Eda Yıldız - Episode 48 2/11

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Eda Yıldız - Episode 48 2/11

More Posts from Neslihvns and Others

4 months ago

o  frisson  ,  habitual  nos  diálogos  em  que  antecediam  os  fugazes  encontros  de  atração  carnal  que  escolhia  compartilhar  ,  parecia  percorrer  cada  recanto  do  ambiente  ,  exceto  entre  neslihan  e  matteo. a  figura  loira  destoava  de  suas  predileções  habituais  ;  preferia  os  cabelos  mais  escuros  e  íris  cálidas  em  tons  de  âmbar  ou  ébano  ,  distantes  do  olhar  glacial  ,  quase  translúcido  ,  que  comparava  ao  de  um  peixe  recém  abatido. tampouco  a  idade  lhe  era  favorável  ,  com  dois  anos  a  menos  que  seus  próprios  vinte  e  nove  ,  ele  possuía  ao  menos  sete  ou  oito  anos  de  experiência  abaixo  do  que  costumava  considerar  atraente  —  em  homens  ,  é  claro  ,    as  expectativas  para  mulheres  eram  muito  mais  fáceis  de  serem  alcançadas. as  únicas  ressalvas  alheias  que  harmonizavam  com  os  seus  desejos  se  resumiam  ao  porte  impressionante  que  a  subjugava  por  mera  presença  ,  o  timbre  sólido  e  ,  sobretudo  ,  o  fato  de  ser  um  completo  desconhecido. relacionar-se  com  estranhos  era  um  hábito  cultivado  há  muito  ,  uma  escolha  imprudente  que  continuava  a  alimentar  sua  ânsia  por  adrenalina  e  pelo  inesperado  ,  pela  surpresa  oculta  no  inexplorado. era  essa  mistura  de  imprevisibilidade  e  intriga  que  sustentava  o  sorriso  enigmático  e  os  olhares  sugestivos  que  lançava  ao  homem. restava  aceitar  aquele  desleixo  do  destino  —  a  menos  que  uma  intervenção  mística  viesse  a  conspirar  em  seu  favor.

com  os  lábios  alheios  moldando  palavras  que  não  passavam  de  ruído  ,  seus  pensamentos  deslizavam  para  o  estado  de  histeria  que  dominava  a  cidade. entre  acenos  estrategicamente  calculados  e  murmúrios  de  concordância  que  preenchiam  as  lacunas  ,  ela  podia  sempre  confiar  no  ego  masculino  para  sustentar  uma  conversa  inteira  com  nada  além  do  som  da  própria  voz. o  martini  aguardado  tornava-se  sua  verdadeira  ambição  naquela  noite  ,  muito  mais  do  que  a  promessa  de  um  desfecho  que  seria , sem dúvidas ,  insatisfatório. com  a  taça  translúcida  em  mãos  ,  o  primeiro  gole  mal  atiçava  o  paladar  ,  quando  sentiu  a  presença  de  camilo  antes  mesmo  da  familiar  voz  ecoar. a  irritação  emergiu  automática  ,  traduzida  em  um  revirar  de  olhos  exasperado  e  no  ceder  breve  dos  ombros  a  um  suspiro  fatigado. não  era  exatamente  aquela  intervenção  mística  que  havia  imaginado.

embora  fosse  indiscutivelmente  grosseiro  de  sua  parte  ,  entre  matteo  e  o  ricci  ,  os  olhos  escuros  de  neslihan  ,  incendiados  pela  impaciência  ,  seguiam  meticulosamente  os  movimentos  do  mais  velho. e antes  mesmo  de  conseguir  estabelecer  conexão  lógica  entre  a  fala  e  o  jogo  de  olhares  alheio  ,  camilo  conseguia  arrancar  um  impulso  competitivo  e  o  desejo  de  antagonizá-lo  ,  tudo  em  uma  única  frase. com  uma  sobrancelha  levemente  arqueada,  aguardou  em  silêncio  tenso  ,  capturando  ,  de  relance  ,  a  expressão  de  horror  em  seu  encontro  ,  antes  de  dignar  a  interrupção  com  uma  resposta. ❝  se  for  para  manter  a  sua  boca  fechada  ,  aposto  muito  mais  do que  uma  música. ❞  sabia  que  suas  palavras  seriam  distorcidas  antes  mesmo  de  deixarem  seus  lábios  ,  mas  já  era  tarde  demais. com  um  sorriso  exageradamente  enfatuado  destinado  a  sua  companhia  perplexa  ,  levantou-se  ,  alinhando  o  vestido  que  escolhera  com  intenção  e  empurrando  os  fios  para  trás  dos  ombros  ,  antes  de  voltar  sua  atenção  para  o  moreno. ❝  no  espírito  de  um  jogo  limpo  ,  você  pode  até  escolher  a  música  que  deseja  que  eu  dedique  ao  seu  fracasso  ,  caro. ❞  pendendo  o  quadril  ligeiramente  para  o  lado  ,  encaixou  a  destra  na  curva  da  cintura. estava  mais  do  que  disposta  a  cumprir  sua  promessa  ,  calá-lo  ,  nem  que  de  maneira  física… com  a  própria  palma  e  um  estalo  seco  contra  a  pele.

O  frisson  ,  habitual  nos  diálogos  em  que  antecediam  os  fugazes  encontros  de

🎱 uma aposta com @neslihvns

“eu tô falando sério!” reforçou, com a expressão menos jocosa que ele conseguia. “opa, da uma licencinha aqui, campeão” disse, folgado como sempre, puxando uma cadeira para se sentar entre a jovem e seu encontro. sabia lá qual era o nome do rapaz que originalmente estivera na posição de acompanhante de neslihan e agora parecia confuso e devidamente ofendido por ter sido jogado para escanteio, e também não queria saber. o que importava era que agora os olhos grandes e bonitos da turca estavam em sua direção, brilhantes e escurecidos pela irritação, como ele bem gostava. camilo era mesmo um grande sem noção, mas era inegável que sabia chamar atenção. até mesmo alguém como neslihan, que certamente não tinha a menor intenção de ofender o loiro sem sal que observava a conversa alheia de braços cruzados, poderia encontrar dificuldades para ignorar a presença do ricci. não porque ele era exatamente irresistível; era só que ele era terrível e irremediavelmente insistente, mesmo. “é tudo sobre carisma e um grande espetáculo. qualquer um com uma voz meia boca pode ser famoso, se tiver personalidade o suficiente” piscou-lhe um dos olhos, dando a entender que ele tinha certeza de que, se quisesse, poderia ser uma celebridade. não havia começado aquele assunto por nenhum propósito específico, mas sorriu sozinho ao perceber que poderia usar o instinto da mais jovem de contraria-lo a todo custo a seu favor. “então vamos fazer uma aposta” disse, as mãos batendo na mesa e tremendo um pouco os copos que ali estavam. “quem conseguir mais aplausos, vence” apontou para o palco onde uma senhora cantava muito desafinadamente a música ‘dancing queen’, acompanhando a letra no telão do karaokê. “a não ser que tenha medo de perder, claro” e pegou o copo do rapaz, bebendo todo o restante do uísque que continha ali, dando uns tapinhas de agradecimento no ombro do homem embasbacado.

🎱 Uma Aposta Com @neslihvns

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4 months ago

partner in justice : @graziellz !

location : casa martinez-giordano & studio aurora !

Partner In Justice : @graziellz !

cada passo dado fazia os ombros esguios recuarem ligeiramente em dor , mas naquele dia , o desconforto físico , e mental , deveria ser o menor de seus pensamentos . entre todo o frenesi provocado pelo deslize de olivia , a perspectiva de reservar uma manhã inteira para o seu propósito era a única ressalva . a ideia de ser mimada por horas gerava uma resposta quase sublime de seus músculos tensionados e doloridos — uma experiência que , com prazer , compartilharia com graziella sob o pretexto de toda a comoção que novamente tomava conta de khadel .

entrou na villa equilibrando as duas caixas bege estampadas com o logo estilizado da louboutin . o caminho até o quarto da outra era familiar a ponto de poder percorrê-lo de olhos vendados , mas antes de acordar a melhor amiga , um pequeno desvio era necessário . a sua pessoa favorita no mundo fazia parte do plano , e a energia infantil fora o toque mais precioso ao acertar tudo na tarde anterior , junto a ginevra . com a pequena mão entrelaçada à sua , abriram a pesada porta com cuidado , exibindo sorrisos quase idênticos . ao cruzar olhares com os azuis de graziella , os dedinhos de romeo escaparam do seu aperto , e o pequeno , com um impulso cheio de entusiasmo , lançou-se contra a nuvem de algodão e seda da amiga . o riso infantil era contagiante , e neslihan , sem resistir , seguiu o mesmo caminho , jogando-se sob a estrutura macia . mesmo com a coluna protestando e as caixas temporariamente esquecidas , o momento valia cada segundo . olhando para ele , assentiu , e juntos, em uníssono , ainda que desafinados , exclamaram . ❝ buon compleanno ! ❞ com um sorriso afetuoso , aproximou-se mais da mulher , envolvendo-a com os braços , mesmo que as mangas do blazer limitassem o gesto . naquele instante , cercada por duas das pessoas que mais adorava , sentiu a inquietude recente finalmente dissipar-se . ❝ espero que não tenha planos para esta manhã , porque eu e romeo preparamos uma surpresa maravilhosa para compensar toda a loucura desses últimos dias . ❞

com um gesto exagerado , piscou ao alcançar as caixas . ❝ mas antes de nos tornarmos seus súditos fiéis , porque hoje você é oficialmente sancionada como rainha , trago presentes . ❞ revelou então o primeiro tesouro , um stiletto de camurça vermelha , réplica perfeita do usado por julia roberts na icônica cena da ópera em uma linda mulher , personalizado com as iniciais da martinez-giordano . em seguida , apresentou a bolsa assimétrica de cetim , cujo valor ia além de sua elegância — no primeiro compartimento repousavam convites exclusivos para os desfiles da semana de moda de milão no mês seguinte . ❝ espero que goste tanto quanto eu me diverti escolhendo . ❞ endireitando o conjunto de linho leve , apropriado para o calor do dia , ao levantar-se da cama continuou . ❝ sugiro vestir algo casual — ou o mais casual que conseguir — porque a segunda parte da surpresa será no studio aurora . ❞ a empolgação era palpável , e o entusiasmo a transformava em um ícone enérgico .

Partner In Justice : @graziellz !

@khdpontos


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3 months ago

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤflashback : encontros !

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤflashback : Encontros !

desde a mais tenra infância , neslihan fora moldada sob a rigidez do dever , envolta em ouro , mas contida por correntes invisíveis . sua existência sempre se definira por uma dolorosa dualidade , a necessidade de sentir em contraste com a imposição do autocontrole , o embate incessante entre o querer e o dever . esse conflito , enraizado em sua mente , tornara-se a fratura primordial que assombrava a parte mais sombria de seu passado . culpava , sim , a figura paterna por parte das feridas que lhe foram infligidas , algumas delas irreparáveis . no entanto , via na fragmentação de seu próprio ser uma obra cuja autoria também lhe pertencia . daquela tragédia , restara-lhe um âmago parcialmente enrijecido — sua visão de mundo tornara-se austera , seu julgamento sobre as pessoas , inflexível , e sua postura perante a própria existência , uma fortaleza intransponível . e camilo era o oposto exato de cada uma dessas certezas . para ele , tudo parecia fluido demais , como se suas convicções mudassem com a mesma facilidade com que trocava de roupas ao amanhecer , como se suas verdades fossem tão voláteis quanto os humores de um único dia .

ela não se iludia ao pensar que compreendia todas as nuances que o compunham, mas o conhecia o suficiente — anos de observação cuidadosa e encontros forçados ao lado de vincenzo ricci e aquele sobrinho haviam lhe dado a convicção de que alguém criado sob a tutela do patriarca dos ricci não poderia desviar-se tanto assim do molde original . não importava que ela própria fora forjada sob a sombra de um homem igualmente desprezível e , ainda assim , renunciara a cada valor que lhe fora incutido . não via nele a mesma ânsia de se libertar , a mesma necessidade de transcender a redoma em que cresceram . curioso como ela era capaz de vislumbrar potencial até nas circunstâncias mais desoladoras , mas quando se tratava das pessoas ao seu redor , seu olhar se tornava opaco . talvez fosse uma falha evidente para qualquer observador externo , mas naquele momento de sua vida , preferia envolver-se no véu confortável da negação . havia algo de insistente nessa postura , um reflexo interno que , por vezes , ameaçava ceder — mas então camilo lhe recordava exatamente por que isso jamais aconteceria .

bastava um gesto , um olhar carregado daquela insolência que a irritava profundamente , um simples pronunciar do apelido em seus lábios para inflamá-la de fúria… ou , se fosse brutalmente honesta , algo mais . ❝ vou providenciar . amanhã de manhã a lista completa estará na sua caixa de entrada . ❞ e assim o faria , nem que precisasse atravessar a madrugada compilando meticulosamente cada detalhe sobre o valor de cada gole do bourgogne . ❝ entendo . nem todos os homens conseguem portar-se com a sensualidade inerente de um jardineiro . ❞ a voz adquiria um timbre aveludado . ❝ todos aqueles músculos à mostra , o suor misturando-se ao aroma da terra molhada… uma essência irresistível . ❞ pareava a provocação dele , acrescentando um piscar de olho deliberado .

a observação alheia foi recebida com um sutil estreitar das íris castanhas , enquanto a sobrancelha dele se arqueava . ela seria a última a negar o que ele insinuava , por ser a mais pura verdade . o medo corria demasiado forte em suas veias para que pudesse ceder o controle e , mais uma vez , encontrar-se à deriva — presa em uma circunstância desconhecida , sozinha , dissociada de tudo que a compunha , sem sequer lembrar o que fizera para ferir quem quer que fosse . manter o domínio sobre qualquer situação que a envolvesse era a única forma de garantir que , se houvesse dor , ela fosse restrita a si mesma . ❝ não há nada demais em querer manter o controle . pelo contrário , é uma forma de satisfação como nenhuma outra . ❞ camilo não era o primeiro , e certamente não seria o último , a insinuar que sua existência dentro de uma bolha de restrições autoimpostas a condenava à infelicidade . mas vindo dele — com aquela despreocupação boêmia , aquela facilidade irritantemente leviana — , a fala ressoava como brasa queimando em seus pulmões . ❝ apreciar os prazeres da vida é uma coisa . ser completamente inconsequente ao fazê-lo é outra . saber dosar quando , como e onde os aproveito apenas prolonga a sensação de contentamento . não abro mão do que me satisfaz , apenas não me entrego aos impulsos como se o mundo fosse se desfazer em um piscar de olhos se não o fizer . ❞

levantou a taça quase vazia , deixando que o vinho deslizasse pelo paladar , apreciando a textura aveludada que o carmesim lhe proporcionava . ignorou o impulso de revirar os olhos , assim como a tentação de comentar sobre o sorriso alheio — embora , caso se permitisse um instante de análise , talvez concordasse . as palavras dele , ainda que envoltas naquele flair característico , traziam o peso de algo que lhe apertou a respiração por um breve instante , dissipando-se logo em seguida com um menear dos fios e a litania posterior . um riso seco escapou dos lábios ainda tingidos de rubro . ❝ tenho dificuldade em acreditar porque não sei se suas ações são genuínas , camilo . ❞ não se tratava de charme , como ele sugeria . a verdade era mais crua , neslihan simplesmente não sabia como reagir a ele de outra maneira que não fosse com ferocidade . não sabia se os gestos dele eram sinceros ou se carregavam as segundas intenções que pareciam reger cada um dos seus encontros , fosse naquele momento ou em qualquer outro .

com apenas duas palavras , o ricci dissipava o pulso inquieto que as provocações dele instigavam . havia algo na sinceridade que interrompia qualquer pensamento alheio naquele instante , deixando apenas um eco silencioso que se espalhava até as pontas dos dedos — uma sensação estrangeira . com um aceno hesitante , aceitou o pesar que ele oferecia . talvez aquele fosse um dos raros momentos em que poderiam ser genuínos um com o outro , sem a necessidade de pretextos . ela sequer era nascida quando a mãe de camilo fora internada e jovem demais para recordar-se do momento em que a doença lhe roubara a vida , mas a história era de conhecimento geral , e a morena sentia a perda dele como apenas quem já houvesse experimentado dor semelhante poderia compreender . imaginava que , para uma criança , a ausência materna fosse ainda mais avassaladora do que para um adulto — como fora em seu caso . mas mesmo tendo quase duas décadas a mais ao lado da própria mãe , por vezes parecia que münevver muito antes deixara de pertencer ao mundo dos vivos . a fisgada que a lembrança causava era lancinante , embora logo se dissolvesse diante da confusão provocada pelo gesto dele ao erguer a mão em sua direção .

o riso masculino percorrendo a extensão da pele exposta era o motivo por finalmente conceder , embora as palavras ditas em divertimento recobrassem a consciência de algo que não saberia nominar . com a palma aninhada no aperto alheio , neslihan inclinou-se , os dígitos formigando antes mesmo de entrarem em contato com os fios acetinados . seguiu o movimento conforme ele guiava , podia sentir o calor que ele irradiava subir pelos braços , até que o toque feminino encontrou o pequeno relevo , uma resistência sob a superfície . assentiu ao questionamento antes de pender a cabeça , enredando os dedos pela pele alheia enquanto ele explicava . a menção de um acidente — automobilístico , como aquele que ela mesma protagonizara — provocou um breve sobressalto com semelhança inesperada .

assim que sentiu o fragmento incrustado , poderia ter retirado a mão , encerrando ali a conexão , mas não o fez . não até que ele finalizasse , até que aumentasse a distância entre eles e desfizesse a leve pressão que os mantinha ligados . só então neslihan recolheu o braço , cerrando o punho de maneira quase imperceptível antes de repousá-lo no colo , onde o linho do guardanapo descansava sobre as pernas . desanuviando a garganta , que de súbito pareceu ressequida , indagou . ❝ e não te incomoda em nada ? não é perigoso que permaneça por todo esse tempo ? ❞ as perguntas saíam com mais curiosidade do que desejava , com uma preocupação que transparecia em excesso clareando a voz . embora ela própria não apresentasse sequelas físicas do acidente de tantos anos , as invisíveis a atormentavam mais do que qualquer cicatriz que pudesse ser vista .

esboçou um sorriso diante da colocação dele , embora os ombros permanecessem retesados sob o formigamento que ainda reverberava da palma para o restante do corpo . enquanto ele ponderava sobre o que compartilhar , por um longo momento , manteve as íris fixas na expressão distante que se instalava nas feições do mais velho . percebia , então , que já fazia algum tempo que seus olhos não sentiam a necessidade de se desviar da intensidade que camilo personificava . a constatação a fez quebrar o contato visual de imediato . refugiou-se no cristal vazio sobre a mesa , nos talheres de prata quase intocados , na comida negligenciada , no tecido carmesim que deslizava sobre suas pernas conforme as descruzava e cruzava no lado oposto . na tentativa de não ser consumida — seja lá pelo que estivesse tentando enraizar-se dentro dela naquele momento — precisou piscar algumas vezes quando a voz grave rompeu o silêncio , trazendo-a de volta à realidade antes que se perdesse nos próprios devaneios .

com a simples menção da fazenda , soube que a história recontada puxaria as cordas de seu coração . era inevitável . sabia bem o que ele fazia por aquele lugar e , se camilo tivesse consciência , entenderia que essa era a única fraqueza que poderia usar contra ela . o repuxar dos lábios se expandiu de forma quase natural , mas logo tomou um arco agridoce . amor . antes que ele enunciasse a palavra , ela já a havia formado em sua mente . a história que ele tecia era uma representação genuína do que o amor poderia ser , e pela primeira vez , talvez neslihan compreendesse um módico do que aquele sentimento mítico significava . com os olhos mais úmidos do que o tempo permitia , engoliu em seco antes de menear os fios levemente . ❝ que bom que ela escolheu a pessoa certa para cruzar o caminho . ❞ a sinceridade na entonação era mais palpável do que gostaria , mas já não se esforçava tanto para controlar cada flexão de sua voz , calcular cada gesto . ❝ e… ela está bem hoje ? foi adotada ou continua por lá ? ❞ não ousaria pedir que ele a mostrasse , fosse o caso , mas tinha a amizade de esperanza há tempo suficiente para saber que a mulher a guiaria mesmo sem um nome .

e então, mais uma vez , ele insistia em se esconder sob aquela fachada . já não restavam dúvidas de que era um disfarce — não para ela . ali , a forma como o ricci a vestia como uma segunda pele era escancarada , mais espessa do que a verdadeira , uma armadura que rivalizava com a que ela própria carregava , feita de controle e distância . ❝ não , ainda não tive o imenso privilégio de presenciar cena tão deplorável quanto ver mulheres se atirando em sua direção por conta de um sorriso bonito e um animal adorável nos seus braços . ❞ mesmo com a sobrancelha arqueada em ironia , as palavras não carregavam a mesma mordida usual .

com uma mordiscada na mozzarella , permitiu que o sabor suave , amanteigado e fresco se espalhasse pelo palato . tomando o cristal entre os dedos , levou-o aos lábios , sorvendo o líquido por completo antes de ceder-se a mais uma dosagem do grand cru . permaneceu em silêncio por alguns instantes , recuperando a memória exata do momento em que uma decisão infantil selara algo que a acompanharia até a morte . ❝ bem , tinha exatos seis anos . era o dia do meu aniversário e , como sempre , um banquete era esperado . não importava que , entre os convidados , houvesse mais parceiros de negócios do meu pai do que amigos meus — liv estava lá , e era a única . ❞ concedeu brevemente , antes que a lembrança a puxasse de volta . ❝ estávamos brincando , a contragosto de muitos , porque onde já se viu uma criança querer brincar na própria festa ? e , sem querer , acabei entrando na cozinha . era um território proibido nos dias de comemoração . ❞

hesitou por um instante antes de continuar . ❝ e diante dos meus olhos , estava o cozinheiro abatendo alguns coelhos , enquanto partes de cordeiros , em diferentes estados , espalhavam-se pelas panelas e ilhas . lembro de sentir um pedaço de mim se esvaindo junto deles , e ali prometi que jamais compactuaria com aquilo . ❞ a voz , ainda que suave , conotava a mesma firmeza de quando tinha a pouca idade . ❝ palavras fortes para uma criança que dependia dos outros para se alimentar . no início foi... complicado , mas uma vez que meu pai percebeu que aquela era uma batalha perdida , tive gioconda ao meu lado . ❞ omitia a parte em que o homem a deixara dias sem comer como punição , ou quantas vezes precisou desmaiar de fome diante dos conhecidos dele até que sua vitória fosse concedida . aqueles detalhes camilo não precisava saber . tampouco que , ironicamente , a recordação estava entre as mais felizes que guardava sob o teto dos şahverdi — puramente ligada à presença da cozinheira que lhe ensinara tudo o que ainda recordava no presente .

tomando mais um gole do vinho , levou a manicure até o queixo , como se pensasse profundamente a questão seguinte . ❝ se você pudesse mudar apenas uma coisa na sua vida , o que seria ? ❞ já que a proposta inicial dele , ainda que dúbia , era se conhecerem , neslihan não se manteria na superfície rasa onde ele parecia querer conduzi-la . ainda que , até ali , nenhuma resposta dela — ou dele — tivesse sido menos do que carregada .

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤflashback : Encontros !

o problema de pessoas como neslihan era que através de suas lentes duramente arbitrárias, por vezes colocavam-se em um lugar de condescendência que as cegavam para qualquer não obviedade. camilo podia não ser o maior filantropo (ou sequer ser considerado um de qualquer modo), mas antes de qualquer coisa, o ricci não saía de seu caminho para prejudicar ninguém. não era um homem bom, mas será que era justo considerá-lo um homem mau? egocêntrico, sim. superficial, com toda certeza. mas no final das contas, não havia verdadeira maldade nele. o trabalho com os animais poderia ser um bom indicador de que ele não era fisicamente incapaz de fazer o bem, e por mais que muitos pensassem que aquilo não passava de uma fachada, neslihan o observara na fazenda vezes o suficiente para reconhecer a autenticidade de suas intenções. assim ele presumia, pelo menos. ‘se mudar a vida de uma única pessoa, já terá feito mais do que espero de você.’ o sorriso quase vacilou, a postura alheia e os dizeres descrentes o atingiram um pouco mais do que estava disposto a demonstrar. camilo podia se considerar o centro do próprio mundo e priorizar a si mesmo com frequência, mas estava absolutamente distante do exemplo de amor próprio. alguém tão indulgente em pecados do mundo, tão irresponsável e auto destrutivo não poderia ter qualquer carinho sincero por si mesmo. o olhar da turca o recordou, por alguns segundos, que aquela era simplesmente a sua sina: sempre esperariam o pior dele. sua família, seus colegas, desconhecidos, todos. palavras que ouvira por anos de seu pai reverberaram no fundo da mente, mas balançou a cabeça em uma tentativa de afastá-las. não era momento de auto piedade. chegou a pensar em valentina, em como se dedicara nos últimos dez anos para garantir que a garota tivesse as melhores oportunidades. poderia ele considerar que havia ajudado a melhorar uma vida, quando também fora responsável por destruí-la antes? “por que não faz uma lista, hani? assim não deixamos nada disso escapar.” afirmou, beirando a provocação, embora ainda fosse sincero. “eu só prefiro ter alguém para plantar as árvores. não fico bem de jardineiro”

a resposta a respeito de suas vontades fora intrigante. “são palavras demais pra dizer que você tem medo de perder o controle” devolveu, arqueando uma sobrancelha. se camilo era excessivamente indulgente, neslihan parecia o oposto. como se transformar a vida em uma sucessão de represálias fosse nobre. “existe muito valor na liberdade de admitir que a vida vale a pena pelos prazeres que proporciona. em reconhecer que você não é melhor que ninguém por abrir mão disso, só… menos feliz” deu de ombros, finalizando o conteúdo da taça. não evitou uma risada sincera com o comentário seguinte, assentindo em concordância. “o que posso dizer? meu sorriso é muito bonito” dessa vez havia leveza no tom, demonstrando que pelo menos naquele ponto ela havia vencido o embate de provocações certeiras e ininterruptas. “nah. prefiro algo mais…” gesticulou para ambos, indicando que falava sobre o encontro. “…estimulante.” a conversa entre eles era sempre interessante, afinal. “duvido que você acredite em qualquer gentileza da minha parte, neslihan” e somente poderia torcer para sua inclinação dramática lhe conferir a mesma qualidade de um ator ao tentar disfarçar o resquício de ressentimento em sua frase. “até porque, convenhamos, é o que estou fazendo a noite toda e você continua convencida do contrário” o carro, os elogios, o menu, a água, a mesa na parte externa… não havia sido menos do que gentil até então. vulgar, quem sabe, mas certamente longe da grosseria. “mas tudo bem. faz parte do seu charme” complementou, piscando um dos olhos.

esperou uma resposta evasiva, ou uma história de pouca importância. o ocorrido descrito pela gökçe apenas provava que muito embora ele soubesse interpretar pequenos sinais muito bem, estava longe de considerar que a conhecia o suficiente. pego de surpresa diante da franqueza, ouviu com atenção. a informação da morte de sua mãe não era inédita (todos sabiam naquela cidadezinha), mas não pôde evitar se abalar com o assunto. era seu calcanhar de aquiles, mesmo. “sinto muito” e de tudo o que havia falado a noite inteira, aquelas duas palavras provavelmente carregavam a maior carga de honestidade até então. nem havia notado que mal se dedicara à comida exposta a sua frente, dada tamanha atenção que a mulher detinha. ainda que o assunto da morte da figura materna fosse o que mais lhe havia chamado atenção, não deixou de perceber a coincidência escondida na menção de um acidente. assim que a pergunta foi devolvida, ele soube exatamente o que contar. estendeu a própria mão, pedindo a dela. riu quando notou a confusão e receio nos olhos alheios. “não vou morder. nem te pedir em casamento. prometo” e esperou que a jovem colocasse a mão sobre a dele. assim que o fizera, camilo a levou até a parte de trás da própria cabeça, pouco acima da nuca, entre os fios escuros. tateou o local com a mão feminina, até o indicador da mais nova encostar em uma pequena protuberância que facilmente passaria despercebida. “sentiu?” aguardou alguma confirmação. “é um fragmento bem pequeno de vidro, de um acidente de carro há uns bons anos. era mais perigoso uma cirurgia para retirar do que não fazer nada. então decidiram deixá-lo” era um lembrete dolorido do passado; do enorme erro cometido. não comentou sobre como o acidente havia ocorrido e nem o fato de não estar sozinho na ocasião. aquilo, por hora, ainda preferia manter em segredo. “para ser justo, a equipe médica que me atendeu também sabe disso. mas eu nunca contei, eles só estavam lá” brincou, soltando sua mão e finalmente provando a comida disposta à sua frente.

“uma ótima pergunta” reconheceu, reclinando-se para pensar melhor. já havia vivido tanto, feito tanta coisa… o que, de fato, o havia surpreendido? não sabia quanto tempo havia ficado em silêncio, perdido em pensamentos, mas quando se deu conta a resposta desencadeou a deixar os lábios sem qualquer auto controle. “sabe que a fazenda começou por uma ideia do meu pai? por um motivo... menos do que nobre. quer dizer, eu sempre gostei de animais, mas demorou um pouco até eu me envolver de verdade. no começo era só uma tarefa que eu tinha que executar." explicou de início, a fim de contextualizar a história que estava por vir. "então teve um dia que eu estava caminhando bem no meio das árvores, ali no final da propriedade, perto do lago. uma cachorrinha apareceu. veio até mim, direto, sem medo. estava tão magra que dava pra ver cada osso, tão suja que eu tive dificuldade de saber qual cor era o pelo. tinha um machucado na perna que não parecia recente, mas estava longe de cicatrizar. eu pensei em levá-la comigo, dar comida, cuidar, como fazíamos com todos os animais ali. mas quando tentava pegar no colo, ela não deixava. e não era que ela não me deixava encostar nela! só não me deixava tirar ela do lugar, mesmo. se eu tentava, ela colocava todo o peso pra baixo. nem sei de onde ela tirava força pra isso. então eu entendi que ela não queria me acompanhar, queria que eu a acompanhasse. quando eu finalmente deixei ela me guiar, correu até um buraco cavado atrás de um tronco de árvore caída, uns metros adiante. no buraco tinha um filhotinho pequeno e quase tão magro quanto ela. quando eu peguei ele no colo, ela desmaiou, como se finalmente a força dela tivesse acabado." lembrava-se de achar que o animal havia falecido, na ocasião.

"levei os dois correndo até o veterinário da fazenda e ele disse que, pela situação que a cadelinha estava, toda a força e energia que ela teve pra salvar o filhote foi praticamente um milagre.” pausou, como se pudesse ver na sua frente a imagem da cachorrinha sarnenta e magricela. ergueu a mão como que em rendição. “culpe a maldição, se quiser, mas foi a primeira vez que eu…" pensou em como explicar, a testa franzindo enquanto ele achava as palavras. "bom, foi a primeira vez que eu realmente vi amor” ele podia nunca ter sentido nada parecido, mas era inegável o que havia presenciado. “ foi depois desse dia que eu passei a levar a fazenda a sério” acrescentou, um último comentário antes de perceber o peso da história que lhe escapara. “além disso, já viu como as mulheres me olham quando eu estou com um filhotinho na mão? é um afrodisíaco natural” certo, aquilo deveria equilibrar um pouco a situação, possivelmente. serviu a ambos um pouco mais do vinho. “mas então, há quanto tempo é vegetariana?” parecia uma pergunta segura e suficientemente impessoal, para variar.

O Problema De Pessoas Como Neslihan Era Que Através De Suas Lentes Duramente Arbitrárias, Por Vezes

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3 months ago

observando romeo e graziella desaparecerem na vastidão do closet feminino , um sorriso delicado se assentou nos traços de neslihan , solidificando-se como um reflexo de sua ternura . inquieta , enquanto a voz infantil preenchia o ambiente com sugestões lançadas ao ar , retomou os presentes , recolocando-os cuidadosamente nas caixas estilizadas , os depositando sobre uma das mesas de cabeceira antes de se voltar para os lençóis , esticando-os com precisão , ajustando o duvet , alinhando a manta e , por fim , afofando os inúmeros travesseiros . finalizou o último detalhe a tempo de testemunhar outra investida do pequeno rumo à cama , desfazendo seu trabalho meticuloso com um risinho travesso . entre risadas que iluminavam sua alma , ela se lançou à brincadeira , provocando-o com cócegas enquanto ele se contorcia em meio a gargalhadas cristalinas . preparava-se para outra rodada quando a voz de grazi ecoou pelo ambiente . ❝ maravilhosa , não está , romeo ? ❞ com uma piscadela exagerada para o cúmplice , ela assentiu , entrelaçando a palma na dele antes de se erguerem juntos . ❝ agora temos duas opções . podemos ir direto para o studio e depois encontrar romeo e ginevra na pasticceria para escolher um bolo e ter um café da manhã digno, ou comer algo agora e então seguir para o studio . ❞ anunciou , desvencilhando-se suavemente e caminhando em direção ao hall de entrada , onde havia deixado sua bolsa . ❝ eu e romeo preferimos a primeira opção, sob a promessa das panquecas de ricotta que só a signora isabella sabe fazer . ❞ lançando um olhar de cumplicidade ao pequeno , sorriu . ❝ mas a escolha é completamente sua . ❞ a ênfase era quase uma súplica disfarçada em nome do entusiasmo da criança , que parecia ter um paladar tão doce como o seu , e cujos os olhinhos brilharam com a mera menção da delícia sugerida no dia anterior .

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ. . .

com ambos os pares de salto ressoando suavemente na entrada do studio , neslihan tomou uma respirou profunda , permitindo que o aroma adocicado que permeava o ambiente aliviasse , ainda que sutilmente, a tensão dos músculos . com os braços entrelaçados ao da giordano , colou seu corpo ao dela , consciente de que precisavam sustentar a ilusão do encontro que pretendiam vender . já havia preparado a amiga acerca do pretexto criado pelo anúncio de olivia , e agora o espetáculo estava prestes a começar . pela recepcionista de sorriso amplo foram conduzidas ao segundo andar , onde se localizava o spa e durante o trajeto , detalhava sobre o que as aguardava . poderiam trocar massagens entre si ou serem massageadas , seguido de um tratamento dermatológico , um banho relaxante e , por fim , um tempo livre para simplesmente desfrutar do ambiente até quando desejassem . a gökçe desviou o olhar para a amiga , o brilho bem humorado cintilando em suas íris ao arquear uma das sobrancelhas . ❝ e então, mia dolce metà ? ❞ segurando o riso , o tom melífluo era carregado de doçura exagerada . ❝ como disse mais cedo , hoje a escolha é inteiramente sua . ❞ manteve a expressão impassível , ainda que pudesse praticamente prever a resposta de graziella . ela optaria pelo atendimento profissional , é claro . não que a alternativa fosse completamente descartável… e graziella certamente não questionaria , muito , ao menos não de maneira pública , os hematomas arroxeados que marcavam suas costelas e quadris .

Por mais que Graziella seja uma mulher que ame uma comemoração, o aniversário sempre foi algo que passou a querer que não seja tão grandioso assim. Quando mais nova, adorava fazer festa, reunir conhecidos e desconhecidos em sua residência e ouvir a repercussão ser comentada pelos corredores da escola pelo resto da semana. Hoje em dia, algo com as pessoas que importavam era mais do que suficiente para a italiana. Por esse motivo que a mulher não se importou muito de levantar da cama cedo, postergando o máximo que conseguisse. Ela só não esperava que fosse recepcionada pelos dois furacões de sua vida.

"Buon compleanno, mamma." Ouviu do pequeno segundos antes de receber a parabenização da amiga. Em dias normais, teria repreendido Romeo por chamá-la de mãe na frente dos outros, mas ali só tinha Neslihan, a única pessoa no mundo em quem confiara seu segredo e que sabia que não passaria adianta Além disso, era o seu dia e podia se beneficiar com um pouco de carinho. Por esse motivo, com um sorriso preguiçoso nos lábios, Graziella envolveu a cintura pequeno italiano, sentindo aquele asco característico ganhar espaço no qual ela ignorou ao deixar o beijo na testa de Romeo em seguido do rosto de Nes. "Obrigada." Respondeu, sentando na cama para que conseguisse ver os presentes.

As orbes verdes brilharam ao reconhecer o sapato de imediato, demorando nele por mais tempo que o normal antes de observar a bolsa e por fim os convites que a fez sorrir de canto. "Quando se conhece sua melhor amiga, é impossível errar os presentes." Olhou para a turca, deixando todos eles na enorme cama ao levantar, esticando a mão para filho que não hesitou em pegar. "Venha, hoje vai escolher o que eu vou usar com a tia Nes." Avisou, puxando-o em direção enorme closet.

Talvez fosse o bom gosto que foi herdado de mãe para filho ou apenas obra do destino, mas Graziella se ajeitou ao colocar o cropped por cima da camisa escolhida por Romeo, a bota - que preferia usar outra mas o filho insistiu no 'cowboy' -, os acessórios, o cabelo preso em um rabo de cavalo baixo, óculos de sol na cabeça e então saiu pronta, mostrando o look para os dois. "Estou bonita?"


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4 months ago

SMS to : don giovanni

✉️ : é impossível manter a civilidade com você

✉️ : ...

✉️ : e quantas páginas você já leu ? vinte ?

✉️ : se parecer com sr. darcy você se refere a uma pessoa estimada , valiosa , justa , com princípios e livre para ser e fazer o que quiser , sim , eu sou exatamente o sr. darcy

✉️ : já você , parece a sra. bennet

✉️ : quando terminar orgulho e preconceito , sugiro morro dos ventos uivantes

✉️ : realmente , útil para conseguir processos de assédio e atentado ao pudor

✉️ : eu espero que você saiba que vai ser a pior noite da sua vida

✉️ : um completo pesadelo

SMS to [docinho]

📲 [milo]: haha you wish

📲 [milo]: atração? você já me mandou à merda com mais fogo do que beijou ele aquela noite

📲 [milo]: é claro que levarei! mas primeiro tem o brunch que eu prometi. aparentemente, as mulheres do clube do livro querem me conhecer

📲 [milo]: ja leu orgulho e preconceito? comecei esses dias

📲 [milo]: você parece o mr darcy

📲 [milo]: anotado: você quer amarrar minha boca. podemos fazer acontecer, mas eu te garanto que sou muito mais útil com ela livre

📲 [milo]: tarde demais. já tá decidido

📲 [milo]: você perdeu, darcy, agora vá escolher seu vestido para o encontro, mesmo que seu parceiro seja apenas tolerável


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3 months ago

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤflashback : encontros !

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤflashback : Encontros !

o sarcasmo na voz grave era um alento ansiado , uma familiaridade que a fazia esboçar um sorriso . aaron acreditava no amor tanto quanto ela mesma — céticos do sentimento inexistente . em outra realidade , uma em que não fossem moldados por passados que os impediam de se permitirem liberdades emocionais , poderiam talvez formar um par perfeito , alcançando juntos o mais próximo do que aquela emoção inventada prometia . ao notar o olhar que ele lhe lançava de soslaio , permitiu-se um ínfimo tremor no canto dos lábios . mas ali a verdade era imutável , neslihan jamais consentiria em ser destino final dele . o melhor amigo de sua vida merecia felicidade plena , e ela era o exato oposto . em sua percepção , ninguém ali era digno dele , cujo coração trancafiado guardava uma bondade infinita . ele não era como ela , não precisava lutar para melhorar o mundo para compensar as máculas que fervilham dentro de si .

o fluxo dos pensamentos era interrompido pelo riso dele — e , mesmo sem ter se atentado às palavras que precederam o som , deixou que a própria risada o acompanhasse . a provocação era um bálsamo apreciado , e a descontração logo se refletia em sua expressão . ❝ nós dois sabemos que eu danço muito bem , só espero que você tenha praticado desde a última vez em que te arrastei para aquela festa que mudou o meu destino . ❞ a mulher possuía desenvoltura suficiente para se adaptar ao ritmo latino , e , mais do que isso , a sintonia entre os dois era natural . ação e reação . o desafio era instigante , mesmo que ela duvidasse que sairia dali uma exímia dançarina de salsa . ❝ por favor , se fosse real , todos sabem que seríamos o casal com maior sintonia entre todas as possibilidades . ❞ voltando-se para ele , ainda com o braço entrelaçado ao seu , apontou a manicure carmesim em uma concordância veemente . ❝ é exatamente isso . você sabe que me recuso a me envolver com qualquer um dessa cidade justamente por essa necessidade que todos têm de comentar e julgar cada passo . agora , com os nossos nomes na ponta da língua de cada um , ficou impossível encontrar um instante de sanidade . ❞ não ousaria mencionar olivia naquele momento — não enquanto a irritação ainda latejava em sua mente . a amiga transformara sua rotina em um caos absoluto com aquelas palavras proclamadas em público , e neslihan não queria imaginar a reação de aaron se trouxesse o detalhe à tona .

com o tom diminuindo , se inclinou levemente em direção a ele , na tentativa de captando a confidência que parecia prestes a ser dita . ❝ estou começando a achar que , na verdade , você realmente acredita nessa história de maldição e quer que eu seja o seu felizes para sempre. ❞ arquejando , revirou os olhos , ainda que algo se enraizasse em sua consciência . era um pensamento descartável , e , ainda assim , ali estava , persistente no fundo de sua mente . ao retornarem à repartição envidraçada , assentiu , as íris se conectando às dos professores , enquanto o calor da mão dele a reconfortava . aproximando-se , ofereceu um sorriso gracioso , levemente ensaiado , ao casal que os guiaria . ❝ espero que não sejamos os piores alunos que já tiveram a infelicidade de ensinar . ❞ o humor autodepreciativo era uma estratégia eficaz para desarmar expectativas . ❝ mas prometo que seremos os mais dedicados . nosso gênio aqui aprende tudo em uma velocidade surpreendente . ❞ afagando a palma de aaron que repousava em seu ombro , piscou para a professora , que sorriu em resposta e rapidamente os posicionou onde deveriam começar . desfazendo o meio abraço , buscou a canhota alheia , entrelaçando os dedos aos dele , enquanto deslizava a própria até o deltoide desenvolvido . ❝ preparado ? ❞

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤflashback : Encontros !

Aaron deixou escapar um som curto, algo entre um riso baixo e um suspiro. "Ah, claro. O tão conhecido destino das almas gêmeas platônicas." Sua voz carregava a ironia de sempre, mas não um deboche real. Ele entendia o que ela queria dizer, e talvez, em uma outra vida, acreditaria nessa possibilidade. Mas a verdade era que era difícil acreditar em qualquer tipo de amor. Ainda assim, amenizou a dureza na expressão e o próprio tom de voz. "Mas se fôssemos mesmo alma gêmea, eu não iria reclamar". Ele lançou um olhar lateral para Nes, absorvendo a tensão quase imperceptível que ela tentava esconder. Aaron sabia que aquele tipo de exposição a incomodava mais do que queria admitir. Sabia porque, apesar de toda a racionalidade que exalava, ela também evitava certos riscos como ele. Por isso, acrescentou em brincadeira, tentando arrancar um sorriso dela. "Sabe, consigo imaginar alguns sacrifícios piores". E ele riu, porque ambos sabiam que não seria sacrifício algum para Blackwell. Se pudesse passar o dia inteiro na companhia de Nessie, ele passaria. "Mas, escuta, se a gente for mesmo uma ironia cósmica, espero que a gente pelo menos consiga dançar decentemente. Seria um pouco humilhante descobrir que o universo quer que a gente fique juntos e a gente não acerta nenhum passo. Cadê nossa sintonia, dona Neslihan Gökçe?" A provocação foi acompanhada de um sorriso enviesado antes dele continuar, agora de forma mais despreocupada: "E sobre ser assustador... eu diria que é mais um incômodo do que um pavor real. Você sabe, a última coisa que eu quero é que a cidade inteira se sinta no direito de dar opinião sobre minha vida amorosa." Ele fez uma pausa, então completou com um tom mais baixo, quase como se estivesse concedendo algo: "Mas falando sério agora, se for para passar por isso com alguém, não me incomodo nem um pouco que seja com você." Ele colocou a mão nas costas dela, e lenta e gentilmente a empurrou mais para o centro da sala. "Agora vamos ver se o destino também acredita no nosso talento para a salsa." Acrescentou, decidindo passar um dos braços sobre os ombros dela para dar mais segurança e proteção à amiga.

Aaron Deixou Escapar Um Som Curto, Algo Entre Um Riso Baixo E Um Suspiro. "Ah, Claro. O Tão Conhecido

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3 months ago

antes mesmo que os primeiros raios solares rasgassem o véu da madrugada , neslihan já percorria o caminho até o pequeno complexo esportivo , a raquete equilibrada entre os dedos . o aroma fresco da grama recém aparada , meticulosamente ajustada aos padrões internacionais , impregnava seus sentidos , oferecendo um instante fugaz de alívio . mas nem mesmo aquele perfume familiar conseguia dissipar por completo a sensação de exaustão latente , o peso dos dias recentes transformando-a em um animal ferido , perdido na escuridão de uma floresta desconhecida . retirou o cardigã , sentindo o arrepio escalar-lhe os braços sob a brisa cortante da alvorada , após depositar a bolsa junto à rede — um ritual já automático — , com as raquetes extras . por vezes , dependendo do humor , estourava as cordas de poliamida com a força desmedida de seus golpes , como se o próprio equipamento carregasse consigo a frustração acumulada , então sempre trazia as excedentes . com os cabelos firmemente presos no alto da cabeça e os nervos tensionados , não desperdiçou tempo com aquecimentos triviais . a corrida ao redor da villa , antes de ceder à tentação de pegar o carro e dirigir até ali , fora mais do que suficiente para preparar os músculos . seu único objetivo era derrotar a máquina lançadora — um adversário silencioso , preciso e incansável . e assim , a mulher se perdia nos movimentos meticulosamente calculados , os golpes ressoando contra as cordas tensionadas da raquete , canalizando a exasperação que lhe queimava por dentro . o tempo se tornava irrelevante , a única certeza era o alívio sutil que se insinuava em seus ombros , a rigidez gradualmente cedendo enquanto sua mente se libertava das inquietações que , dia após dia , pareciam se entranhar mais fundo em seu consciente .

um sorriso despontou quando sua memória a transportou para o instante em que segurou uma raquete pela primeira vez — uma das muitas exigências paternas . dentre todas , talvez aquela fosse uma das poucas que ainda preservava com apreço , mesmo que , na época , as cordas fossem de tripa natural , um material que agora se recusava a sequer ponderar . o cenho se franziu ao recordar os treinos extenuantes , excessivos para uma criança sem qualquer ambição profissional no esporte , mas menos que a perfeição jamais fora aceito sob o teto dos şahverdi , então se tornou a norma . a respiração adquiriu uma cadência melancólica ao lembrar dos dias em que tinha companhia – uma companhia que ia além da miríade de treinadores cuja simples presença a fazia desejar nunca mais encará-los . matteo surgiu em sua mente como um relâmpago — um vestígio confuso em sua mente com a forma como tudo havia se desfeito , em meio ao caos infernal no qual ela era a personagem principal .

com o suor escorrendo por cada poro de sua pele , sacudiu as memórias com um último golpe certeiro na bola final lançada pela máquina . levando as mãos à cintura , puxou o ar límpido da manhã para dentro dos pulmões exaustos , contando mentalmente até dez . na última expiração , foi arrancada de seu momento de trégua por uma voz masculina . por um breve instante , sentiu a alma sair do corpo , como se sua própria lembrança tivesse evocado matteo em carne e osso à sua frente . com a destra pousada sobre o coração acelerado , inclinou levemente o quadril e esboçou um sorriso contido — um reflexo de algo reprimido há muito tempo , ou talvez apenas até o momento em que todos foram tragados pelo mistério que pairava sobre khadel como um véu espectral . quando sua rotina meticulosamente planejada começou a ruir . ❝ ei , teo . ❞ o apelido escapava com naturalidade , como se treze anos não tivessem se esgueirado entre eles sem quase nenhuma palavra trocada . enquanto caminhava até a bolsa descartada , procurando pela garrafa , seus olhos captaram um detalhe que fez o pequeno sorriso persistir , a raquete que pendia das mãos dele , os adesivos no cabo denunciando sua familiaridade . ❝ nunca te vi por aqui antes… mas suponho que nossos horários se diferem na maior parte dos dias . ❞ ergueu uma sobrancelha , indicando com o olhar o objeto desgastado entre os dedos masculinos . ❝ veio jogar sozinho ou aceita companhia ? ❞ a pergunta carregava o mesmo tom melancólico das lembranças que há pouco enevoaram seus pensamentos . ❝ eu poderia usar um adversário mais desafiador . ❞

Antes Mesmo Que Os Primeiros Raios Solares Rasgassem O Véu Da Madrugada , Neslihan Já Percorria O Caminho

Starter fechado para @neslihvns

Quadra de tênis

Sua rotina de exercícios focava em musculação e atividades que ainda poderiam ser feitas na Casa Comune, como kickboxing, Muay Thai ou boxe. Porém, vez ou outra, Matteo gostava de se aventurar em outros esportes. Fosse para causar um pequeno desconforto no seu corpo ao experimentar algo novo, fosse para quebrar um pouco a monotonia do conhecido, ele achava que colocar coisas diferentes na sua rotina lhe traria algum benefício. Era por isso que, naquela manhã, ele optou pelo tênis. Pegou uma raquete esquecida dentro da garagem abarrotada de quinquilharias e logo a onda de memórias associadas ao objeto veio em sua mente.

Ele tinha treze anos e pegou uma raquete no quarto de Neslihan. Ela estava tentando ensiná-lo algo de matemática, mas a mente inquieta de Matteo não conseguia focar nas equações. Ele não entendia porque as coisas lhe eram tão mais difíceis quanto para os seus colegas, mas os números, letras e formas pareciam dançar na folha, causando sua própria inquietação. Ele perguntou para ela o que era aquilo e, mesmo entre um olhar autoritário que dizia que ele devia estar prestando atenção em outra coisa, ela explicou para ele o jogo.

Aos dezesseis anos foi provavelmente quando jogaram o último jogo juntos. Cada dia mais suas lições ficavam espaçadas. Algumas vezes interrompidas por causa da nova rotina física de Matteo, outros dias por algum compromisso que Neslihan possuia. Parecia que suas agendas nunca alinhavam, tão raro quanto um completo alinhamento planetário e Matteo só sabia responder com a única expressão externa que conseguia oferecer aos outros: indiferença. Não podia ir atrás dela. Ele nem sabia o que havia acontecido para o afastamento. Depois daquele dia nunca mais se encontraram intencionalmente dentro ou fora da quadra.

Tinha vinte anos e havia jogado algumas vezes aleatórias, ainda com a raquete emprestada que nunca devolveu. Algumas objetos ficavam perdidos pelo contato entre aqueles que os manipulavam e esse era um dos casos. Talvez nunca voltaria ao verdadeiro dono. Parou de jogar por muito tempo.

Agora, segurando a raquete, ele percebia o quanto ela parecia pequena na sua mão e muito mais velha que lembrava. Talvez fosse a camada de poeira que lhe cobria, depois de longos anos em desuso. Ele girou na mão e decidiu levá-la, mais pelo valor sentimental do que pela praticidade. Provavelmente teria que alugar uma nova para poder jogar. Mas algo de tudo que estava acontecendo, a ligação do grupo mais improvável que poderia ser colocado junto em Khadel, fazia com que ele pensasse mais sobre as suas conexões, ou a falta delas. No fundo Matteo sabia que a indiferença com que levava a vida seria sua ruína. Sozinho, desconfiado e provavelmente rabugento. Era assim que terminaria. Não poderia culpar nenhuma maldição pelo desamor, ele mesmo afastava qualquer um que se atrevesse a tentar estar na sua vida.

Como se evocasse o fantasma de Neslihan com aquela raquete, ele avistou a mulher numa das quadras assim que chegou no lugar. Era cedo, talvez cedo demais, para agir indiferente e fingir que não havia lhe visto. Eram as únicas almas ali naquele horário, tirando o jovem na entrada que havia o recebido. Matteo respirou fundo e foi em direção à mulher, tentando pensar em algo para dizer, mas tudo parecia ficar àquem do desejável. "Ei," cumprimentou, soando patético na sua cabeça, mesmo que nada realmente escorrece ao exterior.

Starter Fechado Para @neslihvns

( @khdpontos )


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4 months ago

SMS to : don giovanni

✉️ : mas nem mesmo se quem morreu ressuscitasse , apontasse uma arma para a minha cabeça e me obrigasse

✉️ : uma noite com você atrapalhando o MEU encontro é o máximo que consigo digerir da sua presença em um mês

✉️ : e já pensou na possibilidade que eles morreram PARA escapar do amor ?

✉️ : eu até poderia continuar a nossa conversa maravilhosa , mas tenho que levar o meu cavalo para passear

✉️ : pelos próximos sete dias

✉️ : ti parlo dopo

SMS to [docinho]

with @neslihvns

📲 [milo]: eu disse que éramos feitos um pro outro!

📲 [milo]: não tem como escapar do amor, hani

📲 [milo]: tudo bem que o pessoal lá atrás escapou sim porque morreu todo mundo

📲 [milo]: super triste

📲 [milo]: bless their heart

📲 [milo]: enfim, o cara voltou do plano espiritual pra abrir uma cachoeira pra gente, eu acho que no mínimo tínhamos que sair pra tomar um drink e descobrir nosso destino


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4 months ago

SMS to : don giovanni

✉️ : é uma hipérbole , camilo , hipérbole

✉️ : não que seja necessário você saber , mas primeiro : ele não é de khadel , ao contrário de você , não preciso conhecer todos os meus vizinhos de maneira íntima

✉️ : e segundo : matteo foi inesquecível , principalmente depois do seu espetáculo

✉️ : você sabe que você é irritantemente IMPOSSÍVEL de ignorar , não sabe ?

✉️ : a única atração óbvia que existe é entre a minha mão e o seu rosto

✉️ : perdi porque você ROUBOU

✉️ : aquela senhora me encontrou no la bottega e tomou meia hora do meu dia para falar sobre você , camilo

✉️ : não , sem chances !!!! um encontro não estava implícito no acordo

✉️ : e não vou tocar no assunto de favores sexuais com você nem sob o uso de narcóticos

✉️ : escolhe outra coisa , eu posso ser sua cozinheira ou faxineira por uma semana inteira , até consigo fingir que adoro o chão que você pisa

SMS to [docinho]

📲 [milo]: é só o que falta mesmo, considerando o trabalhão que tiveram pra abrir uma pedreira

📲 [milo]: a culpa é minha que você escolheu o cara mais sem sal de khadel?

📲 [milo]: eu te conheço, e se você não quisesse, não teria nem mesmo me dado tempo de terminar minha frase aquele dia

📲 [milo]: mas deixando sua óbvia atração por mim de lado um pouco, você meio que perdeu uma aposta, tá lembrada?

📲 [milo]: e agora com toda essa pesquisa de campo que precisamos fazer, nada mais justo do que eu usar isso a meu favor

📲 [milo]: então aqui vai

📲 [milo]: já que perdeu a aposta, vai me deixar te levar pra um encontro

📲 [milo]: e vai ter que ser legal comigo a noite toda :)

📲 [milo]: só pra deixar claro, essa última mensagem não tem nada sexual

📲 [milo]: pra isso pode ter certeza que eu não precisaria usar uma aposta


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neslihvns - 𝒈𝒍𝒐𝒓𝒊𝒐𝒖𝒔 ! justice
𝒈𝒍𝒐𝒓𝒊𝒐𝒖𝒔 ! justice

𝒕𝒉𝒆 𝒂𝒄𝒕𝒊𝒗𝒊𝒔𝒕 ! neslihan gökçe , 29 , human rights lawyer . can you hear my heart beating like a hammer ?

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