinando para trás, e coçou a cabeça, completamente confuso.
— Você vai ser um ótimo capitão.
— Eu... — Luke gaguejou e parou de falar, e Percy pode ver pela primeira vez em muito tempo uma emoção verdadeira passar pelo rosto de Luke. — Você não precisa sair do time. Nós precisamos de você se quisermos vencer.
— Hm. Talvez. Se você insiste.
***
No fim, Percy acabou sendo vencido pelo cansaço, ele seria vice capitão enquanto Luke tomaria seu lugar. O treinador parecia orgulhosos deles por algum motivo, e nada pareceu realmente mudar, ainda que ele não fosse em todos os treinos. Sem os treinos, Percy passou a ter mais tempo para falar com a mãe e planejar os próximos passos, como a faculdade e o casamento. Uma casa. Mas sem que Nico percebesse que algo muito drástico estivesse acontecendo.
— Venha no próximo treino.
— Eu preciso mesmo? — Percy falou para Luke e então se virou para Grover que estava a seu lado, abraçado com Juniper. Grover deu de ombros e Juniper sorriu, a líder de torcida apenas abraçou Grover com mais força e encostou a cabeça no ombro dele.
— O primeiro jogo é daqui oito dias. Por favor.
— Só porque você pediu com carinho.
Percy bagunçou os cabelos de Luke, e Luke se levantou, levando sua bolsa e prancheta junto. Ele observou Luke marchar para fora do pátio e viu Nico aparecer logo em seguida com sua bolsa e violão pendurados no ombro. Uma aparição incomum. Há essa hora Nico estaria na prática de banda se preparando para a apresentação no baile de formatura e não ali, parecendo um cachorrinho abandonado na estrada. Antes que Nico pudesse sumir entre a multidão de adolescentes, Percy correu em sua direção o segurando pelo ombro, o virando em sua direção.
— O que aconteceu?
Percy percebeu imediatamente que algo estava errado. Ele tocou no rosto de Nico e virou o rosto dele em sua direção, o movendo em vários ângulos. Procurou no pescoço e desceu os dedos pelos ombros de Nico, não encontrando nada errado. Isso é, até que Nico o entreolhou pelos cílios e piscou lentamente em sua direção.
— Não aconteceu nada. A prática de hoje foi cancelada. A professora estava ausente. O pessoal ia sair para comer... eu preferi ficar aqui.
— O que aconteceu no caminho até aqui?
— Não foi nada, eu juro.
Percy pensou em continuar com suas perguntas, mas, então, lembrou a promessa de não questionar as ações de Nico. Ele iria confiar em seu bebê.
— Quer descansar um pouco ou quer ir para casa?
Ele sabia que isso não era justo, ficar testando o quanto Nico realmente era dependente dele. Imagina seu alívio ao ver Nico parar e pensar durante alguns segundos, suas sobrancelhas se fincando e biquinho de concentração aparecendo em seus lábios. Nico tirava um peso enorme das costas de Percy sem nem saber; não porque era difícil para Percy continuar decidindo tudo pelos dois e sim porque, dessa forma, Percy sabia que não estava machucando Nico de alguma forma ou aprofundando nenhum tipo de trauma.
— A gente pode descansar um pouco e depois estudar?
Percy gemeu, já se arrependendo de ter perguntado. Nico poderia negar, mas amava torturá-lo com as eternas sessões de estudo. Percy tinha certeza disso.
— Sério? É só nisso que você pensa?
Tudo o que Nico fez foi rir, todo delicado, e segurar na alça de sua mochila, se fazendo de fofo e inocente.
— O que foi? Vai ser bom pra você. Assim, a gente vai treinando para a faculdade. — Nico continuou sorrindo, usando uma voz toda meiga e baixinha, e segurou em suas mãos, o fazendo esquecer a reclamação que estava prestes a vir.
Viu? E depois as pessoas o chamavam de manipular e frio. Isso é porque elas nunca prestaram atenção no que Nico fazia. Percy sorriu de volta e pegou a mochila e o violão do ombro de Nico, andando em direção aos bancos no pátio descoberto. Ele sabia o quanto Nico gostava de deitar sob a luz do sol.
Não era uma visão comum aquela, ele sentado no banco no meio do pátio e Nico com a cabeça em seu colo. Nico tinha os olhos fechados e respirava tranquilamente, enquanto Percy massageava seus cabelos, lento e cuidadoso, tocando nas orelhas pequenas e macias, no pescoço longo, na nuca cheirosa.
— Para de olhar para mim dessa forma. — Nico diz de olhos ainda fechados, embora Percy pudesse sentir o rosto entre suas mãos esquentando lentamente.
— Como eu estou te olhando?
— Como se eu fosse fugir.
— Não é por isso que estou olhando pra você. — Percy continua tocando na pele de Nico, descendo seus dedos pelo pescoço de Nico, e para com a mão sobre a gargantilha, e enfim se inclina sobre Nico, o beijando suavemente sobre o couro. Percy sobe seus lábios e encontra aquele pedaço de pele, bem atras da orelha de Nico, que faz o garoto se arrepiar dos pés à cabeça.
É claro que esse é o momento onde Luke grita para eles encontrarem um quarto.
— De onde é que ele veio? — Nico diz, e algo na voz dele faz Percy parar e encará-lo, vendo Nico abrir os olhos suavemente. Percy poderia se forçar a acreditar que nada estava errado, mas... era tão obvio. — Eu vi você abraçando o Luke.
Então, era isso.
— Ele é só um amigo.
— Eu não gosto disso. — Nesse momento, Nico realmente o encarou e frisou cada palavra. — Como ele foi seu amigo quando eu estava na Itália, é isso?
— Nossa. — Percy estava sem palavras. Era até engraçado, mesmo que no fundo Nico estivesse certo. Qualquer amigo poderia ter se tornado mais quando Nico estava do outro lado do mundo e Percy estava ali, sozinho e solitário.
— O que foi, não isso o que você fez?
— Você está certo. — Percy disse, tentando acalmar seu bebê manhoso. — Eu não sabia que isso era um problema.
— Você não agiu diferente quando eu contei sobre meu ex-namorado.
Hm. Isso era verdade. Como sempre, Nico estava certo.
Percy pensou em se justificar e dizer que eles ficaram bravos por motivos deferentes. Ele não entedia porque Nico teve que ir procurar sexo do outro lado do mundo e Nico não gostava que Percy tinha tentado o substituir com a primeira pessoa que apareceu.
— Eu sinto muito, bebê. Juro que isso ficou no passado. Prometo que isso não vai se repetir.
— Você transar com outras pessoas ou ficar tocando seus “amigos”?
Dessa vez, Percy não aguentou. Ele jogou a cabeça para trás e gargalhou. Deuses! Ele sentiu tanto a falta de Nico, dos ciúmes sem sentido e da obsessão que ambos tinham pelo outro. Mesmo que ele entendesse ser algo erado, era como volta para casa depois de longo dia cansativo.
— Os dois. Não vou fazer nenhum dos dois sem seu consentimento.
Então, a coisa mais fofa aconteceu. Feito o bebê que Nico era, ele fez um biquinho e encheu as bochechas de ar, mostrando seu descontentamento, e logo em seguida se virou de lado, escondendo o rosto em sua barriga.
— As vezes eu te odeio. Odeio esse sentimento que me corrói por dentro. Eu quero você só pra mim. Sei que você faz essas coisas de propósito! — Nico levantou a voz e se afundou mais ainda conta seu colo, se roçando com Percy um pouco além da conta.
Agora, quem estava fazendo o que não devia de proposito?
— Bebê, eu juro. Não fiz iss—
— Percy, quando tempo.
Porra! Ela tinha que aparecer logo agora?
Por um momento as vozes ao redor do pátio pareceram se calar, e um silêncio estranho, como se as outras pessoas tivessem se petrificado no lugar para escutar melhor e ver o que aconteceria. Até Nico pareceu parar de respirar, ficando tenso em seus braços e de costas para Annabeth. E logo quando ele disse que não iria fazer aquelas coisas...
— Per-cy!
— Você não precisa gritar, todo estão te ouvindo. — Ele murmurou, tentando amenizar a situação.
— Quando você vai contra os ingressos para o baile?
— Não sei do que você está falando.
— Você não lembra? Você prometeu.
— Só nos seus sonhos.
Percy não pôde evitar, olhou para baixo e viu que Nico já o encarava, furioso, um olhar tão decidido que ele sabia que teria que fazer uma reparação de danos. Ele mal percebeu que ainda segurava nos cabelos e na gargantilha de Nico, ainda com seus dedos sobre a pele de Nico, possessivo e protetor. A maior surpresa veio em seguida, Nico segurou em suas mãos e as afastou dele, lutando para se levantar, fugindo dele mais uma vez.
Isso foi o suficiente para Percy entrar em ação. Percy luxou Nico para trás, e o virou, o fazendo se sentar em seu colo, mais uma vez de costas para Annabeth.
— Onde você pensa que vai, hm?
— Pensei que você queria conversar com seus amigos.
Ah, tanta mágoa, tanto ciúme, tão amargo. Será que ele seria uma pessoa horrível por sabia que Nico se importava tanto assim, mesmo que fosse através de emoções tão ruins?
— Bebê?
— O que foi?!
Percy levantou a cabeça de Nico, que se negava em encará-lo, e se aproximou do ouvido dele, para que somente Nico pudesse ouvir:
— Eu te amo. Só você e ninguém mais.
— Mentiroso!
— Eu nunca mimaria ninguém como eu te mimo. Nunca faria todos as suas vontades ou me permitiria ficar tão vulnerável se eu não te amasse. Sabe o que mais eu nunca faria?
— O que? — Dessa vez, a voz de Nico saiu bem mais baixa, quase em um sussurro.
— Eu nunca te foderia como eu faço com você. Nunca aceitaria a submissão de alguém que não fosse você. Porque eu escolheria outra pessoa quando a coisa mais perfeita e obediente está bem na minha frente. Hm? Me responda.
Nico se afastou apenas o suficiente para encará-lo, agora seu rosto e orelhas pegando fogo. Sua atitude completamente diferente do que há cinco minutos atras.
— Eu... me desculpa. Eu não quis dizer essas coisas. Eu só...
— Eu devia te castigar. Devia mostrar o que garotos mal comportados merecem.
O momento seria cômico se Percy não estivesse tão excitado, e aparentemente, Nico também estava; ele podia sentir o pequeno volume contra a parte baixa de sua barriga, e a forma que Nico gemeu e se segurou em seus ombros teria lhe dito o que acontecia de qualquer forma.
— Agora, como você vai se desculpar?
— Desculpar? — Nico parecia confuso, mas mesmo assim, se aproximava mais dele, colando seus corpos e o abraçando pelo pescoço.
Nico apenas precisou de um empurrãozinho e seus lábios estavam se conectando. Suas línguas logo se encontraram e gemido arfado veio em seguida. Infelizmente, Percy não podia deixar que as coisas fossem longe demais, afinal de contas eles ainda estavam em público, e seu bebê era bom demais para aqueles olhos de rapina, procurando pela próxima fofoca.
Percy segurou Nico pela parte de trás do pescoço e separou suas bocas, vendo Nico arfar como se tivessem feito muito mais do que compartilhar um beijo rápido. Talvez não fosse uma boa ideia deixar Nico muito tempo sem sexo.
— Que tal a gente ir para casa, hm? Tomar um banho relaxante? Prometo que amanhã a gente estuda o quanto você quiser.
Nico apenas acenou, piscando lentamente. Ele ajudou Nico a pegar suas bolsas e quando se levantou, Annabeth ainda estava parada no meio do caminho, mais perto do que Percy gostaria que ela estivesse deles. Bem, isso não importava. Contanto que Annabeth não se intrometesse em sua vida, ela podia fazer o que quisesse, mesmo que isso significasse o vigiar feito um gavião.
Obrigada por ler! Comentários sempre me motivam.
Oii, como vai? Eu ia passar por aqui na semana passada, mas como estava sem energia, acabei deixando para hoje. Na verdade, faz mais de duas semanas que não escrevo uma palavra, porém, percebi que tinha mais de um capítulo pronto. Então, vou postando até eles acabarem.
Boa leitura!
Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX / CAPÍTULO XX / CAPÍTULO XXI / CAPÍTULO XXII / CAPÍTULO XXIII / CAPÍTULO XXIV
— Você tem estado muito suscetível a... sugestões. Sou eu ou é algo geral?
— Só você. Acho que... eu confio em você.
— Me sinto honrado. — Percy disse sem nenhuma ironia, o tom de voz baixo e aveludado dando lugar a algo mais normal. — Eu tinha medo que isso acontecesse. Nunca vou abusar da confiança que você me dá.
— Eu sei disso. Nunca duvidei disso.
— É por isso que tenho que falar algo com você.
Essa não. Será que ele estava encrencado?
Nico observou Percy se levantar e pegar uma caixa que estava no pé da cama, um pouco maior que uma caixa de sapatos.
— O que é isso?
— É a surpresa que eu queria te mostrar.
Nico tinha até medo de olhar. O que poderia ser tão importante que Percy sentiu a necessidade de esconder do resto da família? Hesitando, Nico se manteve quieto, encostado contra a cabeceira da cama e esperou Percy se aproximar mais uma vez, se sentando a seu lado.
— Estive pensando sobre o que você me disse, que eu não levo a sério o que você diz.
— Eu sei que você--
— Eu não terminei. — Percy nem mesmo faltou mais alto, porém seu tom de voz demandava obediência. E Nico já estava cansado de lutar contra seus instintos, então, Nico apenas se calou e prestou atenção em Percy.
O problema nisso era que Percy parecia culpado por alguma coisa, seu rosto se contorcendo numa careta. Nico continuou esperando, vendo Percy quase se remexendo de ansiedade. É claro, até Percy suspirar e olhar mais uma vez para ele, parecendo tão conformado quanto Nico.
— Eu não queria falar assim com você. — Percy enfim disse, tentando soar despreocupado.
— Eu não me importo. Se você me disser para fazer, eu vou. É algo natural pra mim, sabe?
— Nico. — Percy suspirou mais uma vez, parecendo cansado.
— Você poderia... apenas... fazer o que parece natural para você também? — Quando Percy levantou as sobrancelhas, parecendo descrente, Nico completou: — É só uma sugestão.
— Vou pensar sobre isso.
— Quer dizer, você sempre teve essa aura de...
— Autoritário?
— É mais, tipo, você espera ser obedecido. E está tudo bem?
— Isso é uma pergunta ou afirmação?
— Depende de você. — Nico acabou dando de ombros, tentando fingir a calmaria que ele não sentia no momento.
— Você quer me dizer que eu posso ser autoritário o quando eu quiser que você vai me obedecer? Sem questionar?
— Hm... provavelmente? — A resposta certa era “com toda a certeza”, mas isso seria humilhação demais para uma pessoa só.
— Mesmo? Até quando você não concorda?
— Eu acho que sim. — Nico deu de ombros novamente e desviou a olhar para longe de Percy. Na maioria das vezes era o que acontecia de qualquer jeito; ele não queria e no fim, Percy estava certo. Se ele tivesse escutado Percy no passado, poderia ter evitado muitas coisas.
— Bebê. — Então, ele ouviu o tom de voz de Percy mudar, se tornando mais suave e aveludada.
Não era que ele tivesse uma vontade incontrolável de obedecer, era o conhecimento que ele seria muito bem recompensado se decidisse ser um bom garoto. E ele foi, imediatamente ao escutar aquela palavra. Percy o segurou pelo pescoço, o fazendo levantar a cabeça e o beijou, juntando suas línguas em um suspiro.
— Eu não quero que você se sinta preso ou que não tem alternativa. — Percy disse algum tempo depois, roçando os lábios junto aos seus.
— Eu não me sinto assim. Me sinto livre sabendo que você vai cuidar de mim.
— Você tem certeza?
— Eu confio em você.
— Tudo bem, então.
Percy se afastou de Nico o suficiente para olhar em seu rosto e sorriu, parecendo dessa vez estar contente, porém ainda o segurando pelo pescoço, possessivo e firme, ainda que sua voz permanecesse suave.
— É por isso que preciso te mostrar o que tem dentro dessa caixa.
Percy, o soltou e pegou a caixa mais uma vez, a colocando entre eles, no próprio colo. Percy a abriu, tirou o laço e a tampa, permitindo que Nico examinasse o conteúdo dentro dela.
— O... que é isso? — Sua voz saiu fraca e suas mãos tremeram, apoiadas no próprio colo.
Nico sabia perfeitamente o que aqueles objetos eram. Sabia exatamente o que eles significam, o problema é que seu cérebro se recusava a acreditar no que via. Por que logo agora? Depois de tanto tempo? Por isso permaneceu parado feito uma estátua, mal conseguindo respirar.
— Eu não te tratei como devia. Ignorei o que estava claro. — Percy disse, voltando a segurar em seu pescoço, o forçando a encará-lo. — Entendo por que você hesitou por tanto tempo, por que as vezes ainda hesita.
— Eu--
— Eu hesito pelo mesmo motivo. — Percy pareceu respirar fundo e tirou uma gargantilha de couro com pedras preciosas a enfeitando. — Quero que você saiba, estou comprometido e nunca mais vou fugir das minhas responsabilidades.
Nico achava que iria desmaiar. Percy estava o pedindo em casamento? Mais uma vez? Agora da forma que ele nunca esperava que fosse acontecer? Nico nem mesmo sabia o que dizer! Era obvio, não? Esperou esse por esse momento desde que colocou os olhos no garoto alto que parecia ter saído de um pornô clichê onde o cara mal iria fazer a mocinha se arrepender de andar sozinha pelas ruas desertas. Nada o preparou quando o momento enfim chegou, Percy segurou a gargantilha delicada entre os dedos, a levou a seu pescoço e a prendeu cuidadosamente, tento certeza que não estaria apertado demais.
Ele... Nico não sabia... seria impressão sua ou... ah, não, Nico não estava enganado. Assim que a gargantilha se acomodou junto a sua pele, Percy envolveu o couro, colocando a mão ao redor de seu pescoço e tocou ao redor da gargantilha, massageando sua pele e admirando a joia. Entretanto, foi o olhar no rosto de Percy que roubou seu ar; Percy o olhava como se ele fosse... como se ele fosse--
— Meu. — Percy disse. — Agora você é meu.
Por que era tão difícil respirar? Por que estava tremendo tanto?
— Eu...
— Eu sei. — Percy disse no tom mais condescendente que Nico já tinha ouvido, quase maldoso, quase zombador, mas ainda... suave, como se Percy falasse com alguém que fosse lento mentalmente. — Sem pressa. Eu mesmo nunca imaginei que iria fazer algo assim.
— Tão malvado. — Nico conseguiu balbuciar, Percy obviamente estava dando tempo para ele absorver os fatos, ainda o segurando pelo pescoço, como se Nico fosse sua possessão e não um ser humano.
— Você não viu nada. Mas acho que ainda não estamos prontos para isso.
— Hmm... — Nico gemeu apenas em imaginar no que poderia acontecer. Será que ele já podia desmaiar? Seria muita humilhação?
Ele ouviu uma risadinha zombadora e então mãos estavam ao redor dele, massageando sua coluna e cabelos do jeito que ele mais gostava. No fim, Percy estava certo mais uma vez. Ele não estava pronto para nada disso. Se só uma coleira ao redor de seu pescoço o fez reagir assim, o que aconteceria quando... quando as coisas realmente acontecessem?
***
— Shhh... tudo bem. Eu não vou ser mal com você, hm?
— Mentiroso. — Sua voz falhou e Percy riu novamente, bem no pé de seu ouvido.
— Talvez um pouquinho. Eu sei que você gosta.
— Para com isso!
Percy estava certo, como sempre. Por algum motivo, Nico se viu rindo, batendo no braço de Percy que apenas riu mais, se divertindo com sua dor.
— Tá bom. Parei. Agora, vamos ao que é importante.
— Como o quê?
— Tem alguma coisa que eu devo saber? Limites fortes ou fracos? Algo que você não gosta de jeito nenhum?
— Oh. — Era uma boa pergunta.
Nico não tinha feito tantas coisas assim. Deixou alguns caras baterem em suas nádegas e algum bondage, mas tirando isso? Nada que fosse interessante. Quer dizer, teve aquela vez em que ele deixou que dois garotos usassem sua boca...
— Nico?
— Eu não sei. Nunca fiz nada muito diferente.
— Que seria?
Agora Percy olhava pare ele parecendo que iria arrancar a verdade de Nico, ele querendo ou não.
— Hm... você sabe...
— Não. Eu não sei.
— Teve uma vez que uns garotos... que eu chupei uns garotos e... um cara usou o cinto em mim...
— E?
— Fui amarado também.
— Isso é tudo?
— Eu prometo.
Na época tinha sido bem aventuresco, entretanto, se ele analisasse a noite passada, ninguém o tinha feito gozar daquela forma e o fazer flutuar por tanto tempo. Talvez fosse algo mais psicológico do que físico.
— Bebê. — E de novo, aquele tom de voz condescendente que o deixava puto da vida e fazia seu estomago se encher de borboletas voltava. — O que aqueles garotos no banheiro iam fazer com você é muito mais interessante do que isso. Tem certeza?
— Quem você pensa que eu sou? Uma puta para deixar qualquer um me usar?
Não! O que ele tinha acabado de falar? Nico até tinha medo de encarar Percy, mas ele fez mesmo assim. Devagar, virou a cabeça em direção a Percy e viu um brilho estranho em seus olhos, um sorriso de canto um tanto cruel.
— Esse é o jeito de falar com seu dono?
Nico não entendeu o que acontecia até escutar o som estalado e agudo, então, veio a ardência que o fez gemer, um lado de sua bunda queimando com o impacto.
— Me-- me desculpa. — Nico murmurou, baixinho, parecendo perder as forças, ainda sentado no colo de Percy.
— Eu entendo. Mas um bom garoto não fala assim com as pessoas, hm?
Nico acenou e Percy beijou seu rosto, massageando a pele levemente avermelhada.
— Agora, sobre o que estávamos falando?
— Limites?
— Sim. Tem algum que eu deva saber?
— Nada nojento? Ou... líquido.
— Eu nunca faria isso. Você é o meu bebê e eu só quero o que for o melhor.
— E você?
— Hm. Acho que bondage, nada que impeça eu de me mover. E garotos desobedientes e malcriados.
— E sobre... garotos arteiros? — Nico tinha que ter certeza.
— Com tanto que você saiba das consequências.
— Oh.
Será que ele iria querer desapontar Percy a esse ponto? E que tal só um pouquinho?
— Eu sei o que você está pensando. Pode parar agora. Você só tem que pedir, não importa o que seja.
— Eu sei. É mais divertido assim.
— É melhor você não me testar, sim?
— Tão malvado. — Nico sabia que ele tão pouco era alguém fácil de se lidar. Ele podia ser mimado e distante, perdido no próprio mundo, e também podia ser imprevisível, fugindo de qualquer coisa que ele não gostasse sem deixar qualquer rastro. — Eu vou me comportar.
— Bom garoto.
— E as outras coisas dentro da caixa?
— É um assunto para outra hora. Agora, nós vamos deitar e ter uma longa soneca. As provas estão chegando e precisamos estar descansados, hm?
Percy beijou seu rosto e o colocou contra os travesseiros, se deitando a seu lado em seguida. Percy estava certo, com tudo o que aconteceu Nico não tinha estudado tudo o que precisava, então, infelizmente algumas horas seriam gastas em frente a uma pilha de livros.
***
“Pense por mim. Me impeça de me preocupar com qualquer coisa que não seja ser seu. Escolha minhas roupas, cuide de mim o dia inteiro. Me faça sorrir por pertencer a você. Me faça gemer quando você me beijar e me lembrar que sou sua apenas seu. Me faça arfar quando você me agarrar e decidir me usar como você bem entender. Me faça tremer sempre que você quiser me mostrar o que realmente significa ser amado por você.”
Nico bocejou e se encostou contra as almofadas, fechando seu diário, enquanto sentia o sol de fim de tarde atingir seu rosto. Assim, disfarçando sem dificuldade os pensamentos que havia acabado de colocar no papel. Quando Nico menos, percebeu faltava uma semana para o início das provas do meio do ano. Agora, eles estavam no jardim perto da piscina, mesas e almofadas para todos os lados, embora Percy e os amigos não estivessem tão interessado no cronograma de estudos que ele tinha criado. Percy, Tyson, Luke e Grover estavam na piscina enquanto ele, Silena e Clarisse, ocupavam uma mesa, com Chris plantado ao lado de Clarisse feito um bobo apaixonado mesmo depois de tantos anos.
Se ele pudesse também estaria se divertindo, Nico podia pensar em várias coisas que gostaria de estar fazendo. Um exemplo disso, era a surpresa que ele tinha aguardado para Percy que ainda não tinha tido a oportunidade certa para fazer. Não que ele ainda precisasse surpreender Percy, porém, não seria legal se ele se esforçasse o tanto que Percy se esforçava?
Nico tinha que ser sincero. Não esperava que Percy fosse levar a sério essa coisa de dominador e submisso. A prova disso era a gargantilha em volta de seu pescoço e, claro, o anel em seu dedo. Ele não podia deixar de tocar no pedaço de couro em sua pele, feito uma coleira, não o deixando esquecer dos últimos dias. Nada tinha realmente mudado, embora ele se sentisse diferente. Mais tranquilo de algum jeito. Seguro. Quer dizer, Percy agora não hesitava quando queria algo dele, o que era um ótimo desenvolvimento. A questão é que... as coisas eram quase como elas costumavam ser no passado, quando eles eram crianças e as coisas eram mais simples. Se ele ignorasse a ansiedade que costumava sentir e a falta de sexo, era como se tivessem evoluído o que eles já tinham. Nico gostava muito disso, lhe dava um conforto que gesto ou palavra alguma conseguiria.
— Nico, você está me ouvindo?
— Hm?
Era Clarisse, irritada com ele. Ela tinha os braços cruzados e revirava os olhos, impaciente.
— Se você vai fazer isso, é melhor você ir lá. Qual foi a última palavra que você leu?
Era uma boa pergunta.
— Desde quando você se tornou tão dependente dele? — Clarisse, insistiu, se levantando.
— Eu não sou dependente de ninguém. De onde você tirou isso?
— Você acha que engana alguém? Ele até te colocou numa coleira!
— Não sei do que você está falando. — Nico nem mesmo levantou a voz, e mesmo que fosse verdade, ele estava feliz de finalmente ser encoleirado.
— Nico! Para de brincar com essa gargantilha e presta atenção!
Clarisse antou até ele, segurou em sua mão e o fez levantar junto com ela. E então, o empurrou em direção a piscina.
— Vai lá. Não volte aqui até que você consiga se concentrar.
— Eu não s--
— O que está acontecendo aqui?
Bem que Nico tinha percebido o sol sumir. Era apenas Percy parado atras dele, fazendo sombra.
— Nico sente sua falta. Cuide disso.
Com isso, Clarisse se sentou nas almofadas mais uma vez e se encostou contra o peito de Cris que sorriu satisfeito, ambos voltando a seus livros.
Isso não era justo! Ele não tinha um peito firme para se encostar enquanto estudava.
Nico se virou em direção a Percy, prestar a dizer exatamente isso a ele, parando antes que pudesse continuar. Nico se lembrava do que aconteceu nas outras vezes que tinha levantado a voz para Percy, e se ele fizesse isso agora Percy também não se reprimiria.
Nico sorriu, engolindo a indignação e olhou para Percy, esquecendo por um momento a raiva. Percy ainda pingava da água da piscina, tinha os cabelos jogados para trás e vestia uma sunga tão justa que não escondia nada. Não que Percy estivesse tentando.
Ele abriu a boca, pensou melhor e disse:
— Você precisa usar algo tão pequeno?
Percy já estava sorrindo, vindo o resto do caminho em sua direção. Percy abriu os braços e imediatamente Nico foi envolvido por ele, sendo puxado contra o peito de Percy e se molhando no processo. Isso também era injusto, nenhum garoto de dezessete anos deveria ser tão alto ou ter aqueles músculos.
— O que foi? Cansou de estudar? — Percy o levantou do chão, o fazendo enrolar as pernas em volta dele. E tudo o que Nico escutou foi “está na hora de ir para o quarto?”
— Percy! Você devia estar estudando comigo!
Oh, não! Nico pensou, mal tendo tempo de segurar nos ombros de Percy, sentindo o impacto que mesmo sobre o tecido dos shorts, o fez gemer.
— Eu sei, bebê. — Então, Percy o segurou pelo queixo e o fez encará-lo, o beijando suavemente, o fazendo esquecer que eles tinham uma plateia. — Nós estudamos bastante essa semana. Nunca estive mais preparado, hm? Que tal a gente descansar um pouco? Só nós dois?
Parecia uma pergunta, mas não era uma. No meio de assobios e gritos, Percy o levou para dentro da casa, subindo as escadas como se Nico não pesasse nada, o encarando bem de perto enquanto ia.
— Qual o problema?
Essa era a questão. Pela primeira vez em muito tempo Nico não tinha nenhuma preocupação que não fosse passar em suas provas. Então, ele não podia dizer que era um problema. Era a solução, de fato. Nico estava estranhando a facilidade que ele tinha em deixar tudo nas mãos de Percy e se manter em seu pequeno e perfeito mundo onde nada parecia ser capaz de afetá-lo se Percy quisesse assim.
— Não é nada. — Ele enfim disse quando chegaram no quarto e Percy o colocou sentado na ponta da cama, se ajoelhando no chão entre suas pernas. — Está tudo bem?
— É claro, bebê. Nunca estive melhor.
Isso era verdade. A cada dia que passava Percy tinha mais energia e vigor, e devagar, tomava conta de todas as decisões que se referia a ambos. Eles fariam uma viagem? Percy decidia para onde. O que eles comeriam de manhã? Geralmente seu prato estaria pronto antes dele ter que pedir. Quer dizer, era sempre o que Nico gostava e do jeito que ele mais gostava, cada decisão parecendo ser algo que Nico escolheria por si mesmo se tivesse a chance. Às vezes, era até melhor. Sinceramente? Era um fardo que ele com muita alegria estava feliz de se livrar. Entretanto, Nico não queria que isso se tornasse um peso para Percy, algo que ele fazia por obrigação.
— Está tudo bem mesmo? Suas notas melhoraram?
Isso pareceu fazer Percy parar por um momento, o observando mais de perto. Percy não tentou sorrir, ele o segurou pela nuca e o abraçou apertado, fazendo algo em seu peito se aquietar.
— É sobre a nossa relação? Está sendo muito?
— Não, eu gosto. — Nico negou, o abraçando de volta tão forte quanto Percy havia o abraçado. — Eu me preocupo com você.
— Bem, não esquente essa sua cabecinha, mm? Está tudo sob controle.
— Tem certeza?
Percy beijou seu pescoço e disse:
— Contanto que você permita, vou cuidar de tudo.
— Você me trata tão bem. Ninguém fez tanto por mim quanto você faz.
— Acho bom. Espero que ninguém faça ou teremos um problema.
Nico queria rir. Ele também esperava que ninguém fizesse, porque se esse fosse o caso, significaria que eles não estariam mais juntos. Ao invés de responder, Nico preferiu deixar que Percy decidisse os próximos passos; se seria sexo, um longo banho ou uma soneca no meio do dia, não importava para Nico. Se eles estivessem juntos, era o suficiente para ele.
***
No fim, eles tinham decidido por um banho na jacuzzi, um longo e relaxante banho onde Percy tinha massageado suas costas e feito a tensão que ele nem sabia que tinha, desaparecer como num passo de mágica. Percy estava sendo tão bom para ele que Nico finalmente havia achado a oportunidade perfeita para colocar seu plano em ação.
Ele deixou que Percy o secasse dos pés à cabeça, como em qualquer dia, o carregasse até a cama e o beijasse antes de Percy se levantar e ir colocar as toalhas no cesto de roupas sujas. Nico aproveitou esse momento para pegar o pacote dentro do fundo de uma gaveta e entrou no closet, uma porta que ficava perto do guarda-roupa e que eles raramente usavam. Felizmente, ele finalmente teria um uso.
Rasgando a embalagem, Nico tirou as duas peças e as segurou entre os dedos, percebendo que talvez tenha comprado em um tamanho menor do que tinha planejado. O tecido era de uma seda deliciada e de cor rosa clarinha, parecendo ser tirada de um tule, porém, bonita e feminina. Ele achava que Percy iria gostar, seria um contraste interessante contra sua pele. Bem, Nico não saberia até experimentar.
Então, pegando a tanga, colocou os pés nos espaços certos, e vestiu a parte de cima, sentindo a seda deslizar por sua pele.
Agora Nico sabia por que as mulheres gostam tanto desse tipo de lingerie, o tecido era tão macio e fino... era como se ele nem estivesse usando nada, mas, mesmo assim, estivesse sendo acariciado.
— Nico? Onde você está? — Ele escutou Percy o chamando.
Era agora ou nunca, certo?
Nico nem mesmo pegou um roupão antes de abrir a porta do closet. Ele apenas arrumou a tanga e caminhou para dentro do quarto, parando perto do batente da porta. Ele se sentiu um pouco ridículo com aquela roupa cheia de fru-fru? Sim. Porém, tudo valeu a pena no exato momento em que encontrou Percy no meio do cômodo, vendo a expressão no rosto de Percy ir de confuso para chocado e então, o puro prazer.
Ele andou o resto do caminho e parou em frente a Percy, decidido a ser o melhor dos submissos. Ele abaixou levemente a cabeça, mostrando respeito e colocou as mãos trás das costas, permitindo que Percy visse sua frente.
— Tão bonito. Tudo isso é pra mim? — Percy disse mais sério do que Nico esperava. Sua voz soando mais firme e grave, ainda sem tocar nele.
— Eu queria fazer uma surpresa. Você gostou?
Nico esperou pacientemente, segurando o folego. Isso era porque Percy não gostava de ser surpreendido. Eles nunca tinham conversado sobre essas coisas, mas no fundo Nico sabia que isso era verdade. Se Percy fosse surpreendido, quer dizer que ele não tinha o controle do que acontecia. Mas ainda assim, Nico queria ver a reação de Percy, talvez assim Percy não fosse tão cuidadoso com ele.
Não o entendam mal, ele amava cada dia que passava ao lado de Percy, mas a... excitação da novidade não acontecia com tanta frequência como ele gostaria. Talvez isso fosse o que eles precisavam.
— Meu bebê está tentando me provocar, é isso?
— Está dando certo?
Nico espiou entre os cílios e viu um brilho estranhos nos olhos de Percy.
Nesses momentos as feições de Percy se transformavam completamente. De calmo ele se tornava sério e... e algo a mais que era difícil definir. Às vezes, era brincalhão, e outras, maldoso, como se Percy se divertisse com sua angústia. Percy nunca perdia a calma, entretanto, era como se algo além disso viesse a superfície, algo que Percy escondia e que apenas se manifestava se provocado.
— Você quer descobrir?
Bem, Nico teria respondido se pudesse, se tivesse sido uma pergunta. Era mais um aviso, um comunicado do que estava prestes a acontecer.
Ainda segurando o folego, Nico continuou a observar Percy, como ele parecia estar se preparando para fazer algo... tinha sido um erro? Será que ele devia ter avisado e-- Percy então se moveu. Apenas um passo para a frente e suas mãos quentes estavam sobre Nico, no pescoço, puxando sua cabeça para trás e em sua cintura, o mantendo no lugar. O que tinha sido uma boa ideia. Sem nenhuma roupa para cobri-lo, as sensações pareciam mais intensas, o fazendo estremecer dos pés à cabeça.
— Nós não conversamos sobre isso. Você sabe o que uma palavra de segurança é?
— Oh. — Ele sabia! Finalmente!
Nico sabia e tinha esperado por esse momento. O problema era que ele se encontrava com dificuldade para falar. Então, acenou, se sentindo preso pelos olhos de Percy que o fitavam, intensos.
— Use suas palavras, bebê. — Nico sabia que o apelido devia suavizar o momento, mas ele só se sentia mais tenso, se preparando para o que estava prestes a acontecer.
— Eu-- eu tenho. Torta?
— Você tem certeza? — E agora tinha um certo tom de humor na voz de Percy, suas covinhas aparecendo.
— Na verdade, não. Sei como funciona, mas nunca usei uma antes.
— Nunca? — Percy franziu a testa, parecendo nada contente. — Isso é muito irresponsável.
— Eu sei, mas…
— Me diga.
— Eu não consigo falar muito, sabe? Durante.
Isso pareceu acender uma luz no rosto de Percy.
— Vamos manter isso em mente. Agora, deixa eu ver... quem comprou isso pra você? — Mas Percy estava sorrindo, deslizando as mãos por seu corpo. Ombros, costas, cintura, andando em volta dele e tocando em todos os lugares até chegar em sua bunda, acariciando suas nádegas e escorregando um dos dedos pelo fio da tanga em direção a sua entrada.
— Ah!
— Não era isso o que você queria? Eu devia usar o meu presente? Hmm?
E de novo, parecia uma pergunta, mas não era uma. Nico permaneceu como estava, com as mãos atrás das costas, e apenas se moveu quando Percy o segurou pelo braço, o guiando para a cama.
— Onde foi que você aprendeu essa posição, bebê? — Percy disse enquanto eles iam em direção a cama.
— Eu vi em um vídeo…
— Você sabe o que isso significa?
Nico acenou, envergonhado demais para dizer.
— Eu quero ouvir.
— Servidão e obediência.
— É isso mesmo. — Percy disse, satisfeito. — Não precisa se apressar, tudo vai acontecer na hora certa. Quero que você relaxe, tudo bem?
Foi o que Nico fez. Deixou que Percy o colocasse sentado na ponta da cama e quando enfim Percy se aproximou, ele fechou os olhos e gemeu, sentindo seu corpo reagir livremente.
O que vocês acharam? Satisfatório? Eu não sei. Eu gostava tanto desse tipo de cena, sabe? +18. Mas agora... não sei. Nos proximos capítulos vou tentar trazer mais plot do que porn.
Até logo.
Oii, como vai? Um capítulo novo como prometido.
Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX / CAPÍTULO XX / CAPÍTULO XXI / CAPÍTULO XXII / CAPÍTULO XXIII
Percy se sentia como se fosse um criminoso. Tinha plena consciência que não devia ter ido ver Apolo e Vanessa sem a permissão de seus pais, afinal, tecnicamente, ele ainda tinha 17 anos e só seria considerado maior de idade dali há dois meses. Sua única opção foi se esgueirar pela casa. Ele se escondeu na entrada de empregados e só se moveu quando não viu ninguém por perto; passou pela cozinha e então correu escadas acima, ouvindo a voz de sua mãe e a de Nico na sala de estar. Era uma pena. Se Nico ainda estivesse dormindo, ele poderia enfim fazer o que tinha que fazer antes que sua mãe o convencesse do contrário.
Sinceramente? Sally estava certa. Eles não deviam mexer com certas coisas, principalmente porque eram jovens demais e porque, de acordo com a lei, eles não seriam responsáveis no caso de algo dar errado. Mas... se Nico já praticou esse tipo de dinâmica com outras pessoas e ele também já estava mergulhado até o pescoço nesse meio, qual era o problema de apressar as coisas? Só um pouquinho? Seria apenas o suficiente para tranquilizar Nico que estava determinado a deixá-lo louco.
De verdade, Percy não tinha escolha. Era o pior tipo de sentimento ver Nico implorando por atenção como se Percy o estivesse ignorando de proposito; e se era o que Nico queria, pelo menos Percy faria da forma certa. Quer dizer, ele já tinha dado um diário para Nico e eles também tinham as palavras de segurança, mesmo que Nico não tivesse notado o que elas realmente eram. Então, talvez, fosse a melhor alternativa. Assim, eles poderiam enfim esclarecer as coisas de uma vez por todas.
Se dando por vencido, Percy andou até seu quarto, colocou a caixa em cima da cama e saiu do quarto rapidamente. Percy não queria que Nico pensasse que ele tinha o abandonado bem no momento que eles tinham se reconciliado. Por sua própria causa, é claro. Como Percy poderia dar o que Nico queria quando Percy sabia da responsabilidade de dominar alguém? Na maioria das vezes não seria apenas obediência e diversão. Era a expectativa por trás da palavra, do que realmente significa dominar a vida de alguém. O cuidado, a preocupação, se certificar que Nico estaria seguro e contente mesmo no meio da dor e da frustração. Era a real responsabilidade de ter a completa entrega e confiança de alguém a ponto de Nico levar cada palavra ou ordem sua ao pé da letra. E pelo o que Percy tinha visto, alguns submissos esperavam que o dominador tomasse todas as decisões por eles, e nisso, Percy não sabia se seria capaz de consentir. Esse era o real motivo dele hesitar tanto, quem dera fosse somente as fantasias de Nico, a expectativa sempre seria mais pesada do que qualquer coisa que eles pudessem praticar.
— Percy? Pensei ter te visto entrar. Acho que precisamos ter uma conversa.
O pior que ele temia aconteceu, alguém realmente tinha o pegado desprevenido. Era sua mãe, furiosa e com os braços cruzados. Percy nem teve tempo de descer as escadas, pelo menos tinha fechado a porta do quarto, a impedindo de ver o logo na embalagem da caixa.
— Olha, não é o que você pensa.
— Eu sei de tudo. Nico me contou.
— Tudo? O que seria esse tudo?
— Não tente me enganar.
Percy parou por um momento, se dando conta que a mãe estava blefando. Se ela soubesse de alguma coisa, Sally já estaria esbravejando de uma forma bem mais especifica. No máximo, ela devia ter visto algo nos ombros ou no pescoço de Nico. Mas... será que ele devia esconder essas coisas de sua mãe? Sempre era melhor ter um plano reserva caso ele fizesse besteira.
— Tudo bem. A gente fez sexo, satisfeita? — Percy levantou a mão antes que Sally pudesse continuar, vendo o rosto dela se aprofundar na fúria, feito uma mãe leoa defendendo seu filhote. — Sei que prometi, eu tentei fazer do seu jeito e olha o que aconteceu! Nico pensou que eu não queria ficar com ele. Descobri que ele...
— Ele o quê?
— Você sabe...
— Não, eu não sei.
— Nico acha que estou rejeitando ele se eu não... tocar nele.
— Oh. — Sally suspirou e se escorou na parede, parecendo derrotada.
— Vou fazer as coisas do jeito certo dessa vez.
— Percy, o que você está dizendo? O Nico não é assim. Ele é bondoso e calmo e...
— Super obediente? Gosta de agradar a todo mundo ao redor dele?
— Percy, eu te proíbo de--
— Ele é um submisso, mãe. O que você quer que eu faça? Por que você acha que eu me afastei de dele? É isso o que você quer?
— Eu decido o que acontece nessa casa e isso não vai acontecer.
— Já é tarde demais, você não vê? Não fui eu quem começou com isso.
— O quê?
— É isso mesmo. Nico andou se divertindo sem mim na Itália. E se eu encontrei um lugar e fui acolhido, tenho certeza que ele também vai encontrar.
Isso enfim pois um fim na discussão. Sally parecia arrasada a um ponto que Percy não tinha visto antes, nem mesmo quando ela descobriu que Percy tinha tendencias suicidas.
— O que pode ter acontecido para Nico querer essas coisas? Ele deve ter aprendido com alguém.
Era uma boa pergunta. Para um garotinho que evitava sequer a menção de sexo para se tonar um submisso era um grande passo.
— Talvez o que ele contou sobre Hades seja pior do que a gente pensou?
— Percy! Eu não quero pensar nessa possibilidade. — Sally levou a mão ao rosto, se negando a acreditar que Hades seria capaz de abusar sexualmente de um garotinho tão indefeso. Quando ela voltou a encarar Percy, Sally tinha um brilho estranho no olhar. — Parece que a gente tem mais trabalho pela frente.
— Mãe, não! Nico não falou nada sobre isso. Não quero que ele se sinta pressionado.
— Querido, é claro que ele não falou sobre isso. Você falaria? É o que abusadores fazem. Eles manipulam pessoas mais frágeis do que eles e as fazem crer que ninguém vai acreditar nelas. Nico precisa de um empurrãozinho na direção certa.
— Eu não sei. Vamos falar com ele, se for o caso--
— Deixa comigo. Hades Di Ângelo não sabe com quem se meteu!
***
A vida de Percy era uma grande bola de cansaço, pois era assim que ele se sentia. Uma coisa pequena que parecia ser sem importância, de uma hora para a outra, crescia e crescia, e quando ele menos percebeu, os pequenos sinais de perigo se tornaram um vendaval de problemas. Ele não estava reclamando, era melhor saber o que acontecia do que ser pego de surpresa mais tarde. O primeiro deles era sua mãe sempre se metendo no que ela não devia. Eles desceram as escadas e imediatamente ele soube; assim que chegaram no andar de baixo, viu Sally endireitar a coluna, como se ela estivesse se preparando para ir a guerra.
Por sorte, as três pessoas presentes não haviam reparado na presença deles. Nico estava sentado em frente a mesa de refeições, parecendo irritado com algo que Tyson falava para ele, enquanto Grover apenas ria estirado na cadeira onde se sentava. Então, antes que algo pudesse acontecer, Percy segurou no ombro dela, sorriu e se abaixou na direção da mãe, sussurrando:
— Mãe, a gente conversou sobre isso.
— Eu preciso--
— Não, eu vou falar com ele quando for a hora certa.
— Per--
— Me prometa. Estou falando sério.
— Perseu Jackson!
Isso enfim chamou a atenção de Nico. Percy ignorou o olhar fulminante da mãe sobre ele e seguiu em direção a Nico. Sally podia ficar irritada o quanto quisesse, hoje não era o dia certo de discutir essas coisas; hoje, ele iria colocar Nico numa coleira bonita e fazer as coisas da forma certa.
Isso é, Percy faria isso se Nico permitisse. Porque esse era seu segundo problema do dia. Era até engraçado se Percy fosse sincero consigo mesmo. Nico olhou em sua direção por um breve momento e, simples assim, o ignorou. Nico voltou a olhar para o prato em frente a ele, movendo a comida com o garfo de um lado para o outro, não parecendo interessado em comer.
— Parece que alguém não teve uma noite muito boa. — Tyson continuou, mastigando enquanto falava. Era um tanto nojento. O que Percy podia fazer? Quando o irmão estava com esse tipo de humor nada podia impedi-lo. A não ser quando Nico estava com um humor ainda pior.
Em câmera lenta, Percy viu Nico pegar um pãozinho ainda quente, o olhar por um momento e, então, Nico jogou o pão na cara de Tyson, acabando com o riso do irmão, porém, arrancando gargalhas de Grover que quase caiu para trás de tanto que ria.
— Agora, quem é que não está tendo um dia bom? Hm? — Um sorrisinho vitorioso apareceu no rosto de Nico e na maior demonstração de infantilidade, Tyson mostrou a língua para Nico, pegando o pãozinho que havia caído em seu prato e dando uma grande mordida nele.
— Comida arremessada é ainda mais gostosa. Vamos ver quem ganha?
Era claro que a imaturidade tinha ganhado essa rodada. Percy não viu outra alternativa a não ser bancar o adulto. Bem na hora que Nico se preparava para lançar outro pedaço de pão, Percy parou ao lado de Nico e tocou em sua nuca. Ele sequer o segurou, apenas colocou a mão sobre o pescoço de Nico. O efeito foi imediato. Nico parou com a mão levantada e olhou para cima, em seu rosto uma expressão de garoto arteiro.
— Se comporte.
Essas palavras pareceram ter um efeito ainda mais potente. Devagar, Nico abaixou o braço, colocou o pão no próprio prato e olhou para baixo, todo encabulado. Percy nem havia o repreendido ou dito para ele parar, mas foi como se ele tivesse feito. Era... intoxicante. Se Percy desse qualquer ordem a Nico, ele acataria?
— Coma. — Percy disse e esperou para ver o que aconteceria.
Por um momento, ninguém se moveu. Nico continuou todo encolhido contra o assento da cadeira, se remexendo inconfortável. Nem mesmo o barulho dos saltos de sua mãe se aproximando pareceu despertar Nico de sua bolha de vergonha. Nico permaneceu assim por mais uns momentos e enfim voltou a segurar no garfo, dessa vez cortando um pedaço da panqueca e a levando aos lábios, parecendo que iria cair no choro a qualquer momento.
— Bom garoto. — Percy disse mais uma vez, testando para ver o que Nico faria.
Ele acariciou os cabelos ali e sentiu Nico imediatamente relaxar, mastigando devagar sobre seu olhar atento e corar discretamente. A real pergunta era se as coisas sempre tinham sido assim ou era algo novo.
Percy olhou para sua família que agora parecia tão comportada quanto Nico, ainda que ele visse como Tyson e Grover olhavam para ele com um sorrisinho estranho no rosto ou como sua mãe o reprovava, ainda com os braços cruzados, agora sentada em sua cadeira. O importante ali era que ninguém tinha estranhado a cena. Era verdade que ele por vezes tinha que apartar discussões assim, sem importância. A pergunta ali era, Nico sempre reagiu a ele dessa forma? Percy odiava o que seu cérebro fazia com ele, apagando esses tipos de informação e depois o fazendo questionar se era real ou se era apenas sua imaginação fértil inventando cenários fantasiosos.
— Onde você... — Nico começou a dizer, ainda olhando para o próprio prato. — Você não estava na cama quando eu acordei... alguma coisa aconteceu?
— Eu tive que sair bem rápido. É uma surpresa.
— Surpresa? Eu vou gostar disso? — O que Percy escutou foi um “vai ser divertido?”
— Eu garanto que sim.
— Eu só... não gosto de acordar sozinho.
Hm. Percy entendia, realmente entendia. Mas já que Nico queria ir nesse caminho, Percy tinha a obrigação de ser responsável.
— Isso não vai se repetir. Tive um bom motivo.
— Que seria...?
— Você vai descobrir. Logo.
Percy tinha falado com um tom de finalidade que geralmente não gostava de usar. Quer dizer, ele era o dominante ali, não? Então, ele iria agir como um. E Nico parecia ter noção disso, mesmo que eles não tivessem tido uma conversa séria e definitiva. Percy sabia disso porque Nico desviou a atenção do próprio prato e olhou para ele com curiosidade, e ao invés de discutir, Nico fez um biquinho manhoso, voltando a comer, dando uma garfada nos ovos mexidos.
— Você quer? — Nico deu mais uma garfada e ofereceu a Percy, que aceitou apenas para ver um sorriso aparecer no rosto de Nico.
Bem, o que ele poderia fazer? Percy puxou uma cadeira para perto e deixou Nico o alimentar em intervalos, onde as coisas voltaram ao normal; sua família voltou a conversar e Nico se manteve quieto aceitando tudo o que Percy colocasse em seu prato.
***
Nico pegou sua bolsa do chão e aceitou quando Percy ofereceu a mão para ele, ouvindo o sinal tocar. Era sexta-feira e geralmente esse era o dia que Nico mais gostava, um dia que tinha poucas aulas e o fim de semana inteiro para descansar. Ou era o que costumava acontecer. Desde que ele tinha voltado todos os dias eram cheios de altos e baixos, pequenos momentos em que Nico guardava com carinho esperando que eles durassem pelo resto de sua vida. Ele só... só não esperava que depois de tantos desentendimentos as coisas se tornariam tão fáceis. Imprevisíveis? Sim. Mas nunca forçadas, mesmo quando acontecia algo que fazia sua cabeça girar.
Felizmente, esse era um dos momentos bons. Desde que tinha acordado naquela manhã sua cabeça estava... vazia. Nico não conseguia se preocupar com seus problemas, como as provas que se aproximavam ou com Annabeth que continuava os rondando. Nem mesmo quando Percy o repreendeu no café da manhã, tomando as rédeas da situação, como há muito tempo ele não via ninguém fazer, não quando o assunto se tratava sobre ele, o “inocente e delicado Nico”. As coisas apenas pareciam estar no lugar certo novamente, como se ele nunca tivesse ido embora, entretanto, elas pareciam estar melhores ainda, sentindo que eles tinham dado um passo importante em direção ao futuro que ele sempre sonhou.
— Bebê? Tudo bem?
— Hm. Só estou cansado.
— A gente tá quase chegando.
— Ta bom.
Eles estavam mesmo. Nico mal tinha percebido o momento em que haviam entrado no carro de Percy, não se lembrava de ter colocado o cinto de segurança ou quando eles tinham chegado no bairro onde eles moravam. Nico olhava para fora da janela, sem registrar nada, deixando que sua mente viajasse, vazia, Nico se sentindo tão calmo e em paz como nunca tinha se sentido antes. Tinha sido o sexo da noite passada? Ou era apenas a presença de Percy? E de onde vinha essa paz de espírito toda?
Isso não importava, ele saiu do carro quando Percy abriu a porta para ele, aceitou a mão que Percy mais uma vez o oferecia e subiu as escadas enquanto Percy o guiava. Hm... talvez fosse isso. As coisas para ele sempre tinham sido isso, não? A ausência de deveres e obrigações? Nem sempre e nem de tudo, só um pouquinho. Estava tudo bem se Nico se permitisse não tomar nenhuma decisão por algumas horas, certo?
— Lindo. Levanta a perna.
— Oh.
Ele fez, levantou uma perna e depois a outra, permitindo que Percy tirasse seus tênis, meias e calça.
Quando é que ele tinham entrado na casa e ido até o quarto de Percy?
— Os braços.
Nico os levantou também, Percy trocando sua camisa por uma camiseta confortável.
— Melhor? Um pouco de água?
Nico não hesitou, pegou o copo de água da mão de Percy e a tomou em um folego só, se sentindo bem imediatamente.
Será que tinha acontecido algo durante o dia para ele estar se sentindo assim?
— Bom garoto. — Percy disse e beijou seu rosto, o segurando pela nuca, praticamente o embalando em seu colo.
Algo acendeu em seu cérebro, prazer irradiando por seu corpo sem motivo nenhum.
Oh, então era isso? Devia ser esse o motivo dele estar se sentindo tão leve e contente. Não devia ser algo normal se sentir assim durante tanto tempo, certo? Quer dizer, ele tinha acordado de mal humor, mas logo aquele sentimento de estar fazendo a coisa certa e estar no lugar certo o preencheu, o fazendo esquecer que devia estar bravo com Percy.
— Eu... não fala assim comigo.
— Assim como?
— Assim... com essa voz... me tocando dessa forma...
— Eu sempre fiz isso. O que mudou agora?
— Eu... — Nico já começava a não se importar se Percy fazia isso de proposito. Era normal ouvir a voz de alguém e imediatamente sentir todas essas coisas?
Nico ouviu Percy rir e um arrepio percorreu sua coluna. Era um som baixo e grave ao pé do seu ouvido, o fazendo perceber que Percy, de fato, estava fazendo isso de proposito. Talvez ele tivesse gemido e se agarrado ao pescoço de Percy, Percy mordiscando seu ombro, subindo até encontrar mais uma vez o lóbulo de seu ouvido.
— Tudo bem, eu admito. — Percy murmurou. — Você tem estado muito suscetível a... sugestões. Sou eu ou é algo geral?
— Só você. — Nico se pegou dizendo, vendo que era a verdade. — Acho que... eu confio em você.
— Me sinto honrado. — Percy disse sem nenhuma ironia, o tom de voz baixo e aveludado dando lugar a algo mais normal. — Eu tinha medo que isso acontecesse. Nunca vou abusar da confiança que você me dá.
— Eu sei disso. Nunca duvidei disso.
— É por isso que tenho que falar algo com você.
Esse não. Será que ele estava encrencado?
Obrigada por ler. Comentarios e sugestões são sempre bem-vindos.
Oiiiiiii, tudo bem? Então.... eu disse que não ia voltar tão cedo, ne? O que eu posso dizer? Consegui escrever um capítulo essa semana! Mas quase não saiu. Acho que eu estava precisando recuperar as forças, mesmo que eu não me sinta muito melhor que dias atrás.
De qualquer forma, estou aqui! Também descobri que eu tinha algumas cenas já prontas para postar, o que eu vou fazer nos próximos dias. Acho que eu não postei porque quando eu me sinto mal é quando minha autocrítica autodestrutiva mais ataca. Tudo isso para dizer que tem vezes que eu leio o que escrevo e tudo parece um desastre e outras, eu me divirto enquanto escrevo ou reviso. Felizmente no momento estou no aspecto positivo da autocrítica.
Também vou começar a postar algumas coisas mais aleatórias, ok? Eu tinha por aqui um blog de dicas de escritas, e às vezes ainda tenho vontade de fazer posts assim. Então, se aparecer esses tipos de posts ou posts com algumas anotações, relevem. Vou encarar esse blog como um diario. A verdade é que eu gosto de documentar coisas que eu leio e prendo, para assim quando chegar no fim do ano eu ter uma prova de que não fiquei apenas olhando para o teto sem evoluir em nada.
Por enquanto é isso. Peço desculpas novamente para as pessoas que tem que aturar minhas mudanças de humor e ainda estão por aqui, mas... acho que essa sou eu, às vezes tudo está bem e outras, nada está. Principalmente peço desculpas a minha beta😫 estou com muita vergonha para pedir desculpas pessoalmente, por isso espero que você veja isso e me perdoe. Não vou pedir ajuda para ninguém até eu acabar essa história (pra não perder o tempo de ninguém), o que talvez nem aconteça. Então, eu acabar essa história não é uma certeza, mas vou tentar. E com certeza não vai ter capítulos novos todas as semanas, vou tentar meu melhor, porém, não vou me forçar como eu fazia no passado.
Obrigada por me ouvir e boa leitura!
Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX / CAPÍTULO XX / CAPÍTULO XXI / CAPÍTULO XXII
PS: Por enquanto a versão em inglês está em hiatus. Quando eu tiver tempo, vou continuar. Vou aproveitar que as ideias estão vindo para escrever bastante, assim, que burnout vir, porque eu sei que ele vai vir continuo com essa versão.
OBS: Como eu disse antes, percebi que tinha um capítulo pronto. Vamos regredir uma ou duas cenas e continuar daí. Também dei uma revisada na história inteira, ela está aqui no AO3.
— Bom garoto. Tão obediente. — Nico fechou os olhos bem apertado e se negou a responder, sentindo seu corpo balançar com o efeito do orgasmo.
Não que ele fosse capaz no momento. Não, Nico acha que nunca tinha gozado com tanta força em sua vida, e ouvir Percy falar assim com ele, o fazia estremecer ainda mais. Nico achava que nem o próprio Percy sabia o que essas palavras faziam com ele, o tom de voz aveludado e agora o toque suave que o acalentava depois de algo tão intenso. Não era apenas isso, era a forma como Percy falava com ele, como se Percy realmente estivesse orgulhoso; era a forma que Percy olhava para ele, o analisando friamente dos pés à cabeça e, ao mesmo tempo, com aquela fome no olhar que o fazia querer obedecer a cada ordem. Ele não conseguia lidar com isso, então, era melhor apenas se sentir grato por esse momento estar acontecendo.
— E, então? — Nico ouviu Percy dizer, o sentindo tocá-lo e massagear seus braços, chegando em seu pulso para enfim abrir a algema. Engraçado, para quem tinha medo de ser preso, ele nem hesitou quando Percy sugeriu.
— Então, o quê? — Nico murmurou, ainda ligeiramente desorientado. Ele nem mesmo conseguiu levantar os braços, permitindo que Percy continuasse a massagear a pele avermelhada.
— Foi bom ou ruim?
— Hmm?
— Você gostou do que eu fiz?
Não era obvio?
— Eu gozei duas vezes.
— Não quer dizer que você tenha gostado.
— E você, gostou? — Nico rebateu, tentando se mover, o que apenas o fez cair para trás feito uma jaca podre.
Quando Percy não respondeu, Nico olhou para ele. Era bem claro o que acontecia, Percy e seu complexo de mártir. A verdade é que ele tinha gostado, ambos tinham, e isso parecia ser um problema para Percy.
— Eu gostei, tá bom? Quer dizer, seu queixo ainda está molhado.
Para provar a evidência do crime, Nico se esticou todo, gemendo de dor em seus músculos e passou os dedos no rosto de Percy, mostrando o líquido a Percy.
— É, eu acho que sim. — Mas Percy ainda tinha aquela expressão analítica, quase rígida demais, como se estivesse se preparando para dar a próxima ordem, o que se tornou verdade no final. — Fique aqui.
— Para onde eu iria?
— Com você eu nunca sei. Só não… fuja. Tudo bem?
— Eu disse que não vou fazer isso de novo. Até quando você vai me culpar por isso?
— Eu sinto muito. — Percy tentou sorrir, e quando isso não funcionou, ele deu as costas a Nico, que caiu mais uma vez nos travesseiros.
Parecia que Nico não era o único traumatizado pelo passado. O que ele podia fazer? Essa era a história deles, às vezes feliz, outras, problemáticas. Nico não trocaria o que viveram por nada nesse mundo. Onde ele estaria se não tivesse conhecido Percy em um banheiro público de escola? O que ele teria feito se Percy fosse igual aqueles garotos? Pelo menos, eles não estariam nesse impasse. Será que se… que se ele forçasse as coisas só um pouquinho, Percy veria que não havia motivo para tanta culpa? Afinal, Percy sempre gostou da verdade e de coisas bonitas…
— Nico.
Se assustando, Nico viu o rosto de Percy perto demais e segurou nos ombros de Percy, o afastando.
— No que você anda pensando, hmm? Conheço bem essa carinha.
— Não sei do que você está falando.
— Você não está aprontando, está? Se comporte.
— Eu sempre me comporto. — “A não ser quando eu preciso agir”, Nico pensou, colocando sua expressão mais inocente.
— Vou acreditar em você.
Percy se sentou a seu lado e começou a limpá-lo. Em seu peito, abdômen e então no meio das pernas de Nico, suavemente deslizando uma toalha umedecida, chegando em sua entrada.
— Você não precisa fazer isso.
— Eu quero fazer. — Percy murmurou, o beijando no rosto. — Você tinha razão. Eu estava ausente, prometo que vou te recompensar.
— Que tal começando agora. Me deixa te chupar?
— Como isso pode ser uma recompensa para você? — O importante nisso tudo é que finalmente Percy tinha sorrido, acariciando seus cabelos.
— Isso é um sim ou um não?
— É um talvez depois. Agora, está na hora do bebê tirar uma soneca.
— Eu não sou um bebê.
— Então por que você está bocejando no meio da tarde?
Era uma boa pergunta.
Nico só deixou que Percy o cobrisse porque ele tinha se deitado a seu lado e o abraçado bem forte, também entrando debaixo das cobertas junto com ele.
***
Por algum motivo, Percy se sentia exausto. Ele se permitiu relaxar no travesseiro, colado contra as costas de Nico e fechar os olhos, apenas por um momento, apenas o suficiente para sentir o peso sair de suas costas. Era um peso metafórico, é claro, um peso que ele nem sabia estar ali. Percy nunca imaginou que a culpa poderia drenar alguém a ponto de afetá-lo fisicamente. As coisas também eram assim no passado? Percy não conseguia se lembrar. Esse era um mal hábito que tinha desenvolvido, outra muleta psicológica, ele sabia. Percy se esquecia e guardava a sete chaves no fundo da mente tudo o que fosse traumático ou frustrante.
Quer saber? Percy tinha decidido não pensar no que fosse ruim ou bom, bem ou mal, e se concentraria no que fosse o certo para eles. Eles estavam confortáveis com isso? Ótimo! Parecia divertido? O fazia se sentir bem? Então, seria o que eles fariam. O que adiantava fazer o que era considerado como “normal” se isso causava tanta dor, e não do tipo que Nico parecia gostar? Era melhor se ele falasse com a mãe, só para tranquilizá-la. Percy sabia melhor do que ninguém que Sally o perturbaria até que ele se confessasse para ela.
Se sentindo cansado mais uma vez, Percy saiu debaixo das cobertas, tentando não acordar Nico e viu algo caído no chão. Ele deu a volta na cama e ali no meio do caminho estava o diário que tinha dado a Nico. O diário estava aberto no início das primeiras folhas e tinha uma caneta presa, marcando a última página escrita.
Ele também já tinha se esquecido disso. Felizmente, parecia que mesmo ele sendo uma pessoa horrível, Nico ainda era o mesmo doce garotinho, sempre o obediente. Sim, Percy pôde ver que Nico já tinha escrito algumas palavras e tinha personalizado a contracapa:
DIÁRIO DO NICO Se perdido, devolver para o Percy!
Percy teve que rir, já se sentindo leve. Tinha até uns desenhos bonitinhos de corações, anjinhos e diabinhos ao redor das letras. Entretanto, o que realmente chamou sua atenção foi a página em que a caneta estava presa.
“Eu adoro aquele tipo de espaço mental em que eu quase flutuo, quase delirante, sabe? Minha cabeça fica leve e eu não faço ideia do que quero fazer, só quero o que você quiser que eu faça. Na maioria das vezes, tudo o que sei é que quero ser fodido com tanta força que eu mal consiga falar e tudo o que eu consiga fazer seja pequenos gemidos quando você me perguntar alguma coisa.” “Quero o tipo de sexo que deixa marcas nos meus quadris e a forma das suas mãos na minha pele. O tipo de sexo que deixa o meu peito coberto de mordidas e as suas costas cheias de arranhões. Quero o tipo de sexo que faz o meu corpo doer e pulsar e que me faça te sentir entre as minhas pernas no dia seguinte.”
Esse era um trecho que parecia se destacar das outras páginas, algo escrito às pressas, em garranchos despreocupados, á tinta preta e sem decorações ao redor, como se Nico não quisesse passar muito tempo com aqueles pensamentos e só precisasse despejá-los no papel. Esse foi o real motivo que o fez encarar aquelas palavras por longos momentos, estático, parado no meio do quarto com Nico ainda dormindo tranquilamente, sem nenhuma preocupação.
Era impossível não comparar os dois estilos tipográficos. De um lado da folha, vinhas e arvores que pareciam se entrelaçar até os céus, acompanhados por linhas de poemas, simples e bonitas, do outro, uma prosa desajeitada e vulgar, permitindo a Percy ver os dois lados de Nico que ele raramente via juntos. Tinham outros desenhos, é claro. Um demônio e um anjo que ocupavam uma página inteira, descrições de personalidade e características físicas, algumas poucas linhas de narração que na página seguinte eram interrompidas por mais garranchos com pensamentos soltos.
“Quero que você me abrace e me toque, quero que você me faça sentir seguro e pequeno, feito o bebê que eu nego ser. Quero que você me diga quando ninguém estiver vendo: "Como está o meu garoto? Ele se comportou?" Quero ter regras e quero ter que pedir autorização. Quero ser disciplinado quando não faço o que você mandar.”
Percy teve que parar de folear o diário e olhar para Nico dormindo cama.
Ele... porra! Ele queria fazer tudo isso, queria fazer todos os desejos de Nico se realizarem. E sabe por quê? Eram os mesmos que os seus. Cada palavra e confissão parecendo ser algo que ele faria se a culpa não o tivesse impedido até aquele momento. Será que essas fantasias realmente eram de Nico? Ou será que era algo que Nico tinha escrito para se vingar dele? Ou, pior ainda, era o que ele tinha levado Nico a acreditar que ambos queriam? Mas, ao mesmo tempo, Percy conseguia reconhecer Nico em cada linha, seja desajeitada ou elegante, misturado a influência que ele tinha sobre Nico e outras coisas e momentos em que Percy não esteve presente para moldá-lo.
Sinceramente? Percy estava aliviado. Saber que Nico tinha tido outras experiencias e conhecido outras pessoas e que mesmo depois de tudo isso Nico ainda tinha voltado para ele, tirava mais uma parte do peso que ele nem sabia que levava. Entretanto, a questão importante era: Como ele poderia fazer... tudo isso sem passar dos limites? Como ele poderia se certificar que Nico não sairia disso o odiando de verdade?
Ele... Percy precisava de ajuda. E de algumas coisas, também. Algo que fizesse Nico entender a seriedade da situação, do quanto ele desejava que Nico permanecesse seguro e feliz. Parece que esse era o momento de agir.
***
Nico abre os olhos e a primeira coisa que nota é a luz do sol entrando pelas persianas, o cegando momentaneamente. Sua cabeça pulsava com uma dorzinha irritante nas têmporas, mas seu corpo estava o mais relaxado em que ele já esteve. Sua visão estava turva também, atordoado pelas endorfinas que ainda pareciam manter seu corpo calmo e sua mente maravilhosamente vazia, como se toda a ansiedade tivesse sido sugada por uma mangueira compressora. Nem mesmo suas aventuras com garotos mais experientes tinham causado esse tipo de reação nele.
Ele olhou para o lado, esperando encontrar Percy e recebeu em troca a ausência e um pedaço de papel, Percy nem mesmo tinha deixado seu calor para trás, o que significava que Percy tinham se levantado tempos atras.
Bem, Nico não deveria criar expectativas quando Percy estava lidando tão mal com as coisas nos últimos tempos. E ele disse que daria tempo para Percy se acostumar com as coisas, não disse? Mesmo que fosse difícil continuar esperando por algo que talvez nem fosse acontecer, ele não tinha outra escolha. Era melhor ter a companhia de Percy do que não ter nada. Mas isso não queria dizer que ele não fosse tentar seu máximo para conseguir o que queria.
Se dando por vencido, Nico se sentou na cama e pegou o bilhete.
“Você dormiu bem? Eu tive que sair rapidinho. Prometo estar de voltar para o café da manhã. Me espere. Per.”
Era só isso? Era o que ele merecia depois de sentir seu mundo sacudir? Isso era tão justo! Chega! Ele iria tomar uma atitude imediatamente.
Esquecendo da dor de cabeça e os dos músculos doloridos, Nico amassou o bilhete, o jogou em algum lugar em direção ao cesto de lixo e marchou até parar em frente ao guarda-roupa. Isso era tão ridículo! Nunca pensou que chegaria o momento em que ele teria que se rebaixar a tanto. Ele pegou a caixa com seus brinquedos, enfiou a mão no fundo dela e pegou uma embalagem lacrada, de cor preta. Era algo que a vendedora tinha sugerido e já que ele tinha comprado coisas piores, não era isso que o tornaria uma pessoa ruim. Nico colocou o pacote em cima da cama, pegou os itens que iria precisar e entrou no banheiro. Iria mostrar para Percy quem mandava ali.
***
Percy se sentia bem melhor agora.
Como ele poderia explicar? Bem... tinha um lugar, um tipo de bar, e ele tinha ficado curioso, sabe? Percy nunca participou, entretanto... ele tinha assistido e entendido bem rápido como as coisas funcionavam. O que ele podia fazer? Sua mãe sempre dizia que conhecimento era algo que ninguém podia tirar de você, e de fato, tinha sido algo difícil de esquecer. Talvez ele tivesse ficado entediado sem Nico por perto ou talvez quando ele se viu sozinho, sem ninguém para vigiá-lo... por que não? Sendo que Percy não precisava mais ser o cara bonzinho?
O fato era, Percy tinha descoberto que ele fazia aquelas coisas sem precisar que ninguém o ensinasse. Pelo menos ali, aprendeu que o que ele fazia era errado se Percy não pedisse permissão antes.
Um bom exemplo disso eram as palavras, pequenas sugestões que se repetidas poderiam se tornar em comportamentos condicionados, como quando você ensina seu cachorro a dar a patinha em troca de petiscos. Pessoas tinham as mesmas tendencias e vontades semelhantes, também. Algumas mais assertivas e outras, mais obedientes. Era um dinâmica normal, nada forçado, é claro, apenas modos de comportamentos onde cada um se sentia mais confortável para se expressar. E isso era só o começo, nem sequer era algo sexual ou romântico, apenas atitudes que a maioria das pessoas não reparavam. Sua psicóloga da época tinha sugerido algo parecido. Não que ele fosse atras desses tipos de clubes e sim que Percy analisasse por que ele se sentia tão codependente de Nico ou porque Percy se sentia tão frustrado. E como parecia estar relacionado a sexo, ele pensou... por que não? Sua mãe tinha apoiado a ideia e, seu irmão e Grover, amado mais ainda. Assim, como uma família unida, todos foram investigar o bar, incluindo sua mãe.
O importante era que quando ele descobriu o que fazia com Nico já era tarde demais, Nico tinha ido embora e ele tinha ficado sozinho, com todas aquelas ideias e ninguém para testá-las. Percy não se orgulhava do que tinha feito, mas não se arrependia tão pouco. Sendo sincero? Ele não se importava com aquelas pessoas e se ele tivesse magoado algumas pelo caminho, não era da sua conta. Percy nunca prometeu nada a elas, cansando de avisar o que aconteceria no fim.
Era por isso que Percy estava ali naquela manhã, um bar vinte e quatro horas que funcionava como lanchonete durante o dia. Fazia mais de um ano que Percy não entrava lá, mas como eles eram o lugar que ele mais confiava, teria que ser ali mesmo.
Percy respirou fundo e entrou pelas portas de ferro negras, chegando a primeira área onde havia mesas e cadeiras de madeira que ao anoitecer seriam retiradas para dar lugar a pista de dança. Continuou andando mais ao fundo e encontrou o bar, um balcão longo junto a uma cozinha espaçosa, vendo os garçons pegarem pratos de comida para serem entregues. Ele só esperava que ningue--
— Percy, querido. Quanto tempo!
— Vanessa. — Percy disse e se virou, vendo sua “professora” favorita. Ela era uma dominatrix atenciosa, bondosa e firme, algo que ele sempre quis ser e que nunca teve a paciência. Em comparação a ela, Percy era ansioso e um tanto cruel. Quem sabe um dia?
— O que te trás aqui? Finalmente procurando companhia? Tenho um submisso que--
— Não dessa vez. — Percy disse e sorriu, negando educadamente. — Estou procurando Apolo. Será que ele está por aqui?
— Ah, isso é tão bom. Quem é o garoto?
— Alguém novo.
— Hm, entendi. — Mas ela parecia o julgar como todos faziam.
— Não tão novo. Ele é novo na cena.
— Ah, tudo bem. — Vanessa voltou a sorrir e saiu de trás do balcão. — Eu sei exatamente o que você quer.
Então, juntos, eles passaram por mais uma porta, subiram uma escada em caracol e chegaram no segundo piso, cheio de portas com quartos particulares, alguns com janelas que permitiam ver dentro dos quartos e no fim do corredor, uma porta grande de metal negro que eles também entraram.
Realmente, aquela sala era o que Percy estava procurando. Ele sentia que se trouxesse Nico ali, o garotinho iria passar algumas horas perguntando para o que aquelas coisas penduradas na parede serviam. Também havia um balcão mais ao fundo do cômodo, onde um homem alto e loiro lia uma revista, usando um fone de ouvido.
— Ei. — Percy disse assim que se aproximou.
Apolo olhou para cima e no mesmo momento tirou o fone e se levantou, correndo em sua direção. Estava tudo bem, porque Percy estava preparado. Ele abriu os braços e deixou que Apolo o abraçasse o quanto quisesse, se esfregando nele.
— Ah, olha o nosso pequeno Dom. Tão crescido. Você tem malhado? Aposto que os garotinhos te perseguem.
Não desde que Nico tinha voltado, mas esse era outro assunto.
— Só um. Eu estava procurando algo específico.
— Eu sei exatamente o que você precisa.
— Eu não disse nada ainda.
— E nem precisa.
Apolo sorriu todo esfuziante, pegou uma cestinha de compras e começou a andar pelos corredores e prateleiras.
— Deixa eu ver. Algo discreto para o dia.
Apolo esticou a mão e pegou uma gargantilha, algo no estilo gótico. Uma tira de couro maleável e discreta com cristais pequenos a enfeitando.
— Algo para brincar.
Dessa vez Apolo pegou uma coleira rosa clara, pesada e com grandes furos, com uma plaquinha de identificação e um fecho para colocar uma guia se ele quisesse.
— Algo para mantê-lo quietinho e comportado, sim?
Finalmente Apolo pegou uma focinheira com uma bola no meio, uma venda de ceda e algemas macias.
— Pronto. Isso deve bastar.
— Eu não posso, isso é muita coisa.
— É um presente para nosso Dominador júnior!
— De verdade, eu não posso--
— Ah! Está faltando uma coisa!
— Apolo, não!
— Sim.
Antes que Percy pudesse impedi-lo, Apolo voltava com uma palmatoria. Sua superfície era toda em couro preto, feito de um material rígido, mas a ponta dela tinha um acolchoamento macio que traria dor sem deixar muitas marcas.
— Apolo!
— Vamos, é só dessa vez. Eu nunca vi você interessado em ninguém. Considere um presente de boa sorte.
— Exatamente! Eu não posso aparecer com isso. Ele vai pensar que eu--
— Ele não está errado.
Percy bufou e desistiu de discutir. Apolo era tão ridículo que isso tornava impossível contrariá-lo.
— Além do mais... — Apolo continuou, embalando os itens em uma caixa bonita. — Já que você me rejeitou, o mínimo que você pode fazer é aceitar meu presente.
— Quanto ficou? — Percy, para sua própria sanidade, decidiu ignorá-lo, e pegou a carteira.
— Você não ouviu o que eu disse? É um presente.
— Qual é! Isso vale pelo menos mil reais.
— E daí? Eu sou rico.
— Eu também sou.
— Parece que estamos em um impasse. — Apolo fez uma careta de tristeza e balançou a cabeça. — Parece que o seu garoto vai ficar muito decepcionado, então.
— Ele não sabe que eu estou aqui.
— É uma surpresa? Eu não sabia que você era um romântico. — Dessa vez, não havia nenhuma ironia na voz de Apolo. — Estou me sentindo muito solteiro agora.
Percy tinha esquecido como Apolo podia ser dramático. Ele era bonito, isso Percy não podia negar. Entretanto, beleza não era tudo na vida, mesmo que ajudasse muito.
— Vanessa! Me arruma um dom agora mesmo!
Percy se virou e lá estava Vanessa, os observando de longe como se assiste uma série de comedia.
— Eu fiz, três vezes no último mês.
— Você chama aquilo de dominação? Minha mãe é menos vanila do que aquilo.
— Por favor, me poupe. — Vanessa cruzou os braços e revirou os olhos.
— Custava me apresentar alguém alto, gostoso e com atitude? Será que é muito?
Foi a vez de Percy revirar os olhos. Ele queria dizer que essa era a primeira vez que algo parecido acontecia. Ele jurava que não estava tentando se gabar, mas... de fato, Percy pensou que esses dias de D/s tinham ficado para trás. Mas ali estava ele, pedindo ajuda para essas pessoas.
— Se comporte. — Percy se pegou falando, já irritado pela situação. O pior é que Apolo imediatamente endireitou a coluna. E ele teve que completar: — Não se atreva.
Também não seria a primeira vez que Apolo se ajoelharia sem nem perceber.
— Tão malvado.
— Olha, eu agradeço a ajuda, mas eu tenho que--
— Está tudo bem? — Apolo perguntou, agora sério. — Você disse que nunca dominaria ninguém. É sobre o garoto que te fez sofrer?
— Talvez. — Percy deu de ombros. — Não é culpa dele.
— Tudo bem. Você precisa de ajuda? Talvez uma mediação?
— Não. Eu consigo. — “Talvez”, ele queria ter dito. A verdade é que Percy não conseguia nem mesmo pensar em ter que dividir Nico com alguém ou deixar que outras pessoas assistissem. Percy não sabe se conseguiria se controlar. — Não precisa se preocupar.
— Tem certeza? A gente podia dar uma ajuda pro pobre do garoto. Ele sabe no que se meteu?
— Não precisa se preocupar. — Repetiu.
O pior era que Percy não estava mentindo. Nico sabia muito mais do que ele gostaria.
Por enquanto é isso. Até que eu gostei desse capítulo. Não sei, acho que consigo ver um amadurecimento no Percy. Pelo menos ele está tentando ser responsavel. Vou adorar saber a sua opnião ou possiveis sugestões e feedebacks. Provavelmente semana que vem estou de volta, já que eu tenho mais algumas cenas prontas.
Até proxima!
Olá, como vai? Estamos começando uma nova série de posts! Os ShortStorys. Vão ser textos pequenos ou cenas que podem ou não se ligar a outras histórias, apenas para continuar praticando e me permitir escrever para o fandom enquanto termino minha história original. Espero que vocês gostem^^
Pelo que pareceu ser a milionésima vez, ele se mexeu na cadeira, tentando achar uma posição que não fosse tão desconfortável. Porém, depois de quase duas horas sentado naquela cadeira de madeira, ele não tinha mais esperanças de qualquer conforto. Will estava no quarto deles, lugar que ele e seu marido dividiam. Bem, não naquela noite. E se Will fosse sincero consigo mesmo, admitiria que Nico e ele não dividiam a mesma cama há muito meses.
Will estava tentando ser um bom companheiro, tentando se redimir por erros do passado, e esse era o único motivo dele estar nessa situação. Sua surpresa foi quando Nico, seu marido há dois anos descobriu sua traição. Ou melhor, o informou saber do ocorrido. A surpresa real foi saber que Nico queria que Will sentisse tudo o que ele havia sentido, e sem opção, Will concordou, é claro. Ou era isso, ou era o divorciou, perdendo seu melhor amigo dos últimos vinte anos.
Saber que Nico queria devolver na mesma moeda, era aceitável, agora ter que presenciar o ato ao vivo, era demais para ele. Especialmente ter que ver o cara de quase dois metros de altura, segurando Nico que quase desaparecia debaixo dele. Ver Nico gemendo como nunca tinha gemido para ele, era o que realmente era inaceitável.
Will, de verdade, não queria ver, nem sequer queria olhar na direção deles. Embora esse fosse o combinado. Will não podia levantar daquela cadeira até que Nico permitisse. Mas ele não pôde evitar, Nico gemeu de uma forma tão alta que Will teve que olhar. E mesmo daquela distancia era impossível não perceber o membro grande e molhado, deslizando de novo e de novo, parecendo abrir Nico ainda mais a cada movimento, a entrada pequena e delicada, agora, levemente inchada e rosada, as pernas escancaradas e a coluna curvada, gemidos ininterruptos, quase grunhidos enquanto o cara em cima de Nico, dava a entender que não pararia tão cedo, não até que Nico implorasse por misericórdia.
De alguma forma, Nico ainda teve tempo de zombar dele. Pois, de vez em quando, ele virava a cabeça e olhava para sorrindo, tão doce como sempre, porém, gemendo, como se aquele fosse o melhor dia de sua vida, e disse suavemente, “Agora que você viu como se faz, pode fazer também.”
Isso fez o coração de Will pular, sabendo que essa não seria a última vez que o veria transando com esse homem em sua casa. Wiil o amava mais do que seu senso de orgulho, e agora que Nico tinha o poder no relacionamento deles, não havia que pudesse o parar.
E assim, aconteceu. Todo fim de semana, Perseu vinha e usava Nico como bem entendia; o tocava, o beijava, o fodia e em uma era ocasião, Percy colocou Nico em seu colo e o espancou em sua frente, a expressão satisfeita no rosto do homem e os gemidos doces de Nico o enfurecendo um pouco mais a cada minuto. Mas se ele soubesse que aquele tinha sido o começo do seu fim, Will teria aproveitado seus últimos momentos, teriam tentando convencer Nico a parar com aquilo.
A partir daquele dia, Perseu começou a ir em encontros com Nico, só os dois, cinema, jantares, passeios românticos, motéis.
Como ele sabia disso? A fatura vinha em seu cartão de crédito, uma conta mais cara que a outra, descrições indicando que eles estavam viajando para cidades vinhas ou até passagens de avião. Mas nas vezes que eles estavam em casa? Ele ainda ouviu os gemidos, o choro de Nico, seus suspiros, e as risadas de Perseu e seus grunhidos de prazer. Se não bastasse isso, ele os ouvia conversando. Seus planos futuros, o que iam fazer para o aniversário de Nico e que roupa Nico devia usar para ir na festa que a mãe de Percy ia dar para ele.
Foi assim que Will teve que dar um basta nisso, os encontrando no sofá da sala, Perseu sobre Nico, o beijando, suas mãos no meio das pernas de Nico, pernas que estavam sobre o ombro de Perseu, três dedos se movendo profundamente dentro de Nico, apenas para ver esses dedos serem substituído pelo membro que Will admitia ser maior do que o seu, entrando devagar, mas deslizando sem problemas, Nico fechando os olhos e deixando escapar mais um daqueles gemidos que o assombraria pelo resto de sua vida.
Não havia nada que Will pudesse fazer.
Ele saiu da sala e foi em direção a seu quarto, sentou no pé da cama e encarou a parede branca ao lado de sua televisão, ainda ouvindo os gemidos, agora os sons de pele batendo em pele se intensificando e ecoando ao redor do apartamento. Só restava a ele ligar para seu advogado.
Bem, as coisas aconteceram mais rápido do que ele pensava que poderia acontecer. Na semana seguinte, em uma terça-feira, parte de seus móveis tinham sumido junto com todas as coisas de Nico. A televisão que Nico tanto amava, o sofá, alguns utensílios de cozinha e tudo dentro do quarto do Nico. Ele se sentia sozinho e não poderia culpar ninguém além de si mesmo.
Foi interessante, não? Eu sempre quis escrever algo assim, mas nunca tive a oportunidade, especialmente pelo ponto de vista de outra pessoa. Espero que tenha sido interessante^^
Oii, como vai? Estamos de volta! Porém, com novidades.
Antes que vocês me perguntem, não, não vou largar a "NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR", é só que... bem... por que ninguém me disse que os últimos capítulos estavam tão ruins? Tipo... precisou um leitor me dizer "isso está estranho", dá forma mais monossilábica que eu já vi para eu finalmente entender. Acho que isso aconteceu porque a história que eu estava escrevendo antes dessa estava bem pesada, então, a proposta dessa vez era ser algo leve, mas de tão leve, ficou bobo e não muito crível. Enfim, enquanto eu penso na melhor forma de concluir essa história, vou revisar "AMOR DE BABÁ (REFULGENTE)", exatamente a história que fez eu querer escrever algo leve e bobo. Vai entender.
O problema aqui é que quando eu estava escrevendo a AMOR DE BABÀ, escrevi em primeira pessoa. Não foi uma boa decisão, sabe? Ai, eu reescrevi as primeiras 50 mil palavras e ficou bem melhor. Outro problema é que eu ia monetizar ela, então, acabei mudando o nome dos personagens, ok? Vou colocar uma lista abaixo para simplificar quando os personagens forem surgindo. Ou você pode ler como uma original.
Espero que vocês gostem.
Nesse post colocarei os primeiros três capítulos.
Sinopse: Certo, ele disse a si mesmo. Nada pessoal. Claro. Não era nada de mais, apenas mais um emprego onde Matteo ficaria alguns meses, faria um pouco de dinheiro e seguiria para o próximo trabalho até que tivesse o suficiente para a faculdade. Ele deu alguns passos em direção a porta e subiu os poucos degraus, esses feitos de um mármore branco e cinza. Logo em seguida, tocou a campainha antes que seus nervos falassem mais alto. Impaciente e vencido pela ansiedade, Matteo tocou novamente a campainha, apertando o botão mais forte do que pretendia no exato momento em que a porta se abriu, revelando um homem alto de quase dois metros de altura, cabelos negros bagunçados e intensos olhos verdes que o fitavam com desinteresse. Certo, nada pessoal.
Matteo!Babá, Derek!Professor
Essa é uma história sobre um estudante que, para ter dinheiro na faculdade, se torna babá, conhecendo o pai das crianças e desenvolvendo um sentimento/tesão por ele. A partir daí as fantasias começam a surgir e tudo vai se complicando entre eles.
Personagens Percy Jackson: Derek Davis Moore Nico di Angelo: Matteo Rossi Pagano Annabeth Chase: Sofia Gray Jason Grace: Hazel Levesque: Will Solace: Diego Lewis Hades: Personagem original: Alice Gray Moore Personagem original: Logan Gray Moore
Lista a ser atualizada!
Também disponível em versões antigas no AO3 e no SpiritFanfic.
Aquele não era um dos melhores dias na vida de Matteo. De fato, não era a melhor semana, mês ou ano.
— Matteo. — O gerente do lugar onde trabalhava disse assim que o viu se aproximar da porta de entrada.
Esse era o momento que Matteo mais temia a cada manhã desde que começou a trabalhar naquele lugar.
Andrew McMillan se aproximou dele a passos despreocupados e parou em sua frente, o cumprimentando todo feliz e animado. O gerente tinha o cabelo penteado para trás, pele alva e olhos negros que sempre reviravam seu estômago. Matteo não poderia dizer que o homem era feito, porque de fato, ele era um dos homens mais bonitos que já tinha visto. Mas algo nele, por detrás daqueles olhos escuros e calculistas, o fazia repensar cada palavra que saia de sua boca, buscando o duplo sentido que sempre vinha, cedo ou tarde.
O gerente o olhou de cima a baixo, vitorioso, o fitando com maldade, olhos esses que faiscavam a cada segundo que se passava, em que nenhum dos dois dizia nada.
“É, era hoje”, Matteo pensou.
Seus ombros caíram e ele suspirou, conformado com seu destino. Andrew pareceu ficar ainda mais feliz enquanto anotava algo em sua prancheta. Sorrindo mais aberto ainda para ele, Andrew voltou a examinar Matteo como se ele fosse um espécime misterioso, o apreciando daquela forma que fazia Matteo se sentir desconfortável, algo que somente esse gerente conseguiu fazer em seus poucos anos de vida. E mesmo que fosse uma máscara, Matteo não deixaria Andrew saber como esses olhares o faziam querer vomitar, como sua ansiedade aumentava conforme eles continuavam parados no meio da calçada, principalmente por saber que ninguém viria em seu socorro.
Isso só poderia significar uma coisa.
— Senhor, posso explicar tudo. Eu--
— O ônibus atrasou? Ficou preso no trânsito? — Andrew balançou a cabeça, fingindo pesar e tocou em seu ombro, fazendo Matteo paralisar em repulsa, sentindo um medo que ele não sabia de onde vinha. — Dessa vez, não há nada que eu possa fazer por você.
— Por favor, eu preciso desse emprego!
— Estou do seu lado, mas você sabe as regras. Essa já é a quinta vez esse mês.
— Não tem nada que você possa fazer?
Matteo se arrependeu de perguntar assim que as palavras saíram de sua boca.
— Talvez haja, mas eu não sei… — Andrew cruzou os braços e se aproximou de Matteo, como se fosse contar um segredo a ele. — Isso requer um sacrifício. Você está disposto a isso?
— Ah. — Matteo murmurou, dando um passo para trás.
Não era a primeira vez que Andrew falava uma coisa dessas. A questão é que Matteo nunca havia levado a sério nenhuma dessas… sugestões, mas agora que ele estava ali, não sabia se iria querer continuar em lugar como aquele, mesmo que pudesse ou precisasse muito.
— Sinto muito, Matteo. — Andrew disse, sua voz soando piedosa e gentil, para logo em seguida acrescentar: — Não podemos nos esquecer de passar no RH, certo?
Matteo não sabia o que tinha mudado naquela manhã. Ele tinha acordado cedo, tomando banho, pegado sua mochila do encosto da porta de seu quarto e andado pelos corredores de sua casa silenciosamente para não acordar ninguém. Tinha pegado o ônibus lotado no mesmo horário e enfrentado uma hora de viagem até chegar ao seu emprego atual, um restaurante que dizia ser gourmet, mas que, na verdade, era uma imitação híbrida desses restaurantes de comida rápida; hambúrgueres, sanduíches, milkshakes e pizzas de todos os sabores. E como em todos os outros dias, ele havia descido do ônibus bem em cima da hora e corrido para o digníssimo estabelecimento em que trabalhava.
É claro que seu gerente o esperava na entrada, como todos os outros dias. Ele tinha espiado para dentro do lugar e viu que eles já haviam aberto todas as portas, limpando as mesas e colocado as cadeiras nos lugares, podendo ouvir o barulho das pessoas já trabalhando em seus postos.
Assim, meio confuso, porém, aceitando seu destino, Matteo seguiu Andrew pelo restaurante naquela estranha caminhada da vergonha. Não seria a primeira vez que algo assim aconteceria, o rodízio de trabalhadores sendo bem grande por ali. Ainda assim, a maioria das pessoas o olharam com sorrisinhos tão maldosos quanto o de Andrew, e os outros, que o encaravam com uma pena sincera, ele sentiria falta. Tirando isso, todo o resto podia se explodir se dependesse dele.
Matteo levantou a cabeça, segurou firme em sua bolsa e foi para os fundos do restaurante onde ficava a contabilidade. Ele podia estar indo embora, mas Andrew se arrependeria por abusar de seu poder.
***
— Cara, eu não acredito que você fez isso! Meu pequeno herói. — Diego disse, abrindo um sorriso enorme.
Matteo não sabia por quanto tempo aguentaria isso.
Diego olhou para ele de cima a baixo e o abraçou bem forte depois de apertar suas bochechas até que elas adormeceram de tão doloridas, o jeito do namorado se tornando tão energético que Matteo pensou que elas fossem se distender e cair no chão flácidas. Um beijo veio em seguida, doce e suave em seu rosto, outro no queixo, descendo devagar com aquelas pequenas bitoquinhas que só serviam para deixá-lo mais irritado.
— Diego, para com isso! E eu não sou pequeno. Como um metro e setenta e nove pode ser pequeno?
Matteo fechou os olhos por um momento e inspirou profundamente, ele apenas precisava respirar.
Geralmente não se importaria de Diego estar tão perto, até gostava quando Diego lhe tocava daquela maneira um pouco sexual demais, porém, nada que ultrapasse o que ele se sentia confortável em fazer. Hoje não era um desses dias; hoje essas carícias suaves o sufocavam, lhe fazendo sentir preso dentro de uma caixa que não havia escapatória ou buracos onde o ar pudesse entrar. Diego o asfixiava, o estrangulando naquele cuidado que o namorado insistia em oferecer quando Matteo não havia pedido por isso.
Ele respirou fundo e desviou dos lábios de Diego, o empurrando pelo ombro. Deu uma mochilada em Diego, seguido de um soco no ombro do namorado. Sim, Diego, seu namorado corpulento e idiota apenas riu, o rosto quadrado e gentil lhe irritando um pouco mais a cada segundo. Se não bastasse ter passado duas horas na delegacia e ser questionado como se fosse ele quem tivesse cometido o crime, teve que ficar uma hora extra no escritório do RH negando os “bônus” e “benefícios” em troca de “confidencialidade”. Um tempo depois, quando foi liberado do interrogatório, Sr. Jones, dono daquela franquia, fez de tudo para que ele não prestasse queixa, ainda mais quando viu que as câmeras que ficavam na porta do restaurante haviam gravado tudo em áudio e vídeo, tendo provas suficientes para acusar o gerente de abuso de poder e assédio sexual.
Sinceramente? Matteo sabia que não daria em nada e que o processo demoraria para ser julgado e, ao mesmo tempo, sabia que tinha que fazer aquilo; todas aquelas tardes tendo que ouvir as piadinhas que, no fundo, eram sinceras demais, precisavam ser denunciadas. Sem perder tempo e se sentindo muito vingado, Matteo fez a única coisa que podia, pegou o celular e fez a denúncia. Logo viaturas bloquearam a frente do estabelecimento e os empregados foram dispensados, enquanto que o Sr. Jones e companhia foram processados por danos morais e abuso de poder. Agora, se ele ganharia o caso era algo a se ver no futuro quando a decisão judicial fosse tomada.
O problema real apareceu quando Matteo foi solto do interrogatório. Sem dinheiro para o almoço e com a passagem do ônibus contada, decidiu que continuar com seu dia como se nada tivesse acontecido era a melhor das táticas. Se arrastando pelas ruas ao sair da delegacia, Matteo caminhou as poucas quadras se forçando a visitar Diego no centro comunitário, exatamente como ele sempre fazia naquela hora do dia; Matteo se encontraria com Diego na hora do almoço, o único momento onde Diego estava livre para falar com ele e depois iria para casa procurar por outro emprego até que tivesse o suficiente para pagar os custos da faculdade.
Matteo virou a esquina e continuou seu caminho, distraído e tão chateado pelas últimas horas que mal percebeu o que acontecia. Quando viu, mãos lhe puxaram pelas costas e o arrastaram para um beco ali perto enquanto alguém o prensava contra a parede e uma boca se colocava sobre a dele sem sua permissão. E de tão aflito só percebeu que era Diego quando deu um soco no estômago dele e um chute bem-dado em sua virilha.
— Diego Lewis! — Matteo arfou surpreso, irritado, enfurecido. Embora Matteo admitisse que estava um pouco traumatizado com toda aquela experiência, aquele não era o momento ou o lugar certo para fazer esse tipo de coisa. Também admitia que não estava no seu melhor momento, Matteo poderia matar alguém se lhe dessem a motivação certa.
Diego não pareceu ligar para o que ele falava. Gemendo ofegante, Diego se aproximou de Matteo e o segurou pela cintura, falando: — Isso não se faz com um homem, baixinho.
Então, dessa vez, se sentindo culpado e um pouco temeroso pelo que Diego poderia fazer, ou pior, temendo que Diego dissesse algo para seu pai, Matteo deixou que Diego continuasse. Diego o levantou um pouco do chão e ele automaticamente enrolou os braços e pernas ao redor de Diego.
Diego… ele… Diego não gostava de ser contrariado, sabe? Se as coisas não saíssem exatamente como Diego queria, algo podia explodir ou ser lançado pelos ares. Matteo preferia evitar esse tipo de discussão. Ou outros tipos de reações. Não seria a primeira vez que eles brigariam pela ausência de sexo ou pela ausência de Matteo no geral. Ele não estava pronto e Diego estava. Ele não queria se casar e Diego já tinha comprado as alianças. Matteo definitivamente não queria morar junto com ele enquanto Diego tinha comprado uma casa com direito a berçário e tudo mais o que eles poderiam precisar na visão deturpada de Diego. Matteo nem sabia se queria esse tipo de responsabilidade, mas, ainda assim, esse era ele fazendo uma forcinha pelos pais e por todos os outros que pensavam que logo o casório aconteceria. E talvez… só talvez… não fosse tão ruim assim ter um namorado bonito e gostoso que estava disposto a ficar com alguém tão chato e… antiquado feito ele. Apesar de saber dos erros de Diego, ignorando as pessoas que Diego ficava por trás de suas costas, ele não se importava contanto que todos continuassem satisfeitos.
Matteo ficava se perguntando… quem é que namorava por três anos e não queria fazer sexo? Ou não se importava com traições?
Ele não conseguia explicar, havia algo nisso tudo… algo entre eles que não parecia… certo. Quer dizer, o problema deveria ser ele, não? Diego lhe traía porque ele não conseguia dar aquele último passo, não importava quantas vezes Diego tentasse; Matteo sempre desistia no momento final. Apenas parecia… errado, como se Matteo estivesse prestes a cometer o maior erro de sua vida.
Matteo sentiu um arrepio estranho e incômodo subir por sua coluna quando Diego o segurou com mais força do que o costume e o puxou firme pelos cabelos, sussurrando em seu ouvido:
— Senti tanto a sua falta, baixinho. Onde você esteve que não atendeu o celular?
Ah, talvez ele não estivesse tão desconfortável assim… quer dizer, Diego era sempre gentil demais, sabe? Tão cuidadoso, e esse cuidado todo fazia com que Matteo se sentisse um fraco, como se ele fosse quebrar em mil pedaços a qualquer momento, e Matteo não gostava disso nenhum pouco. Mas quando Diego perdia o controle? O tocando com força e com vontade, sem medo de lhe machucar como se, na verdade, ele quisesse o ferir, mas só um pouquinho, apenas para deixar uma marca nele, exatamente como Diego fazia agora…? Era outra história. Era nessas horas que Matteo diria sim se Diego lhe pedisse. O fato era que se Diego tinha que se forçar a ser bonzinho para tratá-lo bem… Matteo não queria viver com alguém que no fundo fingia ser algo que não era. Não importava o motivo.
— Você está me escutando? — Matteo ouviu novamente uma voz suave ao pé de seu ouvido. Ele se sentiu arrepiar e desistiu de tentar raciocinar.
Matteo queria dizer que não fez de propósito. Ele queria ter respondido à mensagem e as ligações de Diego e mesmo que ele quisesse ter contado tudo o que tinha acontecido imediatamente, não teria conseguido, estava no meio de um interrogatório policial; não que a resposta para isso parecesse ser importante no momento, não para Diego. Ele voltou a beijar Matteo como se esse fosse o único objetivo de sua vida e todo o ar ou pensamentos fugiram para fora da cabeça de ambos.
Aquilo… aquilo era tão errado, bem no meio da rua onde qualquer um que passasse poderia vê-los… Matteo se remexeu e tentou falar, sentindo o ar abandonar seu corpo, desconfortável por outra razão. Bem, talvez ele tenha gemido baixinho, Matteo não saberia dizer, tentado se afastar de Diego só para ser puxado de volta contra sua vontade.
— Qual é o problema? — Diego disse entre suspiros e mordiscadas, a língua dele voltando para dentro da boca de Matteo, massageando a sua e se movendo daquela forma que Matteo mais gostava, o fazendo relaxar mais um pouco, apenas o suficiente para Diego abaixar o zíper das suas calças.
E de novo, ele não tinha o direito de escolha. Diego enfiou os dedos dentro de sua cueca, o fazendo arfar. Entretanto, esse foi o momento onde Matteo ouviu algo, um som estridente que o fez abrir os olhos e perceber o que estavam fazendo. Matteo então desviou a boca dos lábios de Diego, o empurrou pelos ombros e colocou as pernas no chão enquanto fechava o zíper das próprias calças, procurando pelo celular que tocava. Ele definitivamente deveria ter ido para casa em vez de ir até ali há duas quadras do centro comunitário onde crianças e adolescentes vinham em busca de ajuda.
Bem, costumes eram difíceis de serem quebrados.
Matteo enfim se abaixou, abriu o zíper da mochila e encontrou o maldito celular que estava no fundo de um bolso estreito.
— Matteo Rossi? Temos uma vaga para você. — Alguém falou imediatamente, mal lhe deixando atender a ligação.
Era Caren da agência de empregos, sua voz seca e mal-humorada podia ser reconhecida em qualquer lugar. Mal-educada e rude, soava aguda a seus ouvidos.
— Claro. Sobre o que seria?
— Cuidar de duas crianças durante o dia. Com horas extras e direitos trabalhistas.
Com toda certeza seria melhor do que o último emprego. Nisso Matteo podia confiar.
— Pra quando?
— Amanhã às 7h.
— Tudo bem. Devo usar uniforme?
— Não, apenas apareça no horário.
Assim, o telefone foi desligado na cara dele e Diego que estava a seu lado encostado na parede riu, o tocando no rosto e lhe beijando agora suavemente.
— Parece que nossa diversão acabou.
— Você não viu nada. Sabe o que aconteceu hoje? — Diego levantou as sobrancelhas e se inclinou em direção a Matteo, curioso, o que lhe deixou muito aliviado. Ele amava Diego, mas não estava no clima para beijo nenhum.
Matteo desceu do ônibus e parou em frente a um grupo de casas luxuosas, já estranhando o lugar. Ele segurou o celular com força e verificou o endereço que lhe mandaram. Sim, era ali, Rua dos pinheiros… eh… o que parecia estar certo, havia árvores tão altas que pareciam desaparecer entre as nuvens. Ele deu de ombros e andou pela calçada larga, sentindo como se entrasse em um mundo desconhecido ao ver que os tijolos no chão eram pintados de uma cor amarela num tom dourado e fosforescente, se estendendo sem fim por longos quilômetros que mais parecia sair de um conto de fadas conforme as fileiras de residências se perdiam ao horizonte e além.
Ele não podia evitar, se via deslumbrado por aquele lugar; eram os grandes portões que delimitavam as propriedades, as separando por muros ainda mais altos. Árvores gigantes e canteiros menores com flores em diferentes formatos e cores que bloqueavam a visão das outras casas ou do que havia dentro daqueles portões.
Ele continuou andando e parou em frente ao conjunto que tinha o número 17, onde mais um grande portão de ferro negro subia mais alto do que ele podia ver. Matteo não conseguia expressar como era estranho estar num lugar como aquele, o ambiente era tão quieto e a ausência de qualquer pessoa por ali fazia sua pele se arrepiar. E só para ter certeza, ele verificou mais uma vez se aquele era o endereço correto. Matteo coçou os cabelos, tentado a abrir mais uma vez o e-mail com os dados do contratante, porque aquilo só podia ser um engano; o que ele presenciava não podia ser chamado de casa. Agora que chegava bem perto dos portões, podia ver que era um conjunto de pequenas mansões bonitas e bem estruturadas. Cercas brancas, largos jardins, parques, piscinas, academias e tudo mais o que pudesse ser imaginado, além de seguranças que protegiam o perímetro ao redor da propriedade e nas áreas comuns a todos os moradores.
Parecia que ele de fato tinha entrado em uma realidade paralela, o que era estranho. Matteo sentia que ele não era alguém que aquelas pessoas contratariam para trabalhar ali, alguém sem faculdade, sem qualificações ou indicações profissionais adequadas. Mas já que Matteo estava ali… ele deu de ombros outra vez. Que mal tinha em tentar?
Ele andou até a frente do portão e apertou o interfone:
— Com licença, sou Matteo Rossi. Tenho uma reunião com Sofia Gray na casa 4.
— Sim, bom dia. A Senhorita Gray deixou um recado. — O porteiro solicito e educado, lhe disse. — Ela pede desculpas por não poder recebê-lo pessoalmente. Nós o encaminharemos até o local.
Restou a Matteo agradecer e esperar que os portões se abrissem.
Ele jurava que estava tentando manter a mente aberta, porém, a coisa mais esquisita aconteceu em seguida. Enquanto parte do portão deslizava para o lado, dois seguranças com o triplo do seu tamanho o olharam de cima a baixo e pararam em sua frente.
— Documentos. São regras do condomínio. — Matteo achou mais estranho ainda, mas tudo bem. Já que ele tinha embarcado nessa loucura, iria até o fim.
Ele abriu o zíper da mochila e entregou a eles sua carteira de habilitação. O mais alto e ruivo pegou o documento de suas mãos e tirou uma prancheta de dentro do posto da guarita, se aproximou, olhou para as informações que tinha e depois pareceu comparar com as informações do documento.
O mesmo guarda-costas escreveu alguma coisa no papel e entregou o documento e a prancheta para ele, dizendo: — Assine aqui. — Foi tudo o que o ruivo lhe disse antes de Matteo assinar rapidamente e o segurança conferir a assinatura. Quando as informações pareceram bater, o outro segurança que estava ao lado acenou e o guiou até um carro que o esperava em frente a outro portão menor.
Matteo se deixou ser encaminhado até o próximo portão e sentiu vontade de rir; primeiro, esse era algum tipo de prisão luxuosa? E em segundo, por que havia um carrinho de mini golfe ali? O mais interessante era que o carinho até vinha com um motorista particular.
Ainda achando graça, ele entrou no carro, colocou o cinto de segurança e se deparou com um garoto da idade dele, algo entre vinte e vinte e cinco anos, cabelos castanhos, olhos negros e um bonito sorriso largo.
— Primeira vez?
Ele acenou, tentando não demonstrar como tudo aquilo o incomodava e o divertia ao mesmo tempo.
— Não se preocupe, todo mundo fica meio assustado na primeira vez. Qual o seu nome?
— Matteo.
— É um prazer, Matteo. Você pode me chamar de Gabe. Vou te dar uma carona pelo tempo que você ficar por aqui.
— Por quê? Você acha que eu não vou ficar muito tempo?
— Ninguém fica. Não é nada pessoal. Você sabe como são essas pessoas.
— Como elas são?
— Acho que você vai descobrir, não vai?
Assim, quando ele menos percebeu, Gabe parou o carro em frente a casa de número 4.
Sorrindo todo charmoso com covinhas e dentes brancos, Gabe perguntou: — Eu posso? — E antes que Matteo pudesse responder, Gabe o ajudou a tirar o cinto de segurança, deu a volta no carro e estendeu a mão para ele.
Por um motivo que Matteo não compreendia, sentiu uma quentura subir por seu pescoço até encontrar suas maçãs do rosto, um sorriso se formando em seus lábios quando a mão de Gabe tocou na sua e mais envergonhado ainda, ele aceitou a ajuda oferecida.
Matteo desceu do carro e Gabe que estava perto dele o puxou suavemente por um momento, os deixando mais perto ainda, Matteo quase podendo sentir a respiração de Gabe contra seu rosto. Ele observou a forma que Gabe parecia querer se aproximar o resto da distância e pigarreou, enfim dando um passo para trás em direção a casa. Matteo encarou uma última vez os olhos negros de seu mais novo amigo que pareciam brilhar quase maliciosos ao encará-lo e viu o tal sorriso se alargar por algum motivo que Matteo não entendia.
— Não se esqueça, não leve para o lado pessoal. — Ele piscou para Matteo, todo charmoso e deu a volta no carro, entrando no lugar do motorista.
“Certo. Nada pessoal. Claro.” Matteo pensou consigo mesmo, vendo Gabe se afastar rapidamente pelas ruas do condomínio, arrancando para longe dali.
Ele se permitiu respirar fundo e encarou a casa de dois andares que era rodeada por um jardim tão extenso que não era possível ver nada além da natureza, alguns carros e mais árvores que cresciam altas com folhagens volumosas. Não restava para Matteo nada além de tentar ignorar a exuberância do lugar, dizendo a si próprio, não era nada demais; esse seria apenas mais um emprego onde ele ficaria alguns meses, faria um pouco de dinheiro e seguiria para o próximo trabalho até que tivesse dinheiro o suficiente para custear seus estudos. Apenas mais um dentre tantos outros.
Ele deu mais alguns passos em direção à porta e subiu os poucos degraus, esses feitos de um mármore branco e cinza, seguindo o resto do design da casa; tudo muito pálido e em tons pastéis, isso ficando claro até mesmo do lado de fora da casa. Em seguida, tocou a campainha antes que seus nervos falassem mais alto, restando a Matteo respirar fundo mais uma vez, tentando se acalmar. Ele arrumou suas roupas amassadas e segurou na alça da mochila passando a mão nos cabelos, tentando ajeitá-los no reflexo da tela do celular, o que se provou ser inútil. Não havia milagre naquele mundo que o faria se sentir adequado ou bem-vestido, assim, ele se forçou a esperar o mais paciente que alguém como ele poderia.
Não era nada demais, disse a si mesmo mais uma vez. Ele sempre ficava nervoso no primeiro dia e isso nem tinha a ver com os chefes insuportáveis ou abusivos que Matteo já teve o prazer de aturar, não, tudo isso estava impregnado em sua pele não importando para onde ele fosse. Fazia parte de sua condição psicológica.
Impaciente e vencido pela ansiedade, ele tocou novamente a campainha, apertando o botão mais forte do que pretendia no exato momento em que a porta se abriu bruscamente, revelando um homem alto de quase dois metros de altura, cabelos negros bagunçados e intensos olhos verdes que o fitavam com desinteresse. O homem parecia ter pulado para fora da cama, vestindo apenas calças de moletom cinza e mostrando… mostrando uma trilha de pelos que levava a um certo volume avantajado naquele lugar.
— Sim? — O homem murmurou rouco, seus olhos mal se abrindo e tão sério que Matteo pensou em dar meia volta e escapar daquela situação estranha.
Se sentindo pior ainda, como se alguém revirasse suas entranhas, Matteo manteve seus olhos acima dos ombros do homem seminu e conferiu o celular, verificando novamente o e-mail que a agência tinha enviado.
Casa 4. Empregadora - Sofia Grey.
— Posso falar com a senhora Sofia Grey ?
— Volte no próximo mês. Talvez no próximo ano, sim? Nunca pensei que ela gostasse dos mais novos… — O homem murmurou quietamente como se Matteo não devesse ter escutado, principalmente a última parte, distraído, nem parecendo se importar com a presença dele.
— Senhor…?
— Moore, Derek Moore. — Ele disse de má vontade, bocejando.
— Sr. Moore. — Matteo falou. Ele fez questão de ignorar o que aquele senhor insinuava. — Me avisaram sobre a vaga de cuidador infantil. A agência me enviou aqui.
— Ah.
Derek Moore não agiu como ele esperava. Não, o homem apenas levantou as sobrancelhas e o encarou pela primeira vez parecendo lhe analisar, o dissecando com seus analíticos e intensos olhos verdes, como se tentasse decidir se Matteo valia o seu tempo. O que fez Matteo se sentir ainda mais estranho, querendo se esconder e socar a cara daquele homem ao mesmo tempo.
— Você tem experiência com crianças? — Derek Moore lhe disse, mesmo que não fosse o que o homem pretendia falar. Isso estava nítido para Matteo.
— Cuido dos meus irmãos desde criança. Serve? — Quando Matteo viu que parecia desrespeitoso demais, completou: — O anúncio não exigia especificações.
— Me deixe ver.
Não parecia ter sido um pedido.
— Claro. — Ele deu de ombros, fingindo não se importar com aquele interrogatório todo.
Matteo entregou o celular para o Sr. Moore e se sentiu vitorioso quando o homem não achou nada de errado. Sr. Moore apenas pareceu ler, virou a cabeça para o lado e suspirou fundo, dizendo: — Típico dela.
— Se o senhor quiser posso ir embora. — Afinal, nenhum dinheiro era suficiente para passar aquele tipo de humilhação. Ou o que ainda estava por vir. Matteo nunca tinha certeza do que poderia acontecer.
— A culpa não é sua. Entre.
Sr. Moore deu espaço para que Matteo entrasse e assim a porta se fechou, dando início a algo que ele em hipótese alguma poderia ter previsto.
— A culpa não é sua. Entre.
Sr. Moore deu espaço para Matteo entrar e fechou a porta, logo em seguida caminhou para dentro da casa, o guiando pela câmara de entrada.
Matteo tentou seguir pelo cômodo na velocidade do homem, mas teve que parar por um momento. A primeira coisa que viu foi o branco em seu tom mais puro, vendo que conforme ele andava e seus olhos percorriam o saguão, o branco se misturava a outras tonalidades mais claras e neutras. Ele piscou, olhando ao redor e se perguntou o que mais iria encontrar naquele lugar. As paredes eram brancas e os móveis de uma cor clara, neve pálida, que contrastavam com os quadros bonitos no qual ele nunca poderia reconhecer seu real valor mesmo que o pagassem, decoravam tais paredes intercaladas por grandes janelas que iam até o chão em pontos estratégicos; tudo era tão imaculado, tão limpo e claro que ele teve medo de dar um passo à frente e sujar alguma coisa. Por isso, com o maior cuidado possível, Matteo pisou no tapete branquíssimo que se estendia por toda a entrada e andou o mais rápido que pôde tentando alcançar Sr. Moore que já lhe esperava na entrada para a sala de estar, parecendo impaciente.
E como todo o resto, o chão daquela casa também era de um granito branco que reluzia quase lhe cegando. Ele tinha mencionado a grande escada em caracol que levava ao andar de cima? Era lindo, algo saído de algum conto de fadas. Matteo podia muito bem imaginar uma princesa descendo por aqueles degraus claros e lustrados. Ele escutou um pigarro e enfim desviou o olhar da escada vendo que havia duas portas à direita e uma a esquerda, e o cômodo que ele pensava ser uma pequena sala de estar se abriu ampla mais à direita, bem iluminada pelas grandes janelas que também havia ali mostrando o jardim bem cuidado, com mais paredes brancas, sofás creme, uma mesinha de centro e uma televisão de setenta polegadas presa a parede.
Feito um idiota, ele continuou andando enquanto olhava para os lados e sem querer tropeçou no fim do tapete, parando no início da sala de estar. Já o Sr. Moore, tinha andado a passos confiantes pelo longo corredor, lhe esperando, parecendo a cada minuto mais impaciente agora parado no meio da sala.
— Entre. Por favor. — Sr. Moore lhe disse tão sério quanto antes.
Por algum motivo que Matteo não podia explicar, ele se sentia em conflito, embora… embora soubesse ser um tipo diferente de conflito. Era uma sensação engraçada no pé do estômago que fazia os pelos em sua nuca se arrepiarem, como se… podia parecer ridículo, mas ele sentia ter entrado em uma armadilha de forma que se pisasse em falso seria devorado. Ele admitia, tinha atração por um tipo específico de homem. Alto, forte e… decidido.
Bem, ele não sabia se “decidido” era a palavra certa, mas Matteo gostava de acreditar nisso. Ele não sabia, talvez fosse toda aquela pele à mostra, a forma que o homem seminu estava parado no meio do cômodo como se não tivesse nada a esconder, a forma que Sr. Moore parecia usar sua altura para exigir… exigir algo dele. Também era o jeito que aqueles olhos que brilhavam intensos pareciam o espreitar, contidos, atentos, tentando comunicar algo que Matteo se negava em compreender.
Também poderia ser aquele lugar gigante e deserto que lhe dava essa impressão de sufocamento, como se ele fosse minúsculo e a vastidão branca fosse engoli-lo naquela casa que parecia ser a perfeita prisão feita de ouro. Ou ainda pior, poderia ser algo inédito, algo que Matteo recusaria até o fim por puro senso de moral; ele odiava essa sensação que subia por sua coluna e lhe deixava mais confuso, pois, não era justo, ele estava irritado com o homem há menos de dez minutos e agora, bem… Matteo não podia esconder, era algo que vinha a ele naturalmente; essa sexualidade que tentava enterrar o máximo que pudesse e que era óbvio se ele pudesse comparar, era a semelhança na postura desse homem que o encarava dos pés à cabeça tão intensamente que lhe deixava desconfortável e ao mesmo tempo com vontade.
Mas tudo estava bem, Matteo podia admitir isso para si mesmo. O único motivo de hesitar tanto era a lembrança do que havia acontecido ontem, era exatamente por conhecer pessoas como esse homem, autoritário e confiante, como se fosse óbvio que os outros viviam para atender seus desejos, que ele tinha perdido o emprego. Matteo não queria que acontecesse a mesma coisa tão rápido. Ou que acontecesse algo pior.
Ah, por que ele não escutou sua intuição e foi embora quando pôde? Quer dizer… ninguém o obrigava a estar ali, certo? Sr. Moore apenas tinha segurado a porta, lhe dando passagem e andado para dentro da casa. Talvez um pouco com a cabeça empinada? Talvez se colocando mais ereto do que antes como se… como se estivesse estufando o peito? E só talvez… só talvez ele pudesse ver um brilho meio sinistro naqueles olhos que por algum motivo Matteo não conseguia desviar a atenção… Não, devia ser coisa da ansiedade que gostava de lhe pregar peças.
Matteo respirou fundo e fez o seu melhor para se convencer, ele fazia esse sacrifício apenas pelo dinheiro.
Inspirou profundamente, mais uma vez, e deixou o ar sair, dando o primeiro passo para dentro da sala. Depois deu mais um e parou na frente do Sr. Moore que o encarou por mais uns segundos, seu rosto ilegível, braços cruzados em frente ao peito, parado no meio do cômodo com as pernas afastadas. Era difícil impedir seus olhos de seguir a direção natural das coisas.
— Me siga.
Sem esperar por Matteo, Sr. Moore andou a passos largos em direção aos sofás na sala de estar e se sentou pesadamente contra uma das milhares de poltronas que enfeitavam o cômodo, o forçando a ir atrás dele.
— Não vou enrolar. Minha esposa viaja a maior parte do tempo e eu cuido das crianças. Sou pesquisador e não tenho tempo a perder. Elas têm uma rotina. Você deve acordá-la às sete em ponto, trocar elas, me ajudar com o café da manhã, levá-las para a escola, buscá-las, ajudá-las com o dever de casa, mantê-las entretidas até a hora de ir dormir e dar banho nelas no fim do dia. Durante o resto do tempo, eu não me importo com o que você faz. Se você fica aqui ou em outro lugar, não é da minha conta.
— Hmm… tudo bem? — Matteo disse meio confuso, a irritação voltando a subir por seus nervos. — O senhor vai estar presente em algum momento? Ou devo fazer alguma coisa a mais?
— E o que seria isso?
O homem finalmente sorriu para Matteo, mas era algo tão zombador e cínico que ele quase se levantou da cadeira para dar um soco nele.
— Olha, eu não sei o que você faz na casa das outras pessoas, mas aqui você vai fazer o que foi contratado para fazer. Cuidar das crianças e arrumar a bagunça que elas fizerem. Duzentos reais por dia é o suficiente?
— Duzentos reais? — Matteo disse, surpreso. Isso era o dobro do que ele esperava.
— Duzentos reais mais transporte e almoço. Você está livre para comer ou fazer o que quiser.
Sr. Moore deu mais um sorrisinho na direção de Matteo e se espreguiçou lentamente ao se levantar, Matteo observando cada movimento com mais atenção do que o necessário, ainda levemente confuso e se negando a corar. O pior era saber que ele era tão óbvio, não conseguindo evitar o constrangimento.
— Não se preocupe. Acontece com todo mundo. — Sr. Moore piscou para Matteo e enfim se afastou, mas não sem antes falar: — Subindo as escadas, estou no primeiro quarto à direita. As crianças devem ser acordadas em vinte minutos.
Matteo acenou meio zonzo e viu a silhueta dos ombros largos de seu mais novo chefe desaparecer escadas acima.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Espero que vocês tenham gostado, vou adorar receber um feedback sincero, mas sem pressão. Ficou confuso? Lento demais?
Obrigada por ler!
Oii, como vai? Mais um capítulo fresquinho. Completamente sem revisão, então relevem os erros.
Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX / CAPÍTULO XX / CAPÍTULO XXI / CAPÍTULO XXII
— Você tem estado muito suscetível a... sugestões. Sou eu ou é algo geral?
— Só você. Acho que... eu confio em você.
— Me sinto honrado. — Percy disse sem nenhuma ironia, o tom de voz baixo e aveludado dando lugar a algo mais normal. — Eu tinha medo que isso acontecesse. Nunca vou abusar da confiança que você me dá.
— Eu sei disso. Nunca duvidei disso.
— É por isso que tenho que falar algo com você.
Essa não. Será que ele estava encrencado?
Nico observou Percy se levantar e pegar uma caixa que estava no pé da cama, um pouco maior que uma caixa de sapatos.
— O que é isso?
— É a surpresa que eu queria te mostrar.
Nico tinha até medo de olhar. O que poderia ser tão importante que Percy sentiu a necessidade de esconder do resto da família? Hesitando, Nico se manteve quieto, encostado contra a cabeceira da cama e esperou Percy se aproximar mais uma vez, se sentando a seu lado.
— Estive pensando sobre o que você me disse, que eu não levo a sério o que você diz.
— Eu sei que você--
— Eu não terminei. — Percy nem mesmo faltou mais alto, porém seu tom de voz demandava obediência. E Nico já estava cansado de lutar contra seus instintos, então, Nico apenas se calou e prestou atenção em Percy.
O problema nisso era que Percy parecia culpado por alguma coisa, seu rosto se contorcendo numa careta. Nico continuou esperando, vendo Percy quase se remexendo de ansiedade. É claro, até Percy suspirar e olhar mais uma vez para ele, parecendo tão conformado quanto Nico.
— Eu não queria falar assim com você. — Percy enfim disse, tentando soar despreocupado.
— Eu não me importo. Se você me disser para fazer, eu vou. É algo natural pra mim, sabe?
— Nico. — Percy suspirou mais uma vez, parecendo cansado.
— Você poderia... apenas... fazer o que parece natural para você também? — Quando Percy levantou as sobrancelhas, parecendo descrente, Nico completou: — É só uma sugestão.
— Vou pensar sobre isso.
— Quer dizer, você sempre teve essa aura de...
— Autoritário?
— É mais, tipo, você espera ser obedecido. E está tudo bem?
— Isso é uma pergunta ou afirmação?
— Depende de você. — Nico acabou dando de ombros, tentando fingir a calmaria que ele não sentia no momento.
— Você quer me dizer que eu posso ser autoritário o quando eu quiser que você vai me obedecer? Sem questionar?
— Hm... provavelmente? — A resposta certa era “com toda a certa”, mas isso seria humilhação demais para uma pessoa só.
— Mesmo? Até quando você não concorda?
— Eu acho que sim. — Nico deu de ombros novamente e desviou a olhar para longe de Percy. Na maioria das vezes era o que acontecia de qualquer jeito; ele não queria e no fim, Percy estava certo. Se ele tivesse escutado Percy no passado, poderia ter evitado muitas coisas.
— Bebê. — Então, ele ouviu o tom de voz de Percy mudar, se tornando mais suave e aveludada.
Não era que ele tivesse uma vontade incontrolável de obedecer, era o conhecimento que ele seria muito bem recompensado se decidisse ser um bom garoto. E ele foi, imediatamente ao escutar aquela palavra. Percy o segurou pelo pescoço, o fazendo levantar a cabeça e o beijou, juntando suas línguas em um suspiro.
— Eu não quero que você se sinta preso ou que não tem alternativa. — Percy disse algum tempo depois, roçando os lábios junto aos seus.
— Eu não me sinto assim. Me sinto livre sabendo que você vai cuidar de mim.
— Você tem certeza?
— Eu confio em você.
— Tudo bem, então.
Percy se afastou de Nico o suficiente para olhar em seu rosto e sorriu, parecendo dessa vez estar contente, porém ainda o segurando pelo pescoço, possessivo e firme, ainda que sua voz permanecesse suave.
— É por isso que preciso te mostrar o que tem dentro dessa caixa.
Percy, então, o soltou e pegou a caixa mais uma vez, a colocando entre eles, no próprio colo. Percy a abriu, tirando o laço e a tampa, dando tempo de Nico examinar o conteúdo dentro dela.
— O... que é isso? — Sua voz saiu fraca e suas mãos tremeram, apoiadas no próprio colo.
Nico sabia perfeitamente o que aqueles objetos eram. Sabia exatamente o que eles significam, o problema é que seu cérebro se recusava a acreditar no que via. Por que logo agora? Depois de tanto tempo? Por isso permaneceu parado feito uma estátua, mal conseguindo respirar.
— Eu não te tratei como devia. Ignorei o que estava claro. — Percy disse, voltando a segurar em seu pescoço, o forçando a encará-lo. — Entendo por que você hesitou por tanto tempo, por que as vezes ainda hesita.
— Eu--
— Eu hesito pelo mesmo motivo. — Percy pareceu respirar fundo e tirou uma gargantilha de couro com pedras preciosas a enfeitando. — Quero que você saiba, estou comprometido e nunca mais vou fugir das minhas responsabilidades.
Nico achava que iria desmaiar. Percy estava o pedindo em casamento? Mais uma vez? Agora da forma que ele nunca esperava que fosse acontecer? Nico nem mesmo sabia o que dizer! Era obvio, não? Esperou esse por esse momento desde que colocou os olhos no garoto alto que parecia ter saído de um pornô clichê onde o cara mal iria fazer a mocinha se arrepender de andar sozinha pelas ruas desertas. Nada o preparou quando o momento enfim chegou, Percy segurou a gargantilha delicada entre os dedos, a levou a seu pescoço e a prendeu cuidadosamente, tento certeza que não estaria apertado demais.
Ele... ele não sabia... seria impressão sua ou... ah, não, Nico não estava enganado. Assim que a gargantilha se acomodou a sua pele, Percy envolveu o couro, colocando a mão ao redor de seu pescoço e tocou ao redor da gargantilha, massageando sua pele e admirando a joia. Entretanto, foi o olhar no rosto de Percy que roubou seu ar; Percy o olhava como se ele fosse... como se ele fosse--
— Meu. — Percy disse. — Agora você é meu.
Por que era tão difícil respirar? Por que Nico estava tremendo tanto?
— Eu...
— Eu sei. — Percy disse no tom mais condescendente que Nico já tinha ouvido, quase maldoso, quase zombador, mas ainda... suave, como se Percy falasse com alguém que fosse lento mentalmente. — Sem pressa. Eu mesmo nunca imaginei que iria fazer algo assim.
— Tão malvado. — Nico conseguiu balbuciar, Percy obviamente lhe dando tempo para absorver os fatos, ainda o segurando pelo pescoço, como se Nico fosse sua possessão e não um ser humano.
— Você não viu nada. Mas acho que ainda não estamos prontos para isso.
— Hmm... — Nico gemeu apenas em imaginar no que poderia acontecer. Será que ele já podia desmaiar? Seria muita humilhação?
Ele ouviu uma risadinha zombadora e então mãos estavam ao redor dele, massageando sua coluna e cabelos do jeito que ele mais gostava. No fim, Percy estava certo mais uma vez. Ele não estava pronto para nada disso. Se só uma coleira ao redor de seu pescoço o fez reagir assim, o que aconteceria quando... quando as coisas realmente acontecessem?
***
— Shhh... tudo bem. Eu não vou ser mal com você, hm?
— Mentiroso. — Sua voz falhou e Percy riu novamente, bem no pé de seu ouvido.
— Talvez um pouquinho. Eu sei que você gosta.
— Para!
Percy estava certo, como sempre. Por algum motivo, Nico se viu rindo, batendo no braço de Percy que apenas riu mais, se divertindo com sua dor.
— Tá bom. Parei. Agora, vamos o que é importante.
— Como o quê?
— Tem alguma coisa que eu devo saber? Limites fortes ou fracos? Algo que você não gosta de jeito nenhum?
— Oh. — Era uma boa pergunta.
Ele não tinha feito tantas coisas assim. Deixou alguns caras baterem em suas nádegas e algum bondage, mas tirando isso? Nada que fosse interessante. Quer dizer, teve aquela vez em que ele deixou que dois garotos usassem sua boca...
— Nico?
— Eu não sei. Nunca fiz nada muito diferente.
— Queria seria?
Agora Percy olhava pare ele parecendo que iria arrancar a verdade de Nico, ele querendo ou não.
— Hm... você sabe...
— Não. Eu não sei.
— Teve uma vez que uns garotos... que eu chupei uns garotos e... um cara usou o cinto em mim...
— E?
— Fui amarado também.
— Isso é tudo?
— Eu prometo.
Na época tinha sido bem aventuresco, entretanto, se ele analisasse a noite passada, ninguém o tinha feito gozar daquela forma e o fazer flutuar por tanto tempo. Talvez fosse algo mais psicológico do que físico.
— Bebê. — E de novo, aquele tom de voz condescendente que o deixava puto da vida e fazia seu estomago se encher de borboletas voltava. — O que aqueles garotos no banheiro iam fazer com você é muito interessante do que isso. Tem certeza?
— Quem você pensa que eu sou? Uma puta para deixar qualquer um me usar?
Não! O que ele tinha acabado de falar? Nico até tinha medo de encarar Percy, mas ele fez mesmo assim. Devagar, virou a cabeça em direção a Percy e viu um brilho estranho em seus olhos, um sorriso de canto um tanto cruel.
— Esse é o jeito de falar com seu dono?
Nico não entendeu o que acontecia até escutar o som estalado e agudo, então, veio a ardência que o fez gemer, um lado de sua bunda queimando com o impacto.
— Me-- me desculpa. — Nico murmurou, baixinho, parecendo perder as forças, ainda sentado no colo de Percy.
— Eu entendo. Mas um bom garoto não fala assim com as pessoas, hm?
Nico acenou e Percy beijou seu rosto, massageando a pele levemente avermelhada.
— Agora, sobre o que estávamos falando?
— Limites?
— Sim. Tem algum que eu deva saber?
— Nada nojento? Ou... líquido.
— Eu nunca faria isso. Você é o meu bebê e eu só quero o que for o melhor.
— E você?
— Hm. Acho que bondage, nada que impeça eu de me mover. E garoto desobedientes e malcriados
— E sobre... garotos arteiros? — Nico tinha que ter certeza.
— Com tanto que você saiba das consequências.
— Oh.
Será que ele iria querer desapontar Percy a esse ponto? E que tal só um pouquinho?
— Eu sei o que você está pensando. Pode parar agora. Você só tem que pedir, não importa o que seja.
— Eu sei. É mais divertido assim.
— É melhor você não me testar, sim?
— Tão malvado. — Nico sabia que ele tão pouco era alguém fácil de se lidar. Ele podia ser mimado e distante, perdido no próprio mundo, e também podia ser imprevisível, fugindo de qualquer coisa que ele não gostasse sem deixar qualquer rastro. — Eu vou me comportar.
— Bom garoto.
— E as outras coisas dentro da caixa?
— É um assunto para outra hora. Agora, nós vamos deitar e ter uma longa soneca. As provas estão chegando e precisamos estar descansados, hm?
Percy beijou seu rosto e o colocou contra os travesseiros, se deitando a seu lado em seguida. Percy estava certo, com tudo o que aconteceu Nico não tinha estudado tudo o que precisava, então, infelizmente algumas horas seriam gastas em frente a uma pilha de livros.
***
Nico bocejou e se encostou contra as almofadas, sentindo o sol de fim de tarde atingir seu rosto. Quando ele menos percebeu faltava uma semana para o início das provas do meio do ano. Agora, eles estavam no jardim perto da piscina, mesas e almofadas para todos os lados, embora Percy e os amigos não estivessem tão interessado no cronograma de estudos que ele tinha criado. Percy, Tyson, Luke e Grover estavam na piscina enquanto ele, Silena e Clarisse, ocupavam uma mesa, com Chris plantado ao lado de Clarisse feito um bobo apaixonado mesmo depois de tantos anos.
Se ele pudesse também estaria se divertindo, Nico podia pensar em várias coisas que gostaria de estar fazendo. Um exemplo disso, era a surpresa que ele tinha aguardado para Percy que ainda não tinha tido a oportunidade certa para fazer. Não que ele ainda precisasse surpreender Percy, porém, não seria legal se ele se esforçasse o tanto que Percy se esforçava?
Nico tinha que ser sincero. Não esperava que Percy fosse levar a sério essa coisa de dominador e submisso. A prova disso era a gargantilha em volta de seu pescoço e claro, o anel em seu dedo. Ele não podia deixar de tocar no pedaço de couro em sua pele, feito uma coleira, não o deixando esquecer dos últimos dias. Nada tinha realmente mudado, embora ele se sentisse diferente. Mais tranquilo de algum jeito. Seguro. Quer dizer, Percy agora não hesitava quando queria algo dele, o que era um ótimo desenvolvimento. A questão é que... as coisas eram quase como elas costumavam ser no passado, quando eles eram crianças e as coisas eram mais simples. Se ele ignorasse a ansiedade que costumava sentir e a falta de sexo, era como se tivessem evoluído o que eles já tinham. E ele gostava muito disso, lhe dava um conforto que gesto ou palavra alguma conseguiria.
— Nico, você está me ouvindo?
— Hm?
Era Clarisse, irritada com ele. Ela tinha os braços cruzados e revirava os olhos, impaciente.
— Se você vai fazer isso, é melhor você ir lá. Qual foi a última palavra que você leu?
Era uma boa pergunta.
— Desde quando você se tornou tão dependente dele? — Clarisse, insistiu, se levantando.
— Eu não sou dependente de ninguém. De onde você tirou isso?
— Você acha que engana alguém? Ele até te colocou numa coleira!
— Não sei do que você está falando. — Nico nem mesmo levantou a voz, e mesmo fosse verdade, ele estava feliz de finalmente ser encoleirado.
— Nico! Para de brincar com essa gargantilha e presta atenção!
Clarisse antou até ele, segurou em sua mão e o fez levantar junto com ela. E então, o empurou em direção a piscina.
— Vai lá. Não volte aqui até que você consiga se concentrar.
— Eu não s--
— O que está acontecendo aqui?
Bem que Nico tinha percebido o sol sumir. Era apenas Percy parado atras dele, fazendo sombra.
— Nico sente sua falta. Cuide disso.
Com isso, Clarisse se sentou nas almofadas mais uma vez e se encostou contra o peito de Cris que sorriu satisfeito, ambos voltando a seus livros.
Isso não era justo! Ele não tinha um peito firme para se encostar enquanto estudava.
Nico se virou em direção a Percy, prestar a dizer exatamente isso a ele, parando antes que pudesse continuar. Nico se lembrava do que aconteceu nas outras vezes que tinha levantado a voz para Percy, e se ele fizesse isso agora Percy também não se reprimiria.
Nico sorriu, engolindo a indignação e olhou para Percy, esquecendo por um momento a raiva. Percy ainda pingava da água da piscina, tinha os cabelos jogados para trás e vestia uma sunga tão justa que não escondia nada. Não que Percy estivesse tentando.
Ele abriu a boca, pensou melhor e disse:
— Você precisa usar algo tão pequeno?
Mas Percy já estava sorrindo, vindo o resto do caminho em sua direção. Ele abriu os braços e imediatamente Nico foi envolvido por ele, sendo puxado contra o peito de Percy e se molhando no processo. Isso também era injusto, nenhum garoto de dezessete anos deveria ser tão alto ou ter aqueles músculos.
— O que foi? Cansou de estudar? — Percy o levantou do chão, o fazendo enrolar as pernas em volta dele. E tudo o que Nico escutou foi “está na hora de ir para o quarto?”
— Percy! Você devia estar estudando comigo!
Oh, não! Nico pensou, mal tendo tempo de segurar nos ombros de Percy, sentindo o impacto que mesmo sobre o tecido dos shorts, o fez gemer.
— Eu sei, bebê. — Então, Percy o segurou pelo queixo e o fez encará-lo, o beijando suavemente, o fazendo esquecer que eles tinham uma plateia. — Nós estudamos bastante essa semana. Nunca estive mais preparado, hm? Que tal a gente descansar um pouco? Só nós dois?
Parecia uma pergunta, mas não era uma. No meio de assobios e gritos, Percy o levou para dentro da casa, subindo as escadas como se Nico não pesasse nada, o encarando bem de perto enquanto ia.
— Qual o problema?
Essa era a questão. Pela primeira vez em muito tempo Nico não tinha nenhuma preocupação que não fosse passar em suas provas. Então, ele não podia dizer que era um problema. Era a solução, de fato. Nico estava estranhando a facilidade que ele tinha em deixar tudo nas mãos de Percy e se manter em seu pequeno e perfeito mundo onde nada parecia ser capaz de afetá-lo se Percy quisesse assim.
— Não é nada. — Ele enfim disse quando chegaram no quarto e Percy o colocou sentado na ponta da cama, se ajoelhando no chão entre suas pernas. — Está tudo bem?
— É claro, bebê. Nunca estive melhor.
Isso era verdade. A cada dia que passava Percy tinha mais energia e vigor, e devagar, tomava conta de todas as decisões que se referia a ambos. Eles fariam uma viagem? Percy decidia para onde. O que eles comeriam de manhã? Geralmente seu prato estaria pronto antes dele ter que pedir. Quer dizer, era sempre o que Nico gostava e do jeito que ele mais gostava, cada decisão parecendo ser algo que Nico escolheria por si mesmo se tivesse a chance. Às vezes, era até melhor. Sinceramente? Era um fardo que ele com muita alegria estava feliz de se livrar. Entretanto, ele não queria que isso se tornasse um peso para Percy, algo que ele fazia por obrigação.
— Está tudo bem mesmo? Suas notas melhoraram?
Isso pareceu fazer Percy parar por um momento, o observando mais de perto. Percy não tentou sorrir, ele o segurou pela nuca e o abraçou apertado, fazendo algo em seu peito se aquietar.
— É sobre a nossa relação? Está sendo muito?
— Não, eu gosto. — Nico negou, o abraçando de volta tão forte quanto Percy havia o abraçado. — Eu me preocupo com você.
— Bem, não esquente essa sua cabecinha, mm? Está tudo sob controle.
— Tem certeza?
Percy beijou seu pescoço e disse:
— Contanto que você permita, vou cuidar de tudo.
— Você me trata tão bem. Ninguém fez tanto por mim quanto você faz.
— Acho bom. Espero que ninguém faça ou teremos um problema.
Nico queria rir. Ele também esperava que ninguém fizesse, porque se esse fosse o caso, signifaria que eles não estariam mais juntos. Ao invés de responder, Nico preferiu deixar que Percy decidisse os proximos passos; se seria sexo, um longo banho ou uma soneca no meio do dia, não importava para Nico. Se eles estivessem juntos, era o suficiente para ele.
***
No fim, eles tinham decidido por um banho na jacuzzi, um longo e relaxante banho onde Percy tinha massageado suas costas e feito a tensão que ele nem sabia que tinha, desaparecer como num passo de mágica. Percy estava sendo tão bom para ele que Nico finalmente havia achado a oportunidade perfeita para colocar seu plano em ação.
Ele deixou que Percy o secasse dos pés à cabeça, como em qualquer dia, o carregasse até a cama e o beijasse antes de Percy se levantar e ir colocar as toalhas no cesto de roupas sujas. Nico aproveitou esse momento para pegar o pacote dentro do fundo de uma gaveta e entrou no closet, uma porta que ficava perto do guarda-roupa e que eles raramente usam. Felizmente, ele finalmente teria um uso.
Rasgando a embalagem, Nico tirou as duas peças e as seguros entre os dedos, percebendo que talvez tenha comprado em um tamanho menor do que tinha planejado. O tecido era uma de seda deliciada e de cor rosa clarinha, parecendo ser tirada de um tule, porém bonita e feminina. Ele achava que Percy iria gostar, seria um contraste interessante contra sua pele. Bem, Nico não sabia até experimentar. Então, pegando a tanga, colocou os pés nos espaços certos e vestiu a parte de cima, sentindo a seda deslizar por sua pele.
Agora Nico sabia por que as mulheres gostam tanto desse tipo de lingerie, o tecido era tão macio e fino... era como se ele nem estivesse usando nada, mas, mesmo assim, estivesse sendo acariciado.
— Nico? Onde você está? — Ele escutou Percy o chamando.
Era agora ou não, certo?
Nico nem mesmo pegou um roupão antes de abrir a porta do closet. Ele apenas arrumou a canga e caminhou para dentro do quarto, parando perto do batente da porta. Ele se sentiu um pouco ridículo com aquela roupa cheia de fru-fru? Sim. Porém, tudo valeu a pena no exato momento em que encontrou Percy no meio do cômodo, vendo a expressão no rosto de Percy ir de confuso para chocado e então, o puro prazer.
Ele andou o resto do caminho e parou em frente a Percy, decidido a ser o melhor dos submissos. Ele abaixou levemente a cabeça, mostrando respeito e colocou as mãos trás das costas, permitindo que Percy visse sua frente.
— Tão bonito. Tudo isso é pra mim? — Percy disse mais sério do que Nico esperava. Sua voz soando mais firme e grave, ainda sem tocar nele.
— Eu queria fazer uma surpresa. Você gostou?
Nico esperou pacientemente, segurando o folego. Isso era porque Percy não gostava de ser surpreendido. Eles nunca tinham conversado sobre essas coisas, mas no fundo Nico sabia que isso era verdade. Se Percy fosse surpreendido, quer dizer que ele não tinha o controle do que acontecia. Mas ainda assim, Nico queria ver a reação de Percy, talvez assim Percy não fosse tão cuidadoso com ele. Não o entendam mal, ele amava cada dia que passava ao lado de Percy, mas a... excitação não acontecia com tanta frequência como ele gostaria. Talvez isso fosse o que eles precisavam.
— Meu bebê está tentando me provocar, é isso?
— Está dando certo?
Nico espiou entre os cílios e viu um brilho estranhos nos olhos de Percy.
Nesses momentos as feições de Percy se transformavam completamente. De calmo ele se tornava sério e... e algo mais que era difícil definir. As vezes era brincalhão, e outras, maldoso, como se Percy se divertisse com sua angústia. Percy nunca perdia a calma, entretanto, era como se algo além disso viesse a superfície, algo que Percy escondia e que apenas se manifestava se provocado.
— Você quer descobrir?
Bem, Nico teria respondido se pudesse, se tivesse sido uma pergunta. Era mais um aviso, um comunicado do que estava prestes a acontecer.
Ainda segurando o folego, Nico continuou a observar Percy, como ele parecia estar se preparando para fazer algo... tinha sido um erro? Quem ele devia ter avisado e-- Percy então se moveu. Apenas um passo para a frente e suas mãos quentes estavam sobre Nico, no pescoço, puxando sua cabeça para trás e em sua cintura, o mantendo no lugar. O que tinha sido uma boa ideia. Sem nenhuma roupa para cobri-lo, as sensações pareciam mais intensas, o fazendo estremecer dos pés à cabeça.
— Nós não conversamos sobre isso. Você sabe o que uma palavra de segurança é?
— Oh. — Ele sabia! Finalmente! Nico sabia e tinha esperado por esse momento. O problema era que ele se encontrava com dificuldade para falar. Então, acenou, se sentindo preso pelos olhos de Percy que o fitavam, intensos.
— Use suas palavras, bebê. — Nico sabia que o apelido devia suavizar o momento, mas ele só se sentia mais tenso, se preparando para o que estava prestes a acontecer.
— Eu-- eu tenho. Torta?
— Você tem certeza? — E agora tinha um certo tom de humor da voz de Percy, suas covinhas aparecendo.
— Na verdade, não. Sei como funciona, mas nunca usei uma antes.
— Nunca? — Percy franziu a testa, parecendo nada contente. — Isso é muito irresponsável.
— Eu sei, mas…
— Me diga.
— Eu não consigo falar muito, sabe? Durante.
Isso pareceu acender uma luz no rosto de Percy.
— Vamos manter isso em mente. Agora, deixa eu ver... quem comprou isso pra você? — Mas Percy estava sorrindo, deslizando as mãos por seu corpo. Ombros, costas, cintura, andando em volta dele e tocando em todos os lugares até chegar em sua bunda, acariciando suas nádegas e escorregando um dos dedos pelo fio da tanga em direção a sua entrada.
— Ah!
— Não era isso o que você queria? Eu devia usar o meu presente? Hmm?
E de novo, parecia uma pergunta, mas não era uma. Nico permaneceu como estava, com as mãos atrás das costas, e apenas se moveu quando Percy o segurou pelo braço, o guiando para a cama.
— Onde foi que você aprendeu essa posição, bebê? — Percy disse enquanto eles iam em direção a cama.
— Eu vi em um vídeo…
— Você sabe o que isso significa?
Nico acenou, envergonhado demais para dizer.
— Eu quero ouvir.
— Servidão e obediência.
— É isso mesmo. — Percy disse, satisfeito. — Não precisa se apressar, tudo vai acontecer na hora certa. Quero que você relaxe, tudo bem?
Foi o que Nico fez. Deixou que Percy o colocasse sentado na ponta da cama e quando enfim Percy se aproximou, ele fechou os olhos e gemeu, sentindo seu corpo reagir livremente.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Obrigada por ler. Nos vemos na proxima!
Oii, como vai? Temos um novo capítulo. Espero que vocês gostem. Sem revisão.
Não sei se já falei sobre isso aqui. O tema da história, o relacionamento D/s, acho que não é algo tão comum, ou pelo menos não da forma que eu abordo o assunto. Quero conversar sobre maturidade, sabe? Sinceramente espero que ninguém menor de 18 anos esteja lendo essa história, e se tiver, tenha bom senso, ok? Não vou dizer que você não possa ler, apenas... não tente isso em casa! Especialmente com quem você mal conhece e possa abusar de você.
Sei que não é o caso de todo mundo, mas tem algumas pessoas que usam a comunidade BDSM para se aproveitar da inocência de outras pessoas. No fim, é sobre o poder que uma pessoa pode ter sobre a outra, no caso, um submisso colocar tanta confiança em outra pessoa e acabar em perigo por causa disso.
Enfim, eu só queria lembrar que nem todo mundo merece ter a sua confiança. Por exemplo, na história, Percy e Nico se conhecem há quase dez anos. Entende? Se lembrem de sempre serem sanos e seguros, ok?
Boa leitura!
Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX / CAPÍTULO XX / CAPÍTULO XXI / CAPÍTULO XXII
Percy se sentia como se fosse um criminoso. Ele tinha plena consciência que não devia ter ido ver Apolo e Vanessa sem a permissão de seus pais, afinal, tecnicamente, ele ainda tinha 17 anos e só seria considerado maior de idade dali há dois meses. Sua única opção foi se esgueirar pela casa. Ele se escondeu na entrada de empregados e só se moveu quando não viu ninguém por perto, passou pela cozinha e então correu escadas acima, ouvindo a voz de sua mãe e a de Nico na sala de estar. Era uma pena. Se Nico ainda estivesse dormindo, ele poderia enfim fazer o que tinha que fazer antes que sua mãe o convencesse do contrário.
Sinceramente? Sally estava certa. Eles não deviam mexer com certas coisas, principalmente porque eram jovens demais e porque, de acordo com a lei, eles não seriam responsáveis no caso de algo dar errado. Mas... se Nico já praticou esse tipo de dinâmica com outras pessoas e ele também já estava mergulhado até o pescoço nesse meio, qual era o problema de apressar as coisas? Só um pouquinho? Seria apenas o suficiente para tranquilizar Nico que estava determinado a deixá-lo louco.
De verdade, Percy não tinha escolha. Era o pior tipo de sentimento ver Nico implorando atenção como ele o estivesse ignorando de proposito; e se era o que Nico queria, pelo menos Percy faria da forma certa. Quer dizer, ele já tinha dado um diário para Nico e eles tinham também tinham as palavras de segurança, mesmo que Nico não tivesse notado o que elas realmente eram. Então, talvez, fosse a melhor alternativa. Assim, eles poderiam enfim esclarecer as coisas de uma vez por todas.
Se dando por vencido, Percy andou até seu quarto, colocou a caixa em cima da cama e saiu do quarto rapidamente. Ele não queria que Nico pensasse que ele tinha o abandonado bem no momento que eles tinham se reconciliado, por sua causa, é claro; mas como ele poderia simplesmente dar o que Nico queria quando Percy sabia da responsabilidade de dominar alguém? Na maioria das vezes não seria apenas obediência e diversão. Era a expectativa por trás da palavra, do que realmente significa dominar a vida de alguém. O cuidado, a preocupação, se certificar que Nico estaria seguro e contente mesmo no meio da dor e da frustração, a real responsabilidade de ter a completa entrega e confiança de alguém a ponto de Nico levar cada palavra ou ordem sua ao pé da letra. E pelo que ele tinha visto, alguns submissos esperavam que o dominador tomasse todas as decisões por ele, e nisso, Percy não sabia se seria capaz de consentir. Esse era o real motivo dele hesitar tanto, quem dera fosse somente as fantasias de Nico, a expectativa sempre seria mais pesada do que qualquer coisa que eles pudessem praticar.
— Percy? Pensei ter te visto entrar. Acho que precisamos ter uma conversa.
O pior que ele temia aconteceu, alguém realmente tinha o pegado desprevenido. Era sua mãe, furiosa e com os braços cruzados. Percy nem teve tempo de descer as escadas, mas pelo menos ele tinha fechado a porta do quarto, a impedindo de ver o logo na embalagem da caixa.
— Olha, não é o que você pensa.
— Eu sei de tudo. Nico me contou.
— Tudo? O que seria esse tudo?
— Não tente me enganar.
Percy parou por um momento, se dando conta que a mãe estava blefando. Se ela soubesse de alguma coisa, Sally já estaria esbravejando de uma forma bem mais especifica. No máximo, ela devia ter visto algo nos ombros ou no pescoço de Nico. Mas... será que ele devia esconder essas coisas de sua mãe? Sempre era melhor ter um plano reserva caso ele fizesse besteira.
— Tudo bem. A gente fez sexo, satisfeita? — Percy levantou a mão antes que Sally pudesse continuar, vendo o rosto dela se aprofundar na fúria, feito uma mãe leoa defendendo seu filhote. — Sei que prometi, eu tentei fazer do seu jeito e olha o que aconteceu! Nico pensou que eu não queria ficar com ele. Descobri que ele...
— Ele o quê?
— Você sabe...
— Não, eu não sei.
— Nico acha que estou rejeitando ele se eu não... tocar nele.
— Oh. — Sally suspirou e se escorou na parede, parecendo derrotada.
— Vou fazer as coisas do jeito certo dessa vez.
— Percy, o que você está dizendo? O Nico não é assim. Ele é bondoso e calmo e...
— Super obediente? Gosta de agradar a todo mundo ao redor dele?
— Percy, eu te proíbo de--
— Ele é um submisso, mãe. O que você quer que eu faça? Por que você acha que eu me afastei de dele? É isso o que você quer?
— Eu decido o que acontece nessa casa e isso não vai acontecer.
— Já é tarde demais, você não vê? Não fui eu quem começou com isso.
— O quê?
— É isso mesmo. Nico andou se divertindo sem mim na Itália. E se eu encontrei um lugar e fui acolhido, tenho certeza que ele também vai encontrar.
Isso enfim pois um fim na discussão. Sally parecia arrasada a um ponto que Percy não tinha visto antes, nem mesmo quando ela descobriu que Percy tinha tendencias suicidas.
— O que pode ter acontecido para Nico querer essas coisas? Ele deve ter aprendido com alguém.
Era uma boa pergunta. Para um garotinho que evitava sequer a menção de sexo para se tonar um submisso era um grande passo.
— Talvez o que ele contou sobre o Hades seja pior do que a gente pensou?
— Percy! Eu não quero pensar nessa possibilidade. — Sally levou a mão ao rosto, se negando a acreditar que Hades seria capaz de abusar sexualmente de um garotinho tão indefeso. Quando ela voltou a encarar Percy, Sally tinha um brilho estranho no olhar. — Parece que a gente tem mais trabalho pela frente.
— Mãe, não! Nico não falou nada sobre isso. Não quero que ele se sinta pressionado.
— Querido, é claro que ele não falou sobre isso. Você falaria? É o que abusadores fazem. Eles manipulam pessoas mais frágeis do que eles e as fazem crer que ninguém vai acreditar nelas. Nico precisa de um empurrãozinho na direção certa.
— Eu não sei. Vamos falar com ele, se for o caso--
— Deixa comigo. Hades Di Ângelo não sabe com quem se meteu!
***
A vida de Percy era uma grande bola de cansaço, pois era assim que ele se sentia. Uma coisa pequena que parecia ser sem importância, de uma hora para a outra, crescia e crescia, e quando ele menos percebeu, os pequenos sinais de perigo se tornaram um vendaval de problemas. Ele não estava reclamando, era melhor saber o que acontecia do que ser pego de surpresa mais tarde. O primeiro deles era sua mãe sempre se metendo no que ela não devia. Eles desceram as escadas e imediatamente ele soube; assim que chegaram no andar de baixo, viu Sally endireitar a coluna, como se ela estivesse se preparando para ir a guerra.
Por sorte, as três pessoas presentes não haviam reparado na presença deles. Nico estava sentado em frente a mesa de refeições, parecendo irritado com algo que Tyson falava para ele, enquanto Grover apenas ria estirado na cadeira onde se sentava. Então, antes que algo pudesse acontecer, Percy segurou no ombro dela, sorriu e se abaixou na direção da mãe, sussurrando:
— Mãe, a gente conversou sobre isso.
— Eu preciso--
— Não, eu vou falar com ele quando for a hora certa.
— Per--
— Me prometa. Estou falando sério.
— Perseu Jackson!
Isso enfim chamou a atenção de Nico. Ele ignorou o olhar fulminante da mãe sobre ele e seguiu em direção a Nico. Sally podia ficar irritada o quanto quisesse, mas hoje não era o dia certo de discutir essas coisas; hoje, ele iria colocar Nico numa coleira bonita e fazer as coisas da forma certa.
Isso é, ele faria isso se Nico permitisse. Porque esse era seu segundo problema do dia. Era até engraçado se Percy fosse sincero consigo mesmo, Nico olhou em sua direção por um breve momento e simples assim, o ignorou, olhando para a prato em frente a ele, movendo a comida com a garfo de um lado para o outro.
— Parece que alguém não teve uma noite muito boa. — Tyson continuou, mastigando enquanto falava. Era um tanto nojento. O que Percy podia fazer? Quando o irmão estava com esse tipo de humor nada podia impedi-lo. A não ser quando Nico estava com um humor ainda pior.
Em câmera lenta, ele viu Nico pegar um pãozinho ainda quente, o olhar por um momento e, então, Nico jogou o pão na cara de Tyson, acabando com o riso de Tyson, mas arrancando gargalhas de Grover que quase caiu para trás de tanto que ria.
— Agora, quem é que não está tendo um dia bom? Hm? — Um sorrisinho vitorioso apareceu no rosto de Nico e na maior demonstração de infantilidade, Tyson mostrou a língua para ele, pegando o pãozinho que havia caído em seu prato, dando uma grande mordida nele.
— Comida arremessada é ainda mais gostosa. Vamos ver quem ganha?
Era claro que imaturidade tinha ganhado essa rodada. Percy não viu outra alternativa a não ser bancar o adulto. Bem na hora que Nico se preparava para lançar outro pedaço de pão, Percy parou ao lado de Nico e tocou em sua nuca. Ele sequer o segurou, apenas colocou a mão sobre o pescoço de Nico. O efeito foi imediato. Nico parou com a mão levantada e olhou para cima, em seu rosto uma expressão de garoto arteiro.
— Se comporte.
Essas palavras pareceram ter um efeito ainda mais potente. Devagar, Nico abaixou o braço, colocou o pão no próprio braço e olhou para baixo, todo encabulado. Percy nem havia o repreendido ou dito para ele parar, mas foi como se ele tivesse feito. Era... intoxicante. Se ele desse qualquer outra ordem a Nico, ele acataria?
— Coma. — Percy disse e esperou para ver o que aconteceria.
Por um momento, ninguém se moveu. Nico continuou todo encolhido contra o assento da cadeira, se remexendo inconfortável. Nem mesmo o barulho dos saltos de sua mãe se aproximando pareceu despertar Nico de sua vergonha. Nico permaneceu assim por mais uns momentos e enfim voltou a segurar no garfo, dessa vez cortando um pedaço da panqueca e a levando aos lábios, parecendo que iria cair no choro a qualquer momento.
— Bom garoto. — Percy disse mais uma vez, testando para ver o que Nico faria.
Ele acariciou os cabelos ali e sentiu Nico imediatamente relaxar, mastigando devagar sobre seu olhar atento e corar discretamente. A real pergunta era se as coisas sempre tinham sido assim ou era algo novo.
Percy olhou para sua família que agora parecia tão comportada quanto Nico e viu que ninguém tinha estranhado a cena. Era verdade que ele por vezes tinha que apartar discussões assim, sem importância, mas Nico sempre reagiu a ele dessa forma? Percy odiava o que seu cérebro fazia com ele, apagando esses tipos de informação e depois o fazendo questionar se era real ou apenas sua imaginação fértil.
— Onde você... — Nico começou a dizer, ainda olhando para o próprio prato. — Você não estava na cama quando eu acordei... alguma coisa aconteceu?
— Eu tive que sair bem rápido. É uma surpresa.
— Surpresa? Eu vou gostar disso? — Mas o que Percy escutou foi “vai ser divertido?”
— Eu garanto que sim.
— Eu só... não gosto de acordar sozinho.
Hm. Percy entendia, realmente entendia. Mas já que Nico queria ir nesse caminho, Percy tinha a obrigação de ser responsável.
— Isso não vai se repetir. Tive um bom motivo.
— Que seria...?
— Você vai descobrir. Logo.
Percy tinha falado com um tom de finalidade que geralmente ele não gostava de usar. Quer dizer, ele era o dominante ali, não? Então, ele iria agir como um. E Nico parecia ter noção disso mesmo que eles não tivessem tido uma conversa séria e definitiva. Porque Nico olhou para ele com curiosidade e ao invés de discutir, ele fez um biquinho manhoso e voltou a comer, dando uma garfada nos ovos mexidos.
— Você quer? — Nico deu mais uma garfada e ofereceu a Percy, que aceitou apenas para ver um sorriso aparecer no rosto de Nico.
Bem, o que ele poderia fazer? Percy puxou uma cadeira para perto e deixou Nico o alimentar em intervalos onde as coisas voltaram ao normal, sua família voltou a conversar e Nico se manteve quieto aceitando tudo o que Percy colocasse em seu prato.
***
Nico pegou sua bolsa do chão e aceitou quando Percy ofereceu a mão para ele, ouvindo o sinal tocar. Era sexta-feira e geralmente esse era o dia que Nico mais gostava, um dia que tinha poucas aulas e o fim de semana inteiro para descansar. Ou era o que costumava acontecer. Desde que ele tinha voltado todos os dias eram cheios de altos e baixos, pequenos momentos em que Nico guardava com carinho esperando que eles durassem pelo resto de sua vida. Ele só... só não esperava que depois de tantos desentendimentos as coisas se tornariam tão fáceis. Imprevisíveis? Sim. Mas nunca forçadas, mesmo quando acontecia algo que fazia sua cabeça girar.
Felizmente, esse era um dos momentos bons. Desde que tinha acordado naquela manhã sua cabeça estava... vazia. Ele não conseguia se preocupar sua problemas, como provas que se aproximavam ou com Annabeth que continuava os rondando. Nem mesmo quando Percy o repreendeu no café da manhã. As coisas apenas pareciam estar no lugar certo novamente, como se ele nunca tivesse ido embora, entretanto, elas pareciam estar melhores ainda, sentindo que eles tinham dado um passo importante em direção ao futuro que ele sempre sonhou.
— Bebê? Tudo bem?
— Hm. Só estou cansado.
— A gente tá quase chegando.
— Ta bom.
Eles estavam mesmo. Nico mal tinha percebido o momento em que haviam entrado no carro de Percy, não se lembrava de ter colocado o sinto ou quando eles tinham chegado no bairro com eles moravam. Ele olhava para fora da janela, sem registrar nada, deixando sua mente viajar, vazia, se sentindo tão calmo como nunca antes. Tinha sido o sexo da noite passada? Ou era apenas a presença de Percy? E de onde vinha essa paz de espírito toda?
Isso não importava, ele saiu do carro quando Percy abriu a porta para ele, aceitou a mão que Percy mais uma vez lhe oferecia e subiu as escadas enquanto Percy o guiava. Hm... talvez fosse isso. Sempre tinha sido isso, não? A ausência de deveres e obrigações? Não sempre e nem de tudo, só um pouquinho. Estava tudo bem se ele se permitisse não tomar nenhuma decisão por algumas horas, certo?
— Lindo. Levanta a perna.
— Oh.
Ele fez, levantou uma perna e depois a outra, permitindo que Percy tirasse seus tênis, meias e calça.
— Os braços.
Nico os levantou também, Percy trocando sua camisa por uma camiseta confortável.
— Melhor? Um pouco de água?
Nico não hesitou, pegou o copo de água da mão de Percy e a tomou em um folego só, se sentindo bem imediatamente.
Será que tinha acontecido algo durante o dia para ele estar se sentindo assim?
— Bom garoto. — Percy disse e beijou seu rosto, o segurando pela nuca, praticamente o embalando em seu colo.
Algo acendeu em seu cérebro, prazer irradiando por seu corpo sem motivo nenhum.
Oh, então era isso? Devia ser esse o motivo dele estar se sentindo tão leve e contente. Não devia ser algo normal se sentir assim durante tanto tempo, certo? Quer dizer, ele tinha acordado de mal humor, mas logo aquele sentimento de estar fazendo a coisa certa e estar no lugar certo o preencheu, o fazendo esquecer que devia estar bravo com Percy.
— Eu... não fala assim comigo.
— Assim como?
— Assim... com essa voz... me tocando dessa forma...
— Eu sempre fiz isso. O que mudou agora?
— Eu... — Mas Nico já começava a não se importar se Percy fazia isso de proposito. Era normal ouvir a voz de alguém e imediatamente sentir todas essas coisas?
Nico ouviu Percy rir e um arrepio percorreu sua coluna. Era um baixo e grave ao pé do seu ouvido, o fazendo perceber que Percy, de fato, estava fazendo isso de proposito. Talvez ele tivesse gemido e se agarrado ao pescoço de Percy, Percy mordiscando seu ombro, subindo até encontrar mais uma vez o lóbulo de seu ouvido.
— Tudo bem, eu admito. — Percy murmurou. — Você tem estado muito suscetível a... sugestões. Sou eu ou é algo geral?
— Só você. — Nico se pegou dizendo, vendo que era a verdade. — Acho que... eu confio em você.
— Me sinto honrado. — Percy disse sem nenhuma ironia, o tom de voz baixo e aveludado dando lugar a algo mais normal. — Eu tinha medo que isso acontecesse. Nunca vou abusar da confiança que você me dá.
— Eu sei disso. Nunca duvidei disso.
— É por isso que tenho que falar algo com você.
Esse não. Será que ele estava encrencado?
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Espero que tenha sido divertido e desculpa pelo texto no inicio, como escritora o minimo que posso fazer é informar. Me lembro como foi descobrir esse mundo, e nem sempre é o que as pessoas te fazem acreditar. Essa história deve ser usada meramente como intertenimento e não uma verdade absoluta.
Até a proxima!
Oii, como vai? Hoje teremos o capítulo completo! Talvez um pouco grande, mas eu espero que vocês gostem^^ Juntei a parte do post anterior e a outra parte é inédita, porém sem revisão. Esse capítulo foi uma improvisação, mas achei que o Percy não poderia ser um dom experiente do dia para a noite, certo?
Boa leitura.
Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX / CAPÍTULO XX / CAPÍTULO XXI
— Bom garoto. Tão obediente. — Nico fechou os olhos bem apertado e se negou a responder, sentindo seu corpo balançar com o efeito do orgasmo.
Não que ele fosse capaz no momento. Não, Nico acha que nunca tinha gozado com tanta força em sua vida, e ouvir Percy falar assim com ele, o fazia estremecer ainda mais. Nico achava que nem o próprio Percy sabia o que essas palavras faziam com ele, o tom de voz aveludado e agora o toque suave que o acalentava depois de algo tão intenso. Não era apenas isso, era a forma como Percy falava com ele, como se Percy realmente estivesse orgulhoso; era a forma que Percy olhava para ele, o analisando friamente dos pés à cabeça e, ao mesmo tempo, com aquela fome no olhar que o fazia querer obedecer a cada ordem. Ele não conseguia lidar com isso, então, era melhor apenas se sentir grato por esse momento estar acontecendo.
— E, então? — Nico ouviu Percy dizer, o sentindo tocá-lo e massagear seus braços, chegando em seu pulso para enfim abrir a algema. Engraçado, para quem tinha medo de ser preso, ele nem hesitou quando Percy sugeriu.
— Então, o quê? — Nico murmurou, ainda ligeiramente desorientado. Ele nem mesmo conseguiu levantar os braços, permitindo que Percy continuasse a massagear a pele avermelhada.
— Foi bom ou ruim?
— Hmm?
— Você gostou do que eu fiz?
Não era obvio?
— Eu gozei duas vezes.
— Não quer dizer que você tenha gostado.
— E você, gostou? — Nico rebateu, tentando se mover, o que apenas o fez cair para trás feito uma jaca podre.
Quando Percy não respondeu, Nico olhou para ele. Era bem claro o que acontecia, Percy e seu complexo de mártir. A verdade é que ele tinha gostado, ambos tinham, e isso parecia ser um problema para Percy.
— Eu gostei, tá bom? Quer dizer, seu queixo ainda está molhado.
Para provar a evidência do crime, Nico se esticou todo, gemendo de dor em seus músculos e passou os dedos no rosto de Percy, mostrando o líquido a Percy.
— É, eu acho que sim. — Mas Percy ainda tinha aquela expressão analítica, quase rígida demais, como se estivesse se preparando para dar a próxima ordem, o que se tornou verdade no final. — Fique aqui.
— Para onde eu iria?
— Com você eu nunca sei. Só não… fuja. Tudo bem?
— Eu disse que não vou fazer isso de novo. Até quando você vai me culpar por isso?
— Eu sinto muito. — Percy tentou sorrir, e quando isso não funcionou, ele deu as costas a Nico, que caiu mais uma vez nos travesseiros.
Parecia que Nico não era o único traumatizado pelo passado. O que ele podia fazer? Essa era a história deles, às vezes feliz, outras, problemáticas. Nico não trocaria o que viveram por nada nesse mundo. Onde ele estaria se não tivesse conhecido Percy em um banheiro público de escola? O que ele teria feito se Percy fosse igual aqueles garotos? Pelo menos, eles não estariam nesse impasse. Será que se… que se ele forçasse as coisas só um pouquinho, Percy veria que não havia motivo para tanta culpa? Afinal, Percy sempre gostou da verdade e de coisas bonitas…
— Nico.
Se assustando, Nico viu o rosto de Percy perto demais e segurou nos ombros de Percy, o afastando.
— No que você anda pensando, hmm? Conheço bem essa carinha.
— Não sei do que você está falando.
— Você não está aprontando, está? Se comporte.
— Eu sempre me comporto. — “A não ser quando eu preciso”, Nico pensou, colocando sua expressão mais inocente.
— Vou acreditar em você.
Percy se sentou a seu lado e começou a limpá-lo. Em seu peito, abdômen e então no meio das pernas de Nico, suavemente deslizando uma toalha umedecida, chegando em sua entrada.
— Você não precisa fazer isso.
— Eu quero fazer. — Percy murmurou, o beijando no rosto. — Você tinha razão. Eu estava ausente, prometo que vou te recompensar.
— Que tal começando agora. Me deixa te chupar?
— Como isso pode ser uma recompensa para você? — O importante nisso tudo é que finalmente Percy tinha sorrido, acariciando seus cabelos.
— Isso é um sim ou um não?
— É um talvez depois. Agora, está na hora do bebê tirar uma soneca.
— Eu não sou um bebê.
— Então por que você está bocejando no meio da tarde?
Era uma boa pergunta.
Nico só deixou que Percy o cobrisse porque ele tinha se deitado a seu lado e o abraçado bem forte, também entrando debaixo das cobertas junto com ele.
***
Por algum motivo, Percy se sentia exausto. Ele se permitiu relaxar no travesseiro contra as costas de Nico e fechar os olhos, apenas por um momento, apenas o suficiente para sentir o peso sair de suas costas. Era um peso metafórico, é claro, um peso que ele nem sabia estar ali. Percy nunca imaginou que a culpa poderia drenar alguém a ponto de afetá-lo fisicamente. As coisas também eram assim no passado? Percy não conseguia se lembrar. Esse era um mal hábito que ele tinha desenvolvido, outra muleta psicológica, ele sabia. Percy se esquecia e guardava a sete chaves no fundo da mente tudo o que fosse traumático ou frustrante.
Quer saber? Ele tinha decidido não pensar no que fosse ruim ou bom, bem ou mal, e se concentraria no que fosse o certo para eles. Eles estavam confortáveis com isso? Ótimo! Parecia divertido? O fazia se sentir bem? Então, seria o que eles fariam. O que adiantava fazer o que era considerado como “normal” se isso causava tanta dor, e não do tipo que Nico parecia gostar? Era melhor se ele falasse com a mãe, só para tranquilizá-la. Percy sabia melhor do que ninguém que Sally o perturbaria até que ele falasse com ela.
Se sentindo cansado mais uma vez, Percy saiu debaixo das cobertas, tentando não acordar Nico e viu algo caído no chão. Ele deu a volta na cama e ali no meio do caminho estava o diário que ele tinha dado a Nico. O diário estava aberto no início das primeiras folhas e tinha uma caneta presa, marcando a última página escrita.
Ele também já tinha se esquecido disso. Felizmente, parecia que mesmo ele sendo uma pessoa horrível, Nico ainda era o mesmo doce garotinho, sempre o obediente. Sim, Percy pôde ver que Nico já tinha escrito algumas palavras e tinha personalizado a contracapa:
DIARIO DO NICO Se perdido, devolver para o Percy!
Percy teve que rir, já se sentindo leve. Tinha até uns desenhos bonitinhos de corações, anjinhos e diabinhos ao redor das letras. Entretanto, o que realmente chamou sua atenção foi a página em que a caneta estava presa.
“Eu adoro aquele tipo de espaço mental em que eu quase flutuo, quase delirante, sabe? Minha cabeça fica leve e eu não faço ideia do que quero fazer, só quero o que você quiser que eu faça. Na maioria das vezes, tudo o que sei é que quero ser fodido com tanta força que eu mal consiga falar e tudo o que eu consiga fazer seja pequenos gemidos quando você me perguntar alguma coisa.”
“Quero o tipo de sexo que deixa marcas nos meus quadris e a forma das suas mãos na minha pele. O tipo de sexo que deixa o meu peito coberto de mordidas e as suas costas cheias de arranhões. Quero o tipo de sexo que faz o meu corpo doer e pulsar e que me faça te sentir entre as minhas pernas no dia seguinte.”
Esse era um trecho que parecia se destacar das outras páginas, algo escrito às pressas, em garranchos despreocupados, á tinta preta e sem decorações ao redor, como se Nico não quisesse passar muito tempo com aqueles pensamentos e só precisasse despejá-los no papel. Esse foi o real motivo que o fez encarar aquelas palavras por longos momentos, estático, parado no meio do quarto com Nico ainda dormindo tranquilamente, sem nenhuma preocupação.
Era impossível não comparar os dois estilos tipográficos. De um lado da folha, vinhas e arvores que pareciam se entrelaçar até os céus, acompanhados por linhas de poemas, simples e bonitas, do outro, uma prosa desajeitada e vulgar, permitindo a Percy ver os dois lados de Nico que ele raramente via juntos. Tinham outros desenhos, é claro. Um demônio e um anjo que ocupavam uma página inteira, descrições de personalidade e características físicas, algumas poucas linhas de narração que na página seguinte eram interrompidas por mais garranchos com pensamentos soltos.
“Quero que você me abrace e me toque, quero que você me faça sentir seguro e pequeno, feito o bebê que eu nego ser. Quero que você me diga quando ninguém estiver vendo: "Como está o meu garoto? Ele se comportou?" Quero ter regras e quero ter que pedir autorização. Quero ser disciplinado quando não faço o que você mandar.”
Percy teve que parar de folear o diário e olhar para Nico dormindo cama.
Ele... porra! Ele queria fazer tudo isso, queria fazer todos os desejos de Nico se realizarem. E sabe por quê? Eram os mesmos que os seus. Cada palavra e confissão parecendo ser algo que ele faria se a culpa não o tivesse impedido até aquele momento. Será que essas fantasias realmente eram de Nico? Ou será que era algo que Nico tinha escrito para se vingar dele? Ou, pior ainda, era o que ele tinha levado Nico a acreditar que ambos queriam? Mas, ao mesmo tempo, Percy conseguia reconhecer Nico em cada linha, seja desajeitada ou elegante, misturado a influência que ele tinha sobre Nico e outras coisas e momentos em que Percy não esteve presente para moldá-lo.
Sinceramente? Percy estava aliviado. Saber que Nico tinha tido outras experiencias e conhecido outras pessoas e que mesmo depois de tudo isso Nico ainda tinha voltado para ele, tirava mais uma parte do peso que ele nem sabia que levava. Entretanto, a questão importante era: Como ele poderia fazer... tudo isso sem passar dos limites? Como ele poderia se certificar que Nico não sairia disso o odiando de verdade?
Ele... Percy precisava de ajuda. E de algumas coisas, também. Algo que fizesse Nico entender a seriedade da situação, do quanto ele desejava que Nico permanecesse seguro e feliz. Parece que esse era o momento de agir.
***
Nico abre os olhos e a primeira coisa que nota é a luz do sol entrando pelas persianas, o cegando momentaneamente. Sua cabeça pulsava com uma dorzinha irritante nas têmporas, mas seu corpo estava o mais relaxado em que ele já esteve. Sua visão estava turva também, atordoado pelas endorfinas que ainda pareciam manter seu corpo calmo e sua mente maravilhosamente vazia, como se toda a ansiedade tivesse sido sugada por uma mangueira compressora. Nem mesmo suas aventuras com garotos mais experientes tinham causado esse tipo de reação nele.
Ele olhou para o lado, esperando encontrar Percy e recebeu em troca a ausência e um pedaço de papel, Percy nem mesmo deixando seu calor para trás, o que significava que Percy tinham se levantado tempos atras.
Bem, Nico não deveria criar expectativas quando Percy estava lidando tão mal com as coisas nos últimos tempos. E ele disse que daria tempo para Percy se acostumar com as coisas, não disse? Mesmo que fosse difícil continuar esperando por algo que talvez nem fosse acontecer, ele não tinha outra escolha. Era melhor ter a companhia de Percy do que não ter nada. Mas isso não queria dizer que ele não fosse tentar seu máximo para conseguir o que queria.
Se dando por vencido, Nico se sentou na cama e pegou o bilhete.
"Você dormiu bem? Eu tive que sair rapidinho. Prometo estar de voltar para o café da manhã. Me espere. Per.”
Era só isso? Era o que ele merecia depois de sentir seu mundo sacudir? Isso era tão justo! Chega! Ele iria tomar uma atitude imediatamente.
Esquecendo da dor de cabeça e os dos músculos doloridos, Nico amassou o bilhete, o jogou em algum lugar em direção ao cesto de lixo e marchou até parar em frente ao guarda-roupa. Isso era tão ridículo! Nunca pensou que chegaria o momento em que ele teria que se rebaixar a tanto. Ele pegou a caixa com seus brinquedos, enfiou a mão no fundo dela e pegou uma embalagem lacrada, de cor preta. Era algo que a vendedora tinha sugerido e já que ele tinha comprado coisas piores, não era isso que o tornaria uma pessoa ruim. Ele colocou a pacote em cima da cama, pegou os itens que iria precisar e entrou no banheiro. Nico iria mostrar para Percy quem mandava ali.
***
Percy se sentia bem melhor agora.
Como ele poderia explicar? Bem... tinha um lugar, um tipo de bar, e ele tinha ficado curioso, sabe? Percy nunca participou, entretanto... ele tinha assistido e entendido bem rápido como as coisas funcionavam. O que ele podia fazer? Sua mãe sempre dizia que conhecimento era algo que ninguém podia tirar de você, e de fato, tinha sido algo difícil de esquecer. Talvez ele tivesse ficado entediado sem Nico por perto ou talvez quando ele se viu sozinho, sem ninguém para vigiá-lo... por que não? Sendo que Percy não precisava mais ser o cara bonzinho?
O fato era, Percy tinha descoberto que ele fazia aquelas coisas sem precisar que ninguém o ensinasse. Pelo menos ali, aprendeu que o que ele fazia era errado se Percy não pedisse permissão antes.
Um bom exemplo disso eram as palavras, pequenas sugestões que se repetidas poderiam se tornar em comportamentos condicionados, como quando você ensina seu cachorro a dar a patinha em troca de petiscos. Pessoas tinham as mesmas tendencias e vontades semelhantes, também. Algumas mais assertivas e outras, mais obedientes. Era um dinâmica normal, nada forçado, é claro, apenas modos de comportamentos onde cada um se sentia mais confortável para se expressar. E isso era só o começo, nem sequer era algo sexual ou romântico, apenas atitudes que a maioria das pessoas não reparavam. Sua psicóloga da época tinha sugerido algo parecido. Não que ele fosse atras desses tipos de clubes e sim que Percy analisasse por que ele se sentia tão codependente de Nico ou porque Percy se sentia tão frustrado. E como parecia estar relacionado a sexo, ele pensou... por que não? Sua mãe tinha apoiado a ideia e, seu irmão e Grover, amado mais ainda. Assim, como uma família unida, todos foram investigar o bar, incluindo sua mãe.
O importante era que quando ele descobriu o que fazia com Nico já era tarde demais, Nico tinha ido embora e ele tinha ficado sozinho, com todas aquelas ideias e ninguém para testá-las. Percy não se orgulhava do que tinha feito, mas não se arrependia tão pouco. Sendo sincero? Ele não se importava com aquelas pessoas e se ele tivesse magoado algumas pelo caminho, não era da sua conta. Percy nunca prometeu nada a elas, cansando de avisar o que aconteceria no fim.
Era por isso que Percy estava ali naquela manhã, um bar vinte e quatro horas que funcionava como lanchonete durante o dia. Fazia mais de um ano que Percy não entrava lá, mas como eles eram o lugar que ele mais confiava, teria que ser ali mesmo.
Percy respirou fundo e entrou pelas portas de ferro negras, chegando a primeira área onde havia mesas e cadeiras de madeira que ao anoitecer seriam retiradas para dar lugar a pista de dança. Continuou andando mais ao fundo e encontrou o bar, um balcão longo junto a uma cozinha espaçosa, vendo os garçons pegarem pratos de comida para serem entregues. Ele só esperava que ningue--
— Percy, querido. Quanto tempo!
— Vanessa. — Percy disse e se virou, vendo sua “professora” favorita. Ela era uma dominatrix atenciosa, bondosa e firme, algo que ele sempre quis ser e que nunca teve a paciência. Em comparação a ela, Percy era ansioso e um tanto cruel. Quem sabe um dia?
— O que te trás aqui? Finalmente procurando companhia? Tenho um submisso que--
— Não dessa vez. — Percy disse e sorriu, negando educadamente. — Estou procurando Apolo. Será que ele está por aqui?
— Ah, isso é tão bom. Quem é o garoto?
— Alguém novo.
— Hm, entendi. — Mas ela parecia o julgar como todos faziam.
— Não tão novo. Ele é novo na cena.
— Ah, tudo bem. — Vanessa voltou a sorrir e saiu de trás do balcão. — Eu sei exatamente o que você quer.
Então, juntos, eles passaram por mais uma porta, subiram uma escada em caracol e chegaram no segundo piso, cheio de portas com quartos particulares, alguns com janelas que permitiam ver dentro dos quartos e no fim do corredor, uma porta grande de metal negro que eles também entraram.
Realmente, aquela sala era o que Percy estava procurando. Ele sentia que se trouxesse Nico ali, o garotinho iria passar algumas horas perguntando para o que aquelas coisas penduradas na parede serviam. Também havia um balcão mais ao fundo do cômodo, onde um homem alto e loiro lia uma revista, usando um fone de ouvido.
— Ei. — Percy disse assim que se aproximou.
Apolo olhou para cima e no mesmo momento tirou o fone e se levantou, correndo em sua direção. Estava tudo bem, porque Percy estava preparado. Ele abriu os braços e deixou que Apolo o abraçasse o quanto quisesse, se esfregando nele.
— Ah, olha o nosso pequeno dom. Tão crescido. Você tem malhado? Aposto que os garotinhos te perseguem.
Não desde que Nico tinha voltado, mas esse era outro assunto.
— Só um. Eu estava procurando algo específico.
— Eu sei exatamente o que você precisa.
— Eu não disse nada ainda.
— E não precisa.
Apolo sorriu todo esfuziante, pegou um cestinha de compras e começou a andar pelos corredores e prateleiras.
— Deixa eu ver. Algo discreto para o dia.
Apolo esticou a mão e pegou uma gargantilha, algo no estilo gótico. Uma tira de couro maleável e discreta com cristais pequenos a enfeitando.
— Algo para brincar.
Dessa vez Apolo pegou uma coleira rosa clara, pesada e com grandes furos, com uma plaquinha de identificação e um fecho para colocar uma guia se ele quisesse.
— Algo para mantê-lo quietinho e comportado, sim?
Finalmente Apolo pegou uma focinheira com uma bola no meio, uma venda de ceda e algemas macias.
— Pronto. Isso deve bastar.
— Eu não posso, isso é muita coisa.
— É um presente para nosso dom júnior!
— De verdade, eu não posso--
— Verdade! Está faltando uma coisa!
— Apolo, não!
— Sim.
Antes que Percy pudesse impedi-lo, Apolo voltava com uma palmatoria. Sua superfície era toda em couro preto, feito de um material rígido, mas a ponta dela tinha um acolchoamento macio que traria dor sem deixar muitas marcas.
— Apolo!
— Vamos, é só dessa vez. Eu nunca vi você interessado em ninguém. Considere um presente de boa sorte.
— Exatamente! Eu não posso aparecer com isso. Ele vai pensar que eu--
— Ele não está errado.
Percy bufou e desistiu de discutir. Apolo era tão ridículo que isso tornava impossível contrariá-lo.
— Além do mais... — Apolo continuou, embalando os itens em uma caixa bonita. — Já que você me rejeitou, o mínimo que você pode fazer é aceitar meu presente.
— Quanto ficou? — Percy, para sua própria sanidade, decidiu ignorá-lo, e pegou a carteira.
— Você não ouviu o que eu disse? É um presente.
— Qual é! Isso vale pelo menos mil reais.
— E daí? Eu sou rico.
— Eu também sou.
— Parece que estamos em um impasse. — Apolo fez uma careta de tristeza e balançou a cabeça. — Parece que o seu garoto vai ficar muito decepcionado, então.
— Ele não sabe que eu estou aqui.
— É uma surpresa? Eu não sabia que você era um romântico. — Dessa vez, não havia nenhuma ironia na voz de Apolo. — Estou me sentindo muito solteiro agora.
Percy tinha esquecido como Apolo podia ser dramático. Ele era bonito, isso Percy não podia negar. Entretanto, beleza não era tudo na vida, mesmo que ajudasse muito.
— Vanessa! Me arruma um dom agora mesmo!
Percy se virou e lá estava Vanessa, os observando de longe como se assiste uma série de comedia.
— Eu fiz, três vezes no último mês.
— Você chama aquilo de dominação? Minha mãe é menos vanila do que aquilo.
— Por favor, me poupe. — Vanessa cruzou os braços e revirou os olhos.
— Custava me apresentar alguém alto, gostoso e com atitude? Será que é muito?
Foi a vez de Percy revirar os olhos. Ele queria dizer que essa era a primeira vez que algo parecido acontecia. Ele jurava que não estava tentando se gabar, mas... de fato, Percy pensou que esses dias de D/s tinham ficado para trás. Mas ali estava ele, pedindo ajuda para essas pessoas.
— Se comporte. — Percy se pegou falando, já irritado pela situação. O pior é que Apolo imediatamente endireitou a coluna. E ele teve que completar: — Não se atreva.
Também não seria a primeira vez que Apolo se ajoelharia sem nem perceber.
— Tão malvado.
— Olha, eu agradeço a ajuda, mas eu tenho que--
— Está tudo bem? — Apolo perguntou, agora sério. — Você disse que nunca dominaria ninguém. É sobre o garoto que te fez sofrer?
— Talvez. — Percy deu de ombros. — Não é culpa dele.
— Tudo bem. Você precisa de ajuda? Talvez uma mediação?
— Não. Eu consigo. — “Talvez”, ele queria ter dito. A verdade é que Percy não conseguia nem mesmo pensar em ter que dividir Nico com alguém ou deixar que outras pessoas assistissem. Percy não sabe se conseguiria se controlar. — Não precisa se preocupar.
— Tem certeza? A gente podia dar uma ajuda pro pobre do garoto. Ele sabe no que se meteu?
— Não precisa se preocupar. — Repetiu.
O pior era que Percy não estava mentindo. Nico sabia muito mais do que ele gostaria.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Esse capitulo foi meio bobinho, não? Admito que exagerei um pouco. Eu não queria deixar as coisas muito pesadas. Foi bem divertido e é isso que importa, não? De qualquer forma, obrigada pelo apoio, sua presença é sempre bem-vinda!
Oii, como vai? Consegui escrever algo antes do que eu esperava! Por isso hoje trago uma parte do próximo capítulo (o que eu consegui escrever hoje!)
Então... eu acabei não excluindo nada! Eu sei! Eu revisei tudo e meio que gostei do resultado? Não era sobre isso, mas acho que agora é? srrsrs Enfim, desculpa pela confusão. O importante é que ainda tenho algumas ideias interessante para a história. Conversamos mais nas notas finais, enquanto isso, fiquem com o capítulo de hoje.
Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX / CAPÍTULO XX / CAPÍTULO XXI
— Bom garoto. Tão obediente. — Nico fechou os olhos bem apertado e se negou a responder, sentindo seu corpo balançar com o efeito do orgasmo.
Não que ele fosse capaz no momento. Não, Nico acha que nunca tinha gozado com tanta força em sua vida, e ouvir Percy falar assim com ele, o fazia estremecer ainda mais. Nico achava que nem o próprio Percy sabia o que essas palavras faziam com ele, o tom de voz aveludado e agora o toque suave que o acalentava depois de algo tão intenso. Não era apenas isso, era a forma como Percy falava com ele, como se Percy realmente estivesse orgulhoso; era a forma que Percy olhava para ele, o analisando friamente dos pés à cabeça e, ao mesmo tempo, com aquela fome no olhar que o fazia querer obedecer a cada ordem. Ele não conseguia lidar com isso, então, era melhor apenas se sentir grato por esse momento estar acontecendo.
— E, então? — Nico ouviu Percy dizer, o sentindo tocá-lo e massagear seus braços, chegando em seu pulso para enfim abrir a algema. Engraçado, para quem tinha medo de ser preso, ele nem hesitou quando Percy sugeriu.
— Então, o quê? — Nico murmurou, ainda ligeiramente desorientado. Ele nem mesmo conseguiu levantar os braços, permitindo que Percy continuasse a massagear a pele avermelhada.
— Foi bom ou ruim?
— Hmm?
— Você gostou do que eu fiz?
Não era obvio?
— Eu gozei duas vezes.
— Não quer dizer que você tenha gostado.
— E você, gostou? — Nico rebateu, tentando se mover, o que apenas o fez cair para trás feito uma jaca podre.
Quando Percy não respondeu, Nico olhou para ele. Era bem claro o que acontecia, Percy e seu complexo de mártir. A verdade que é ele tinha gostado, ambos tinham, e isso parecia ser um problema para Percy.
— Eu gostei, tá bom? Quer dizer, seu queixo ainda está molhado.
Para provar a evidência do crime, Nico se esticou todo, gemendo de dor em seus músculos e passou os dedos no rosto de Percy, mostrando o líquido a Percy.
— É, eu acho que sim. — Mas Percy ainda tinha aquela expressão analítica, quase rígida demais, como se estivesse se preparando para dar a próxima ordem, o que se tornou verdade no final. — Fique aqui.
— Para onde eu iria?
— Com você eu nunca sei. Só não… fuja. Tudo bem?
— Eu disse que não vou fazer isso de novo. Até quando você vai me culpar por isso?
— Eu sinto muito. — Percy tentou sorrir, e quando isso não funcionou, ele deu as costas a Nico, que caiu mais uma vez nos travesseiros.
Parecia que Nico não era o único traumatizado pelo passado. O que ele podia fazer? Essa era a história deles, às vezes feliz, outras, problemáticas. Nico não trocaria o que viveram por nada nesse mundo. Onde ele estaria se não tivesse conhecido Percy em um banheiro público de escola? O que ele teria feito se Percy fosse igual aqueles garotos? Pelo menos, eles não estariam nesse impasse. Será que se… que se ele forçasse as coisas só um pouquinho, Percy veria que não havia motivo para tanta culpa? Afinal, Percy sempre gostou da verdade e de coisas bonitas…
— Nico.
Se assustando, Nico viu o rosto de Percy perto demais e segurou nos ombros de Percy, o afastando.
— No que você anda pensando, hmm? Conheço bem essa carinha.
— Não sei do que você está falando.
— Você não está aprontando, está? Se comporte.
— Eu sempre me comporto. — “A não ser quando eu preciso”, Nico pensou, colocando sua expressão mais inocente.
— Vou acreditar em você.
Percy se sentou a seu lado e começou a limpá-lo. Em seu peito, abdômen e então no meio das pernas, suavemente deslizando uma toalha umedecida, chegando em sua entrada.
— Você não precisa fazer isso.
— Eu quero fazer. — Percy murmurou, o beijando no rosto. — Você tinha razão. Eu estava ausente, prometo que vou te recompensar.
— Que tal começando agora. Me deixa te chupar?
— Como isso pode ser uma recompensa para você? — O importante nisso tudo é que finalmente Percy tinha sorrido, acariciando seus cabelos.
— Isso é um sim ou um não?
— É um talvez depois. Agora, está na hora do bebê tirar uma soneca.
— Eu não sou um bebê.
— Então por que você está bocejando no meio da tarde?
Era uma boa pergunta.
Nico só deixou que Percy o cobrisse porque ele tinha se deitado a seu lado e o abraçado bem forte, também entrando debaixo das cobertas junto com ele.
***
Por algum motivo, Percy se sentia exausto. Ele se permitiu relaxar no travesseiro contra as costas de Nico e fechar os olhos, apenas por um momento, apenas o suficiente para sentir o peso sair de suas costas. Era um peso metafórico, é claro, um peso que ele nem sabia estar ali. Percy nunca imaginou que a culpa poderia drenar alguém a ponto de afetá-lo fisicamente. As coisas também eram assim no passado? Percy não conseguia se lembrar. Esse era um mal hábito que ele tinha desenvolvido, outra muleta psicológica, ele sabia. Percy se esquecia e guardava a sete chaves no fundo da mente tudo o que fosse traumático ou frustrante.
Quer saber? Ele tinha decidido não pensar no que fosse ruim ou bom, bem ou mal, e se concentraria no que fosse o certo para eles. Eles estavam confortáveis com isso? Ótimo! Parecia divertido? O fazia se sentir bem? Então, seria o que eles fariam. O que adiantava fazer o que era considerado como “normal” se isso causava tanta dor, e não do tipo que Nico parecia gostar? Era melhor se ele falasse com a mãe, só para tranquilizá-la, Percy sabia melhor do que ninguém que Sally o perturbaria até que ele falasse com ela.
Se sentindo cansado mais uma vez, Percy saiu debaixo das cobertas, tentando não acordar Nico e viu algo caindo no chão. Ele deu a volta na cama e ali no meio do caminho estava o diário que ele tinha dado a Nico. O diário estava aberto no início das primeiras folhas e tinha uma caneta presa, marcando a página.
Ele também já tinha se esquecido disso. Felizmente, parecia que mesmo ele sendo uma pessoa horrível, Nico ainda era o mesmo doce garotinho, sempre o obediente. Sim, Percy pôde ver que Nico já tinha escrito algumas palavras e tinha personalizado a contracapa:
DIARIO DO NICO Se perdido, devolver para o Percy!
Percy teve que rir, já se sentindo leve. Tinha até uns desenhos bonitinhos de corações, anjinhos e diabinhos ao redor das letras. Entretanto, o que realmente chamou sua atenção foi a página em que a caneta estava presa.
“Eu adoro aquele tipo de espaço mental em que eu quase flutuo, quase delirante, sabe? Minha cabeça fica leve e eu não faço ideia do que quero fazer, só quero fazer o que você quiser que eu faça. Na maioria das vezes, tudo o que sei é que quero ser fodido com tanta força que eu mal consiga falar e tudo o que eu consiga fazer seja pequenos gemidos quando você me perguntar alguma coisa.”
“Eu quero o tipo de sexo que deixa marcas nos meus quadris e a forma das suas mãos na minha pele. O tipo de sexo que deixa o meu peito coberto de mordidas e as suas costas cheias de arranhões. Quero o tipo de sexo que faz o meu corpo doer e pulsar e que me faça te sentir entre as minhas pernas no dia seguinte.”
Esse era um trecho que parecia se destacar das outras páginas, algo escrito às pressas, em garranchos despreocupados, á tinta preta e sem decorações ao redor, como se Nico não quisesse passar muito tempo com aqueles pensamentos e só precisasse despejá-los no papel. Esse foi o real motivo que o fez encarar aquelas palavras por longos momentos, estático, parado no meio do quarto com Nico ainda dormindo tranquilamente, sem nenhuma preocupação.
Era impossível não comparar os dois estilos tipográficos. De um lado da folha, vinhas e arvores que pareciam se entrelaçar até os céus, acompanhados por linhas de poemas, simples e bonitas, do outro, uma prosa desajeitada e vulgar, permitindo a Percy ver os dois lados de Nico que ele raramente via juntos. Tinham outros desenhos, é claro. Um demônio e um anjo que ocupavam uma página inteira, descrições de personalidade e características físicas, algumas poucas linhas de narração que na página seguinte eram interrompidas por mais garranchos com pensamentos soltos.
“Quero que você me abrace e me toque, quero que você me faça sentir seguro e pequeno, feito o bebê que eu nego ser. Quero que você me diga quando ninguém estiver vendo "Como está o meu garoto? Ele se comportou?" Quero ter regras e ter que pedir autorização. Quero ser disciplinado quando não faço o que você me mandar.”
Percy teve que parar de folear o diário e olhar para Nico dormindo cama.
Ele... porra! Ele queria fazer tudo isso, queria fazer todos os desejos de Nico se realizarem. E sabe por quê? Eram os mesmos que os seus. Cada palavra e confissão parecendo ser algo que ele faria se culpa não o tivesse impedido até aquele momento. Será que essas fantasias realmente eram de Nico. Ou será que era algo que Nico tinha escrito para se vingar dele? Ou, pior ainda, era o que ele tinha levado Nico a acreditar que ambos queriam? Mas, ao mesmo tempo, Percy conseguia reconhecer Nico em cada linha, seja desajeitada ou elegante, misturado a influência que ele tinha sobre Nico e outras coisas em que ele não esteve presente para moldá-lo.
Sinceramente? Percy estava aliviado. Saber que Nico tinha tido outras experiencias e conhecidos outras pessoas e que mesmo depois de tudo isso ainda revolver voltar para ele, tirava mais uma parte do peso que ele nem sabia que levava. Entretanto, a questão importante era: Como ele poderia fazer... tudo isso sem passar dos limites? Como ele poderia se certificar que Nico não sairia disso o odiando de verdade?
Ele... Percy precisava de ajuda. E de algumas coisas, também. Algo que fizesse Nico entender a seriedade da situação, do quanto ele desejava que Nico permanecesse seguro e feliz. Parece que esse era o momento de agir.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Então, para os próximos meses pretendo terminar essa história. Eu estava pensando no que fazer. Será que eu devia entender um pouco as coisas e desenvolver bem a relação D/s deles ou dar uma resumida? Eu tenho o fim do enredo, agora só preciso escrever srsr Seria melhor algo até umas 100 mil palavras ou estender para além disso com uns 120 a 150 mil? Gostaria muito de saber sua opinião, já que são muitassss palavras.
Te vejo na semana que vem com uma surpresinha. Alguém consegue advinhar?
Logo retomaremos a versão em inglês.
Oii, como vão todos? Estou passando para avisar que não morri, mas parte da "Não há lugar como o lar" morreu.
Eu admito! Fiz merda. Acabei me deixando levar e a história foi para um caminho que eu não tinha previsto. Então, resolvi começar uma revisão mais cedo, até porque eu queria colocar algumas cenas extras e estou arrumando algumas partes do texto. Basicamente ignorem tudo depois do Nico contar sobre o Hades e que quer ser emancipado. Já tenho umas 10 mil palavras revisadas, devo respostar os capítulos na primeira semana de janeiro no meu blog. Já tenho um capítulo pronto por lá, nele nenhum acontecimento mudou, apenas algumas palavras modificadas.
Bem, esse é o planejamento para os próximos meses, revisar o que eu tenho e voltar aos trilhos. E para não ficarmos sem história, trago um minitexto de 100 palavras. Fiz para um desafio que eu acabei não colocando no ar, no tempo que eu tinha tempo para escrever textos curtos; eles eram ótimos para desenvolver a criatividade. De fato, sinto falta da época que eu tinha tempo para participar de qualquer desafio. De qualquer forma, aqui está, curto, mas que poderia muito bem ter se tornado uma boa história.
Prompt: Apocalipse
Premissa: Eles estavam procurando por sobreviventes, mas eu escolhi ficar quieto. Eu gostava daqui.
Eles estavam procurando por sobreviventes, mas Nico escolheu ficar quieto. Ele gostava dali, era tranquilo, não havia problemas e nem monstros a serem destruídos. Ele nunca pensou que fosse gostar tanto de um mundo onde noventa e cinco por cento da população tinha perecido por culpa de uma nova vacina contra o câncer e, ao invés de prevenir tumores, a vacina acabou por mudar o DNA das pessoas, as transformando em um tipo de zumbi que não representava qualquer tipo de perigo; eles andavam por aí durante dias e dias e quando a energia deles acabavam ou eles se definhavam devido à desnutrição, as pessoas infectadas apenas caiam no chão e não se levantavam novamente.
Mas é claro que Nico tinha que ouvir a voz “dele”.
Nico se abaixou atrás de um arbusto, fechando sua bolsa cheia de frutas e ouviu novamente a voz chamando.
— Tem alguém aí?
Nico se virou, se preparando para rastejar para longe dali quando uma voz falou novamente, bem as suas costas:
— Eu sabia que era você. Eu pensei que era minha imaginação, porque faz tempo que eu não sinto a energia de um semideus, então quando eu--
— Cala a boca! Eles vão te escutar!
Nico pegou Percy pelo braço e o puxou para longe, subindo por um caminho íngreme e entrando em uma caverna escondida pelas árvores. Era a única opção se ele quisesse continuar escondido.
Oii, como vai? Mais um capítulo! Decidi não me alongar muito na história já que acabei criando uns furos de enredo, o que significa muita coisas para reescrever, mas também encontrei alguns temas interessantes além do relacionamento entre o Percy e o Nico. Assim, vou escrever até o fim de janeiro, em fevereiro vou fazer a versão em inglês e depois passar os proximos meses revisando. Obrigada pela compreensão!
Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX / CAPÍTULO XX
— Eu também te amo.
Percy continuou segurando Nico contra seu peito e só se moveu quando teve certeza que Nico não continuaria o odiando. Se recostou contra o apoio do sofá e trouxe Nico com ele, o tocando delicadamente.
Por um momento, no silêncio da sala de estar, onde se podia ouvir apenas a respiração pesada de Nico que começava a desacelerar, pensou que as coisas entre eles voltaria ao normal e que finalmente Nico ficaria satisfeito. Imaginem sua surpresa ao sentir Nico se mover em seu colo de uma forma bem específica, se esfregando contra ele, o fazendo perder o ar quando sentiu mãos pequenas tocar entre suas pernas sobre a calça, um toque tão suave que o fez arfar, a doce tortura o fazendo se lembrar de sua ereção.
— Você quer…? — Ele ouviu Nico dizer, certa incerteza em sua voz, embora isso não fosse um empecilho para Nico, sentindo as mãos de Nico continuarem a explorar a área, deslizando para cima e para baixo, arrancando um gemido torturado dele.
— Não precisa. — Ele murmurou, ou achava que tinha. Nesses momentos era difícil diferenciar o que era real e o que era criação de sua mente.
— Eu sei que você está… está tentando me tratar com respeito, mas… será que isso é necessário? Não foi por causa de sexo que a gente… se separou?
A insinuação era clara, e a cada dia que passava Percy via o quanto as palavras não ditas faziam a distância entre eles aumentar.
— Você acha que esse é o motivo por eu gostar de você?
— Bem… você sempre diz que eu sou bonito. — Nico disse na voz mais baixa, como se esperasse não ser escutado. Foi nesse momento onde Nico hesitou que Percy se lembrou de desgrudar os olhos do que Nico fazia entre suas pernas e prestar atenção no que Nico dizia. O que mais chamou sua atenção foi a expressão vazia no rosto de Nico, a forma distraída que ele o tocava, como se ele tentasse esconder algo por trás da máscara de indiferença. — Não foi por isso que você procurou outras pessoas quando eu estava bem na sua frente? Por pensar que eu era… puro?
— Nico. Isso não faz sentido! Eu não faria isso de novo. — Quando ele teria tempo de fazer isso? Entre a depressão e a montanha de trabalhos e estudo?
— Não faria? — Nico então levantou a cabeça e o encarou, sem nenhum tipo de julgamento na voz, mas que ainda assim isso o fez se sentir muito julgado. — O que eu tenho que fazer para você não me ignorar?
— Eu não estou te ignorando! — Quer dizer, ele achava que não estava. Certo? Eles não passavam o dia todo juntos? Como Percy poderia ignorar alguém que estava ao lado dele?
— Quando foi a última vez que você fez algo que queria?
— Eu… a gente foi naquela festa semana passada?
— Percy. — Agora Nico parecia a ponto de chorar. — Quando foi a última vez que você fez algo que ninguém te pediu? Você diz que eu não tenho interesse nas coisas? Você também não tem. E agora, nem sexo você quer.
— Não é sua culpa. Não é porque você voltou.
— Estou começando a ver isso. Mas isso não me faz menos culpado.
— O que você quer que eu faça? Tudo o que eu faço é um erro! É melhor que as coisas fiquem assim. Se eu fizer o que as pessoas esperam de mim, eu não vou errar.
— Percy! — O grito de Nico ecoou pela sala, o fazendo abrir bem os olhos. Com a garganta seca, Percy observou Nico se levantar de seu colo e se ajoelhar entre suas pernas, os olhos cheios de lágrimas, apoiando as mãos em coxas e apoiar o rosto em seu colo, pronto para começar a implorar. — Ninguém está pedindo que você seja perfeito!
— Eu tenho que ser!
— Eu nunca devia ter voltado! Se for para ver você assim, era melhor ido para outro lugar. Doeria menos. Você pode dizer o que quiser, eu sou culpado por você estar agindo assim de novo.
— Como você poderia fazer isso?
— Eu fiz você se lembrar do passado.
Nisso Nico estava certo. Percy estava pensando sobre sua infância com mais frequência do que o costume. Ele tinha trabalho para se livrar dela e agora que suas memórias vinham à tona era difícil diferenciar a pessoa que ele costumava ser e a pessoa que ele era agora.
— Por favor. — Nico enfim implorou na voz mais miserável que ele já havia escutado. — Eu não quero que você se reprima por causa de mim. Eu sei que você se importa comigo e eu me importo com você. Eu só… eu quero viver essas coisas com você. Quero acordar todos os dias do seu lado e quero estar com você todos os dias, quero que você tenha todas as coisas que deseja e quero… quero, hm… você sabe… não me importo se você for… não tão bondoso na cama. Eu gosto… de verdade. Quer dizer, você nem sempre foi um santo, talvez um pouco vingativo, e também--
— Fico feliz que você pense isso de mim. — Percy disse e sorriu sinceramente pela primeira vez em muitos dias, interrompendo Nico. O garoto queria que ele fosse sincero e fizesse o que queria, não? — Isso não é justo. E como você fica nisso?
— Eu? Eu fico com você. — Nico disse e sorriu de volta para ele, ainda com a cabeça em seu colo, se esfregando nele feito um gatinho. — Prefiro ver você agindo feito a pior pessoa do mundo do que ver você se transformando em uma casca vazia.
— Nico. — Percy se inclina para a frente a segura Nico pela nuca, o fazendo levantar a cabeça. — Eu não quero abusar de você. Sinto que isso vai acontecer se a gente continuar assim.
— O que você está esperando, então?
— Nico!
— Não há nada de nenhum de nós possa fazer. O estrago já está feito. Agora, você tem que se responsabilizar pelo o que fez.
— E o que seria isso?
— Você pode começar me levando pro quarto e tirando minha roupa.
— Eu não tenho certeza.
— Mas eu tenho. — Nico fez um biquinho fofo, e Percy se viu sorrindo novamente, observando Nico se esticar em direção a ele ainda ajoelhado e o beijar docemente. — Eu posso esperar.
Quando Nico falava assim… tão convincente, Percy quase podia ver a razão nisso tudo. Embora não entendesse de verdade. Quem gostaria de ser tratado como Nico tinha sido e ainda pedir para continuar sofrendo ao lado de uma pessoa como ele? Percy tentaria mais uma vez. Se Nico tinha se ajoelhado a seus pés e colocado a cabeça em seu colo feito um pet de estimação, Percy também poderia se esforçar para ser um bom dono.
***
Sinceramente? Percy não pensava que seria tão fácil se render depois de tanto tempo lutando contra essas vontades. Era uma visão magnífica observar Nico se levantar do chão. Ainda com as calças abertas, cabelos bagunçados e lábios inchados, Nico ofereceu a mão a ele. Percy não hesitou, como tinha prometido, subiu as escadas em direção a seu quarto. Se sentou na beirada da cama e tirou as roupas de Nico. Primeiro, a camiseta de caveira, depois, puxou as calças de Nico para baixo, levando junto a cueca, tirando os allstar’s e meias, se permitindo um momento para apreciar a beleza de Nico.
No fim, o que seu bebê tinha dito era verdade. A primeira coisa que tinha chamado sua atenção em Nico era a beleza natural. Longos cílios, olhos negros profundos, boca carnuda, pele macia, quadril arredondado, longas pernas, a voz mais doce mesmo quando zangada e principalmente aquela aparência de garoto bem-comportado, sempre obedecendo o que ele dizia. Tinham suas exceções, é claro, momentos como esses em que eles se encontravam, onde Nico implorava, nunca parecendo exigir e dar uma ordem, não como ele faria.
— E agora? Como a gente fica? — Era um pergunta retorica, e ambos sabiam disso. Percy sorriu e Nico se aproximou mais, se colocando entre suas pernas, segurando em seus ombros.
— Você quer ver uma coisa?
— Depende. É uma surpresa?
— Você poderia dizer isso.
Nico sorriu e correu em direção ao guarda-roupa, voltando com um caixa dourada com uma tampa em cima.
— Você comprou pra mim?
— Não, é pra mim. — Ainda sorrindo, Nico disse e tirou a tampa revelando uma bela coleção de brinquedos, só que esses brinquedos eram para adultos. Três dildos de diferentes tamanhos, uma bolinha vibratória, algemas, pregadores de mamilos e até uma palmatória. E muito lubrificante, no mínimo três tubos grandes.
— Tem certeza que você não andou se divertindo com alguém? — Ele nem poderia culpar Nico se esse fosse o caso.
— Eu não quero ninguém além de você me tocando. Isso tudo é sua culpa! Eu aqui me oferecendo e dizendo que você pode fazer o que quiser comigo e você tendo uma crise de consciência? Nunca pensei que algo assim aconteceria.
— Ei! Eu não sou tão ruim!
— Não é agora.
— É exatamente por isso que eu prefiro ir devagar.
— Desculpa. Eu também mudei. Mas se eu soubesse nunca teria fugido. Pelo menos, você não fez o mesmo eu fiz.
É, Percy até poderia imaginar. Para onde ele fugiria? Para casa do pai? Olhar para a cara da madrasta que o odiava ou lidar com o meio-irmão que o perseguia quando a mãe não estava vendo? Sem chance.
— Eu precisava de um tempo. Quero ter certeza que algo assim não vai se repetir.
— Eu sei. Eu estava seguro em Verona. Hades não tem coragem de enfrentar a nona. Se ela soubesse de tudo hoje Hades não teria um centavo.
— Por que você não contou pra ela?
— Não é importante. Ela já me mima demais. — Mas Nico dizia isso com um sorriso no rosto, parecendo se lembrar de tempos felizes. — A gente não precisa fazer nada hoje. Nem amanhã. Eu quero que você saiba que estou aqui e que você não precisa se sentir culpado, porque eu nunca te culpei de nada. Tudo bem?
Nico pegou a caixa de suas mãos e a colocou na cama para logo em seguida sentar em seu colo, o beijando mais uma vez. E talvez… talvez não fosse tão ruim assim se deixar levar um pouco.
***
Então… hmm… Percy descobriu que gostava muito daquela caixa de brinquedos que Nico tinha montado. Especialmente a bolinha vibratória. Ela tinha o tamanho de seu dedão e era rosa fosforescente, com um fio longo e um botão no meio. Realmente interessante. E já que Nico tinha comprado todas aquelas coisas, seria um desperdício não usá-las.
Ele pegou as algemas, o lubrificante e a bolinha, e bem, ali estavam eles. Nico deitado contra os travesseiros, de costas na cama e mãos presas em cima da cabeça no batente da cama, enquanto ele se encontrava entre as pernas de Nico, completamente vestido. Era até engraçado. Percy tinha apertado o botão na bolina e ela tinha começado a vibrar imediatamente, o fazendo rir e dizer “Foi você quem pediu por isso” e antes que Nico pudesse reclamar, Percy levou o brinquedo que vibrava loucamente para as pernas de Nico, seguindo o mesmo caminho com sua boca. Parecia que Nico não sabia o que fazer, se ele ria por causa da vibração ou se gemia, marcas de mordidas, de dentes roçando em sua pele e chupões de lábios em lugares que nunca tinham sido marcados antes.
— E agora? Devo parar? — Percy disse na voz inocente, subindo com a bolinha entre as pernas de Nico, parando em sua virilha antes alcançar alguma parte mais sensível.
— Não! Por favor!
— O que eu ganho se continuar?
— Qualquer coisa!
— Eu não sei… parece muito genérico.
— Um-- eu… eu te chupo? Ou…
— Ou?
— O que você quiser.
— Mesmo?
— Hmhm. — Nico suspirou e arfou, porque Percy tinha cansado de brincar. Ele levou a bolinha um pouco para baixo e a pressionou contra o membro de Nico, que de semi ereto, em um passe de mágica, parecia tão duro a ponto de doer. Percy deslizou o vibrador pela base do membro e subiu lentamente, chegando na pontinha e se demorando por lá, pressionando em pequenas voltas na cabecinha a avermelhada.
Percy não podia acreditar em seu olhos, ele pressionou só mais um pouquinho e de repente, Nico estava gritando, o pequeno membro pulsou em sua mão e expeliu mais rápido do que Percy pôde reagir. Ele tirou o vibrador do membro de Nico e observou Nico se contrair todo, respirando como se tivesse corrido uma maratona. Mas ele queria mais, Nico reagia tão forte as vibrações que Percy queria ver até onde Nico aguentaria.
Ele ligou o brinquedo novamente, o sentindo vibrar em sua mão por alguns momentos e esperou até que Nico não estivesse a ponto de ter um ataque de asma, e devagar, como se nada tivesse acontecendo, voltou a encostar a bolinha na pele de Nico, perto do seu quadril, descendo pelas longas pernas. Tudo o que Nico fez foi arfar surpreso, e ainda tremendo, não disse nada e nem mesmo se moveu como protesto, apenas olhou para Percy o olhar meio perdido e meio extasiado, confiando em Percy e se permitindo sentir, como se isso fosse tudo o que desejava fazer. Então, Percy, como o cavalheiro que era, continuou com sua exploração. Voltou a subir com o vibrador e chegou mais uma vez a virilha de Nico, dessa vez passando direto por seu membro e tocando em seus testículos, vendo Nico abrir os lábios em um gemido silencio, seu corpo tremendo sem seu controle. Para Percy a experiência toda parecia dolorosa, a forma como Nico se contraia e se curvava, os gemidos agudos, se não fosse a expressão de completo prazer no rosto de Nico, pensaria que… não… era melhor ele não pensar nisso.
Percy se concentrou no que estava fazendo e finalmente levou o vibrador mais para baixo, encontrando a entrada de Nico, que deixou escapar um gemidinho tão gostoso que Percy teve vontade de tornar as coisas ainda mais interessantes. Mas, não, isso era suficiente. Então, ele roçou a bolinha ao redor da entrada até que ela entrou, sumindo dentro de Nico. Talvez ele tenha exagerado, Nico abriu bem olhos e se remexeu, choramingando e arfando, como se nunca tivesse feito isso antes, mas como Nico não fez nada para pará-lo, Percy continuou. Ele puxou o vibrador pela cordinha e pressionou de volta, brincando com a entrada, fez isso por tantas vezes a pele começou a ficar inchada, como quando você beijava alguém por um longo tempo e esse era o resultado.
— Por favor! — Nico implorou, se contraindo na cama, costas curvadas e cabeça jogada para trás, parecendo a ponto de gozar mais uma vez. E quem era Percy para negar seu doce bebê.
Ele pressionou a bolinha mais uma vez para dentro, fazendo Nico estremecer e dessa vez, a empurrou mais para dentro, inserindo seus dedos juntos, movendo o vibrador ao redor. Nico foi a loucura, começou a implorar sem parar e segurou no batente da cama, seus dedos dos pés se curvando. Foi um momento mágico para Percy, com dois dedos, ele levou a bolinha um pouco mais adentro e pressionou naquele lugarzinho que ambos conheciam bem. A reação foi imediata, Nico gritou com toda a força e Percy se maravilhou, ele nunca tinha visto Nico gozar tão rápido e forte, fazendo o orgasmo de Nico atingir seu peito.
— Bom garoto. Tão obediente. — Ele disse enquanto puxava a bolinha pela corda, enfim a trazendo para fora. Nico caiu na cama e soluçou, ainda terminando de gozar com uma estranha expressão presa entre agonia e êxtase. Talvez ele tenha exagerado, mas Percy deixaria para que Nico decidisse isso, já que ele próprio não sabia se fugia para longe, enojado consigo mesmo ou tentava não pensar na ereção ao ver Nico sob seu controle dessa forma.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Obrigada por ler! Sua presença é muito bem vinda e sua opnião ainda mais!
Até logo.
Oii, como vai? Hoje não tem capítulo novo, mas não quer dizer que eu não produzi. Vocês sabem que eu tenhho um projeto sobre ajuda para escritores, certo? Eu decidi recomeça-lo atravez de assinaturas pelo Patreon e alguns posts gratuítos aqui no tumblr também. E foi isso que me fez escrever bastante essa semana. O tema foi Premissa e Tema, conceitos essenciais para se escrever um livro. Enquanto eu preparava o post e organizava as ideias, me peguei analisando qual era a minha motivação para escrever, percebendo que eu tinha deixado isso de lado. O que me fez lembrar porque eu ainda estou aqui depois de mais de dez anos, ainda escrevendo e criando novas histórias.
A verdade é que eu sou muito... bem, é dificil para mim entrar em contato com minhas emoções e tem certas experiencias que eu não estou disposta a ter na vida real, além de querer investigar a mente humana. Como uma pessoa aromantica e assexual, escrita é meu refugio e minha terapia. Eu escrevo sobre coisas que nunca vou viver, sobre coisas que eu vi em outros lugares, coisas que eu sinto e coisas que eu gostaria de viver, mas que por causa da minha dificuldade social sei que nunca vou chegar lá.
Esse é o motivo desse post, para discutir e armanezar esses meus pensamento, principalmente sobre escrita, para divulgar sobre o que eu dedico meu tempo e para contar um pouco mais sobre mim, para também me fazer lembrar porque eu ainda insisto na escrita e porque eu provavelmente nunca vou desistir. E claro, eu gostaria de convidar vocês a participar do meu Patreon, onde nessa proxima semana vou começar a apresentar informações de como escrever livros narrativos. Espero ver vocês por lá (se você sabe ler em português).
Hi, what's going on? Today I don't have a new chapter, but that doesn't mean I didn't write anything. You know that I have a project about helping writers, right? I decided to restart it through Patreon subscriptions and some free posts here on tumblr as well. And that's what got me writing a lot this week. The theme was Premise and Theme, essential concepts for writing a book. While I was preparing the post and organizing my ideas, I found myself analyzing what my motivation for writing was, realizing that I had put it aside. Which reminded me why I'm still here after more than ten years, still writing and creating new stories.
The truth is that I'm very… well, it's hard for me to get in touch with my emotions and there are certain experiences I'm not willing to have in real life, apart from wanting to investigate the human mind. As an aromantic and asexual person, writing is my refuge and my therapy. I write about things I'll never experience, things I've seen elsewhere, things I feel and things I'd like to experience, but because of my social difficulties I know I'll never get there.
That's the reason for this post, to discuss and organize my thoughts, mostly about writing, to share what I dedicate my time to and to tell you a little more about myself, to also remind me why I still insist on writing and why I'll probably never give up. And of course, I'd like to invite you to join my Patreon, where next week I'll start presenting information on how to write narrative books. I hope to see you there (if you can read Portuguese).
Olha quem voltou nesse fim de semana? Consegui escrever mais um capítulo, completando mais de 10 mil palavras nessa semana! Agora eu entendo que diz que conseguie escrever uma história em um mês. Estou muito orgulhosa de mim mesma. Acho que reencontrei minha motivalção^^
Pra quem está perdido, esse é o quarto nesse semana. Então, vale a pena voltar alguns post e ler os capítulos. Mas não se preocupem, estou montado um blog melhor e logo ele estará no ar. Para quem estava com saudade tem um +18 na ultima cena, ok? Espero que vocês gostem, fiz o melhor para melhorar a escrita dessa vez.
Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX
Percy sentia que tinha voltado no tempo. Se lembrava como se fosse ontem, os longos dias tortuosos e os sussurros por onde quer que ele fosse; a vontade de sumir também estava ali, a desconexão com a realidade, como se ninguém fosse capaz de quebrar sua bolha de autoflagelo e depressão, sentindo o vazio que o atingia quando ele menos esperava, o sentimento de inadequação lhe dizendo que ele sempre seria aquele garoto solitário e violento que não merecia o que tinha ou o amor alheio. No fim, não importava o quanto ele se sentisse distante da realidade e despreparado para lidar com a vida, o tempo não esperava por ninguém; quando Percy piscou, eles já estavam no fim do primeiro bimestre do ano, o que o levava a aquele exato momento, mal conseguindo se focar no que estava bem em frente a seu rosto. Um teste surpresa, um pedaço de papel que lhe diria se ele tinha chances de passar nas primeiras avaliações.
— Per? — Nico sussurrou do seu lado, ainda escrevendo. — Você não estudou nada, estudou?
Alguém poderia culpá-lo? A culpa ainda o comia por dentro, o paralisando, lutando contra a ânsia de fazer exatamente o contrário do que sua consciência lhe pedia. Nico ficar perto dele vinte e quatro horas por dia não estava ajudando, o fazendo querer quebrar aquela bolha de angústia e ao mesmo tempo, tentado a ficar exatamente onde estava apenas para não ter que tomar alguma decisão. Ele ainda acordava no meio da noite tenso e sem se lembrar o porquê, sendo forçado a sair da cama para se acalmar ou tomar um ar fresco no rosto. Porque ele tinha que--
— Não se preocupe, a gente vai dar um jeito nisso. — Nico tocou em seu ombro e mostrou a ele um dos sorrisos mais doces que ele já tinha visto, o fazendo relaxar imediatamente e sentia que havia uma luz no fim do túnel. Ele observou Nico pegar ambas as suas folhas de respostas, andar até o professor e as entregar a ele, que sorriu todo charmoso para Nico.
Não, ele não iria por esse caminho. Era por isso que Percy tinha se metido nesses problemas. Estava comprometido, ele seria uma pessoa melhor nem que morresse tentando. Por isso, Percy guardou suas coisas na bolsa e respirou fundo, contando até trinta.
1… 2… 3… 4… 5… 6… 7--
— Vamos?
Percy olhou para cima e ali estava Nico, doce e sorridente, estendendo as mãos para ele. O medo de preocupar Nico era a única coisa o mantendo de pé no momento, se alguém lhe desse um peteleco Percy desmoronaria imediatamente; ele não conseguia aceitar o fato que… que no fim ele era o monstro que as pessoas o acusavam de ser. Se sentindo no automático, Percy pegou suas bolsas e segurou na mão que Nico oferecia, mal percebendo a expressão decepcionada no rosto do professor. Geralmente ele gostava dessa aula e não precisaria de muito para tirar uma nota alta, mas o que ele podia fazer se sua obsessão estava bem a seu lado, querendo sua atenção? O ruim era saber que ele se afundaria nessa obsessão se o mundo ao redor deles não estivesse pronto para lembrá-lo do equívoco que isso seria. Às vezes, Percy se perguntava se o que sentia era amor ou era apenas co-dependência, uma muleta para ajudá-lo a lidar com os problemas e traumas que nem o melhor psiquiatra poderia remediar.
— Tá tudo bem? Você precisa de um tempo?
Eles tinham se tornado mestres em criar barreiras que antes não estavam lá, barreiras inúteis e cruéis que só serviam para machucar a ambos. Se Percy fosse sincero, diria que era exatamente o que precisava, embora isso não faria nada melhorar. A saudade só aumentaria, a dor no peito se alastrava e ele sentimento ruim em seu estômago tomava mais força, o fazendo agir impulsivamente. O treino de basquete seria uma boa desculpa para esse tempo se o treinador não o tivesse proibido de praticar até que ele conseguisse se concentrar no jogo.
— Você quer vir comigo pra prática de banda? Nós vamos tocar no baile.
Delicadamente, Nico segurou em seu braço com as duas mãos e beijou seu rosto, o fazendo esquecer de sua angústia interior por um momento e aquecendo o vazio em seu corpo. — Vamos, vai ser legal. Você pode participar se quiser.
— Eu não trouxe meu violão.
— O professor pode emprestar.
— Eu não sei… — Afinal, tinha um motivo dele não participar da prática em grupo.
— Andei pensando no que você disse… que eu não tenho muitos interesses. Você estava certo.
— Eu estava? — Era bom saber que tinha feito algo de bom.
— Em Verona, eu saia com meus amigos, desenhava, tocava e cantava, escrevia e cozinhava todos os dias com minha nona e meus primos. Eu só… sinto que não preciso fazer todas essas coisas quando estou com você. Mas agora eu entendo o problema nisso.
Bem, esse era exatamente o problema. Eles eram um casal de obsessivos, compulsivos e obcecados um pelo outro. Era difícil enxergar o resto do mundo quando a pessoa que ele mais amava estava tão perto, mas que por esse motivo era tão errado querer essas coisas, e que suas vontades se tornavam tão intensas que tudo acabava ficando um tanto tóxico. Percy queria dizer tudo isso para Nico, mas se dissesse, iria incentivá-lo a permanecer junto com ele nessa bolha intensa e traumática que eles tinham criado.
— Que bom que você entende.
— Exatamente por isso, quero te mostrar uma coisa. Vem comigo?
Ele faria tudo o que Nico pedisse. Felizmente, Nico era bondoso demais para exigir algo dele, ou esse era o caso geralmente. Então, quando Nico pedia, Percy ficaria feliz em conceder. Ele segurou mais uma vez na mão Nico e eles foram em direção ao departamento de música, deixando que Nico o guiasse pela primeira vez na vida. Talvez fosse uma boa mudança para eles.
***
— Nico, onde você esteve esses dias? A gente não conseguiu te encontrar em lugar nenhum!
Percy agora se lembrava porque não gostava de vir nas práticas de banda. Porque, quem tinha se levantado e corrido em direção a eles era Lou Ellen, a defensora mais fervorosa dos indefesos e oprimidos, e de acordo com ela, Percy era um daqueles que oprimia outras pessoas.
Lou parou na frente deles e cruzou os braços, olhando de cima a baixo. Percy escolheu fingir que não tinha visto, essa era mais uma integrante do seu ex-fan clube. Ele pode ou não ter se envolvido com ela, ele pode ou não ter usado e depois jogado fora. Não era sua culpa se as pessoas colocavam expectativas nele quando Percy não havia lhes prometido nada, nem amor ou sequer amizade. No fim, as pessoas acreditavam no que elas quisessem, mas não seria ele que afagaria o ego delas.
— Já entendi. Porque você trouxe esse psicopata aqui? — Ela murmurou, como se tivesse comido algo azedo, e se virou para Nico. — Nico! A gente está atrasado. Você conseguiu a música?
— Melhor ainda, eu escrevi uma. — Nico, como o anjo que ele era, ignorou o que ela tinha dito e segurou firme em sua mão; Nico sabia muito bem o que Percy realmente gostaria de estar fazendo.
Imediatamente, o rosto de Lou Ellen se transformou em um piscar de olhos, de carrancuda para esfuziante.
— Perfeito! Você vai mostrar pra gente?
Lou não havia dado tempo para Nico responder, ela o puxou e Percy não teve alternativa senão os seguir para dentro do auditório de música onde menos de dez adolescentes os esperavam. Ele se lembrava em algum ponto do passado estar entre eles, ele devia ter o quê? Doze anos? Mas como a música sempre tinha sido algo que Nico gostava, Percy preferiu se concentrar em outras coisas, como esportes, algo que poderia lhe dar um futuro mais promissor.
Percy não disse nada e nem cumprimentou ninguém, ele seguiu Nico até o centro do palanque e observou de longe. Nico pegou um violão que a escola disponibilizava e se sentou no chão, onde as outras pessoas se aproximaram e sentaram em volta de Nico, olhando para ele com admiração e algo a mais que ele preferia não questionar. Sinceramente? Percy não poderia culpá-los, Nico ficava ainda mais bonito com um violão no colo e olhar de contemplação enquanto dedilhava algumas notas nos fios do violão, sua voz doce e aveludada vindo logo a seguir, ecoando pelo ambiente, palavras e notas que Percy não reconhecia, mas que também não se esforçava para prestar atenção em seus significados, preferindo deixar que a música o rodeasse feito uma doce carícia que insistia em ir embora apenas para deixá-lo pulsando e querendo mais.
Ele não resistiu, colocou suas bolsas em um canto da sala e se aproximou de Nico, sentando diretamente a seu lado e colocando uma de suas mãos nas costas de Nico.
Nico meramente virou o rosto em sua direção e continuou cantando, talvez em um tom um pouco mais baixo, um pouco mais íntimo, como se aquelas palavras fossem destinadas para ele e a ninguém mais. Nico sorriu, tranquilo, e enfim quando a canção chegou a seu final, o som do violão ecoou por mais alguns momento, o fazendo acordar com seu final. Olhando somente para ele, Nico perguntou numa voz baixinha:
— Você gostou?
— Ficou muito bom. — Porque era verdade. Mesmo que ele não tenha prestado atenção nas palavras, a música por si mesma falava o suficiente. — Como ela se chama?
— Não há lugar como o lar.
As pessoas ao redor aplaudiram, roubando a atenção de Nico que agradeceu, fazendo algo dentro de Percy se enfurecer. Quem elas pensavam que eram!?
— Nico, a gente gravou. Tudo bem? — Lou disse de algum lugar na plateia. — Ficou perfeito. Posso compartilhar com os outros?
— Eu… já coloquei online? Posso colocar no grupo? — Nico disse incerto. Claro, Percy pensou, como se eles fossem negar quando as pessoas por ali pareciam adorá-lo.
— Isso é ótimo. — Lou disse de novo, animada.
— Excelente, Nico. Obrigada por compartilhar conosco algo tão pessoal. Podemos usá-la para um exercício? — Euterpe, a professora de música, o parabenizou. Quando Nico acenou, ela continuou. — Para a próxima aula quero que vocês criem um arranjo para a banda. Regravem a música e também tragam sugestões de outras canções para apresentarmos no baile.
Com isso o auditório explodiu em atividade, as pessoas se organizaram em dois ou três grupos enquanto os dois continuaram onde estavam, inclinados um na direção do outro, ainda com Nico segurando o violão e com Percy segurando na cintura de Nico.
— Você quer tocar?
Percy aceitou o instrumento quando Nico ofereceu para ele, embora ele tenha hesitado por um momento. Faziam um tempo que não segurava em um violão, tempo o suficiente para quase o fazer esquecer como posicionar os dedos. Mas é como dizem, tem coisas na vida que nunca se esquece e foi isso o que aconteceu quando a primeira nota soou, limpa e firme em seu dedos, os exercícios de dedilhado voltando com tudo, o fazendo lembrar das longas horas nesse mesmo auditório, uma das poucas coisas que o manteve em contato com a realidade quando Nico tinha ido embora. Uma das milhares muletas que ele carregava pela vida, mas que o mantinham em pé. Então, ele se deixou levar, abaixou a cabeça e permitiu relembrar, sentiu seus dedos voarem pelas cordas e permitiu que uma estranha calmaria o tomasse. E por longos minutos foi tudo o que ele escutou, sua respiração e a sequência de notas rápidas, isso é, até que sua sequência chegou ao fim e ele se viu abraçado por Nico.
— Isso foi muito bonito. Porque você não me disse que podia tocar desse jeito? — Nico disse calmamente, não como se exigisse algo e sim como se tivesse ganhado um presente valioso.
— Eu estava ocupado com o basquete. E com o drama adolescente.
Bem, Percy nunca foi muito bom com piadas. Então, ele não se surpreendeu com a atitude de Nico que apenas beijou em seu rosto e encostou a cabeça em seu ombro.
— Toca mais. Todos gostaram.
Todos?
Percy olhou ao redor do auditório e viu que as pessoas de fato estavam o observando em silêncio sem o usual escárnio. E ele podia jurar que tinha menos pessoas na sala.
— O que você quer escutar?
— Uma balada romântica.
Foi o que ele fez, as notas saindo mais lentas e simples. Imagine sua surpresa ao ouvir as pessoas cantando com Nico, batendo palmas e se balançando. Bem, o que ele podia fazer? Talvez nem tudo estivesse perdido.
***
— Desculpa. — Percy disse, admitindo a derrota. Às vezes, ele se esquecia que Nico não podia adivinhar o que ele pensava e que se ele quisesse que o relacionamento deles funcionasse como deveria, Nico não era o único que precisava ser sincero.
— Você não fez nada errado.
Tinham se passado alguns dias, mas aquele momento na sala de música tinha ficado em sua mente. Percy sabia que tinha a tendência de se perder em seus próprios pensamentos, imaginando que o mundo inteiro estava contra ele, quando na verdade, ninguém se importava, fofocas eram passageiras, coisas que não teriam efeito algum em sua vida e nem todos tinham algo ruim para falar dele. Nico era o lembrete disso, que ele ainda tinha uma família, amigos e alguém que estaria do seu lado incondicionalmente.
Para retribuir todo o esforço que Nico estava fazendo, Percy tinha se sentado ao lado de Nico no sofá de casa e o abraçado bem forte, o puxando para seu colo. Ele o beijou também, mas não os selinhos inocentes que eles tinham se acostumado nas últimas semanas, e sim bocas abertas e línguas se entrelaçando, que fez Nico gemer, estatelado e surpreso entre seus braços.
— O que foi isso? — Nico arfou, ainda em seu colo, se segurando em seu pescoço.
— Obrigado por ser paciente.
Nico piscou lentamente para ele, suas maçãs do rosto coradas, respiração rápida, um volume óbvio em suas calças. Percy sabia que esse era Nico tentando raciocinar no meio da excitação que de forma repentina invadia seu cérebro.
— Você sabe que eu te amo, não sabe?
— Eu sei.
— O sexo… ele não é importante. Você é o meu melhor amigo, meu companheiro.
— Nico.
— Eu poderia ficar sem sexo pelo resto da vida, mas eu nunca quero ficar sem você. Eu posso esperar.
— Eu sinto muito. — E Percy realmente sentia, principalmente vendo a frustração no rosto angelical de Nico, vendo que Nico estava pronto para implorar com o menor sinal positivo.
A verdade é que o celibato não era para ele. Era uma tortura a cada dia que ele não tocava em Nico, tinha medo que se Percy se deixasse levar, voltaria aos mesmo habitos ruins. Embora ele venha se questionando se tudo aquilo era errado ou se estava tudo dentro de sua cabeça devido a culpa de não ter prestado mais atenção no que acontecia com Nico.
— Chega. Eu não quero te ver assim. Não quero ouvir que você sente muito e que vai mudar. Eu não que você mude, quer dizer… você não precisa fazer todas essas coisas.
Nico estava quase fazendo um biquinho zangado, era lindo de se observar enquanto Nico tentava transmitir seriedade. Nico continuava tentando com tanto esforço ter certeza que ele estava bem que Percy sentia vontade de fazer alguma loucura; podia ser qualquer coisa. Mas o que ele realmente tinha vontade de fazer era jogar Nico na cama e fazê-lo esquecer a preocupação estampada em seu rosto. Talvez ele devesse? Só para ver se conseguia se controlar?
— Eu entendo. Não vou me desculpar de novo.
— Não vai? — Nico inclinou a cabeça para o lado, feito um cachorinho confuso, e isso fez Percy sorrir. Ele segurou Nico pelos cabelos e o beijou mais uma vez, sentindo Nico derreter contra seu peito.
— Você merece uma recompensa. Sabe porquê?
— Porque? — Nico gemeu, se remexendo em seu colo.
— Porque bons garotos merecem o melhor.
— Eu sou…? Um bom garoto?
— O melhor.
Percy sentia como se estivesse numa degustação do seu restaurante favorito. Ele olhou um momento para o rosto em fogo de Nico e se permitiu finalmente fazer o que queria. Lentamente, para ver o que Nico iria fazer, ele tirou sua mão da cintura de Nico e a levou para a virilha do garoto, o tocando delicadamente por cima da calça jeans. Feito uma flor, Nico afastou as pernas e tirou as mãos do caminho, levantando os olhos para onde as mãos de Percy estavam indo, gemendo suavemente quando ele finalmente cobriu seu membro por cima da roupa.
— Tudo bem se eu fizer isso? — Percy perguntou, parando seus movimentos.
— Sim, por favor. — E em seguida, como um pensamento atrasado, disse: — Obrigado!
— Hmm, bom garoto.
Então, como ele havia prometido, abriu o botão das calças de Nico e abaixou o viper, vendo o pequeno volume sobre a cueca. Ainda mais devagar ainda, Percy massageou o membro por alguns momentos e o puxou para fora da cueca. Ele não podia negar, Nico era lindo em todos os lugares; a pele morena, a voz doce, o corpo macio. Ali em baixo ele também era tudo isso, o membro que cabia em sua mão, a cabeça avermelhada e molhada bem na pontinha, os pelos ralos e bem aparados na base. Ele sentia vontade de devorá-lo e só para quando Nico virasse um possa de prazer sobre suas mãos, rendido a seus pés.
Mas, hoje não, hoje ele levaria tudo o mais calmamente que ele pudesse.
— Por favor! — Nico choramingou, lágrimas surgindo em seus olhos.
Percy fechou os olhos por um momento e se concentrou em sua respiração. Era aquela sensação pesada no fundo de seu estômago que o tomava novamente, aquela voz possessiva e controladora lhe dizendo que se Nico era seu e estava se oferecendo assim para ele, Percy poderia fazia o que bem entendesse.
— Está tudo bem, querido. — Percy murmurou, mal reconhecendo a própria voz, ouvindo Nico gemer. Ele hesitou apenas um momento para prestar atenção na reação de Nico.
Ah, seu doce Nico. Ele o encarava com alguns olhos dilatados, implorando, demonstrando tanta confiança nele que Percy teve que se mexer. A mão que estava perto da virilha de Nico enfim encontrou seu caminho e envolveu o membro pulsante. Ele quase tinha esquecido a sensação de tocar em um lugar tão íntimo de outra pessoa. Percy testou as águas segurando em volta de Nico e depois roçou um de seus dedos na pontinha, recolhendo o pre-gozo e o trazendo para baixo, dedilhando a extensão para voltar a envolvê-lo por completo, aplicando um pouco de pressão.
— Assim? — Ele perguntou.
Bem, Nico não o respondeu exatamente, mas a forma que Nico estava apoiado contra seu peito, gemendo sem pudor, deveria ser um bom indício.
De repente, Percy se sentia curioso. Depois de tanto tempo sentia que tinha esquecido a forma do corpo de Nico. Ele usou sua outra mão e envolveu o baixo ventre de Nico, acariciando sua barriga. Subiu mais um pouco e encontrou seu abdômen, suas costelas e peito, tocando nos mamilos duros, onde ele se demorou por alguns instantes.
— Percy! — Ele ouviu Nico choramingar, se roçando contra ele.
— Eu sei. Estou te torturando.
Mantendo Nico preso contra seu peito, costas contra ombros, Percy continuou sua exploração, indo para baixo e voltando a massagear entre as pernas de Nico.
— Será que você podia… mais para baixo? — Então, Nico murmurou, todo dócil e obediente.
— Aqui? — Seus dedos curiosos fizeram o que Nico pediu, passando pelos testículos e encontrando a entrada de Nico. Um leve toque lhe disse o que Nico queria.
— Você anda se divertindo sem mim, hmm?
— Eu não sabia se… quando… ah…
Bem, ele ainda estava curioso. Devagar, Percy roçou um de seus dedos e logo Nico se abriu feito uma flor. E mesmo a seco, seu dedo entrou, quase sem resistência, indo até o final. Percy podia apostar que enquanto ele tentava dar um tempo para Nico pensar, Nico estava se divertindo sem ele.
— É isso o que você fazia quando eu não estava olhando?
Ele tentou colocar outro dedo e o surpreendendo, o dedo entrou quase sem resistência novamente. Nico se curvou todo de uma forma que parecia dolorosa e gritou a pleno pulmões: — É tudo sua culpa! Eu tentei… tentei… não é a mesma coisa!
Ah, isso o fazia querer… não! Não hoje. Hoje, ele se conformaria em tocar e observar, quem sabe em alguns dias Percy se sentiria forte o suficiente para avançar. Então, ele fez o que Nico tão desesperadamente pedia para que ele visse. Observou o membro de Nico pulsar, sem nada o tocar, enquanto que continuava a massagear o interior dele, movendo seus dedos devagar ao redor, os abrindo muito delicadamente até encontrar o lugar certo. Nico gemeu longamente, curvando a coluna e como mágica, viu Nico expelindo, jato atrás de jato, sem tocar em qualquer outro lugar.
— Eu te odeio! — Nico grunhiu quando enfim desabou contra seu peito, uma expressão de exaustão e êxtase ainda estampado em suas feições.
Bem, Percy acreditava em Nico. Às vezes, ele também se odiava um pouco, principalmente quando tinha que se controlar dessa forma.
— Eu também te amo.
Percy continuou segurando Nico contra seu peito e só se moveu quando teve certeza que Nico não continuaria o odiando.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
E então, divertido? Estou gostando bastante de abordar esse lado psicologico deles. Espero que o assunto não esteja muito pesado. Provavelmente na segunda tenha mais capitulos, se não tiver vai a versão em inglês.
Comentarios são sempre bem-vindos e me fazem escrever mais rapido ainda, o que se tornou verdade^^ Obrigada a todos que tiram um tempo para apoiar o blog.