TumblrFeed

Curate, connect, and discover

My Writing - Blog Posts

1 year ago

NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO VIII

Oii, como vai? Capítulo um pouco adiantado. Espero que vocês gostem.

Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII

Nico não tinha certeza se devia estar fazendo isso. 

Não podia negar que noite passada tinha sido boa, porém, na vez antes disso, tentou com ex e… bem,  tinha sido tão ruim que tudo o que ele sentiu foi ansiedade, dor e vontade de vomitar. Assim que pôde, Nico saiu correndo e evitou falar ou se encontrar com Will durante o resto do tempo que ficou na Itália. Parte disso era vergonha por ter entrado em pânico, descobrindo no processo que não estava pronto para fazer certas coisas com meros desconhecidos, e a outra parte era… não queria admitir, mas era difícil para ele confiar nas pessoas. E daí se ele tivesse namorado outras pessoas depois de Will? Não era sua culpa se ele não conseguia relaxar ao redor do loiro. 

Era por esse motivo que hesitava, mesmo sabendo ser injusta a comparação entre os dois. Ou entre qualquer outra pessoa e Percy. Will nunca tinha o convidado para comer em lugares que ele gostava ou o levado para conhecer, ou melhor, redescobrir a cidade como Percy tinha feito naquela noite. Eles tomaram sorvete, visitaram um parque natural e andaram de mãos dadas pelas ruas iluminadas sob a luz do luar. Tinha sido uma noite tão calma e agradável que Nico se esqueceu do que tinha acontecido na Itália ou mesmo toda a confusão com Annabeth que ele nem gostava de lembrar. Mas ali estavam eles, novamente em seu quarto, mochilas e roupas jogadas ao chão.

Eles nem tinham acendido as luzes na pressa de chegar ao segundo andar da casa, indo em direção a sua cama o mais rápido que puderam. Sua jaqueta e camisa vieram primeiro, em seguida, Percy fez o mesmo consigo mesmo, mais rápido do que Nico podia acompanhar. 

Ele tinha arfado e suas pernas fraquejado, sentindo Percy o tocar com força, o puxando pela cintura e se moldando contra suas costas. 

Pele na pele, braços em volta dele e respirações apressadas em sincronia, lábios contra seu pescoço, o beijando suavemente, indo e voltando por sua nuca e encontrando o lóbulo de sua orelha, a mordiscando devagar. As mãos grandes e quentes de Percy subiram mais uma vez, o tocando nos ombros e deslizando lentamente para baixo, chegando em seus quadris para enfim o massageando por cima do jeans. Os botões foram os próximos, Percy os abrindo e descendo o zíper, como se desembrulhasse um presente valioso. Ele ainda não tinha certeza, não sabia o que acontecia com ele; uma hora queria Percy o tocando com toda a força de seu ser e na outra, não tinha certeza de nada. Apenas sabia que queria que Percy continuasse a segurá-lo para sempre, mas que não o machucasse ou o forçasse como outras pessoas tinham tentado.

— O que foi? — Percy disse contra a pele de seu ombro, colocando mais um beijinho ali que o fez estremecer, seu corpo relaxando sem sua permissão.

— Eu não sei. Eu…  

— Hm. — Percy murmurou, se movendo devagar com ele em direção a cama. — Você quer me dizer alguma coisa?

Sim, ele queria. Queria dizer que não estava bêbado o suficiente para ignorar seus medos e que tinha ignorado qualquer coisa sexual por mais de um motivo. Mas antes de chegarem à cama, Percy parou no meio do caminho e beijou seu pescoço mais uma vez.

— Sei que você tem medo. Sei que perdi o controle no passado. Mas você pode confiar em mim.

— Per. — Tinha sido apenas um beijo, um impulso descuidado no passado, e parece que aquele momento os perseguiria para o resto de suas vidas. — Não é isso. Eu...

— Então, me diga. E eu vou te dar. Não importa o que seja.

Por que isso era tão difícil?

— Eu... 

— É sobre o seu ex?

— Ele... ele...

Percy parou de se mover e até o ar ao redor deles se tornou imóvel.

— O que ele fez com você?

— Nada! — Nico se apressou em dizer, ansioso. — Não foi nada.

— Nico.

— Quer dizer! Você se lembra do Jason, o amigo que eu te contei? Ele impediu que Will...

Foi quando Percy o virou de frente para ele e segurou forte em seus ombros, seus olhos dilatados e ferozes o encarando como se Percy quisesse arrancar a verdade dele dessa forma. 

— Você mentiu para mim. O que mais esse garoto fez, hm?

— Percy!

Ele não queria acreditar que Percy era uma dessas pessoas. Ele o segurou pelos braços e o jogou na cama, prendendo suas mãos acima da cabeça.

— Me responda!

— Ele... ele me amarrou e... e tirou minha roupa... e quando... quando estava prestes a... Jason chegou, bateu em Will e me desamarrou! Feliz agora!?

Assim que ele disse isso, Percy o soltou e parou de tocá-lo imediatamente. Isso surpreendeu Nico, o ofendeu e o machucou na mesma proporção. Percy tinha nojo dele sabendo que outro homem o tinha tocado? Era isso?

Então, a cama se moveu e Percy o tocou no ombro suavemente.

— Não, bebê, não chora. Eu sinto muito.

— Você não me ama mais? — Nico perguntou e escondeu o rosto no travesseiro, tentando prender o soluço.

— Não, isso é impossível. Não quero que--

— Eu só… não gosto de ser amarrado e… — Outro soluço, — Foi horrível quando ele tentou… tentou me penetrar e…

— Shhh, está tudo bem. Prometo que não vou te tocar.

Ele não aguentava mais! Não era isso o que Nico queria. 

Chorando feito um bebê, ele engatinhou até onde Percy estava deitado todo tenso e sentou no colo dele, o abraçando bem apertado pelo pescoço.

— Eu quero que você me toque! Quero que você me foda até que eu não consiga andar, mas… doeu tanto! Não quero que doa. Quero que só você me toque! Só você me beije! Só você… ah!

Nico gritou e curvou as costas quando Percy o puxou pelos cabelos, aproximando seus rostos.

— Eu devia te punir. Devia te mostrar como um bom garoto tem que se comportar.

— Eu--

— Não terminei. Não importa com quem você transou na Itália, você mentiu para mim. Escondeu algo importante por causa de vergonha? Por que um garoto qualquer te enganou e te humilhou? O que aconteceu? Eu quero a verdade.

— Estou dizendo a verdade. — Nico virou a cara para o lado e se calou, ele se negava. Não era da conta de Percy o que ele tinha feito.

— Vai ser assim? Desde quando você começou a mentir para mim?

— Eu... eu não menti sobre não gostar.

— Você concordou em fazer alguma coisa e se arrependeu?

Nico acenou, sentindo o rosto esquentar.

— Você não confiava nele?

Acenou de novo.

— Pensei que estava pronto... e... — Nico deu de ombros. — Aí, Jason me ouviu gritar e... preso na cama... ele bateu em Will e Will ficou furioso. Will veio atrás de mim, mas eu não quis explicar o que tinha acontecido, então, eu terminei com ele e Will ficou mais furioso ainda… 

— Então, você brincou com o garoto, dispensou ele e deixou que as pessoas pensassem que esse Will era o culpado?

— Eu não queria fazer isso, eu só...

— Nico.

Percy o conhecia bem demais.

Ele odiava quando Percy falava assim com ele, sério e rígido, todo autoritário. Se sentia feito um garotinho repreendido e indefeso. O que o fez ver que faria de tudo para Percy perdoá-lo. Então, respirando fundo, disse:

— Sinto muito. Eu nunca faria isso com você.

— Você já fez. — Percy disse e o olhou de forma firme e dura, ainda o segurando pelos cabelos de um jeito doloroso que não doía de verdade. Mas Percy estava certo, ele tinha feito, tinha fugido sem uma explicação, e se arrependia muito. Se fosse necessário, passaria o resto da vida se desculpando.

— Como posso me redimir?

— Eu não sei.

— Por favor. Faço qualquer coisa.

— Qualquer coisa? — Então, Percy sorriu e soltou seus cabelos, se ajeitando contra o batente da cama. — Tire suas calças.

Nico fez o que Percy pediu. Ele se levantou, tirou as calças, cueca e meias e voltou para cama prestes a se sentar no colo de Percy quando foi parado. 

Percy o segurou pelo ombro e com o mesmo sorriso malicioso, disse: — De barriga para baixo. No meu colo.

— Eu não entendo.

— Logo você vai entender.

Ainda confuso, Nico se deitou contra as pernas de Percy e esperou. 

Momentos depois tudo fez sentido. 

Primeiro, sentiu Percy se aconchegar contra a cabeceira da cama, depois, com uma das mãos segurou em seus cabelos e com a outra, deslizou por suas costas, chegando a sua bunda.

— Ainda está disposto a continuar?

— Per?

— Eu te mimei muito. Permitindo que você fizesse o que quisesse.

— Eu não quis...

— Você vai obedecer?

— Espera!

— Ultima chance. Sim ou não?

Ele não sabia, tá bom!? Era muita pressão para ele aguentar. Quer dizer, Nico sempre quis tentar isso com Percy, mas ele não queria assim, uma punição no lugar de diversão.

— Nico?

— Eu não sei. — Ele enfim disse, derrotado. — Confio em você.

E então, meros segundos depois, a mão pesada de Percy estalou contra sua nádega direita, lhe arrancando um gemido abafado.

— Você está gostando. Não acredito nisso. — Vieram mais duas, uma em seguida da outra e Nico não pôde se conter, se contraiu todo, esfregando uma perna na outra, tentando esconder o efeito que as palmadas causaram nele.

Ele ouviu Percy arfar e ajeitá-lo em seu colo, a calça jeans roçando em seu membro exposto, e tudo o que pôde fazer foi se segurar nos lençóis para não gozar com o tratamento violento.

— Você está pronto para conversar? — A voz de Percy soou baixa a seus ouvidos, o fazendo estremecer.

— Eu já disse tudo o que queria.

— Quem mais fez isso com você?

Merda! Como Percy sabia? 

Percy mudou de lado e dessa vez o estalo reverberou no cômodo inteiro, o fazendo gemer de verdade, curvando a coluna. Quando ele não disse nada, Percy continuou, suas mãos batendo em sua pele e massageando o lugar até que ele quase... quase...

— Você disse para eu viver um pouco! Foi o que eu fiz! — Ele gritou, tentando se controlar, se contorcendo todo, sentindo o prazer vir mais rápido do que ele esperava. Até que Percy parou de repente, o mantendo no pico do êxtase para encerrar as palmadas sem avisar.

— Tudo o que eu quero é a verdade, Nico.

— Que bem isso vai trazer!? — Gritou mais uma vez, frustrado, tentando obedecer.

— Você pensa que pode mentir para mim? Quanto mais você esconde, mais eu quero saber.

— Percy! Não quero falar disso!

— Então, você não deve querer gozar.

— Você não vai fazer isso comigo!

— Quer apostar?

Percy o segurou pela cintura, o fez virar na cama e então o colocou sentado no colo dele, seu membro exposto para o ar frio do quarto, o mantendo imóvel com sua bunda ardendo contra o jeans de Percy.

— Percy!

— Eu não vou incentivar esse tipo de atitude.

— Que atitude?

— É por isso que eu sou tão ciumento, você sempre faz isso. Flertando com todo mundo e ignorando o problema quando a coisa fica séria.

— Eu não faço isso. Faço...?

— Você vai me enlouquecer!

— Eu não quis—

— Você nunca quer! Esse é o problema.

— O que você quer que eu faça?

— Seja sincero. É pedir muito?

— Eu... eu não sabia como te contar. Como eu poderia dizer: “Olha, Percy. Não fica bravo. Fiquei carente e deixei alguns garotos tocarem em mim de formas que tenho vergonha de admitir”.

— Não parece tão difícil agora. — Percy murmurou, o agarrando mais forte pela cintura. Ele até temia em saber o que aconteceria nos próximos dias. — Por que você faz isso comigo?

— Eu não queria que você pensasse que eu... que eu sou...

— Uma vadia que se oferece para quem te der atenção?

Nico olhou para fora da janela e tentou prender o que estava lutando para se libertar de seu peito.

— Nico, eu não me importo. Você pode ser meu doce Nico e pode ser esse ser sensual que gosta de provocar as pessoas. Fico triste que você sentiu a necessidade de esconder essa parte de mim.

— Eu não queria.

— Sei que não. Nunca pensei que você fosse um santo. Tudo o que eu peço é sinceridade. 

— Eu sei.

— Não quero te machucar, mas também não quero te tratar feito um cristal. Não fuja de mim. Eu te amo.

— Eu também te amo. — Nico disse, relaxando contra o peito de Percy. — Prometo que vou ser a pessoa mais honesta desse mundo.

***

As coisas pareciam ter se acalmado. Nico sentia que enfim o peso do mundo tinha sumido de suas costas, se sentia leve e livre, sem mais nada a esconder. Quer dizer, não tinha contado tudo o que aconteceu, porém, Percy agora sabia de tudo, de sua… sobre sua libido que tinha surgido na ausência de Percy e que agora parecia estar mais acesa do que nunca. 

Ele achava que tinha sido claro, não? Afinal, tinha gritado para quem quisesse ouvir. Sinceramente, estava feliz que após ouvir todas aquelas coisas Percy ainda estivesse a seu lado, no momento, debaixo das cobertas com ele, o abraçando pelas cintura e ombros, os mantendo colados um ao outro. Suas nádegas ainda doíam e seus olhos estavam inchados de tanto chorar. Não o entendam mal, ele estaria de joelhos se isso fosse melhorar sua situação, Percy apenas não estava no clima. Percy tinha tirado o resto das roupas que usava e tinha se deitado junto a Nico na cama, o abraçando e fechado os olhos em seguida. E Nico, como tinha ficado? Ainda excitado, mesmo com a dor das palmadas e a humilhação das confissões, tentando ficar imóvel entre os braços de Percy.  

Por longas horas tentou fazer exatamente isso, obedecendo à vontade de Percy. Mas não importava o quanto tentasse, abria e fechava os olhos de tempos em tempos, vendo as horas passarem lentas e torturantes, o céu mudando de tonalidades de escuras para outras um pouco mais claras. 

Ele não aguentava mais! Tocando na mão em volta de seu peito, Nico fez um esforço e tentou não acordar Percy, entretanto, o agarre em volta dele se apertou e os braços de Percy o puxaram de volta contra seu peito forte.

— Onde você pensa que vai?

— Eu preciso… hm…

— Você precisa?

Nico queria morrer, mas antes que esse fato se concretizasse, pegou uma das mãos sobre seu corpo e a levou para sua virilha.

— Entendo. — Percy murmurou, se aproximando mais.

Estava tudo bem, porque Nico enfim tinha o que desejou. Percy cobriu sua virilha inteira, engolfando seu membro e massageou devagar, bolas e falo, o apertando tão gostoso que em menos de um minuto estava ereto, como se a conversa anterior e as palmadas nunca tivessem acontecido. Aquilo era tão bom… por que era tão bom? Era por que Percy o estava tocando? Era algo mais emocional do que físico? Ou era a intimidade do meio da madrugada o fazendo se sentir leve e despreocupado, mas tão vulnerável que ele queria se esconder sob o corpo de Percy?

— O que você precisa? — Percy sussurrou contra seu pescoço, sua voz rouca de sono.

— Você pode me… você pode me foder? — Será que ele estava sendo claro o suficiente dessa vez?

— Você só precisa pedir.

Ele gemeu frustrado e escondeu o rosto no travesseiro, ansioso e sentindo a humilhação de ter que pedir, feito um garotinho carente, descendo por seu pescoço em forma do corar que o esquentava dos pés à cabeça. O bom nisso é que finalmente seu pedido foi concedido, Percy o inclinou um pouco para frente, abriu suas pernas e imediatamente sentiu dígitos molhados roçarem suavemente e sem pressa contra sua entrada. Ah… ele não sabia que esse gesto poderia ser tão relaxante e gostoso, massageando ao redor tempo o suficiente para que o orifício se abrisse e permitisse que os dedos de Percy o penetrasse, fácil e sem dificuldade, o abrindo com tanto cuidado que quando ele se viu estava deitado de bunda para cima e gemendo com três dedos dentro dele, mal sentiu Percy se deitar sobre seu corpo. 

Com um ligeiro desconforto que imediatamente deu lugar ao prazer, a cabeça do membro de Percy entrou em contato com sua entrada e o penetrou devagar com uma leve pressão, o fazendo se sentir feito uma flor que desabrochava, mas foi quando Percy se forçou um pouco mais para dentro, deixando que o peso de seu corpo ajudasse no deslizar, que Nico realmente viu estrelas.

 — Estou te machucando? Onde doí? Estou indo muito rápido?

Nico parou de respirar por um momento, muitas sensações ao mesmo tempo fritando seu cérebro. Ele… ele não sabia, estava relaxado demais para determinar se era o puro prazer, se tinha dor no meio ou sequer se precisava de uma pausa; Nico mal conseguia levantar a cabeça do travesseiro, quanto entender qualquer coisa que não fosse a necessidade de gozar.

— Bebê. — Percy suspirou, finalmente se encostando a suas costas, mantendo seus quadris parados, arfando. — Eu preciso.

— Hm. — Achava que tinha gemido, que estava prestes a gozar. Isso não podia ser normal. Não podia. Tão rápido.

— Fale comigo.

Então, Percy se acomodou melhor e aquela leve fricção dentro dele foi o suficiente para fazê-lo gemer, o fazendo apertar o membro dentro dele tão gostoso que Percy puxou seus cabelos, um aviso claro para Nico se comportar.

— Per!

Percy parou de novo, tentando recuperar o fôlego, e Nico derreteu mais uma vez na cama, procurando as palavras certas para dizer o que precisava.

— Per, eu… eu preciso… preciso…

— Vamos fazer assim, quando você não souber o que dizer e quiser continuar, diga “obrigado”. Quando estiver gostoso e mesmo assim quiser parar, diga “Por favor”.

— E se… e se eu não gostar?

— Diga pare e eu vou parar.

Parecia fácil o bastante, então, por que ainda tinha tanta dúvida? Esse era o momento que ele tinha a tendência de encerrar tudo. Era tão intenso que ele não conseguia continuar, mesmo quando ele usava seu vibrador favorito. Mas ele não queria parar, queria continuar e ver onde isso ia dar. Talvez se ele permitisse que Percy se movesse e o segurasse contra a cama, como exatamente como Percy estava fazendo poderia chegar ao fim.

— E, então? — Percy murmurou contra seu ouvido, o segurando firme pelos cabelos e cintura.

— Eu… tudo bem… obrigado.

— Esse é o meu garoto. Todo educado e obediente.

Nico… Nico não deixaria que aquelas palavras o fizessem se sentir mais à beira do precipício do que ele já estava. Mas quando Percy acariciou seu cabelo e os puxou, dizendo um rápido “Bom garoto”, Nico não conseguiu ignorar a reação que isso causava nele. Escondeu seu rosto no travesseiro ao mesmo tempo que um gemido foi arrancando dele e Percy enfim decidiu se mover.

Nessa noite, nada estava saindo como ele esperava, e ao invés de Percy fodê-lo rápido e forte, sentiu primeiro Percy girar os quadris, rebolando dentro dele para depois Percy se impulsionar para trás, devagar e gostoso, e voltar penetrá-lo mais devagar ainda, o fazendo curvar a coluna e gemer como ele nunca tinha gemido, sem deixar lugar para qualquer outro pensamento.

— Hmm. — Percy gemeu todo rouco, aumentando a velocidade e profundidade conforme os gemidos de Nico ficavam mais altos. — Sabia que você seria perfeito. Todo macio e cheiroso. O encaixe perfeito.

— Eu… eu… ah!

— Hm?

— Obrigado!

Nico achava que tinha gritado, que tinha se contorcido tanto que sentiu Percy segurá-lo pela nuca e forçar sua cabeça sobre o travesseiro, dizendo para ele respirar. Mas Nico não conseguia, Percy tinha acertado algo dentro dele que o fez apagar por um momento; estava gozando e gozando, cada vez que seu membro expelia, um choque de eletricidade atingia seu corpo, mas Percy ainda estava dentro dele, duro e pulsando, tão quente que Nico não sabia como não tinha sido queimado.

— Está tudo bem, assim. Eu vou cuidar de você.

Nico sentiu dedos contra sua virilha e em seu membro, o tocando suavemente. Ele gemeu de novo, pensando que iria morrer, sentindo seu orgasmo se estendendo até que não aguentou mais: 

— Por favor! — Então, gritou mais uma vez, lágrimas se forçando para fora de seus olhos, sufocado pelo prazer: — Por favor! 

— Bom garoto. — Percy gemeu em seu ouvido, sua voz firme e baixa, sentindo os quadris de Percy irem o mais profundo possível e gozar dentro dele, como Nico nunca havia permitido antes.

***

Percy admitia que não estava sendo justo com Nico. Não era nada planejado, ele nem pensava em transar com Nico tão cedo. Em um momento Nico estava todo excitado e no seguinte, o afastava, feito as milhares de vezes antes de tudo ir para os ares. Mas dessa vez… dessa vez Percy tinha decidido fazer exatamente o que Nico fazia com ele. Foi uma decisão de último minuto motivada pela frustração e desespero. Se ele fizesse Nico se sentir como ele se sentia, Nico pararia de torturá-lo, não?

Primeiro, tentou devagar e sem pressa, passeando pela cidade e parando na sorveteria favorita de Nico, depois, levou Nico para casa, o beijando apenas quando tiveram privacidade. Percy jurava que não pretendia fazer mais do que beijar Nico e ter uma noite tranquila, o problema apareceu quando Nico o beijou de volta, todo carente, e se virou de costas, esfregando aquela bundinha empinada contra sua virilha. Lá se ia seu autocontrole pelo ralo, Nico cheirava tão bem que Percy teve que beijar aquela pele macia, mordiscando a nuca e pescoço de Nico até encontrar a boca mordida e avermelhada, se perdendo nele, desabotoando os botões da camisa de Nico e então a sua própria para encontrar pele macia e sem pelos, o estômago liso e mamilos eriçados, pontudos, o forçando a brincar com eles longamente. Ele não conseguia parar de tocar, ouvindo gemidinhos arfados, Nico se enroscando contra ele até que bem… vocês podem imaginar, Nico ficou todo tenso e ele foi obrigado parar, tentando raciocinar no meio da densa névoa de excitação que percorria seu cérebro.

Tentou conversar e tentou se acalmar, mas aquela irritação continuava subindo por sua espinha. Ele não aceitaria ser feito de idiota mais uma vez. Percy não pensou, jogou Nico na cama, o prensou contra ela e segurou suas mãos acima da cabeça onde Nico não poderia usá-las para distraí-lo. O que pareceu ter sido um erro, embora a confissão e meias verdades tivessem escapado dos lábios de Nico feito uma cachoeira.

Agora, como ele sabia que Nico mentia? Nico desviou o olhar e tentou se soltar na tentativa de fuga. Nico nem percebia o que estava fazendo, ainda sem querer encará-lo. Por que era isso o que acontecia quando Nico sentia que não podia dizer a verdade, ele mentia, tentava distraí-lo ou fugir, como tinha feito há dois anos atrás e como fazia desde que eles eram crianças; quando o mundo ficava muito difícil para Nico lidar, ele se escondia, e sempre sobrava para Percy encontrá-lo e fazê-lo encarar a realidade. Estava tudo bem quando Nico fugia do resto do mundo, mas quando as coisas eram entres eles? Quem iria atrás de Nico para ter certeza que tudo estava bem?

Sinceramente? Ele não queria ouvir nada daquilo. Não queria saber quem tinha feito Nico decidir querer sexo ou quem tinha o traumatizado ao ponto de Nico se fechar tanto que ele foi obrigado a arrancar a verdade da unica pessoa que nunca precisou ter segredos. Percy estava tão cansado que… apenas decidiu se afastar, o vendo chorar na cama como se ele tivesse ofendido a mãe morta de Nico.

Foi demais para ele quando Nico disse um “Você não me ama mais?”. Como ele poderia não amá-lo? Alguns garotos e escapadas sexuais não seriam suficientes para destruir uma década inteira de dedicação e comprometimento. Entretanto, o pior de tudo foi ouvir “Eu só… não gosto de ser amarrado e… — Outro soluço, — Foi horrível quando ele tentou… tentou me penetrar e…”, sabe porque era horrível ouvir isso? Nico estava mentindo outra vez! Estava fazendo manha e seu rosto estava tão.. tão… excitado! Numa mistura de prazer e vergonha tão grande que nada que Nico dissesse no momento Percy seria capaz de acreditar.

Infelizmente, Percy não tinha muitas opções. Ele respirou fundo e disse a única coisa correta e racional que poderia, tentando acalmar Nico, o que pareceu piorar as coisas. Desesperado, Nico engatinhou para seu lado da cama e montou em seu colo, bem em cima de sua ereção e o olhou com aqueles olhos cheios de lágrimas de crocodilo que mais o excitava do que o preocupava, embora a forma ansiosa e angustiada que Nico agia fosse um indicador mais certeiro do que se passava na mente de seu doce e não mais inocente garotinho.

Ele estava tentando fazer o certo, não estava? Mas parecia que Nico não queria isso. Com eles era tudo ou nada, a próxima fala de Nico apenas deixava tudo mais claro: “Eu quero que você me toque! Quero que você me foda até que eu não consiga andar, mas… doeu tanto! Não quero que doa. Quero que só você me toque! Só você me beije! Só você!” e quem era ele para negar o que seu bebê dramático e manipulador queria? Ele não podia culpar Nico quando o garoto tinha aprendido com o melhor. Não que Nico estivesse enganando alguém ali, mas se isso era o que Nico precisava para dizer o que estava engasgado, ele faria o desejo de Nico se realizar; o que resultou em algo que ele nunca poderia prever: palmadas, gritos e confissões que dessa vez saíram bem mais sinceras, embora ele tenha a impressão que Nico ainda guardava coisas dentro do peito.

Bem, ele não estava preocupado. Arrancaria cada um desses segredinhos que Nico pensava poder esconder dele. Não porque quisesse saber, mas porque Nico parecia tão aliviado enquanto cada mísera palavra escapava da própria boca que sabia que o relacionamento deles nunca estaria perfeito enquanto Nico não confessasse tudo para ele, exatamente como sempre tinha sido. Admitia que não estava pronto para o que veio em seguida e admitia que queria fazer Nico sofrer um pouco, o que não chegava perto do que Nico fez com ele, mesmo que espalmar aquela bundinha empinada tenha sido eficaz. Agora ele entendia porque Nico tinha fugido de sexo por tanto tempo, o garotinho era tão sensível que em poucos toques ele estava gemendo como se estivesse prestes a morrer e tão apertado que ele enfim acreditou quando Nico dizia ser virgem. Percy foi paciente e cuidadoso o fazendo relaxar para então… bem, fazer seu melhor para não gozar enquanto deslizava para dentro daquele canal apertado e quente.

A partir desse momento foi rápido. Nico apenas conseguia gemer e mal conseguia completar o que falava, arfando e choramingando, estatelado na cama. Não que ele tivesse melhor, segurou nos cabelos de Nico, o mantendo no lugar quando sentiu Nico estremecer dos pés a cabeça, quase o jogando para fora da cama. Percy não tinha conseguido se mover muito, tentando pensar no conforto de Nico, mas tinha sido o suficiente. Alguns momentos depois foi sua vez, gozando fundo dentro da pessoa mais importante de sua vida.

***

— Bom garoto. — Percy tinha dito, ainda dentro de Nico. Ele se permitiu curtir o momento, mas quando a sensitividade chegou, foi obrigado a deslizar para fora, observando o sêmen escorrer pela pele morena.

Ele ainda estava irritado, levemente incomodado pela forma que Nico o fez perder o controle. Mas agora vendo Nico estatelado no colchão como se tivesse corrido uma maratona e ainda com lagrimas descendo de seu olhos negros, Percy tinha se decidido, nunca mais deixaria que seus sentimentos interferissem em seu relacionamento com Nico; ele amava seu pequeno mentirosinho que preferia esconder o que realmente queria se isso fosse garantir que as pessoas gostassem dele.

Percy respirou fundo e deixou que suas mãos abandonassem os cabelos de Nico, se deitando ao lado dele, prestes a sair da cama em busca de algo para limpar Nico. Isso é, ele teria se levantado se Nico não tivesse choramingado, segurando em seu braço.

— Onde você vai? Eu estou perdoado? — Nico piscou lentamente, parecendo que iria cair no choro se não escutasse o que queria.

O que ele podia dizer? No fim, as lágrimas de crocodilo sempre funcionavam.

Ele sorriu, porque sabia que isso sempre acalmava seu doce bebê, e se aproximou, o beijando suavemente nos lábios.

— Não há nada a perdoar.

— Per.

— Lindo. — Percy o beijou de novo e de novo até que Nico voltou a relaxar na cama, ainda de barriga para baixo.

— Não me deixe.

— Nem pra ir no banheiro? 

Nico negou, afundando o rosto no travesseiro. Mas ele pegou na mão de Percy e a trouxe para o próprio cabelo, no exato lugar onde ele tinha o segurado momentos atrás.

Percy entendeu tudo e começou a acariciá-lo ali, devagar e suavemente, ouvindo Nico ronronar feito um gatinho manhoso.

— Nós não terminamos de conversar ainda.

— Desculpa. — Nico murmurou, sua voz saindo abafada.

— O que você esconde que te faz hesitar tanto?

— Como você pode me amar depois disso? Como alguém poderia? — Nico enfim levantou a cabeça e o encarou todo choroso.

— Nico.

— Eu me sinto uma vadia suja que não precisava cobrar por sexo, mas faz porque gosta.

— Qual o problema em gostar?

— Eu sou uma farsa! Todo mundo acha que eu sou esse… esse ser puro… e olha pra mim agora! — Nico voltou a enterrar o rosto no travesseiro e reclamar, mas parecia que suas lágrimas estavam acabando. Ele devia estar muito relaxado para conseguir ficar irritado.

— Nico! — Ele acabou rindo e Nico choramingou de volta, indignado. Ele então acariciou as costas desnudas de Nico e Nico se rendeu, derretendo em suas mãos.

— Isso não é justo! Você nunca me leva a sério. — Nico se virou de costas para a cama e o encarou fazendo uma careta adorável, e percebendo seu estado, tentou puxar as cobertas para cima de si. Ele teria conseguido se Percy não o tivesse parado, o segurando pelo ombro, deslizando suas mãos até elas chegarem na nuca de Nico, e se aproximou dele, juntando suas testas.

— Eu levo, juro que levo. Na verdade, queria pedir desculpas. Não devia ter te tratado assim.

— Me tratado como?

— Você não vê o problema?

— Hm?

— Nico, eu bati em você, te joguei na cama. Fiz algo que você não queria.

— Eu… — Nico piscou lentamente, e o surpreendeu, não desviando o olhar do seu. — Eu gostei. Só… não foi uma boa experiência quando tentaram me amarrar. Eu não me importo de tentar com você. Eu me assustei, você nunca foi violento comigo. Eu gostei. Gostei muito.

— Não faz isso comigo. — Percy implorou, tentando impedir que aquelas ideias se formassem em sua cabeça.

— Eu quero que você me bata de novo. Pode me jogar na cama quantas vezes quiser. Só me promete que sempre vai me amar. — Nico disse, sua expressão toda aberta e vulnerável, e infelizmente Percy soube, Nico não estava mentindo.

— Eu te amo. Sempre. Mesmo quando você me deixa louco.

Nico desviou os olhos dele por um instante e quando voltou a encará-lo, mordia os lábios, como se não tivesse certeza de algo.

— Eu quero… quero te satisfazer… e se… e se me fazer chorar ou me fazer gritar é o que te agrada… eu não me importo.

Percy arfou, tentando não demonstrar como seu corpo estava reagindo com essas palavras, mas como resistir quando Nico falava daquela forma quase inocente e na voz mais doce e afável?

— Eu não quero te fazer chorar.

— Mentiroso. — Nico disse, um sorriso começando a surgir em suas suaves feições. — Eu não quero que você se reprima por minha causa.

— Você tem que fazer o mesmo.

Nico mordeu os lábios e pareceu pensar sobre o assunto, suas mãos pequenas vindo parar sobre os ombros de Percy.

— Eu não sei se consigo. Como eu poderia dizer essas coisas?

— Você parece não ter problemas no momento.

— É porque estou… estou flutuando nas endorfinas. Não sei quanto tempo vai durar.

— O que te faria sentir melhor?

— Eu amo quando você me toca em qualquer lugar. 

— Onde?

— No pescoço. Na mão. No pulso. Na… na cintura.

— Assim? — Percy deslizou os lábios pelo rosto de Nico e o beijou no lado do pescoço, aplicando uma leve pressão ali.

— Hmhmm. — Nico suspirou, fechando os olhos. — Eu amo quando… quando você me diz o que fazer, quando… quando toma o controle.

Percy parou por um momento e deixou o ar sair. Com Nico sempre era difícil saber, se ele fazia o que queria ou se Nico fazia o que os outros esperavam dele. Era melhor ir com calma.

— Eu quero que você saiba. Você pode me contar qualquer coisa. Vou ficar com ciúme, mas nunca vou te julgar.

Nico soltou uma risadinha toda feliz e manhosa, e se virou em direção a Percy, encostando a cabeça em seu ombro.

— Só se você me contar também.

— É um trato, então.

Ele beijou o rosto de Nico, se levantou e foi até o banheiro. Quando voltou com uma toalha quente e umedecida, Nico finalmente estava dormindo, todo encolhido em seu lado da cama e com um doce sorriso nos lábios.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Ahhhhh esse capítulo foi tãoooo cliche! Serio! Não sei o que aconteceu, pelo menos espero que tenha sido divertido. Comentários são sempre bem-vindos. E obrigada por ler. Na sexta tem um capítulo traduzudo, e para quem está lendo a versão em inglês quero avisar que teve mudanças mínimas, como o Percy nunca ter namorado com Annabeth e uma frase ou outra.

Até logo.


Tags
1 year ago

THERE'S NO PLACE LIKE HOME - PERCY/NICO AU HIGH SCHOOL - CHAPTER II

Hey, how's everyone doing? I wasn't going to post it so soon, but since I had some time over the weekend, here it is. I'm sorry if there are any mistakes.

Good reading!

Previous chapters: CHAPTER I

“How did you like the first lesson?” Percy had to ask, only to see the expression of annoyance cross Nico's face, something cute between a grimace and a purse of lips. He knew what the answer would be, but nothing could compare to seeing it all in person. No one could blame him if Nico had become a lot more expressive in recent years, as if the boy had given himself the right to feel and express himself however he wanted, without any kind of fear or hesitation.

"It was normal. I think. I'm a little behind, but nothing some reading can't fix." Nico shrugged and continued walking beside him, running his hands through his own hair and throwing it back, preventing it from falling into his eyes; long hair that seemed to shine in the sun, long and black, but not like he would in the past, it was a more expansive and relaxed gesture that Percy couldn't say how he could differentiate. In the end, Grover had to be right. He was obsessed. He always were.

"Hungry?”

"Not much.”

But even so, they walked through the cafeteria side by side, walking between the tables and benches until they reached the cafeteria counter Percy couldn't help but notice, it felt like they were being paraded, if only by the way people were looking at them; whether they were looks of admiration, envy or disgust, it was hard to tell them apart, he was too busy staring at the profile of Nico's face, especially when Nico brought his fingers to his mouth and bit them lightly, looking indecisive.

“What are you going to order?” Nico asked, finally looking up at him.

“A juice is fine. How about sharing a pie?” He knew that the one with vegetables and cheese was Nico's favorite.

And just to prove his point, Nico smiled and waved, ordering a milkshake for himself.

It was all so familiar that Percy felt his heart sink. Why did that hurt so much? Shouldn't he be happy to have his best friend back? Well, Nico seemed to be very happy with his milkshake and half of the vegetable pie now that they had found an unoccupied place to sit, a faint flush of happiness spread over his dark face, intensifying with every moment he continued to watch Nico eat.

"Aren't you going to eat? It's just as good as I remembered.”

“Nico.” Percy complained, frustrated.

"What is it?”

"Could you eat with less pleasure?"

Certain things never changed. Nico looked at him with his mouth around the straw and smiled, sucking the ice cream heartily. Percy just shook his head and looked away, taking the first bite. And Nico was right, the pie still tasted the same, the dough smooth and soft, the cheese melting in your mouth and the gratin crunchy on top. Since Nico had been gone, he hadn't had the heart to eat that pie, it brought back memories he preferred to leave behind.

“Per-cy.” Nico called out to him, practically humming, smiling, resting his head in his hands and blinking slowly at him, his bright black eyes distracting him for a moment.

“Hm?”

"Shouldn't you eat with your friends?"

"Why?”

“They're looking at us.”

Maybe it was true.

Percy shifted his gaze towards them quickly and returned his focus to Nico. They weren't important, even if he felt trouble looming for the simple reason that Annabeth was among them. Annabeth, Thalia, Luke, Grover, Chris and Clarice. All of his and Nico's old friends. And okay, maybe it wasn't right to keep Nico all to himself when he wasn't the only one who missed him.

"Do you want to talk to them?"

“Nah. Later. What I want to know is, who are you seeing?”

"What? I’m not--"

“Annabeth or Luke?”

"I’d never!” When Nico scowled unimpressed, Percy confessed, “Okay! We had a thing, but it's a thing of the past. I'm free as a bird.”

"Are you sure?”

"I promise.”

“Why don’t I believe you?” Then, Nico leaned back against the back of the bench and crossed his arms. "I'm not going to get a little surprise from your ex-boyfriends, am I?"

“Why would that happen?”

"The way things are looking…”

Percy couldn't pretend any longer, he smiled at Nico and leaned towards the boy, holding his hands and brought them to his own lips, kissing them for a long time: "I promise nothing will happen. I'm not that kind of man.”

“Hmm, I know. Am I supposed to know anything else?”

“I only have eyes for you, darling.”

That made the flush on Nico's cheeks come back in full force. Maybe it was because he was still holding Nico's hands or maybe it was because they were sitting side by side in the middle of all those people.

After that neither of them spoke again and no one approached them, which didn't affect them at all. They continued to eat and hold each other's hands until the bell rang, and they had to split up; Nico would go to history class and Percy to advanced math, and Percy like the perfect knight that he was, led Nico into the correct classroom, for a moment thinking about acting like the cliché Nico had accused him of being and kiss him right there where anyone could see. In the end, he decided to give him a long, tight hug before letting Nico into the classroom. The good news was that they would have their last class together, advanced physics.

***

Percy had barely set foot inside the room when a barrage of voices surrounded him. It seemed that everyone had something to say about the newly transferred Italian boy, as apparently, he was the only one who knew about Nico's return.

"I told you!" One of them said.

"Who would say.” Another commented with far less enthusiasm.

And Percy? Well, he didn't care what they had to say. He walked calmly to his desk, took his books out of his bag and looked straight ahead, like the model student he never was. What could Percy say? Daydreaming about Nico was far more pleasant than feeding more gossip.

"Dude! You can’t do this to me.” It was Grover, once again, who now sat beside him and put his hand on his shoulder, squeezing it and looking proud for some reason. It wasn't Grover's words that irritated him, it was his tone of voice; it was pure mockery. “You have to tell me everything.”

"And here I thought cheerleaders were gossips." Percy returned.

“Percy!”

“It’s alright.”

"It’s alright? Aren't you forgetting anything?”

"Like what?”

“Since when are you and Nico still speaking?”

“We always have been. Since the age of eleven.”

"But how! Was he not in Italy?”

"And?”

"Dude." This time who spoke was Luke who was nearby just listening. “I feel used.”

That was a joke! The boy with the biggest cheating record he had ever met, feeling used! And just because they had something quick during Nico's absence?

"I thought we had something special." But when Percy turned to Luke, his friend had a strange glint in his eyes and a smile like he was about to do something. "You know who wouldn't like to hear that?"

“Annabeth.” Grover completed for him, now much quieter so that only he and Luke could hear.

"What I have to do with it? She's not my girlfriend.”

"Are you sure about that? Annabeth doesn't seem to think the same.”

"That's her problem, not mine."

“Dude, this is going to be a problem. Don't say I didn't warn you.” Luke said and touched his arm, pretending to be understanding.

"How about you mind your own business?"

"If I were you, I'd be careful. I remember how helpless little Nico used to be. And nobody wants that to happen again.”

Percy looked closely at Luke, trying to decide if this was a threat or if it was a reminder of what Annabeth was capable of to get what she wanted. In the end, he decided it was just a warning, because in the past Luke had been one of the few people to defend Nico when he couldn't. He just hoped the past wouldn't repeat itself.

***

Nico felt he should’ve done the rational thing and left after the music club was over, like any normal person would do. But there he was, walking through the now empty halls with his guitar and backpack in hand, heading towards the uncovered court that was further down the far end of the school's grounds. Wasn't he the perfect cliché? The new kid going to meet the cute and popular boy after school just because that same cute boy asked him to. Now it was too late. He’d already crossed the entire school and was sitting in the stands, putting the guitar into his lap while he strummed some loose notes. He was an idiot, he had avoided this kind of gesture for so long only to fall into his own trap without even realizing it.

What could he do but let things roll and see where they went? He shrugged and took a pen and notebook out of his bag, jotting down notes and possible melodies. It didn't take long, soon he heard the noise of a ball hitting the ground and footsteps running close to where he was sitting. He looked up and there was Percy, bouncing the ball down and looking up at him, his smile almost reaching his ears, as if the most wonderful thing was happening just because Nico was there. That was why he couldn't say no to Percy, how could he when someone smiled at him like that?

“Nico.” Percy said, as if tasting the name on his lips like the tastiest candy. "Another ten minutes? It’ll be fast.”

Nico shrugged and tried not to meet Percy's eyes, knowing his face had to be hotter than a pepper, preferring instead to enjoy his bare, defined shoulders and arms.

“Okay, I'm not in a hurry.”

"I can see.”

In the end, Nico had to finally face Percy. There was something in his voice that made Nico want to pay closer attention.

“What?”

“Are you writing a song?”

"I think so.” Without realizing it, he had even written a few words to accompany the melody.

"It’s about me?”

"Could be.”

How sincere of him. This could only be a habit, it was so normal for Nico to say whatever came to mind without needing to police himself around Percy that these truths would come out without permission.

"Beautiful.” Now Nico was confused. What was beautiful? The music or… something else?

Percy smiled once more and the doubt was soon gone. He wondered since when Percy's smiles expressed so many things and how each of them was so clear to him, like a perfect, complete, error free language.

"So, after school?”

“I know a place you'll love.”

"Do you know me that well?" Another smile and a nod, as if Percy were saying, ‘Of course, silly.’

He rolled his eyes and turned his attention to his guitar.

"Don't you have practice?"

“Nothing is more important than you.

Nico would have liked to say that they were friendly words and that Percy was joking, but he had spoken with such resolution and confidence that Nico believed him. You know, Percy was a great communicator, sometimes the smiles would dessapear, as if Percy wanted there to be no misunderstandings. It was in those moments that Nico liked to pretend that he hadn't heard a thing, that he hadn't understood, or that nothing had happened. It’s easier when these things happened over connections where thousands of kilometers separated them, but here, less than five meters away? It made his heart race and his palms sweat.

"Hurry up.” He muttered back, trying to ignore Percy's words. "It's getting late.”

"Wait for me.”

So Nico waited, listening to Percy's footsteps retreat down the court.

What else could he do? Besides waiting and behaving, waiting for the moment when Percy would have some time to spare to him? Nico continued strumming the strings of his guitar and didn’t raise his head again for long minutes, that is, until someone sat down next to him, remaining silent until he gave up and stared at them. It was Annabeth, of course, with her intense blue-gray eyes and long golden hair, slender and tall, looking down on him just as he remembered, making him feel like he was a bug she wouldn't kill out of pity.

“Nico, is nice to see you again. How is Bianca doing?”

"Good.” Was all he said. Maybe she still intimidated him, maybe she still had the power to make him cry like a helpless baby.

"What brings you here?”

And again, he felt like the same lonely, outcast kid, the helpless boy anyone could use and abuse. Nico was so tired of it. He wouldn't give that power to Annabeth or that kind of person who, when they didn't have something the want, they took it by force.

"It's none of your business. Is that envy? Did it hurt a lot when he dumped you?”

Annabeth merely smiled, studying him, pretending she was on top when they both knew that was far from the truth.

“Ah, looks like some things have changed, then.”

"Looks liked it.”

"You know you're not going to win, don't you?"

“This isn't a game.”

“Look, I wasn't very nice to you. That’s why I’ll give you a chance. If you walk away, I promise I won't stand in your way. Things are like that…”

How kind of her, isn't it? Did she know what happened all those years he was abroad? How had Percy been the first to get back in touch less than a week after he’d left for Italy? And that in the end, there was nothing to be gained or lost? It’s for that exact reason that Nico chose to remain silent, watching Annabeth toss her platinum hair back as she kept talking.

“…you'll do very well around here if you do as I say.”

"Anne?" Someone behind them called out to her. It was Silena and Grover, they were both dressed in cheerleading clothes. Grover  was wearing lycra pants and Silena, a skirt, mini-blouse and pompoms in her hand. “Drew is calling for you.”

“She always is.” Was Annabeth's turn to roll her eyes and get up. “I think that's it. Do us both a favor, will you? It’ll be better this way.”

Tha way, tucking in her skirt and climbing the steps to the bleachers, he, Grover, and Silena watched Annabeth strut away, taking with her the tension Nico hadn't even realized had built up. Well, now he remembered one of the main reasons he had gone so far away from there.

“We are very sorry.” Grover was the first to break the silence, taking a seat next to him.

“She doesn't do it on purpose.” Silena sat down on the other. “It's not personal.”

“Never is with her.” Nico muttered back.

He didn't even know why he tried. Now, looking at things closely… maybe he should have stayed in Italy. The situation there was chaotic, but at least it was manageable. Having to go back and face the same traumatic things might not have been the best of his ideas.

“Don't mind her.” Grover said once more as the three of them watched the basketball team practice just as Percy made a basket and looked towards him, smiling victoriously.

Maybe, in the end, all this drama would be worth it if the reward was the smile lighting up Percy Jackson's face.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Tell me what you think! And thanks for reading.

Also, a forgot to warn you, this will be a +18, ok?

Thanks again^^


Tags
1 year ago

THERE'S NO PLACE LIKE HOME - PERCY/NICO AU HIGH SCHOOL - CHAPTER I

Hi, how are you? This is the English version of "NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL ". I usually write in Portuguese, but as I saw a lot of people who read in other languages, I decided to write this one in English too. Admittedly, I used Google and corrected what I could. I hope this is an acceptable translation, even if my writing is a bit rusty in English.

Now, for those who don't know what the story is about, here's an improvised summary: Nico is returning from Italy after spending two years there and meets Percy, the best friend he left behind, but who kept in touch in that time away. The rest develops from this reunion, and very quickly! In this story I will try to be more direct.

Thanks for the support! And good reading.

"Look who's back! The Italian boy.” Nico just had time to turn around before he was pressed against broad shoulders and strong arms that hugged him so tightly they lifted him into the air, knocking him out of breath and sending his books and bag tumbling to the floor, the door of his school locker being slammed with a loud bang.

“Perseus Jackson!”

"Only my mother calls me that."

But Percy was laughing, twirling him around in the air as people around him stared at them. Well, there was a good reason. They were right in the middle of the hallway where there were several lockers, leading to the entrance of the classrooms. Nico couldn't resist, he wrapped his arms around Percy's neck and hugged him as tight as Percy had did, burying his face against Percy's neck.

"I missed you.”

"I missed you too." Nico muttered back and pulled away, finally getting to see Percy's face.

Eyes as green as he remembered, nose straight and upturned, thin lips and wide in a pretty smile. What had changed was Percy’s height, nearly seven feet tall, and all those muscles. Where he remembered a shy and a little sad boy had turned into this... this happy and full of life man. Confident. Although he could still see the kindness and friendship that they used to have, this thing between them… having to deal with those feelings so openly still was something new. He couldn't help but compare himself to the past, where he was too young and Percy was... Percy was Percy, opening the door to his home to a sad, lonely little boy.

"Two years, huh? I thought you were never coming back."

“Hm.”

"Let me see you better." It wasn't like Percy had never seen him up close or every day for those two years on video calls. Nico had forgotten how intense Percy could be, full of touches and smiles.

Percy brought one of his hands to his face and brushed his hair back, exposing his face completely. And him? Well, Nico just stared back at Percy, as focused on the boy as Percy was on him. The truth is that all the calls and video calls didn't compare to what reality showed him, making him question what had happened to make him run away from Percy, from those gestures that felt so… so affectionate and so attentive. How dare he do this to them? Leaving the person he loved most behind? He was the most cowardly person in the whole world.

"Um... Percy? Put me down, yeah?” Nico did his best to stay serious.

"Why?”

"Don’t you have shame?”

"Have I?

Then, Percy smiled even more and finally put him on the ground to then loosen his grip on his face and waist, not pulling away completely, but leaning a little over him, as if there was something in his face that Percy needed to see more closely.

"How have you been? Why didn't you tell me you were coming back this week?”

"Why? Would you pick me up at the airport?”

“Of course, my friends deserve the best.”

“And what would that be?”

“Me, of course.”

Nico swore he was trying to be serious. The way things were going, Percy wanted something more and at the moment he wasn't ready. But it was no use, Nico grabbed Percy's shoulders and laughed; he thought it was one of the worst lines he had ever heard.

"Hey, don't laugh in my face. I'm a nice guy.”

“And very humble, too.”

"Very.” Percy said and finally released him, leaning against his side in front of the lockers, making Nico sigh in relief and picking up his things from the floor, putting them in the locker.

Sometimes Percy was a little too much for him; that was what Nico had discovered over the years in the thousands of conversations they'd had in that time. He didn't know when Percy had changed from the introverted boy to this bubbly person, but he liked it. And hated it at the same time, making his stomach flutter with anxiousness.

"Now really, how have things been?"

“You know, the same." Nico shrugged and closed the closet, taking out the books he would use that day, putting them in his bag. “Bianca came with me.”

"College?” Percy asked. “And you?”

Nico shrugged once more and leaned back against Percy's side, facing him closely again, looking at him through his lashes, trying not to show how he really felt. He didn't think he'd ever would get used to his friend's good looks, now doubled as the smooth features of adolescence gave way to defined muscles and an angular, strong face, the crooked smile, the intense gaze, the confident attitude... and... well, all of that. And much more.

"What about it?"

"What brings you back?"

“I missed home.” Nico nodded to himself. “For a while I thought it was Verona, but… I kept wondering what’s going on around here.”

"So, you decided to come back?”

“Why not? I'm turning eighteen in a few months. I wanted to use this last year and see the guys again.

Well… he wanted to see a few people again and one of them was right in front of him, looking at him as if he wanted to… as if Percy wanted to see what was inside his mind. And as it used to happen, he was the first to lose in this little game to see who looked away first.

“So… did you miss it and came to stay or…”

“I'm here to stay. Hades will come later.”

"I’m glad.” Percy said, still smiling, something more sincere and cute, like he got tired of flirting. "Maybe we can see each other later. Wanna eat something?”

"Later when?”

"Today. After basketball practice. Want to see me play?”

"Oh no! That's what I was afraid of! The high school cliché!” But he was laughing, and Percy was laughing along with him, reminding him of old times.

“You know, you can't talk about me. You were all cute and shy and you came back looking like you stepped out of an eighty’s movie. Leather jacket, ripped pants and that… is it eyeliner?” Percy approached him once more and gently cupped his chin, just another excuse to touch him, of that Nico was sure; not that he was complaining. Percy could do that and much more. “You're the perfect good boy gone bad.”

“I'm still a good boy.”

That made Percy stop for a moment, still with his hands on Nico's face, and stare at him for a long time only for a crooked smile to appear along with dimples.

"Is that so? How much of a good boy are you?”

"I don't think you'll ever find out."

One more silence and one more look that in the past would send him running for cover faster than a rocket. However, that Nico had been left behind along with his innocence.

“Hm.” Was all Percy said for a few moments, and Nico swore he was moving closer towards his face when the bell rang, interrupting them.

"Right.” Nico cleared his throat, straightening his spine and looking around. “I think I have to go.

“What's your first class?”

" English class. I need to stop by the secretary first.”

" I'll go with you.

Nico didn't even try to deny it, he had missed Percy so much that stretching things a little further wouldn't hurt. He pushed himself away from the locker and, again, something he didn't expect happened. Percy took the backpack from his shoulder, carrying it for him and with the other hand, intertwined their fingers together, pulling him smoothly through the almost empty corridor towards the administration of the school.

***

It was strange to be there after so long. The cream-colored walls were still the same, there were the same blue benches and black tables, the same wide hallways and the same cafeteria, painted the same pastel color. He even managed to recognize some familiar faces among the younger ones. It was a dejavu, except that now he saw things from above, in a distant, almost displaced perspective, where before his days were permeated by anxiety and uncertainty, now everything seemed easier and colorless, even if a little painful, but unimportant and maybe even comfortable. Maybe it was because Percy was still holding his hand, talking to the same secretary as two years ago, a woman in her fifties, always smiling and helpful.

In the end, it didn't take long for him to get his admissions papers that he would need to show his professors.

“So, English class? Double? I also have it. Let me see your schedule.”

Nico shrugged and took his class schedule out of his bag. He watched Percy take the paper from his hands, frown in concentration and hand the paper back to him, "We have most of our classes together. “Are you in the arts and music clubs? I'm into the music too. Guitar classes.”

“Seemed to be the easiest.”

"I bet.”

"Shut up.” Nico shoved Percy by the shoulders and walked out of the office. Few people knew that he had a knack for creative things and maybe he played something for Percy over the years. Well, that was none of other people's business.

“Nico, the classes have changed! We are using the auditoriums.”

"Of course.” Nico rolled his eyes and this time he wasn't even surprised when Percy reached out and touched his shoulder, his big hands sliding down his back to his waist, gently guiding him in the right direction. In fact, he didn't remember this school having an auditorium, so he let himself be guided by Percy, a warm and comfortable presence at his side.

***

When they arrived at the auditorium, the class had already started. Professor Johnson wasn't the type to mind being late if the class wasn't disrupted, that’s why Percy stood at the main entrance to the room, away from the teacher's gaze, preferring to watch Nico go down to the podium where the teacher was and deliver the paper for her to sign.

What could Percy say? Nico was a much more interesting sight at that moment, long legs covered by tight jeans, perky ass, small waist, broad shoulders, deep-set black eyes and a small mouth that always seemed to be bitten and reddened, skin tanned, looking so soft that he couldn't resist the urge to touch him as soon as he could, just to test the theory. He admitted it, he was going too fast, but two years was enough time to know if you liked someone, wasn't it? Not counting the seven years before that. Perhaps he should have gone to Italy with Nico when Hades offered, always generous even if absent most of the time.

He was snapped out of his reverie when Nico finished talking to the teacher and walked towards him, carefree and slow, as if he had all the time in the world, parading around in his punk clothes and unpretentious attitude. Why avoid something he knew would happen sooner or later? If Percy could, he would kiss Nico then and there, to end this torture that had gone on for so many years. But he could control himself, if he had waited two years, he could wait a few more days.

"All went well?”

Nico just nodded and took his hand, leading him towards the middle of the auditorium where they could get a good view of the teacher and hear what she was talking about. Percy didn't even have time to appreciate Nico taking the initiative and touching him of his own free will, although he felt he should be more concerned with the reaction of the people around them, the indiscreet stares and murmurs buzzing in his ear; he didn't exactly date boys in public, especially since Annabeth was always around to make everyone think he was with her. It was what it was, he just hoped he didn't have to punch some faces. Because he would, and gladly.

“Per?” He heard someone call him and there was only one person who still called him that. "What chapter are we in?"

"Seven.”

"Thanks.” Nico muttered more quietly than before and began to read, completely focused on the book and what the teacher was saying. Percy was left to wonder how anyone could be so cute. So lovely. Watching a small crease appear between Nico's brows, his lips set into a frustrated pout until he seemed to find what he was looking for in the book, relaxing against the seat and settling down to jot down quick notes as the teacher discussed the matter.

Then a noise came from the row of chairs above his, someone tapping him on the shoulder. He turned around and there was Grover, his oldest childhood friend.

"Who's the new kid?"

“Nico.”

“That quiet, sad boy Sally had practically adopted?' Your Italian boy? Now I understand the obsession.”

"Dude!” Percy whispered furiously. He wasn't that obsessed…was he? Percy looked to the side, just to make sure Nico hadn't heard, seeing that the boy was still focused on the class and turned back to Grover: “We'll talk later.”

"As you wish, don Juan."

"Whatever.”

Percy faced forward, leaned over Nico, seeing where they were in the book, and ignored everything else. When Nico pushed the book toward him so the two of them could read, Percy didn't hesitate. He put his arm around Nico's shoulder, put their heads together and began to read. Maybe be if he could concentrate, the little voice in the back of his mind would stop reminding him that this would lead to more trouble than he was willing to deal with.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

I hope you liked it. Updates always in Fridays or early if a have the time.

Thanks again!


Tags
1 year ago

NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO VII

Oii, como vai? Esse era para ser um capítulo curto, ai resolvi fazer algo especial mais para o final. Espero que vocês gostem! Vejam as notas finais para mais informações.^^

Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI

— Presta atenção! — Percy gritou e passou a bola para Chris Rodriguez, um garoto alto de feições hispânicas. Um amigo ótimo, mas que agora estava lhe dando nos nervos. 

Tudo bem, não era culpa de Chris. Percy queria terminar logo aquele treino e encontrar Nico que o esperava nas arquibancadas. Era demais pedir que o tempo passasse mais rápido? Ele gritou de novo, agora vendo Charles Beckendorf se distrair com a namorada líder de torcida.

Porra, será que dava para alguém fazer alguma coisa certa!?

— Cara, pega leve! — Grover veio correndo até ele quando o treinador encerrou o treino antes do normal. — Seu garoto não está cuidando de você?

Grover estava certo, Nico tinha cuidado muito bem dele. Percy até tinha relaxado depois do ato, mas então ele sentiu aquela raiva subir para a cabeça observando aquelas pessoas cobiçarem o que era dele. Quando Nico era solitário e indefeso ninguém fez nada, preferindo o isolar, mas agora que Nico cresceu e ficou alto com aqueles ombros largos e intensos olhos negros, levando seu violão pelos cantos, praticamente sendo impossível não se encantar quando ele cantava, pensando que ninguém o via, isso o tirava do sério. Trazia seu pior lado para fora.

Ele admitia que estava enlouquecendo, devagar e constante, brigando com quem tentasse se aproximar. Esse devia ser o único motivo para ele querer que as pessoas ficassem longe de Nico. Quer dizer, não era muito diferente do que acontecia antes. Não que ele tentasse esconder, Percy afastava as pessoas de propósito e sabia disso. Nico também sabia disso. Até o zelador sabia. Ele queria se sentir mal por agir dessa forma, impulsivo e… tão errado. Pensou que esse Percy tinha ficado no passado e que ele tinha morrido com a partida de Nico, se achando tão adulto agora que não agia dessa forma. Isso é, até Nico voltar e mostrar para ele que ainda era o mesmo menininho inseguro e ciumento.

— Per-cy! Terra para Percy. Tem alguém em casa? — Grover disse e balançou a mão em frente a seu rosto, vendo que agora um grupo de garotos se formava ao redor deles.

Era normal, afinal ele era o capitão e eles costumavam ter conversas sobre possíveis mudanças na estratégia de jogo. Hoje não era um desses dias, hoje ele não tinha prestado atenção em nada, em passes de bola, a posição dos jogadores na quadra ou quantas cestas foram feitas.

— Desculpa, gente. Vocês estão dispensados.

— Jackson, qual é? Fala logo. — Luke disse, caminhando despreocupado até ele.

Percy respirou fundo e tentou se concentrar.

— Falar o quê?

— Você não vai pirar de novo, vai? — Outra pessoa falou, embora todos soassem iguais para ele.

— Quem concorda no sub-capitão tomar conta do time? — É claro que Luke falou isso já que ele era o sub-capitão.

— Façam o que vocês quiserem.

Nada importava mais do que Nico. Calmamente, ele tirou a faixa de capitão do braço e jogou para quem estivesse mais perto, dando as costas para eles.

— Quero ver quanto tempo vocês duram.

— Percy, volta aqui! Eu estava brincando! Desde quando você escuta o que eu digo?

Mas ele não voltou, continuou marchando para a saída, lembrando de pegar suas coisas perto do vestiário e só parou quando encontrou Nico na parte de baixo da arquibancada, alheio ao que acontecia à sua volta. Ele estava sentado na grama, com as costas apoiadas no pé da estrutura da arquibancada, dedilhando o violão e murmurando algo baixo na voz mais aveludada e doce que ele já tinha ouvido. Nico parou de tocar e então se virou em direção ao caderno em frente a ele para anotar algo, tudo isso enquanto as pessoas ao redor o observavam com admiração.

Sabe, ninguém costumava assistir aos treinos além das líderes de torcida, mas ali no sol do fim de tarde e com os pássaros cantando, Nico nunca esteve tão belo; cabeça abaixada e postura relaxada, lhe dando a impressão que cada vez mais a plateia se multiplicaria se isso continuasse acontecendo. Então… então aquela raiva voltou com tudo e foi tão de repente que ele parou antes que Nico pudesse notar sua presença, não queria que Nico visse essa parte sua. Ele inspirou fundo por longos momentos e só quando teve certeza que conseguiria se controlar, se aproximou o resto do caminho, parando na frente de Nico.

— Você está pronto? — Perguntou a Nico.

— Hmhm. — Nico acenou, levantando a mão do violão e se espreguiçando. — Você não tem que fazer nada? Ainda são três horas da tarde.

— Não, hoje sou todo seu.

Foi quando Nico levantou a cabeça, o olhou entre os cílios e sorriu para ele, todo meigo e tímido, o levando de volta para tempos mais simples.

— Vamos? — Ele quase esqueceu das pessoas ao redor, murmurando mais distantes deles. Bastou Nico acenar novamente enquanto guardava suas coisas para enfim segurar em suas mãos que elas desapareceram de vista, insignificantes, feito insetos barulhentos.

Ele pegou a mochila de Nico, o ajudando, enquanto Nico levava o violão na mão que não estava ocupada pela sua.

— Música nova?

— O grupo de prática de banda vai se apresentar no baile.

— Vai, é? — Percy até já podia imaginar quanto fãs Nico conseguiria nessa noite.

— Por que você não me disse que ia ter um? Eu nunca fui.

— Eu não estava planejando ir. — Não desde que Nico tinha voltado, mas agora que ele mencionou o baile… — Você quer ir comigo?

— Senhor Jackson! Você está me chamando para sair? É um encontro?

— Só se você quiser.

Percy não conseguiu se conter, Nico estava rindo e fazendo piadas com tanta alegria que isso esquentava seu coração a ponto que ele teve que parar no meio do caminho e beijar Nico até que ambos estivessem sem ar; em seus lábios, maçãs do rosto, mandíbula e pescoço. Ele só parou quando Nico riu tanto que lagrimas saíram de seus lindos olhos negros.

— Então, está marcado. É um encontro.

— Seu bobo. — Nico suspirou, o encarando bem de pertinho, e outro impulso o tomou. Percy secou as lágrimas de risadas que ainda caiam e o beijou mais uma vez, apenas para expressar o quando ele o amava.

— Estou falando sério. Até vou usar um terno. O que você acha?

— Eu acho que você vai ficar muito bonito.

— Eu pensei que eu já era. — Nico sorriu de novo e Percy nem tentou se controlar dessa vez, ele abraçou Nico pela cintura e o beijou como na noite passada, como se ninguém estivesse vendo, e só parou quando Nico gemeu, agudo no fundo da garganta, e o afastou, o empurrando sem força pelo peito.

— Per. — Nico choramingou, piscando devagar, quase gemendo de frustração, mas tão suave que ele sentia vontade de encostá-lo contra a parede e resolver o problema deles bem ali. Isso iria mostrar a quem Nico pertencia.

O quê? Não! Ele não era essa pessoa. Ele não…

— Per? — Ele sentiu dedos macios contra seu rosto e piscou, tentando tirar esses pensamentos da cabeça. Nico parecia preocupado com um leve vinco entre as sobrancelhas. — Tudo bem?

— Claro, tudo bem.

Nico tinha razão em ter fugido dele. No fim, o perigo não estava nas outras pessoas e sim nele, um garotinho doente e possessivo.

— Você quer comer alguma coisa? Está ficando tarde.

Percy apenas acenou, sendo puxado por Nico em direção a seu carro. Ele sentia a preocupação emanar de Nico, era a forma que ele falava todo baixinho e cuidadoso, os toques afetuosos em seu braço ou ombro como se tentasse consolar um garotinho que tinha caído e machucado a perna. E mesmo sabendo de tudo isso, Percy ainda não se sentia culpado. Entendia perfeitamente o que estava fazendo, e ainda assim, deixou que Nico o consolasse, absorvendo a atenção que Nico lhe dava feito uma esponja no deserto.

No fim, eles acabaram voltando àquele mesmo restaurante que Nico tanto tinha gostado, pedindo outra garrafa de vinho e toda a macarronada que Nico foi capaz de comer. Ele sabia que devia pelo menos avisar a mãe que a esse ponto deveria estar preocupada sua ausência, mas Percy logo se esqueceu disso. Contente, observou Nico comer com vontade e beber mais da metade da garrafa de vinho como se fosse água, bem menos bêbado que na vez anterior. Percy não se importava, porque, na realidade, estava exatamente onde queria estar, com Nico sorrindo para ele e prestando atenção somente nele.

***

Imediatamente, Nico soube que algo estava errado. Ou melhor, que eles estavam caindo nos mesmos vícios de antes. Para falar a verdade, era difícil se preocupar com essas coisas. Era muito, principalmente quando Percy estava tão perto e cheirava tão bem, aqueles braços fortes em volta dele e os beijos que o faziam estremecer. Mas ele precisava… precisava… 

— Lindo. — Percy murmurou contra seus lábios, o puxando para perto até que não restasse nenhuma distância entre seus corpos. Eles ainda estavam no restaurante e essa não era uma atitude adequada para se ter em um lugar público.

— Per. Para com isso.

— Hm? Eu não-- eu sinto muito.

— A gente precisa conversar.

Isso fez Percy parar. Nico viu Percy respirar fundo e o encarar todo sério. Isso era pior ainda, a expressão no rosto de Percy o fazia querer abrir as pernas e obedecer tudo o que Percy mandasse, e ele sabia exatamente o que Percy pediria se eles se deixassem levar.

— A gente não precisa conversar. — Percy falou quando ele não disse nada.

— Não precisa?

— Eu sei de tudo. É o meu comportamento.

— Se você sabe… 

— Não consigo me controlar.

Hm… isso era uma evolução. Ele acenou e sorriu, orgulhoso de Percy.

— Sei que não é certo.

— E o que mais?

— Vou tentar melhorar.

Nico deixou o ar sair e relaxou contra o assento do restaurante.

— Olha, eu não me importo de verdade.

— Não? — Agora Percy parecia sinceramente confuso.

— Eu sei quem você é e porque faz essas coisas. Talvez eu tenha certa culpa… 

— Então, qual o problema?

— Isso afeta sua relação com as pessoas. Você é capitão e vai ser orador da turma. Não quero que isso… que nosso relacionamento destrua o que você lutou para conquistar.

— Nico. — Foi quando ele viu Percy arregalar os olhos e o encarar com um olhar perdido.

— Você sabe que eu não fui embora por causa de você, não sabe?

— Eu pensei que… 

— Per, você não é o problema, nem mesmo sua mania de nos isolar dos outros me incomoda.

— Eu sou horrível.

— Eu também sou. Eu… eu te incentivei. Quando alguém mostrava interesse em você, eu… não me orgulho do que fiz.

— O que você fez? — E onde ele achava que veria julgamento, Percy mostrou a ele a pura curiosidade.

— Você lembra da Rachel e dos irmãos Stroll? Não quero falar disso. O problema aqui é que eu… eu não queria sexo e não sabia como dizer isso pra você, então, eu… eu fugi e agora… tudo está pior!

— Não diga isso. Eu prometo que--

— Não, você não entende! Eu senti sua falta todos os dias. Nunca mais quero passar por isso. Eu… eu… você nunca mais vai se livrar de mim! Está me ouvindo! Nunca mais! — Para provar seu ponto, ele puxou Percy pela jaqueta e o beijou, praticamente batendo seus dentes.

— Bebê.

— Não, não é isso. Quero dizer que agora você não tem razão para me deixar estragar as coisas.

— Nico. — Percy falou aquilo tão baixinho e suavemente que ele teve que parar por um momento. — Você é a melhor coisa na minha vida. Eu te amo, é minha culpa você pensar dessa forma.

— Não é sua culpa. E eu… eu também te amo.

Pronto, Nico tinha dito o que precisava. Por algum motivo sentia um aperto no coração, uma pressão no peito que só o toque de Percy aliviava. Ele mal conseguia pensar racionalmente, porque nada daquilo era racional. Não essa possessividade que ambos sentiam ou essa necessidade de estar perto um do outro. Não podia ser saudável. Ou normal. Como as outras pessoas podiam viver sem se sentir tão amadas e desejadas como ele sentia ao olhar para Percy?

— Está tudo bem. — Percy disse, esfuziante em seu sorrir. — Você pertence a mim e eu pertenço a você. Pode não ser comum, mas porque resistir a isso?

— Está tudo bem mesmo?

— Está, eu prometo. Vou fazer de tudo para que dessa vez as coisas deem certo. Você confia em mim?

— Eu confio. — Como ele podia não confiar quando seu corpo e alma se elevavam com o simples toque de dedos contra sua nuca e lábios molhados contra os seus?

— Você não precisa se preocupar, está tudo sobre controle.

Ele acreditou. 

Com um suspiro aliviado, Nico se deixou ser abraçado e consolado. Confiaria que Percy cuidasse de tudo, exatamente como sempre tinha sido.

***

Cena Bônus: Achei que esse capítulo ficou pequeno, então decidi trazer uma cena do passado. Um presente curto para vocês.

— Obrigado por vir. — Percy Jackson abriu a porta e deu passagem para ela entrar. 

Clarisse estranhou imediatamente, eles não eram os melhores amigos e nunca seriam. Ela não sabia explicar, Percy costuma ter uma aura de quem pisaria em qualquer um para ter o que queria… ou melhor dizendo, Percy era um das pessoas mais intimidadoras que ela já tinha conhecido. Clarisse sabia que Percy usava sua altura e força para se destacar, mas era algo mais do que isso. Sinceramente? Nunca pensou que fosse ser convidada para participar das festas dos populares, e muito menos pelo garotinho magro e nerd que sentava todas as aulas ao lado do capitão psicopata de basquete. O que mais a constrangia era como da noite para o dia a atitude de Percy tinha mudado, de valentão para polidamente educado.

Era por isso que nesse momento Clarisse estava parada em frente a porta de Percy Jackson, hesitando em dar o próximo passo. Nunca se sabia o que poderia ter dentro da casa de um psicopata. Mas, enfim, quando parecia que nenhum dos se renderia, Percy estendeu a mão. Entretanto, ele só pegou a travessa com os sanduíches e salgadinhos de suas mãos quando ela ofereceu a ele primeiro.

— Isso é muita coisa. — Ele disse, obviamente fazendo força para parecer simpático.

— Não foi nada. — Não foi mesmo, eles tinham encomendado no dia anterior. Talvez sua mãe tenha exagerado.

A verdade é que ela não sabia ao certo o que levar. Tudo o que Nico tinha dito era para ela trazer alguma coisa e aparecer até o meio-dia. Geralmente ela ficaria bem longe daquele tipo de gente, mas Annabeth tinha pedido para ela espionar, por isso estava ali, tentando ser civilizada com a pessoa mais selvagem que ela já tinha conhecido.

— Entre. — Foi tudo o que ele disse antes de dar as costas e seguir pelo longo corredor para dentro da casa.

Ela o seguiu, se surpreendendo pelo tamanho da sala de estar. Ali havia uma grande mesa de buffet onde Percy tinha colocado os salgados, sofás longos e confortáveis, puffs, um telão de cinema e tanta comida que ela achava ser impossível de comer, sem contar os móveis de bom gosto, decoração em tons pastéis e uma maravilhosa vista para um jardim bem cuidado e uma piscina olímpica.

— Se sinta à vontade. — Sem esperar, Percy desapareceu subindo as escadas e entrou em outro corredor.

— Ele é assim mesmo. Você se acostuma.

Distraída, Clarisse deu um pulo e olhou em direção ao sofá. Era Grover! Finalmente alguém decente nesse lugar.

— O que está acontecendo aqui? Cadê as pessoas dessa festa. 

— Festa? É mais uma noite do pijama.

— Noite do pijama?

— Percy e Nico não gostam de confusão.

— Hm? — Ela não estava entendendo nada.

— A gente se reúne pra comer alguma coisa e assistir um filme. Às vezes pra jogar alguma coisa.

— É isso que vocês gente rica fazem?

— Não, mas Percy e Nico gostam assim.

— “Percy e Nico”? Eles são uma entidade por acaso? Um ser único?

Isso fez Grover gargalhar. Sentando no sofá, o garoto segurou a barriga e jogou a cabeça para trás.

— Você está mais certa do que pensa! Gostei de você, acho que vai se encaixar muito bem com a gente.

— A gente? Quem exatamente? Não estou vendo ninguém.

— Gente, temos companhia! — Grover colocou a mão em volta da boca e gritou, criando um eco pela sala. Miraculosamente, pessoas começaram a vir de todas as direções, escadas abaixo, e de cada corredor ou porta fechada.

— Clarisse, é bom te ver. Como vai a esgrima? 

Silena foi a primeira a se aproximar. Ela tinha sido sua parceira por anos antes de ter que se focar nos estudos e nas líderes de torcida. Beckendorf estava atrás dela, todo sério e quieto. Quem Clarisse não esperava encontrar era Luke e Thalia, Leo também. Não que fosse surpresa, todos eram populares de seu próprio jeito. Ela só não entendia porque Annabeth não estava entre eles; ela parecia alguém que se encaixaria perfeitamente.

— O que te traz ao nosso humilde cafofo? — Luke perguntou todo charmoso, desfilando até se sentar a seu lado. — Nunca pensei que te viria aqui.

— Nico me convidou, então, eu vim. — Ela deu de ombros. Talvez ela só estivesse curiosa para saber como aquela gente vivia.

— Não se preocupe, logo perde a graça. Você vai ver.

Como se anunciando a deixa, Percy e Nico desceram as escadas, de mãos dadas e falando algo em um tom tão baixo que seria impossível escutar daquela distância. Entretanto, assim que Nico viu sua presença, ele veio até ela e a abraçou, dizendo: — Fico feliz que você tenha vindo. Está com fome?

— Talvez, depois.

— Certo. — Nico sorriu para ela, segurando em suas mãos rapidamente e se levantou indo em direção a Percy que tinha observado tudo de braços cruzados e com a expressão mais ameaçadora que ela já tinha visto. Isso é, tudo isso aconteceu antes de Nico se voltar para Percy, pois no instante seguinte, Percy sorriu, mostrando dentes brancos e covinhas bonitas, com tanto amor no olhar e oferecendo apenas bondade e felicidade para Nico, que Clarisse pensou que Percy fosse duas pessoas diferentes.

Ela estava ali há cinco minutos e achava ser suicídio social tentar fazer qualquer coisa que atrapalhasse o que estava acontecendo entre os garotos. E a cada momento que passava, se surpreendia mais. Viu em câmera lenta Percy receber Nico entre seus braços e o apertar bem forte para em seguida beijar a testa de Nico, enquanto Nico apenas sorria contente, praticamente engolido pelo corpo de Percy. Ela nunca tinha visto um gesto tão fraternal se tornar tão sexual e possessivo em meros segundos.

— Isso é normal? Nico precisa de ajuda? — Ela cochichou para Grover e Luke que estavam a seu lado.

— Você acha que ele precisa?

Era uma boa pergunta. Quase desaparecendo atrás de Percy, viu Nico arrastar Percy para o meio da sala e se sentar entre os puffs, em frente a uma mesinha de centro. Logo alguém trouxe alguns pratos de comida para perto deles e todos começaram a comer, mesmo que os pratos estivessem mais próximos de Nico. Isso é, quase todos começaram a comer, Percy apenas observou o desenrolar dos fatos, parecendo fiscalizar o que acontecia ao redor dele com um olhar satisfeito vendo Nico comer com entusiasmo.

— Quer mais? — Percy perguntou a Nico. E sem esperar a resposta, voltou com uma bandeja cheia de mini-pizzas. — O seu favorito.

— Obrigado, Per. — Nico sorriu docemente e sua voz soou ainda mais amorosa, destilando mel, açúcar e tudo de bom no mundo.

— Acho que vou vomitar.

Clarisse concordava com Luke, meio hipnotizada vendo aquela cena doméstica. Felizmente ela foi quebrada quando Percy olhou para eles com um sorriso de canto para lá de cínico, dizendo: 

— O banheiro fica na segunda porta à direita. — Entretanto, Percy logo disse, se lembrando de ser um anfitrião: — Porque vocês não pegam um prato. Não quero ter que jogar comida fora.

E já que ele dizia de forma tão amável, por que não?

Clarisse foi a primeira a se levantar e ir até a mesa do buffet. Ela começou com um pedaço de bolo de limão e um copo de suco de maçã. Se sentou ao lado de Nico e dessa vez, não parecia que Percy iria a fuzilar com o olhar. Percy sinceramente parecia contente em se sentar colado a Nico e vê-lo comer com um olhar enamorado. 

Até o fim da noite, assistindo o segundo filme e vendo Nico dormir sobre o ombro de Percy na maior demonstração de amor que ela já tinha visto, Clarisse chegou a uma clara conclusão. Tinha pena de Annabeth e de qualquer um que tentasse ficar no caminho de Percy Jackson e seu doce companheiro que de inocente tinha apenas o sorriso.

***

— Por que tanta comida? — Era a grande questão da noite. 

Clarisse percebeu que assim que um prato se esvaziava, outro substituía seu lugar, um mais gostoso do que o outro. Tudo o que ela sabia é que não aguentava mais, e que não conseguia parar de comer.

— A família do Percy tem um restaurante.

— Eu sei disso. Todo mundo sabe.

— Nos considere um grupo de testadores. — Nico disse a ela, comendo um doce que Clarisse não sabia o que era. — Se a gente gosta, entra no cardápio. Se não, em revisão.

— A questão é. Quem fez tudo isso?

— Eu e Sally. — Nico deu de ombros e sorriu quando viu a reação de Clarisse.

— Você sabe cozinhar?

— Desde pequeno.

— Você não é rico? — Quando Nico olhou para ela, todo confuso, Clarisse completou: — Quer dizer, você não tem empregados para isso?

— Cozinho quando estou nervoso ou ansioso.

— Sério?

— Pra gente, comida é um gesto de amor.

Mas Nico não falava isso olhando para ela, não, Nico tinha as mãos no colo e seu rosto estava corado, observando Percy conversar com um grupo de garotos perto da varanda enquanto eles continuavam perto da mesinha de centro.

 — Um gesto de amor?

— Sei que Percy parece grosseiro às vezes. É só que ele tem dificuldade em confiar nas pessoas.

— E você?

— Eu confio nele.

— Claro.

— Sabe… a gente cuida dos nossos amigos…

— O que isso quer dizer?

Nico sorriu de novo para ela, seus olhos negros brilhando, enquanto ele mordia mais um pedaço do doce. Logo Clarisse entendeu o que acontecia, Percy vinha caminhando em direção a eles, todo orgulhoso de si mesmo. Num primeiro momento Clarisse não tinha entendido nada, e só percebeu a armadilha quando um garoto menor apareceu atrás de Percy. Era Chris, o garoto que ela tinha visto pelos corredores e nunca tinha tido a coragem de falar com ele.

Era até engraçado. Percy puxou Chris para a frente e deu um empurrão no garoto até que ele estivesse em sua frente, o rosto corado de vergonha.

— Clarisse, quero te apresentar Chris Rodriguez.

— A gente já se viu por aí.

— Isso é ótimo, não? — Percy piscou para ela e guiou Nico pelo braço tão rapidamente para longe que quando viu, ela e Chris estavam sozinhos. E já que eles estavam ali… por que não? Ela sorriu para Chris, pensando que no fundo Percy Jackson não era tão ruim assim.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

E então, o que acharam? Sei que as ultimas cenas deviam ser curtas, mas eu não consigo me controlar. Também não queria fazer flashbacks, entretanto eles são tão interessantes que vou fazer mais alguns. Eles vão ficar meio bagunçados, nada que atrapalhe na compreensão da história, mas com toda certeza vou ter que revisar a ordem deles dentro dos capítulos.

Espero que tenha sido uma boa leitura. Sugestões e comentários construtivos são sempre bem-vindos!

Ah, esqueci de avisar, espero que cenas +18 não estejam muito estranhas e que talvez a contagem de palavras passe as 50 mil palavras, vou tentar me controlar, mas vocês me conhecem. Me desejem sorte.

Também fica defino o cronograma de postagem. Uma vez por semana nas quartas-feiras.

Obrigada por ler!


Tags
1 year ago

NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO VI

Oii, como vai? As coisas começam a ficar mais interessantes aqui. Não vou dar spoiler, mas... gostei muito desse capítulo.

Boa leitura!^^

Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V

CAPÍTULO VI

Nico sentia que estava fazendo algo de muito errado, como se estivesse manchando a imagem que Percy tinha dele. Mas eles já tinham se tocado daquela forma, dormido na mesma cama pelados e agora andavam pelos corredores de mãos dadas como os namorados que ele dizia que eles não eram, então, qual seria o problema se… se ele mostrasse o quanto Percy era importante para ele, principalmente se fosse pela forma que Percy cuidou dele na noite passada? Nico só queria retribuir o gesto. Assim, como quem não quer nada, ele disse:

— Per, preciso ir no banheiro.

Sem esperar, Nico ignorou o sinal da segunda aula e puxou Percy pelas mãos, o guiando em direção ao banheiro na área das quadras de esportes, banheiro esse que nessa hora do dia estaria deserto. Percy apenas inclinou a cabeça, todo confuso e o seguiu sem questionar, enquanto que Nico tentava agir normalmente para não estragar a surpresa, achando que era inocência demais até para ele, mas, sinceramente? Ele queria que Percy visse como era legal ser encurralado contra a parede e sem qualquer aviso.

Nico não deu muito tempo para Percy pensar. Assim que entraram no banheiro, guiou Percy para um dos cubículos, fechou a porta e colocou as mãos nos ombros de Percy, o empurrando para trás até que Percy bateu as costas na parede. Nico não conseguia acreditar como aquilo era divertido ver os olhos de Percy se arregalando e sua respiração se tornando mais apressada, sendo que ele ainda nem tinha começado. 

E por que perder mais tempo? Olhando nos olhos de Percy, deixou que suas mãos deslizassem para baixo enquanto se ajoelhava entre as pernas de Percy, colocou o rosto sobre a virilha de Percy e massageou lugar sobre a calça jeans, deixando que sua boca se aproximasse, beijando o tecido que já tinha um bom volume perceptível.

Ele olhou para cima e sorriu, porém Percy não sorria de volta. Não, ele estava todo tenso, ombros retos, mandíbula trincada, respiração rápida e mãos em forma de punho ao lado do corpo. Isso costumava acontecer no passado também quando ele fingia que não via e que não sabia o que estava acontecendo; esse era Percy excitado e tentando esconder, tentando tanto ser o garoto honrado e bonzinho que todos pensavam que ele era. Quer dizer, Percy era o melhor, a questão era a libido alta que Nico não estava disposto a lidar naquela época.

Bem, agora as coisas tinham mudado, ou melhor, evoluído. O que ele podia dizer? Admitia que era lento para fazer as coisas que pessoas da idade dele já eram experientes. Quando ele tinha se visto sozinho e arrependido de cada decisão que envolvia sexo, principalmente por não ter lidado bem com Percy e... e beijos, já era tarde. Do outro lado do mundo e depois que o choque tinha passado, sentiu tanta falta de Percy que tinha pensado em voltar imediatamente e dizer que estava errado, implorando por perdão. No fim, sua família achou melhor que eles ficassem um tempo por lá. 

Isso já não importava, ele preferia se concentrar no presente, na forma que Percy tentava se controlar, todo tenso e angustiado, querendo tocá-lo, mas como Percy tinha prometido, o amigo não iria forçá-lo. No fundo, Percy tinha razão; ele dizia uma coisa e fazia o contrário. Talvez ele só estivesse ajoelhado entre as pernas de Percy porque Percy disse que não faria isso novamente, e Nico queria testar o quanto Percy estava comprometido. Nico enfim levou as mãos para o botão das calças de Percy e o abriu, prestes a descer o zíper quando Percy segurou suas mãos.

— O que você está fazendo? — Percy praticamente o acusava e ele praticamente ria da cara de Percy, se sentindo vingado por aquela manhã na escada e com sua irmã.

— Você não quer?

— Você disse que queria ir devagar.

— Isso não é devagar pra você?

— Nico! — Percy chiou entre os dentes, mantendo a voz baixa. — Eu estou tentando e você não está ajudando.

— Eu só queria te recompensar, você me tratou tão bem noite passada… 

Enquanto ele piscava os cílios da forma mais inocente que conseguia, falando todo doce e baixinho, viu o momento em que Percy desmoronou contra a parede, sua expressão num misto de frustração e angústia tão intenso que Nico não aguentou, ele encostou o queixo na perna de Percy e riu, gargalhando, deixando que sua risada ecoasse pelo banheiro vazio.

— Eu sabia que você ia se vingar de mim.

— Só um pouquinho. — Nico disse entre risadas. — Mas a oferta ainda está de pé.

— Está? — Percy murmurou, agora mais calmo e contido, levando uma das mãos aos cabelos de Nico, os acariciando suavemente. E Nico gostava muito disso, da voz e do toque firme e confiante, como Percy se certificou do que estava acontecendo com ele antes de deixar sua libido tomar conta. Era por isso que Percy merecia uma recompensa.

Ele enfim baixou o zíper e deslizou os dedos para dentro da cueca de Percy até achar pele quente e o membro ereto, o puxando para fora, admirando o tamanho e largura. Ele sabia que isso ia soar clichê, mas… mas era grande e longo, pesado, cheio de veias saltadas e molhado na pontinha de forma que o fazia querer lambê-lo até que estivesse molhado novamente.

— Você não precisa. — Nico ouviu num sussurro ao mesmo tempo que as mãos de Percy vieram para sua nuca e couro cabeludo com mais vontade, a voz de Percy perto demais, o fazendo ver que Percy tinha se inclinado sobre ele, e que agora ele o puxava levemente pelo cabelo, o forçando a encará-lo antes de beijar seus lábios todo doce e suave, como se tentasse seduzi-lo: — Você não precisa. Nunca. Se você não quiser.

— Eu quero. — Se tinha uma coisa que ele tinha aprendido é que gostava disso, era a única coisa que tinha gostado antes da noite passada. Mas ele não falaria isso para Percy, tinha medo de ver a reação dele. Era mais fácil agir e deixar que as coisas acontecessem.

Então, tomando coragem e ainda observando a reação de Percy, ele segurou na base e levou os lábios a cabeçona, lambendo feito um sorvete para logo em seguida selar os lábios em volta e chupar, devagar e lento, se certificando que seus dentes estariam fora do caminho, fez uma leve pressão com os lábios e deslizou um pouco para baixo, bobeando a cabeça ainda mais devagar e enfim ouviu o primeiro gemido vir de Percy, estremecendo quando Percy puxou seus cabelos com força, o forçando a se afastar do membro.

— Quem te ensinou isso?

— Eu tive um namorado, sabe?

— Você disse que vocês não fizeram sexo. E isso é sexo.

— É?

— Se tem alguém tendo prazer ou gozando é sexo.

— Hmm. — Ele murmurou, lambendo os lábios. Percy ficava mais atraente ainda quando ficava todo… intenso.

Nico não devia pensar nessas coisas, sabia que não devia. Não era culpa dele se Percy continuava o segurando pelos cabelos como ele pertencesse a Percy ou se Percy continuava o encarando com aquele fogo no olhar, feito um animal enjaulado que queria vingança. Ele achava que precisava de ajuda psicológica, mas enquanto isso não acontecia Nico podia se divertir, não?

— Você vai foder a minha boca?

— O-oquê?

— Quem sabe você quer--

— Não diga mais nada! — Percy rugiu, frustrado, se aproximando mais de seu rosto. — Você quer me matar? O que eu fiz para merecer isso?

— Per.

— Onde meu garoto inocente e tímido foi parar, hm?

— Ele ficou solitário e decidiu arranjar companhia. Mas essa companhia não foi muito boa.

Percy choramingou, frustrado, parecendo se agarrar aos últimos fios do controle que tinha e o beijou de novo, dessa vez com língua e tudo, o mantendo preso pelos cabelos. Mas aquilo não era mais suficiente, ele queria… queria chupar Percy até que sentisse gozo descer por sua garganta, e foi o que fez, quando Percy enfim o deixou respirar, ele abriu bem a boca, molhou os lábios e os deslizou pela extensão do membro de Percy, ouvindo um longo gemido e uma pancada em algum lugar perto deles; Nico abriu os olhos para ver o que tinha acontecido, era Percy que tinha socado a parede atrás dele e tinha os olhos bem fechados e lábios mordidos que prendiam seus gemidos. Sim, ele conseguia sentir Percy pulsar em sua língua, parecendo se alongar ainda mais. Foi nesse momento em que Nico suspirou e relaxou o rosto, permitindo que aqueles últimos centímetros alcançassem o fundo de sua garganta.

Ele admitia que tinha engasgado indo com muita sede ao pote. Tudo valeu a pena quando Percy jogou a cabeça para trás e voltou a agarrar em seus cabelos, guiando e movendo sua cabeça. Foi lindo, foi mágico, ver o instante em que Percy o agarrou com força e quando ele menos esperava, sua boca estava sendo movida naquele membro gordo, de novo e de novo, sentindo as bolas de Percy baterem em seu queixo, enquanto ele apenas ficou ali, com as mãos no próprio colo, observando a cena se desenrolar e… ah… deixando que Percy controlasse seu corpo, encurralado contra a parede ao lado da privada. Ele nem mesmo percebeu quando Percy tinha gozado, se viu engolindo ao redor de Percy, devagar e sem pressa, fungando e flutuando, ouvindo Percy grunhir para de repente ser levantado pelos cabelos e depois pela cintura, Percy limpando seu rosto e o rodeando em seus braços, o tocando em todos os lugares que pudesse alcançar.

— Nico, bebê? — Então, ele mesmo estava gemendo quando Percy abriu suas calças e encontrou umidade ali. — Você gozou?

Ele… ele achava que tinha. Era algo que talvez tenha acontecido uma ou duas vezes antes… mas isso não importava. Ele flutuava e Percy o segurava para que ele não fosse muito longe enquanto lábios desciam contra os seus mais uma vez, e de novo e de novo, até que… ele não sabia… até que seus pés tocassem o chão novamente.

***

— Tudo bem?

Agora eles estavam fora do banheiro, andando em direção ao refeitório depois de jogar uma água no rosto e de uma bala de hortelã. Ele não se orgulhava, mas tinham gastado muito tempo entre acordar, conversar com Bianca, dirigir até o colégio e... ir ao banheiro. Sua garganta ainda estava seca e seus lábios inchados, seus joelhos doíam e uma sensação fantasma permanecia em seu couro cabeludo onde Percy tinha puxado. Contudo, ele não conseguia controlar aquela sensaçãozinha no fundo de seu ser, contente e satisfeita, pela forma que ao invés de Percy estar segurando em sua mão, ele agarrava em sua cintura, todo possessivo, encarando qualquer um que dirigisse um olhar para ele que durasse mais do que três segundos. Nico também tinha sentido falta disso. E isso o fazia uma pessoa terrível.

— Nico.

— Hm? — Ele respondeu quando Percy parou no meio do corredor, tocando em seu rosto e o fazendo encará-lo.

— Eu sinto muito. Não queria que aquilo acontecesse. Isso não tem que mudar nada entre nós.

Então era isso. Percy realmente tinha medo de que ele fosse correr para a Itália como tinha acontecido antes.

— Per, eu quis.

Para provar que tudo estava bem, ele ficou na ponta dos pés, abraçou o pescoço de Percy e juntou seus lábios, deixando que seus olhos se fechassem por um momento. Percy imediatamente o abraçou pela cintura e o beijou de volta, todo intenso, mordiscando seus lábios e juntando suas línguas, roubando seu ar.

Ele ouviu um pigarro e um assobio, e não se importou, era tarde demais para se preocupar com o que as pessoas iriam dizer. No momento ele precisava acalmar Percy e mostrar que estava tudo bem. Então, descolou seus lábios e continuou no meio dos braços de Percy, levando suas mãos para os cabelos do amigo, tentando consolá-lo.

— Relaxa, tudo bem? Eu estava curtindo o momento.

— Curtindo? — Percy repetiu, franzindo as sobrancelhas, talvez o apertando com mais força.

— Eu gostei. — Ele deu de ombros, tentando não rir, enquanto o vinco no rosto de Percy se aprofundava. — Qual o problema nisso?

— Se você gosta tanto assim, não precisava ter ido para tão longe.

Nico quase revirou os olhos, sabia o quanto Percy podia ser ciumento e ele sabia o quanto ele próprio podia ser ciumento de volta. Sempre tinha sido assim, o motivo que realmente o assustou e o forçou a fugir, mostrando a ele sentimentos que não conseguia lidar. Ele sabia exatamente o que aconteceria se ele voltasse e ali estava a prova, a possessividade em pessoa. Sabia que não devia, mas também tinha sentido falta disso.

— Per. — Foi tudo o que ele disse por alguns momentos e Percy abaixou ligeiramente a cabeça, parecendo se dar conta do que fazia. — Estou aqui agora, não estou? Eu prometo que é tudo o que aprendi na Itália.

Era uma mentira, é claro. Mesmo que ele tecnicamente ainda fosse virgem.

— É? — Isso foi o suficiente para que Percy perdesse a expressão assassina e seu rosto se suavizasse num olhar doce, embora um pouco desconfiado.

Um beijinho veio em seguida, um roçar de lábios suave e molhado, mãos deslizando em sua nuca num afagar afetuoso.

— Prometo que isso não vai se repetir.

— Não prometa o que você não pode cumprir. — Ele disse quando enfim as borboletas em seu estômago se acalmaram e completou: — Não me importo se voltar a acontecer.

— Desculpa. — Percy disse em seu tom usual, parecendo voltar ao normal. 

Percy deu de ombros e enfim deu um passo para trás, olhando para Nico todo sorridente, apenas para levantar uma das mãos e ajeitar os cabelos de Nico, as mãos Percy deslizando para o pescoço de Nico, e só então Nico percebeu que Percy estava massageando o lado de seu pescoço, porque a área latejava levemente.

— Chupão?

Outra coisa que não o surpreendia. Quer dizer, como ele pôde não ver? Não era a primeira vez que isso tinha acontecido.

— Você é um cachorro? — Resmungou sem realmente se importar, o resto de seu corpo não estava muito melhor. E como ele poderia ter o direito de reclamar quando podia ver um chupão na parte alta do peito de Percy onde a camisa não escondia a pele?

— Desculpa. — Percy disse mais uma vez, seu sorriso se alargando. 

É, parece que nada tinha mudado. 

— Você quer comer?

Por que não? Ele deixou que Percy voltasse a segurar em sua cintura e ambos caminharam em direção a cantina. Percy fez o pedido para eles, um suco, um milkshake e um pedaço de torta. Bianca teria se revoltado instantaneamente se visse como Percy nem o tinha deixado falar, como se ele não tivesse a capacidade para tal. A verdade é que ele mal teria percebido esse comportamento se seu ex não tivesse feito o mesmo com ele, meses atrás. Ele tinha se ofendido na época, finalmente começando a entender o problema, vendo o que seus antigos amigos diziam. E agora, observando Percy pegar o pedido e trazer para a mesa em que eles estavam... ainda era difícil se importar com isso quando se tratava de Percy. 

Aparentemente, uma cegueira o abatia quando ele via aqueles olhos verdes e sorriso feliz.

— Não está com fome? Quer outra coisa?

— Não, obrigado.

Ele deu a primeira garfada e se sentiu tão feliz em sentir o mesmo gosto, mesmo que sua felicidade tivesse outro motivo. Por que essa felicidade era tão intensa só porque Percy fazia isso por ele?

— Coma devagar.

— Sim, papai. Vou comer direitinho.

Percy não parecia nenhum pouco impressionado pela piada. Ele fez uma careta e pegou o guardanapo, limpando o canto da boca de Nico, dizendo: — Por favor.

E Nico? Ele apenas sorriu e continuou comendo contente, feliz por saber que nada tinha mudado; o cuidado e preocupação ainda evidentes, só que agora o sexo tinha se tornado parte do relacionamento deles, enfim completando o que faltava.

— Obrigado. — Nico disse sem pensar, observando Percy jogar fora o guardanapo. — Eu nunca disse quanto sou agradecido.

— Não quero sua gratidão. — Percy, então o encarou, fazendo força para não ficar todo sério e estragar o clima feliz. Mas ele não podia enganar a Nico.

— Eu sei. Queria que você soubesse.

— Então?

— Isso entre a gente não tem nada a ver com gratidão.

Nico queria falar mais, queria dizer que nunca quis magoá-lo e que nunca mais iria abandoná-lo. Ao contrário disso, Nico segurou na mão de Percy e sorriu para ele. Imediatamente, o ambiente ao redor voltou a ficar leve e o mundo ao redor deles parou de girar, no meio daquele caos todo criando um lugarzinho apenas para os dois.

***

— Exatamente quem eu estava procurando!

Nico piscou rapidamente, desviando de seu olhar, e parecendo surpreso pela interrupção.

Percy suspirou. Quem mais podia ser? Grover e Luke, é claro. Para Percy não fazia diferença quem tinha os atrapalhado, tudo o que ele sabia é que se arrependia de ter amigos como os dele. Mas ele se negou a deixar que Nico se afastasse; mantendo a mão de Nico sobre a dele, se virou para os amigos:

— O que vocês querem? — Ouvindo Nico rindo dele, segurou em sua mão com mais firmeza ainda, e só não reclamou porque Nico momentos depois encostou a cabeça em seu ombro, doce, meigo e inocente, seus olhos negros irradiando felicidade.

— Onde você estava? Perdeu um teste. — Luke disse.

— Você vai no treino? — Grover completou. Ambos tinham sorrisos estranhos no rosto.

— O que foi?

— Parece que mosquitos morderam vocês. Noite dura?

Percy apenas suspirou, ele estava cansado demais para as piadinhas deles.

— Percy, cara! Você desapareceu! Você não atende mais o celular?

— Tanto faz.

— Ohhhh é um daqueles dias. — Luke disse, acenando, fingindo estar pensando sobre algo sério.

— Não, é um daqueles “dia do bebê”. Você não se lembra?

— Nãao! Perigo, perigo! É melhor a gente não se aproximar.

Luke pegou no braço de Grover e juntos eles deram três passos para trás, ainda de frente para eles, como se não quisessem dar as costas para um animal selvagem.

— Vocês são inacreditáveis. — Percy murmurou, tentando não deixar que as memórias o lembrassem porque esses momentos eram chamados de “dia do bebê”.

— A gente só queria saber como você estava! —  Grover gritou já se afastando. — É bom te ver de novo, Nico.

Luke concordou e acenou sorrindo, ainda arrastando Grover para longe.

— Dia do bebê? O que isso significa? — Nico disse quando enfim eles desapareceram do outro lado do refeitório, o encarando com uma expressão curiosa.

— Não é nada.

— Nada? — Nico insistiu. — Isso tem a ver com os dias que a gente ficava em casa sem ver ninguém?

— Talvez.

Parte das vezes isso tinha a ver com a depressão que Nico tentava esconder, mas em outras, calmas e felizes, tinha a ver com ele querer a atenção de Nico toda para ele.

— Que fofo. Vocês até têm um nome para isso. — A voz de Nico era brincalhona, então Percy achou que era seguro colocar a mão no ombro de Nico e puxá-lo para mais perto.

— Não foi ideia minha.

— Eu sei. É engraçado.

— O que é engraçado?

— Todo mundo menos eu via o que estava acontecendo.

— Quando você fala assim parece que eu te enganei. — Percy disse, tirando do peito o que estava engasgado há anos.

— Não foi exatamente assim. No fundo eu sabia.

— Você não estava pronto.

— Eu não estava. — Nico disse num tom de finalidade ainda com a cabeça encostada em seu ombro, o que significava que ele não queria falar sobre isso. Não que eles precisassem, pois era óbvio. Sabia que Nico apenas falava essas coisas para tranquilizá-lo. A verdade é que Nico tinha se mostrado ser muito mais forte e independente que ele mesmo, e que se Nico dizia todas essas coisas era para que ele se sentisse melhor, Percy até conseguia imaginar o que mais Nico tinha percebido e se essas coisas tinham sido o motivo dele precisar atravessar o oceano para se sentir seguro.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Então, o que acharam? Interessante?

Estava pensando em mudar as atualizações para uma vez na semana com capítulos mais ou menos com 5 mil palavras. Assim, gostaria de saber da sua opinião!

Ainda teremos um capítulo curto na sexta e no fim de semana vou decidir. Então, votem. Seu apoio e presença são sempre bem-vindos.^^


Tags
1 year ago

NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO V

Ei, como vai? As coisas começam ficar mais serias e logo vamos entender o que realmente aconteceu no passado. Enquanto isso a relação dos garotos continua evoluindo. Já aviso que vai ser algo d/s, sabe? Dominador e submisso, mas de uma forma bem natural. Quer dizer, eu sempre escrevo sobre isso, então, não é nenhuma novidade, só que não vai ter nenhuma explicação extensa ou deslocada do enredo. Não vai ser nesse capítulo que isso vai acontecer, mas eu queria dar um aviso bem antecipado: para quem não gosta desses temas, não perca seu tempo. Também queria avisar que a real personalidade deles logo vai aparecer.

A verdade é que vou escrevendo conforme as ideias vão aparecendo, então, se você ver algo que não faz sentido ou ver um furo narrativo, me informe. Até porque depois que terminar essa primeira versão, vou revisar.

Obrigado pelo apoio e sejam bem-vindos quem está chegando agora. Todos me encontraram no tumblr ou vieram do Spirit? Vou adorar conversar com vocês nos comentários ou asks!

Boa leitura!

Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV

CAPÍTULO V

Como previsto, era um novo dia. O sol brilhava forte pelas persianas, os pássaros cantavam e eles estavam atrasados. Entretanto, o que lhe preocupava não era o fato de ser quase sete horas da manhã e sim que alguém estava batendo na porta, e esse alguém ser sua irmã, Bianca, que geralmente estaria muito longe dali em sua primeira aula do dia, parada no lado de dentro do cômodo, os observando alegremente.

Aquilo era um pesadelo, essa devia ser a única explicação para justificar a cena em que Nico se encontrava. Percy contra suas costas, o abraçando apertado com apenas um lençol escondendo suas virilhas. Se Bianca decidisse puxar o lençol, veria tudo, as marcas nas costas de Percy e o cupão no meio de suas pernas, impossível de não reparar mesmo daquela distância. E ao contrário do que ele pensava, Bianca decidiu por ser bondosa. Ela deu um tchauzinho com um sorrisinho de canto e fechou a porta suavemente, embora ele conseguisse ouvir o som da risada dela enquanto se afastava pelo corredor. E de novo, ele se perguntava o que estava fazendo. Ele nem… nem tinha retribuído Percy na noite anterior. Ele era a pessoa mais mesquinha e egoísta desse mundo tod-- 

Nico teria continuado seu autoflagelo se não tivesse sentido uma risada silenciosa contra suas costas.

— Você está rindo de mim? — Nico disse, se virando nos braços de Percy. O garoto estava acordado e com um daqueles sorrisos que o enfurecia e excitava ao mesmo tempo.

— Você tem que admitir, é bem engraçado.

— Não é não!

— Qual a novidade? Não é a primeira vez que alguém pega a gente dormindo junto.

— É? Mas é a primeira vez que estamos pelados!

— Oh. — Percy diz, seu sorriso se suavizando. — É melhor ainda.

— Seu-- seu--!

Nico se levantou mais rápido que um foguete, pegou a primeira coisa que viu e jogou na cabeça de Percy. Quando viu que era um travesseiro, pegou o objeto de novo e bateu com ele na cabeça de Percy até que seus braços começaram a doer e ele foi obrigado a parar, se acomodando onde estava, e que ele percebia só agora ser o colo de Percy. O que mais o irritou foi o fato de Percy nem ter tentado se defender, rindo, estatelado na cama como se fosse o dia mais feliz de sua vida.

— Percy!

— Deuses! Acho que vou morrer. Eu voltei no tempo por acaso? Eu ainda me lembro--

— Não se atreva! Quantos anos você tem?

— Dez. Quer brincar de casinha como a gente costumava? Eu vou construir um forte com cadeiras e cobertores e a gente pode--

— O que deu em você hoje, hein?

— Eu estou feliz. Você não está?

Nico parou no meio de outra reclamação, percebendo que estava pelado e ainda sentado no colo de Percy, exatamente como em outras milhares de vezes, mas que dessa vez, significava muito mais.

— É claro que eu estou. Você não precisa voltar para o maternal.

— Por que não? Era mais divertido do que fingir ser um adulto responsável.

— A gente não está fingindo… está?

— Nico. — Foi o que Percy disse antes de se sentar e o abraçar forte pelo meio das costas. — Eu posso fingir muitas coisas, o que eu sinto por você não é uma delas.

— Eu não entendo porque logo agora. O que mudou?

— Tudo mudou. Você foi embora.

— Per… eu não sabia que você se importava tanto, pensei que… era melhor se você não tivesse uma sombra te seguindo pelos cantos.

— Nico. — Agora Percy parecia estar em dor. — Quem te disse isso? O que te faria pensar assim?

— Bem… é que… você sabe… ela disse aquelas coisas e eu me perguntei “e se for verdade?”. Pensei que um pouco de distância ia ser bom.

— Pra quem? Pra mim ou pra você?

Era uma boa pergunta. Ele só não queria se sentir tão mal a cada vez que via aquelas pessoas no corredor do colégio, murmurando em suas costas, coisas que ele nem queria saber o que era, mas que fundo já suspeitava o que poderia ser.

— Me responda. — Então, Percy segurou em seu rosto e o fez encará-lo. — Do que você estava fugindo?

— Faz diferença agora? O que você vai fazer? Ir atrás dessa pessoa e dizer como ela é horrível? Do que… do que adianta ficar olhando para o passado?

— Quando foi que você cresceu tanto? — Percy não parecia feliz com isso, no máximo resignado.

— Quando eu tive que deixar para trás a coisa que eu mais amava.

Isso finalmente fez Percy se calar, olhando para ele de forma tão triste que parecia que Percy cairia no choro a qualquer momento.

— Eu sei quem fez isso, eu precisava ouvir da sua boca. Não queria acreditar que ela faria algo assim.

Nico se pegou sorrindo, embora fosse um sorriso murcho e triste. Essa era a verdade, pessoas eram más e algumas delas fariam o impossível para conseguir o que queriam. O segredo era não ser inocente e se proteger, ou tentar ficar longe da ira delas. O que eles poderiam fazer além de tentar? Ele abraçou Percy bem apertado e colocou a cabeça sobre o ombro dele. Já que eles estavam atrasados, não tinha porque apressar as coisas.

***

Quando eles enfim desceram as escadas de banho tomado e cabelos penteados, o café da manhã já estava na mesa; ovos, bacon, café e suco. Algo simples, mas que eles raramente tinham tempo para fazer. Por que eles não tinham? Ah, agora ele lembrava. Ter que correr de Will ou explicar para o pai porque ele não queria passar tempo na empresa de fato tinha tomado todo o seu tempo e o de Bianca também, que corria de Hades tanto ou mais que ele. Mas, aqui? Na quietude sem pessoas os perseguindo era o paraíso, era um peso que finalmente tinha saído de suas costas. Provavelmente não ia durar muito, infelizmente. Era por isso que Nico queria ir devagar, e talvez assim, ele tivesse um tempo para organizar a mente e decidir o que fazer a partir daquele momento.

— Tudo bem? — Percy disse no corredor, assim que eles saíram do quarto, indo em direção às escadas para chegar no andar térreo. — Você está muito quieto desde que entramos no banho.

— Hm. — Ele era tão óbvio assim ou Percy apenas prestava atenção? — Eu estava pensando…

— No quê?

— Eu… eu só quero terminar o colégio sem drama, sabe? Me formar e tentar fazer algo útil da vida.

— Isso é sobre a gente?

— Falei sério quando disse que não queria um namorado.

— Tudo bem. — Percy acenou, todo sério, embora ele tivesse as mãos sobre os ombros de Nico enquanto eles desciam as escadas, perto demais para falar a verdade. Mas era um perto que Nico gostava, mesmo que soubesse que isso tornava as coisas mais complicadas. — Você vai parar de falar comigo ou é sobre o sexo?

— Eu… — Era outra boa questão. Ele queria se afastar de Percy?

— Então, não há motivo para colocar rótulos no que a gente é. É só um nome. Nunca vou pedir algo que você não está interessado em oferecer.

Nico sabia disso, Percy nunca tinha feito isso antes e não era agora que o amigo começaria a forçá-lo a algo. De fato, Percy tinha sido tão paciente que ele tinha confundido cuidado com desinteresse durante todos esses anos. Agora, ele entendia. Bem, ele entendia por causa do dia anterior. Era revelador. De verdade.

— Percy, olha--

— Eu entendo mais do que ninguém, mas isso não muda nada entre a gente. Não estou com pressa e não vou a lugar algum.

— Você promete?

— Eu prometo. Sou o mesmo velho Percy e você é o meu doce Nico. Nada vai mudar.

Nico piscou lentamente e se viu perdido nos olhos de Percy, preso em cada palavra e em cada sussurro proferido. Ele sabia de tudo isso e odiava como o apelido agora soava sexual, “Meu pequeno Nico” ou “Meu doce Nico”, saindo dos lábios de Percy num tom tão possessivo e quente que ele devia correr para bem longe enquanto ainda podia. Sabia que devia, e esse era o problema, a vontade e a compulsão de se aproximar de Percy eram maiores do que qualquer racionalização que ele pudesse ter. Quando percebeu o que acontecia, se viu prensado contra a parede ao pé das escadas, Percy colado a ele, mãos em sua bunda, quadris se roçando aos seus e os dedos de Percy o puxando pelos cabelos naquele tipo de beijo indicado para a privacidade de quatro paredes.

Ele não se lembrava de Percy ser assim, tão intenso. Tudo isso realmente era porque ele tinha ficado longe por dois anos? O garoto que ele conhecia era doce, gentil e bondoso. Agora, na maioria das vezes, ele mal conseguia se controlar quando Percy decidia que falar não era o que eles deviam fazer. Como nesse momento, sentindo o quadril de Percy se esfregando contra o seu, quase o fazendo gozar nas calças feito um adolescente à flor da pele, algo que ele nunca tinha sido.

Reunindo forças de onde ele nem sabia que tinha, Nico arrastou seus lábios para longe dos de Percy e respirou fundo para em seguida o empurrar para longe, apenas o suficiente para desgrudar seus corpos, segurando Percy pelos ombros numa distância segura.

— Você não pode fazer isso. Eu não consigo. Você disse que não me forçaria.

— Não estou te forçando. — Então, Percy pensou de novo e completou: — Me desculpa. Não vou fazer de novo.

Nico não sabia se acreditava. Aqueles olhos verdes sobre ele, tão intensos que pareciam queimá-lo onde quer que pousassem e o respirar rápido e arfado lhe diziam outra coisa, lhe diziam que se Percy pudesse decidir eles não estariam parados no meio das escadas.

— Percy, acho que isso não vai dar certo.

— Eu disse que sinto muito. Tive que esperar por muito tempo. É só isso. Não sou um monstro, não importa o que as pessoas digam.

— Ninguém disse nada. — Bem, não desde que ele foi para o exterior. Ele se lembrava de como Lou e Alabaster insinuaram que Percy estava esperando o momento certo para atacar. E tudo o que ele tinha pensado na época era “E daí se Percy estivesse? Eles estavam com inveja?” No fim, ele tinha ido embora com o coração partido e outro trauma para a coleção.

— Hm, lindo. — Percy sorriu e dessa vez Nico estava prestando atenção. Percy deu um passo para a frente e ao contrário do que ele esperava, Percy não tentou beijá-lo, quer dizer, não nos lábios. Percy segurou em suas mãos e as levou aos próprios lábios, beijando cada dedo separadamente. — Eu nunca faria qualquer coisa que pudesse te machucar. Espero que você saiba disso.

— Eu sei. — Nico achava que sabia, mas ele tinha descoberto que pessoas boas podiam fazer coisas ruins e depois de seu último relacionamento, ele não tinha certeza de nada. — Só… vamos devagar, sim?

— Claro, Nico.

Percy sorriu mais uma vez e deixou que ambas as mãos se separassem apenas para segurá-las em um aperto reconfortante, enquanto os dois olhavam para suas mãos entrelaçadas. Hm, era uma cena que ele nunca se deixou visualizar antes, ele e Percy, um lugar tranquilo, natureza ao redor deles, talvez algumas cadeiras estiradas ao sol e eles dois juntos, segurando um na mão do outro enquanto observavam o sol se pôr. Talvez… talvez se ele tivesse sorte o suficiente. Num futuro não muito distante. Talvez se eles conseguissem--

— Aqui estão vocês. Quanto tempo vão ficar sussurrando no escuro?

Era Bianca. Quem mais poderia ser?

***

Por algum motivo, Percy queria rir, embora a experiência estivesse sendo mais estranha do que ele tinha previsto. Ao invés de encontrar Hades que tinha dito para ele que chegaria naquela manhã, era Bianca que tinha os recebido noite passada e aberto a porta para eles; ela não havia perguntado nada e apenas dito: — O quarto do Nico está no mesmo lugar.

Dando de ombros, ele tinha pegado Nico no colo e subido as escadas nem um pouco desanimado pela presença de Bianca. Percy admitia que estava indo rápido demais, ansioso demais, porém, quem podia culpá-lo quando assim que entraram no quarto Nico tinha gemido suavemente e o beijado mais doce ainda, começando a tirar as próprias roupas e se deitando no meio da cama com as pernas abertas? Ele era humano, e como o ser fraco que era, fez o que Nico não tinha coragem de pedir, mas que dizia com o olhar e toda aquela pele exposta. Percy tinha se ajoelhado na cama, beijado desde as pernas de Nico até seu pescoço para enfim tocar onde ele mais queria. Talvez ele tenha se deixado levar um pouco, tocado muita força e quando viu Nico estava gozando em sua boca, em seu rosto, gemendo como se doesse e se contraindo tanto que por um momento achou que Nico fosse ter uma crise de epilepsia, o único motivo dele não se preocupar foi a expressão de puro êxtase no rosto moreno e delicado, o suspiro arfado quando Nico relaxou na cama e fechou os olhos, calmo e contente.

Ele nem tinha se importado com o resultado, ele excitado e frustrado, e Nico dormindo tranquilamente. Era sua culpa, além de que Nico não tinha nenhuma obrigação de retribuir, eles sendo namorados ou não. Respirando fundo, tudo o que Percy fez durante longos minutos foi observar Nico dormindo confortável na cama, braços estirados em cima da cabeça, agarrando os travesseiros, pernas abertas e membro agora flácido, pequeno e recolhido no caminho de pelos negros e ralos que iam desde a parte baixa de seu umbigo até sua virilha, ainda molhados por saliva e sêmen. Percy queria voltar a tocá-lo naquele mesmo instante, excitar Nico mais uma vez e ver quanto tempo ele demoraria para gozar de novo.

No fim, fazendo esforço para se afastar, Percy saiu da cama devagar para não acordar Nico, entrou no banheiro que ficava dentro da suíte e abaixou as calças, seria mais seguro se ele cuidasse das coisas longe de Nico, apenas para ter certeza que conseguiria se comportar o resto da noite; sabia como Nico era desconfiado quando se tratava de sexualidade e confiança, principalmente quando um ano atrás Nico tinha terminado com o namorado e não contado a ele qual o motivo. E mesmo que ele suspeitasse o que tinha acontecido, isso também não era de sua conta. Se Nico não queria contar a ele, Percy devia respeitar sua decisão. Por enquanto.

Dessa forma, ele tinha cuidado das coisas mecanicamente, encontrado uma tolha limpa, a umedecido com água morna e tinha limpado Nico para logo em seguida tirar as roupas e se deitar na cama com ele. Percy mal tinha deitado a cabeça no travesseiro quando Nico o abraçou pelo pescoço em seu sono, se acomodando contra ele. Pernas contra pernas e peito contra peito, praticamente o beijando, estirado contra seu corpo.

— Senti sua falta. — Nico tinha murmurado, suspirando contente e voltado a relaxar em seu sono que se aprofundava uma vez mais. 

Percy achava que aquele tinha sido um dos momentos mais felizes de sua vida, Nico depois de tanto tempo se deixava ficar vulnerável perto dele quando Percy pensava que essas cenas nunca mais se repetiriam.

Sentindo um aperto no coração como se ele fosse explodir a qualquer momento e querendo chorar, Percy enfim se permitiu fechar os olhos e aceitou seus sentimentos. Ele amava Nico, nem o tempo ou outras pessoas fariam com que essa mesma sensação de completude se instalasse; ninguém o fazia se sentir tão bem e tão poderoso como Nico fazia, ninguém o fazia rir ou chorar com tanta facilidade, ou gerava essa vontade louca nele de ser o melhor só para ter certeza que seria capaz de dar tudo o que Nico precisasse.

— Eu também senti sua falta. — Percy acabou murmurando de volta antes de cair no sono, puxando Nico para mais perto e enfim se deixando levar.

Agora eles estavam sentados à mesa da cozinha, Bianca sentada em frente a ele enquanto Nico se sentava a seu lado, enchendo um prato com comida e uma xícara com café puro e sem açúcar, entregando a ele.

— Você ainda se lembra. — Ele murmurou e pegou a xícara, tomando um gole e inalando a fragrância de café recém feito e recém-moído, não tão forte como ele gostava, mas era de qualidade exemplar. Era tudo tão familiar que Percy se pegou sorrindo, observando Bianca sorrir e Nico fingir que não estava encabulado pelo elogio. Nico nunca foi muito bom em recebê-los.

— Eu não fiz nada.

— Hm. — Ele murmurou, tentando não provocar Nico ainda mais. Porém ele não podia evitar, seguiu Nico com o olhar, o vendo finalmente se sentar e pegar um copo com suco de laranja, dando um longo gole antes de se concentrar em seu prato, quando Bianca o encarou e perguntou:

— Percy Jackson, o que te traz aqui?

— Nico. — Ele disse e sorriu para Bianca. Entre eles nunca houve espaço para nada além de sinceridade sem rodeios. Afinal, ela tinha permitido que Nico praticamente se mudasse para sua casa naqueles longos e magníficos anos e ele não faria nada que pudesse quebrar a confiança entre eles.

— É sério dessa vez?

— Sim.

— Tudo bem.

Bianca acenou, satisfeita. Ela se voltou para sua comida e levou uma garfada de ovos aos lábios.

— O que foi isso? — Nico perguntou, largando seu garfo. Ele cruzou os braços e os encarou.

— Eu queria saber. — Bianca deu de ombros. — Ontem vocês chegaram tarde.

— Não pode ser! — Nico cobriu o rosto e gemeu, ansioso. — Você viu a gente?

— Eu vi tudo.

O silêncio se fez, porém, não por muito tempo. Nico empurrou sua cadeira para trás e se levantou, cambaleando.

— Eu preciso… preciso pegar minha bolsa. 

O que era apenas um motivo para ele se esconder durante algum tempo ou até que o rubor sumisse. Percy observou Nico se arrastar para fora da cozinha e se virou para Bianca.

— E, então? — Ele perguntou. Sabia que Bianca queria falar algo, mas não queria que Nico escutasse.

— Você parece diferente.

— Como?

— Mais… decidido. 

— Algumas coisas aconteceram.

Quando Bianca não disse mais nada, ele deu de ombros e continuou:

— Nico foi embora e eu descobri algumas coisas.

— Sim?

— Nada demais. 

Bianca levantou as sobrancelhas e Percy se rendeu.

— Parece que eu era muito bonzinho e inocente. Então, decidi não ser mais.

— Não me diga.

— Ninguém me conta essas coisas! Pensei que Nico não pensava em… em…

— Sexo?

— Aparentemente, eu estava errado e ele pensou que eu não estava interessado.

— Hm… — Bianca olhou por mais alguns momentos para ele e teve misericórdia. — Não é sua culpa, era aquela garota loira que vivia atrás de você.

— Porra, eu nem gosto de mulher!

— É? Eu tomaria mais cuidado se fosse você.

Percy sabia que aquilo não era uma ameaça e sim um aviso, pois Bianca nunca faria nada para ficar no caminho da felicidade de Nico.

— Você acha que eu devia fazer algo mais drástico?

— Eu acho que o Nico faria algo drástico se ele pensar que está atrapalhando.

Percy parou de respirar por um momento e percebeu a gravidade do problema, só agora ele via que Bianca parecia preocupada. Ela não estaria em casa quando a responsabilidade sempre veio em primeiro lugar para os Di Angelo; ela não estaria perdendo aquele precioso tempo se Bianca não pensasse que fosse extremamente importante.

— Eu vou cuidar de tudo. Você não precisa se preocupar.

— É o que eu espero.

Com isso, ambos baixaram a cabeça e continuaram a comer até que Nico voltou, mais calmo e composto. Ambos terminam de comer o resto da comida, e apressado, Nico logo o puxou pela mão e em direção ao carro estacionado em frente a casa dos Di Ângelo.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Obrigada por ler!


Tags
1 year ago

NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO IV

Oii, como vai? Estou muito feliz com o que consegui escrever até aqui. Pensei que eu tinha desaprendido a escrever, sabe? Então é legal ver as coisas se desenvolvendo bem.

Nesse capítulo preciso dar alguns avisos. Pra quem me conhece sabe que sempre escrevo sobre sexo, seja no começo, meio, final ou durante a história inteira, mas como esse blog é novo achei bom avisar.

Outra coisa é que, como estou postando conforme escrevo algumas coisas podem mudar. Assim, se tiver algo novo e que mudou eu aviso nas notas finais ou aqui no começo. E tipo, quero dizer que eu não gosto de personagens muito... bonzinhos, então, a personalidade do Percy e do Nico vão começar a se mostrar, ok? Nada do tipo vilanesco, mas que pode gerar algum tipo de discussão, e sobre isso eu não aviso. De fato, raramente faço avisos, embora eu goste de conversar sobre a história. (Avisos são sobre coisas que eu não costumo abordar, assuntos taboo demais ou sobre algum tipo de non-con).

Dessa forma, vocês estão convidados a dar sua opinião sobre qualquer aspecto da história, seja em português, inglês ou espanhol. Sim, sou quase trilíngue ou seria poliglota? srsrsr De qualquer forma, espero que seja um boa leitura!

Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III

— Então me deixe decidir. Eu só preciso da sua permissão.

— Permissão para fazer o que?

Nico observou em câmera lenta a mão que estava em volta de seu ombro viajar para sua nuca, massageando o lugar, e o puxando suavemente para mais perto, inclinando sua cabeça até alcançar a posição certa para os lábios de Percy finalmente descerem contra os seus no beijo mais inocente e doce que ele já tinha provado, como se Percy estivesse determinado a recuperar tudo o que eles tinham perdido, começando por um beijo terno e casto, num leve roçar de lábios, jantares a luz de velas e… e muitos abraços?

O problema é que as coisas não ficariam castas por muito tempo. Gemendo e estremecendo, Nico sentiu uma das mãos de Percy descerem por suas costas numa carícia lenta e com vontade, entrando por dentro de sua camisa, o prensando contra seu peito bem no exato momento onde ele abriu a boca num arfar necessário para ter sua língua capturada e chupada, de forma tão gostosa que ele se viu fechando os olhos e gemendo novamente, se agarrando nos ombros de Percy com medo de sair voando.

— Tão bom assim, hm? — Percy murmurou algum momento depois, lábios ainda grudados aos dele, os mordiscando lentamente, mãos a salvo e longe de qualquer parte sensível. Por enquanto.

Isso era tão injusto! Tinha esperado tanto tempo por esse momento! E agora era difícil pensar, quanto mais devolver uma resposta aceitável. Ele tinha sentido falta dessa proximidade, e principalmente tinha sentido falta de beijar Percy, mesmo que tivesse o beijado apenas uma vez antes de ir para a Itália envergonhado e com o rabo entre as pernas.

— Bebê. — Percy sussurrou mais uma vez contra seus lábios e os lambeu, o pegando desprevenido mais uma vez, a língua dele se encontrando contra a sua, selando seus lábios juntos, as mãos de Percy se fincando em seus cabelos, os puxando um pouco, lhe fazendo gemer, enquanto a outra mão em sua cintura o arrastava pelo banco, o puxando para mais perto, quase o colocando em seu colo, isso é, quando um pigarro em algum lugar próximo a deles foi ouvido.

— Os senhores estão prontos para pedir?

O beijo foi quebrado com um barulho molhado e um choramingo necessitado que vinha dele mesmo. Nico voava, flutuando nas sensações que nem lembrava mais, e nem mesmo o garçom tentando chamar a atenção deles poderia impedi-lo. Então, suas costas foi colocada contra o assento do banco e as mãos de Percy voltaram a seus ombros, agora o massageando devagar como se isso pudesse acalmá-lo. Ele ouviu uma risada sem graça e então a voz de Percy soou no ambiente, rouca e lenta, pedindo um vinho e o prato do dia. Apenas um prato. De qualquer forma, não é como se eles fossem comer muito.

— Obrigado. — Percy disse depois de alguns minutos, Nico se sentindo contente em ficar quieto e ver o garçom se afastar todo encabulado.

— Garoto mal, constrangendo pobres serventes. O que eles vão dizer da gente?

— Quem é mal aqui? — Ele se viu dizendo, nenhum pouco arrependido, embora não tenha sido ele quem começou.

— Você tem razão, eu sou. Contanto que você seja bom pra mim.

Ele nem se deu ao trabalho de responder, apenas olhou para a expressão convencida no rosto de Percy, tão arrogante que ele teve o impulso de mostrar quem mandava ali. Então, como num passe de mágica, Percy sorriu e segurou em seu rosto perto de seu pescoço e encostou seus lábios contra os dele longamente num gesto afetuoso que esquentava sua pele da mesma forma que algo mais intenso faria. 

— Não fique bravo comigo.

— Você acha que pode resolver tudo com beijos?

— Nem tudo. Sexo e presentes também podem ajudar. Quem sabe uma massagem bem relaxante?

Nico sentia vontade de bater em Percy até que não pudesse mais. Felizmente a comida deles chegou e uma garrafa inteira com duas taças foi colocada na mesa.

— Você está tentando me deixar bêbado?

— É o seu preferido.

Realmente era o seu favorito, seco e tinto, forte. Uma boa safra também. Ele se perguntava se toda família italiana era assim, parecendo que tinha vinho nas veias no lugar de sangue. Isso não era importante, logo Percy abria a garrafa e enchia suas taças até o limite.

— A novos começos e velhos amigos.

Eles brindaram, dando algumas garfadas nos intervalos de beijos e risadas, e beberam mais um pouco até que a garrafa estava vazia, o céu lá fora há muito tempo escuro, perdido no breu da noite junto a qualquer inibição que eles poderiam ter.

***

E como ele tinha dito antes, sua vida era um grande clichê barato. Nico não se lembrava como tinha chegado em casa, quem tinha aberto a porta ou como eles tinham subido as escadas em direção a seu quarto. Eles tinham trancado a porta? Onde estava sua mochila? E seu violão? Eles tinham--

— Nico… bebê… — Ele jogou a cabeça para trás e gemeu, estava tão bêbado, suas pernas nos ombros de Percy e suas mãos agarrando qualquer coisa que ele pudesse se segurar. 

Não fazia muito tempo que Percy tinha lhe jogado na cama e arrancado seus sapatos e calças, cueca, jaqueta e camisa de uma vez só. Ele mal teve tempo de subir na cama até os travesseiros e Percy já estava lá, no meio de suas pernas, tocando, beijando, marcando com seus dentes onde quer que eles pousassem. Tudo estava indo tão rápido que quando menos percebeu, Percy lambia seu membro rapidamente, de cima até a base, para ir por suas bolas e então… então sua entrada, mordiscando e usando seus dedos e língua, ambos lutando contra a embriaguez e o caminho estreito, tão estreito… fazia muito tempo que ele tinha tentado alguma coisa, ainda que essa coisa não tenha tido sucesso.

— Nico, você tem que certeza que--

— Eu tenho! Eu tenho!

— Está tudo bem mesmo? Está tão apertado… hmm… — Mas Percy estava gemendo, como se fosse ele quem estivesse sendo tocado. — E cheira tão bem…

Nico estava tão feliz de ter se precavido!-- ele nem teve tempo de terminar o pensamento quando sentiu… sentiu os dedos de Percy sumirem de dentro dele, sendo substituídos pela língua de Percy, molhada e levemente áspera, roçando ao redor da área enrugada para se forçar para dentro, se movendo ritmicamente… ele não ia conseguir, fazia tanto tempo que ninguém tentava tocar ali, a sensação dessa vez foi bem melhor, tão gostoso que ele podia… sua coluna se curvou e ele gemeu, um som profundo vindo desde seu pulmão, escapando de seu lábios. E claro, a boca de Percy já estava lá, momentaneamente ajudando a prolongar seu orgasmo, os dedos de Percy voltando a penetrá-lo, agora deslizando com mais facilidade, o lubrificante enfim fazendo seu trabalho. Mas era tarde demais, os lábios de Percy sobre seu membro eram muito intensos, mais do que ele podia aguentar. Finalmente se sentiu gozando e gozando quando Percy o chupou com vontade, lambendo a cabecinha de seu membro, o fazendo doer tão gostoso que ele teve que puxar Percy pelos cabelos para empurrá-lo para longe seu membro, ainda pulsando com o sêmen que escapou dos lábios de Percy, escorrendo abaixo por seu pescoço.

— Tudo bem? — Percy perguntou, mas ele não sabia. Parecia que tinham arrancado sua calma através do orgasmo. Nico mal conseguia abrir os olhos ou respirar, ainda se sentindo pulsar e estremecer. — Eu te machuquei?

Nico conseguiu apenas negar com a cabeça, tentando controlar seu corpo. Tinha sido tão repentino que seus nervos ainda tentavam acompanhar os acontecimentos e ele… Nico não lembrava de alguém já ter feito isso por ele, tão… tão… minuciosamente.

— Nico.

Ele estava tentando, jurava que estava. Ele só estava tendo dificuldade em fazer sua cabeça parar de girar.

— Nico, olhe para mim. — Então, ele fez, porque parecia algo simples o suficiente.

— Aqui está você. Meu Nico mentiu para mim?

— Eu… menti? — Nico não entendeu a pergunta, por que ele mentiria? Ele piscou lentamente e viu que Percy não parecia bravo, ele se deitava entre suas pernas ainda completamente vestido. Percy segurava em seus cabelos e os acariciava com um sorriso bonito no rosto.

— Quando foi a última vez?

— Não sei. Nunca? Nunca cheguei a… você sabe. — Ele se viu suspirando, seus olhos ficando pesados por causa dos dedos de Percy em seu couro cabeludo o ninando devagar.

— Isso explica muita coisa.

— Hm?

— Por que você não descansa um pouco?

— Onde você vai? — Mas já era tarde demais, com outro suspiro seus olhos se fecharam mais uma vez, o fazendo dormir mais rápido do que nenhuma pílula jamais conseguiu.

***

Quando Nico abriu os olhos novamente ainda estava escuro e o relógio na parede marcava duas da manhã. Eles ainda estavam em sua cama e como sempre, Percy tinha cumprido sua promessa; eles dormiam de lado, o lençol os cobria, Percy atrás dele o abraçando pela cintura, com sua outra mão debaixo… debaixo de sua cabeça, se curvando ao redor de seu pescoço, peito contra costas, rosto contra nuca e talvez ele estivesse segurando nesse braço ao redor de seu pescoço como se estivesse abraçando um ursinho de pelúcia contra o peito. Estranhamente, ele não se sentia sufocado, igual aconteceria se fosse com qualquer outra pessoa, era como… como um lembrete físico de que eles estavam ali juntos e que dessa vez Percy não o deixaria fugir.

O que ele estava fazendo? Há poucas horas estava dizendo que não estava preparado e que não queria um relacionamento e agora… o quê? Estava confortável em permanecer naquela posição, preso naquele agarre mais do que possessivo e ainda… ainda gostando disso? Aprovando a atitude de Percy? Ele tinha jurado que nunca deixaria ninguém se aproximar tanto assim de novo, dessa forma afetiva, mas esse era Percy, não? Sabia que podia confiar nele. Certo? E além de tudo, era apenas sexo. Que mal tinha nisso? Mesmo que ele estivesse falando de Percy, a pessoa que mais o conhecia nesse mundo…

Quer dizer, ele tinha voltado porque sentia falta de Percy, mas não esperava ser correspondido e muito menos tão rápido, até porque eles tiveram tanto tempo juntos e nada havia acontecido no passado, então, por que aconteceria assim? Do nada? Ele sabia que Percy tentava ser a melhor versão de si mesmo, porém, conhecendo Percy como ele o conhecia?... Bem, Percy não era o tipo de pessoa que perdoava fácil; característica que ambos compartilhavam. Então, ninguém poderia culpá-lo se ele estivesse esperando passar um tempo com o amigo para enfim se conformar que as coisas entre eles não iriam funcionar. Agora, ele se pegava nesse beco sem saída, de fato, sendo correspondido. A verdade é que Nico não tinha se preparado para nada disso, não tinha planejado ou pensado no que Percy o corresponder realmente significava para seu futuro. Ele provavelmente teria voltado para a Itália depois de se formar em alguns anos, ficando o suficiente para resolver o que precisasse e depois… depois ele iria fazer o que o pai vinha pedindo há anos.

O que ele devia fazer agora? Isso não podia ser uma boa ideia, tinha certeza que algo iria acontecer e destruir tudo, porque era o que acontecia com ele, e quem teria que lidar com as consequências era ele. Então, por que se deixou levar? Foi por causa do vinho? Qual desculpa ele usaria agora que não estava mais bêbado? Por que continuava na mesma posição, tão contente como nunca esteve, se deixando ser abraçado daquela forma e sentindo Percy praticamente o prensar contra a cama em seu sono? E se ele--

— Nico? — Percy disse rouco, sua voz sonolenta chamando sua atenção.

— Eu te acordei?

— Seu coração. Está disparado.

Para provar seu ponto, Percy levou a mão para o meio do peito de Nico e massageou o local, subindo e descendo as mãos, piorando as coisas com isso. Ele queria chorar e queria se debater, queria fugir de volta para a Itália e se esconder onde ninguém nunca mais o encontraria. No fim tudo o que fez foi ficar quieto, quase sem respirar, sentindo Percy se mover contra ele, enfiar uma das pernas entre as dele, o fazendo arfar quando Percy roçou os lábios contra sua nuca, virando sua cabeça devagar em direção a ele até que Percy juntou seus lábios devagar, num gesto afetuoso.

— O que aconteceu, hm? Qual o problema? — Percy disse, parecendo mais estar dormindo do que acordado, se roçando contra ele, devagar e calmo, no controle.

Nico não sabia o que estava acontecendo exatamente, apenas sabia que estava funcionando. Sentindo pele na pele e tão seguro, deixou o ar sair e abriu a boca, encontrando Percy bem ali pronto para recebê-lo docemente, voltando a abraçá-lo com força, deslizando suas línguas juntas, fácil e gostoso, como se eles sempre tivessem feito isso, tão descomplicado feito respirar.

— Você não vai me dizer? — Percy se afastou por um momento e piscou lentamente para ele, um pouco mais acordado.

Nico apenas olhou para Percy, cabelos bagunçados e lábios inchados, olhos quase se fechando de cansaço. Foi quando a realidade o acertou em cheio feito um soco no estômago. Ele o amava, realmente o amava. Nico não gostava de Percy porque ninguém mais quis ser seu amigo em seu pior momento ou porque Percy o defendeu durante a infância, nem mesmo era porque Percy sempre foi seu melhor amigo e sempre seria. Agora, observando aqueles olhos verdes, enfim se dava conta da verdade. Como ele não poderia amar alguém tão gentil e preocupado, alguém tão bondoso? Tão prestativo, sempre disposto a resolver seus problemas sem ele nem ter que pedir ajuda?

— Eu te amo. — Nico disse sem pensar, distraído pela forma que Percy se inclinou em direção a ele mais uma vez, prestes a lhe dar mais um beijo. Isso fez Percy parar no meio do caminho, franzir o nariz numa expressão confusa e depois sorrir, se aproximando o resto da distância, encostando seus lábios num leve roçar.

— Eu te amo mais. Muito. Muito mais.

Era estranho, ele não se sentia mais diferente do que há cinco minutos, mas fazia bem para seu coração, permitindo que ele tirasse um peso das costas que Nico nem sabia estar lá. Percy dizendo que o amava também não o fazia sentir melhor ou pior, era um fato bem óbvio, principalmente depois de ver tudo o que aconteceu nesses últimos anos. O único efeito aparente era aquecer seu coração, como as ligações faziam, como olhar para o rosto de Percy e ver o sorriso caloroso ali, sempre disponível para ele ou como os braços de Percy sempre estavam abertos para lhe receber.

— Não precisa se preocupar com isso. — Percy disse, voltando a acariciar o meio de seu peito, o virando de frente e o abraçando de novo, sem um centímetro de distância entre eles, as mãos de Percy deslizando por suas costas, uma delas se fincando nos cabelos de sua nuca, o lugar preferido de Percy o tocar, agora, e no passado quando ele não sabia o que esse gesto significava. Ou escolhia ignorar o fato.

— Me preocupar com o quê?

— Eu consigo ver no seu rosto.

— Eu não fiz nada.

— Mas quer fazer. Então, antes de você criar essas histórias e agir impulsivamente, fale comigo. 

— Per.

— Você prometeu que não ia fugir.

— Quando foi isso?

— Quando você disse que tinha voltado pra ficar.

Nico não prometeu nada, mas era como se tivesse. 

No fim, Percy tinha razão. Ele devia se preocupar menos. O que adiantava antecipar o que poderia acontecer se o futuro tinha tantas possibilidades? Ou esses pensamentos positivos e felizes podiam ser a influência de Percy sobre ele. Nico suspeitava que assim que Percy parasse de tocá-lo, essas preocupações voltariam feito uma bigorna jogada em sua cabeça. Porém, naquele momento, ele se deixaria ser consolado e abraçado, deixaria que o sorriso de Percy iluminasse a escuridão ao redor dele e deixaria que mais um beijo o fizesse suspirar e esquecer que amanhã era um novo dia e que com ele, mais problemas apareceriam para lhe preocupar.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Obrigada por ler e por todo o apoio^^


Tags
1 year ago

NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO III

Oii, como vai? Capítulo na hora prometida. Nesse capitulo vamos entender mais um pouco sobre a relação deles. Devagar vai chegar lá, e desde já obrigada pela presença e apoio^^

Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II

O sinal bateu bem na hora em que Nico bocejou, levando a mão à boca. 

— Você quer ir pra casa? — Percy perguntou, parando de escrever na folha de questões sobre física, momentaneamente, parecendo pensar seriamente sobre alguma coisa para voltar a escrever apressadamente, sem desviar sua atenção da tarefa, tudo isso enquanto segurava em uma de suas mãos, como se Nico fosse sair correndo no caso de Percy não estar lá para impedi-lo. Era quase engraçado, eles sentados em uma roda de seis ou sete pessoas no chão da biblioteca enquanto ele observava Percy fazer todo o trabalho pesado.

Ele queria dizer para Percy que não estava cansado, que era só o fuso horário. Mesmo que ele tenha chegado há dois ou três dias, ainda não tinha se acostumado e mal tinha conseguido dormir nas noites anteriores, sem mencionar o clima que era bem mais ameno do que na Itália, o clima frio o fazendo ficar com sono facilmente. O problema era que Percy disse que seriam dez minutos que viraram trinta e agora, uma hora e meia depois, sentado no meio dos colegas de classe, eles resolviam as questões que o professor tinha entregado, valendo nota. Ele sabia que devia estar ajudando Percy com a tarefa, igual os outros estavam fazendo, trabalhando em pares, mas como Percy parecia feliz em escrever sozinho, Nico deixou que Percy se divertisse, observando a expressão séria e concentrada no rosto do amigo, que enfim, levantou o rosto e o encarou, sorrindo, como se apenas naquele momento tivesse lembrado da presença de Nico.

— Desculpa. Eu sempre acabo fazendo essas coisas sozinho. Não tenho paciência para ficar enrolando.

Percy estava certo. As pessoas ao redor estavam escrevendo, mas elas também conversavam em voz baixa, discretas, porém óbvias.

— Eu prometi. Vamos.

— Você pode terminar, eu não me importo.

— Eu terminei.

Percy estava certo mais uma vez, Nico espiou a folha no colo de Percy e viu que todas as questões estavam preenchidas com respostas completas.

— Você quer levar para casa e estudar?

— Não, não precisa.

Então, ele estava se levantando, Percy atrás dele, o apoiando pelas costas e guardando a folha dentro da bolsa. Ninguém pareceu vê-los sair, apenas a bibliotecária os cumprimentou na saída e finalmente eles estavam livres, o sol de fim de tarde ainda brilhava, trazendo um pouco da umidade e calor que ele tanto sentia falta. Contente, Nico deu alguns passos para fora dos corredores, indo em direção ao pátio descoberto e fechou os olhos, deixando que os raios de sol o esquentassem suavemente. É claro que logo Percy estava a seu lado, segurando sua mão, como sempre havia sido. A presença de Percy sempre acalentadora, ele até podia sentir o olhar do amigo sobre ele.

— O que foi? — Ele teve que perguntar, ainda de olhos fechados.

— Eu te mantive em cárcere privado, não foi?

— Não seja ridículo. — Nico quase revirou os olhos de impaciência, querendo sair logo dali, se contentando em passar mais alguns minutos sobre o sol.

— Não fica bravo comigo.

— Não estou bravo. — Ele quase não deu importância ao que Percy falava, Nico conseguia sentir o tom brincalhão retornando com força. Porque, no fim, o que Percy queria era atenção.

— Hmm, não. Isso não pode ficar assim.

Nico abriu os olhos e viu que sem perceber, já estavam no estacionamento do colégio. Esse tinha sido seu maior erro, porque enquanto ele estava distraído com o céu limpo e o clima agradável, perdeu o momento em que Percy o encurralou contra a parede do estacionamento e levantou as próprias mãos e… e as enfiou contra sua barriga e abdome, começando uma guerra de cócegas. Ele não se lembrava da última vez que alguém tinha tido a coragem de fazer aquilo com ele. De fato, Percy tinha sido o último, dois anos atrás, antes dele viajar para longe. Naquela época quando Nico ficava quieto por muito tempo essa era a tática favorita que Percy tinha para fazê-lo falar ou reagir; ele tinha que admitir, não sentia saudade dessa tortura humilhante, mas o contato era bem-vindo. Contraditório, não? Parecia que qualquer coisa que Percy fizesse naquele momento seria recebido de boa vontade.

— Percy Jackson! — Ele guinchou e se desenrolou das mãos de Percy, correndo para longe daqueles longos dedos incansáveis. É claro que ele não teria paz! Percy veio correndo atrás dele, gargalhando feito um maníaco e com pernas medindo o dobro das suas, Percy em meros minutos o alcançou, o segurando pela cintura.

— Ni-coo… — E tudo bem, agora que ele analisava as coisas… eles não tinham as brincadeiras mais inocentes, porque a forma que Percy o segurava apertado, costas contra peito e boca bem perto de seu ouvido… era exatamente como as coisas costumavam acontecer no passado.

— Eu te perdoo! Te perdoo.

— De verdade? Você não está falando isso para depois se vingar de mim de formas lentas e cruéis?

— Eu nunca faria isso!

— Mentiroso. — Percy disse na mesma forma doce e baixinha contra sua pele, parecendo que não iria soltá-lo tão cedo.

— Percy! A gente não é mais criança!

— Não é mesmo. — Percy voltou a murmurar e deu uma risadinha seca que fez os cabelos em sua nuca se arrepiarem. Isso é, antes de Percy o virar de frente e se aproximar mais ainda dele, encostando sua testa a dele. E talvez, esse gesto seria algo comum quando eles estavam longe de olhares curiosos, debaixo das cobertas, nas milhares de vezes que ele dormia na casa de Percy já que apenas as empregadas e Bianca estariam o esperando em casa. Quando eles eram pequenos parecia algo afetuoso e inocente, mas agora… bem… ainda parecia afetuoso. — Você quer jantar? O restaurante ainda está aberto.

Mas como ele podia pensar em comida quando eles estavam tão próximos, respirando o ar do outro? Quando as mãos de Percy estavam em sua cintura e em seus cabelos, não permitindo que ele desviasse o olhar? Quando ele o abraçava de volta? Seus corpos prensados juntos e mesmo através das roupas ele podia sentir o calor de Percy.

— Nico… Niccolas… — Por que Percy tinha que sussurrar seu nome daquele jeito? Porque ele tinha que tocá-lo daquele jeito? Tão forte e firme, como se temesse que ele fosse desaparecer a qualquer momento. Ele… ele não sabia se estava pronto.

Tão perto agora… a cabeça de Percy veio em direção a sua e… e… e ele deixou o ar sair, fechando os olhos.

— Comida. Comida é uma boa ideia. Certo? — Ele engoliu em seco por um momento, mas quando Percy não fez nada além continuar o abraçando sem se aproximar mais, Nico abriu os olhos, vendo seus olhos intensos sobre ele, queimando feito labaredas.

— Você está com medo de mim. — Tinha sido uma afirmação, a luz nos olhos de Percy parecendo sumir junto com seu sorriso brincalhão.

— Não… eu não… eu só… não estou pronto?

— É isso mesmo? Ou é outra coisa? Eu não quero ser uma dessas pessoas…

Ele entendia o que Percy queria dizer. Percy nunca faria algo para abusar de sua confiança mesmo que tentasse. Ele confiava em Percy, era em si mesmo que Nico não confiava. Se ele já estava assim em menos de vinte e quatro horas perto de Percy, o que aconteceria se ele se deixasse levar? Temia que… que a obsessão retornaria ainda mais intensa do que antes.

— A gente pode ir devagar? — Nico enfim conseguiu cuspir para fora, se sentindo estremecer.

— É claro. Tudo o que você quiser. — E Percy parecia falar sério. Percy o observou por mais uns momentos, como se decidisse algo importante e deu um passo para trás, apenas o suficiente para segurar em sua cintura e o guiar até o carro que estava parado perto da saída do estacionamento.

Percy abriu a porta para ele, pegou ambas suas mochilas e as colocou no banco de trás, dando a volta rapidamente para se sentar a seu lado, parecendo ansioso. Não era aquela ansiedade do tipo de quem estava bravo ou irritado, era mais… alguém cheio de energia e que não sabia o que fazer com isso. Restou a Nico relaxar contra o assento do carro e encostar a cabeça no apoio, quem sabe quando eles chegassem no restaurante a tensão que ele sentia teria se dissipado.

***  

— O que você acha?

Era um lugar bem aconchegante e acolhedor, a decoração era feita de forma simples e em confortáveis tons vermelhos, como algo que ele veria na casa de sua avó já falecida há alguns anos. Ele sentia vontade de sentar em uma das poltronas perto da recepção, fazer um chocolate quente e se sentar perto da lareira com um cobertor sobre seus ombros.

— Eu gostei.

— Tenho uma reserva. — Percy disse todo orgulhoso. Eram seis horas da tarde em ponto, o que significava que Percy tinha planejado tudo aquilo, matar tempo na escola para trazê-lo ali na hora certa.

— O que eu faço com você, hein?

— Que tal dizer “Obrigado, Percy. Você é tão atencioso”.

— É assim que você dá em cima das pessoas?

— Está funcionando?

Nico suspirou e aceitou a mão que Percy oferecia, o guiando em direção ao maitre. O lugar era específico demais. Provavelmente outras pessoas da idade deles não gostariam do lugar tanto quanto Nico tinha gostado. O pior era que ele não odiava nenhum pouco isso, Nico apreciava o esforço que Percy tinha feito para encontrar algo tão… tão a sua cara, como se tivesse encontrado um pedacinho da Itália apenas para que ele se sentisse melhor.

— Você não precisava.

— Eu quis que você se sentisse bem vindo. — Ele não precisava olhar para Percy para entender o que aquelas palavras realmente significavam, porque o que Percy realmente queria dizer era “Eu quero que você se sinta em casa para nunca mais precisar ir embora”. 

Ele não sabia desde quando tudo era tão óbvio. Cada palavra e cada gesto. Era como se eles estivessem dançando, como se soubessem cada passo e só estavam esperando a música acabar para enfim… certo. Ele, então, levantou a cabeça e encarou Percy que naquele momento parecia como o homem mais perfeito do mundo, aquele que Nico sempre havia sonhado em ter; gentil, compreensivo, bonito, bem vestido, tão alto e forte que ele sabia que nunca precisaria se preocupar em se defender. Mas Percy sempre tinha sido assim, o perfeito príncipe. No fim realmente era óbvio, não era? Esse era o motivo de seu problema. Não importava por quem ele procurasse, Nico sempre acabaria nesse mesmo lugar, buscando por Percy em todos os rostos. Talvez ele apenas devesse… parar de procurar em outros lugares.

— A gente pode ir pra casa se você quiser. — Percy disse a ele, agora parando a sua frente. Ele devia estar fazendo papel de bobo de novo, olhando para Percy sem dizer nada.

— Não, a gente pode comer. — Quando o sorriso voltou para o rosto de Percy, ele soube que tinha feito a escolha certa.

Eles seguiram o maitre pela fila de mesas até que subiram um par de escadas e então entraram em um salão que era maior que o andar de baixo, mas que estava mais vazio, cheio de mesas redondas e pequenas e outras com mais privacidade ao fundo do cômodo ao lado de grandes janelas que deixavam a luz do dia entrar, mas como a noite começava a cair, velas aromáticas já estavam acesas.

— Espero que os senhores aprovem os acentos? — Eles acenaram e logo lhes foi oferecido o menu.

A verdade é que Nico não estava interessado em comida, não era por isso que estavam ali. Ou era? Por isso tinha decidido, deixaria que Percy lhe dissesse.

— O que você quer comer? — Percy perguntou, mãos segurando o cardápio, mas seus olhos estavam sobre os dele, olhos que pareciam mais verdes do que nunca sobre a luz das velas naquele restaurante, a penumbra da noite deixando o ambiente ainda mais intimista e pessoal.

— Não sei, um vinho? Você escolhe.

Percy o encarou por um momento, parecendo refletir sobre a resposta e se aproximou mais um pouco, colocando o braço sobre seu ombro e desfazendo o resto da distância entre eles.

— Eu queria conversar sobre a gente.

— Eu sei disso.

— Eu só… preciso saber.

— Eu sei.

— São dez anos nisso. Eu preciso saber.

E Percy estava certo. Eles eram tão pequenos e inocentes naquela época, e depois… depois eles ainda eram pequenos, mas não tão inocentes até que… até que ele surtou e depois Percy surtou e ele foi embora sem avisar ninguém. Assim, do nada, e tão do nada quanto ele tinha partido, Percy tinha ligado para ele, tão diferente do que Nico conhecia e tão familiar ao mesmo tempo que o deixou confuso por um longo tempo. Ele se lembrava que durante longos meses ele só teve energia para cumprir suas obrigações e se apegar a essas ligações diárias até que ele soubesse o que fazer. E ali estavam eles, praticamente no mesmo lugar, a diferença era que agora eles entendiam quais seriam as consequências, não importava qual fosse a decisão no final.

— Eu gosto de você. — Nico se decidiu pelo mais simples. Admitia que não era a pessoa mais assertiva ou que sequer fazia boas escolhas.

— Não foi o que eu perguntei.

— Eu não sei. Sinto sua falta. É o suficiente?

— Não. — Percy dizia tudo aquilo tão sério que ele meio que… queria rir. Talvez já estivesse um pouquinho. Ninguém podia culpá-lo por isso.

— Então, você decide.

— Nico! Você disse que não estava pronto!

— Não estou. Nunca vou estar. Não quero destruir o que a gente tem. Na verdade, não quero um relacionamento.

— Porque você tem que ser tão confuso!

— Não é sobre sexo. Essa é a parte fácil.

— Nico, eu sei. O que posso fazer para você--

— Deuses, Percy! Eu sou o problema. Sou muito instável. Você não quer andar com uma bomba relógio no bolso, quer?

— Bebê, você pode explodir quando quiser, contanto que exploda comigo.

Nico gemeu e levou as mãos ao rosto, isso era ridículo! Ambos sabiam porque ele tinha ido embora e sabiam perfeitamente porque ele tinha voltado. Nico ainda estava se acostumando com a ideia de que dessa vez ele não tinha para onde correr quando seus sentimentos irrompessem por todos os cantos, obrigando Percy a catar os pedaços.

— Será que você pode falar sério por cinco minutos?

— Eu sei de tudo isso, querido. Cada coisinha que você acha que consegue esconder de mim.

— Vai ser pior do que antes!

— Você disse que eu podia decidir.

— Sim, mas-- quero ir devagar.

— Então me deixe decidir. Eu só preciso da sua permissão.

— Permissão para fazer o quê?

Nico observou em câmera lenta a mão que estava em volta de seu ombro viajar para sua nuca, massageando o lugar, e o puxando suavemente para mais perto, inclinando sua cabeça até alcançar a posição certa para os lábios de Percy finalmente descerem contra os seus no beijo mais inocente e doce que ele já tinha provado.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Obrigada por ler! Comentários são sempre bem vindos^^


Tags
1 year ago

NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO II

Mais um capítulo como prometido. O fato é que eu pretendia fazer algo curto e sexy e agora sentimentos foram envolvidos, e eu sempre coloco uma partezinha de mim no texto embora eu nunca tenha tido um crush no garoto popular capitão de basquete.... ou eu tive? srsrss

Boa leitura!

Capítulos anteriores: CAPÍTULO I

Capítulo II

— O que você achou das primeiras aulas? — Percy teve que perguntar, apenas para ver a expressão de irritação se formar no rosto de Nico, algo bonitinho entre uma careta e um franzir de lábios. Ele sabia qual seria a resposta, mas nada podia se comparar em ver tudo pessoalmente. Ninguém poderia culpá-lo se Nico tinha se tornado bem mais expressivo nos últimos anos, como se o garoto tivesse se dado o direito de sentir e se expressar como bem quisesse, sem qualquer tipo de medo ou hesitação.

— Foi normal. Eu acho. Estou um pouco atrasado, mas nada que algumas leituras não resolvam. — Nico deu de ombros e continuou andando a seu lado, passando as mãos pelos próprios cabelos e os jogando para trás, evitando que eles caíssem em seus olhos; longos cabelos que pareciam brilhar no sol, longos e negros, porém, não como ele faria no passado, era um gesto mais expansivo e relaxado que Percy não sabia dizer como conseguia diferenciar. No fim, Grover devia estar certo. Ele estava obcecado.

— Com fome?

— Não muita. 

Mas mesmo assim eles andaram pelo refeitório lado a lado, caminhando entre as mesas e bancos até chegar ao balcão da cantina. Percy não poderia deixar de notar, sentia como se estivessem desfilando se fosse pelo jeito que as pessoas olhavam para eles; se eram olhares de admiração, inveja ou desgosto era difícil diferenciá-los, estava ocupado demais encarando o perfil do rosto de Nico, principalmente quando Nico levou os dedos a boca e os mordeu levemente, parecendo indeciso.

— O que você vai pedir? — Nico perguntou a ele, enfim o encarando.

— Um suco está bom. Que tal dividir uma torta? — Ele sabia que a de legumes com queijo era a preferida de Nico.

E só para provar seu ponto, Nico sorriu e acenou, pedindo um milkshake para si próprio. 

Era tudo tão familiar que Percy sentiu um aperto no coração. Por que aquilo doía tanto? Ele não devia estar feliz por ter seu melhor amigo de volta? Bem, Nico parecia estar muito feliz com seu milkshake e metade da torta de legumes agora que eles tinham achado um lugar desocupado para sentar, um leve rubor de felicidade se espalhou pelo rosto moreno, se intensificando a cada momento que ele continuava observando Nico mastigar.

— Você não vai comer? Está tão gostoso quanto eu me lembrava.

— Nico. — Percy reclamou, frustrado.

— O que foi?

— Será que você pode comer com menos prazer?

Certas coisas nunca mudavam. Nico olhou para ele com a boca em volta do canudo e sorriu, sugando o sorvete com vontade. Percy apenas balançou a cabeça e desviou o olhar, dando a primeira mordida. E Nico tinha razão, a torta ainda tinha o mesmo gosto, a massa suave e macia, o queijo que derretia na boca e o gratinado crocante por cima. Desde que Nico tinha ido embora ele não tinha tido coragem de comer essa torta, ela lhe trazia lembranças que ele preferia deixar para trás.

— Per-cy. — Nico o chamou, praticamente cantarolando, sorrindo, apoiando a cabeça nas mãos e piscando devagar para ele, seus olhos negros e brilhantes o distraindo por um momento.

— Hm.

— Você não devia comer com seus amigos?

— Por quê?

— Eles estão olhando para a nossa mesa.

Talvez fosse verdade. 

Percy desviou o olhar em direção a eles rapidamente e voltou a se concentrar em Nico. Eles não eram importantes, mesmo que sentisse os problemas se aproximando pelo simples motivo de Annabeth estar entre eles. Annabeth, Thalia, Luke, Grover, Chris e Clarice. Todos velhos amigos dele e de Nico. E tudo bem, talvez não fosse certo manter Nico só para ele quando ele não era o único que tinha sentido saudade.

— Você quer falar com eles?

— Nah. Depois. O que eu quero saber é, com quem você está saindo?

— O quê? Eu não--

— Annabeth ou Luke?

— Eu nunca! — Quando Nico fez uma careta nada impressionada, Percy confessou: — Tá bom! A gente teve um rolo, mas é coisa do passado. Estou livre feito um pássaro.

— Você tem certeza?

— Eu prometo.

— Porque eu não acredito em você? — Então, Nico se encostou no apoio do banco e cruzou os braços. — Eu não vou ganhar uma surpresinha dos seus ex-namorados, não, vou?

— Por que isso aconteceria?

— Pelo jeito que as coisas andam…

Percy não conseguiu fingir por mais tempo, sorriu para Nico e se inclinou em direção ao garoto, segurando em suas mãos, as levando em direção aos próprios lábios, as beijando longamente: — Eu prometo que nada vai acontecer. Eu não sou desse tipo de homem.

— Hm, sei bem. Será que eu devo saber de mais alguma coisa?

— Eu só tenho olhos para você, querido.

Isso fez o rubor no rosto de Nico voltar com força total. Talvez fosse porque ele ainda segurava nas mãos de Nico ou talvez porque eles estavam sentados lado a lado no meio de toda aquela gente. Depois disso nenhum dos dois voltou a falar e ninguém se aproximou deles, o que não os afetou em nada. Eles continuaram a comer e segurar nas mãos um do outro até que o sinal bateu e eles tiveram que se separar; Nico iria para a aula de história e Percy para a de matemática avançada, e Percy como o perfeito cavaleiro que era, levou Nico até a sala de aula correta, por um momento pensando em agir como o clichê que Nico tinha lhe acusado de ser e o beijar bem ali, onde qualquer um podia ver. No fim, ele se decidiu por abraçá-lo longamente e bem apertado antes de deixar Nico entrar na sala de aula. A boa notícia é que eles teriam a última aula juntos, física avançada. 

***

Percy mal colocou o pé dentro da sala quando uma enxurrada de vozes o cercaram. Parecia que todo mundo tinha algo a dizer sobre o garoto italiano recém-transferido, pois, aparentemente, ele era o único que sabia da volta de Nico.

— Eu te disse! — Um deles falou.

— Quem diria. — Outro comentou com bem menos entusiasmo.

E Percy? Bem, ele não ligava para o que eles tinham a dizer. Ele andou calmamente até sua mesa, tirou seus livros da bolsa e olhou para frente, feito o aluno modelo que ele nunca foi. O que Percy podia dizer? Sonhar acordado com Nico era bem mais agradável do que alimentar mais fofocas.

— Cara! Você não pode fazer isso comigo. — Era Grover, mais uma vez, que agora se sentava a seu lado e colocava a mão em seu ombro, o apertando e parecendo orgulhoso por algum motivo. Não era as palavras de Grover que o irritava, era seu tom de voz; era a pura zombaria. — Você tem que me contar tudo.

— E eu pensando que as líderes de torcida eram fofoqueiras. — Percy devolveu.

— Percy!

— Tá bom.

— Tá bom? Você não está se esquecendo de nada?

— Como o quê?

— Desde quando você e Nico são tão próximos?

— A gente sempre foi. Desde os nove anos de idade.

— Mas… como! Ele não estava na Itália?

— E daí?

— Cara. — Dessa vez quem falou foi Luke que estava por perto apenas escutando. — Eu me sinto usado.

Isso era uma piada! O garoto mais galinha e com o maior recorde de traições que ele já tinha conhecido, se sentindo usado! E só porque eles tiveram algo rápido durante a ausência de Nico?

— Eu pensei que a gente tinha algo especial. — Mas quando Percy se virou para Luke o amigo tinha um brilho estranho no olhar e um sorriso de quem estava prestes a aprontar algo. — Sabe quem não vai gostar de saber disso?

— Annabeth. — Grover completou por ele, agora bem mais baixo para que somente ele e Luke pudessem escutar.

— O que eu tenho a ver com isso? Ela não é minha namorada.

— Você tem certeza disso? Annabeth não parece pensar o mesmo. 

— Isso é problema dela e não meu.

— Cara, isso vai dar problema. Depois não diz que eu não avisei. — Luke disse e tocou em seu braço, fingindo ser compreensivo.

— Que tal você cuidar da própria vida?

— Se eu fosse você tomava cuidado. Eu lembro como o pequeno Nico costumava ser indefeso. E ninguém quer que isso aconteça de novo.

Percy olhou bem para Luke, tentando decidir se isso era uma ameaça ou se era um lembrete do que Annabeth era capaz de fazer para conseguir o que queria. No fim, ele decidiu ser apenas um aviso, já que no passado Luke tinha sido um dos poucos a defender Nico quando ele não pôde. Ele só esperava que o passado não voltasse a se repetir.

***

Nico sentia que deveria ter feito a coisa mais racional e ter ido embora depois do clube de música, como qualquer pessoa normal faria. Mas ali ele estava, andando pelos corredores agora vazios com seu violão e mochila nas mãos, indo em direção à quadra descoberta que ficava mais ao fundo da propriedade da escola. Ele não era o perfeito clichê? O garoto novo indo encontrar o garoto bonito e popular depois da aula só porque esse mesmo garoto bonito tinha pedido. Agora era tarde demais, ele já tinha atravessado o colégio inteiro e se sentava nas arquibancadas, colocando o violão em seu colo enquanto dedilhava algumas notas soltas. Ele era um idiota, tinha evitado por tanto tempo esse tipo de gesto só para cair na própria armadilha sem nem perceber.

O que ele poderia fazer além de deixar as coisas rolarem e ver onde elas dariam? Ele deu de ombros e tirou uma caneta e seu caderno dentro da bolsa, anotando as notas e possíveis melodias. Não demorou muito, logo ele ouviu o barulho de uma bola batendo no chão e passos correndo para perto de onde ele estava sentado. Levantou a cabeça e lá estava Percy, batendo a bola no chão e olhando para ele, seu sorriso quase se estendendo a suas orelhas, como se a coisa mais maravilhosa estivesse acontecendo apenas porque Nico estava ali. Era por isso que ele não conseguia dizer não para Percy, como ele poderia quando alguém sorria assim para ele?

— Nico. — Percy disse, como se saboreasse o nome nos lábios, feito o doce mais saboroso. — Mais dez minutos? Vai ser rápido.

Nico deu de ombros e tentou não encarar os olhos de Percy, sabendo que seu rosto devia estar mais quente que uma pimenta, preferindo apreciar os ombros e braços definidos e descobertos.

— Tudo bem, não estou com pressa.

— Eu posso ver.

Então, Nico teve que enfim encarar Percy, tinha algo na voz dele que o fazia querer prestar uma atenção mais cuidadosa.

— Hm?

— Você está escrevendo uma música?

— Acho que sim. — Sem perceber, ele até tinha escrito algumas palavras para acompanhar a melodia.

— É sobre mim?

— Poderia ser.

Que sincero da parte dele. Isso só podia ser costume, era tão normal para Nico dizer o que viesse à mente sem precisar se policiar perto de Percy que essas verdades saiam sem permissão.

— Lindo. — Agora Nico tinha ficado confuso. O que era lindo? A música ou… outra coisa? 

Percy sorriu mais uma vez e a dúvida logo se desfez. Ele se perguntava desde quando os sorrisos de Percy expressavam tantas coisas e como cada uma delas era tão claro para ele, como uma linguagem perfeita, completa e sem erros.

— Então… depois?

— Eu conheço um lugarzinho que você vai amar.

— Você me conhece tão bem assim? — Mais um sorriso e um inclinar de cabeça, como se Percy dissesse “É óbvio, bobinho”. 

Ele revirou os olhos e voltou sua atenção para seu violão.

— Você não tem que praticar?

— Nada é mais importante que você.

Nico gostaria de dizer que eram palavras amigáveis e que Percy estava brincando, mas ele tinha falado com tanta firmeza e confiança que Nico acreditou. Sabe, às vezes os sorrisos sumiam, como se Percy quisesse que não houvessem mal entendidos. Era nesses momentos que Nico preferia fingir que não tinha escutado, que não tinha entendido ou que nada tinha acontecido. Era mais fácil quando essas coisas aconteciam por ligações onde milhares de quilômetros os separava, mas ali, a menos de cinco metros? Fazia seu coração acelerar e suas mãos suarem.

— Vai logo. — Ele murmurou de volta, tentando ignorar as palavras de Percy. — Está ficando tarde.

— Me espere.

Então, Nico esperou, ouvindo os passos de Percy se afastarem pela quadra.

O que mais lhe restava? Além de esperar e se comportar, aguardando pelo momento que Percy teria algum tempo para dedicar a ele? Nico continuou dedilhando as cordas de seu violão e não voltou a levantar a cabeça por longos minutos, isso é, até que alguém sentou a seu lado, permanecendo em silêncio até que ele se deu por vencido e a encarou. Era Annabeth, é claro, com seus intensos olhos azuis acinzentados e longos cabelos dourados, esbelta e alta, o olhando de cima, exatamente como ele se lembrava, o fazendo sentir como se ele fosse um inseto que ela não mataria por pena.

— Nico, é prazer te ver de novo. Como vai Bianca?

— Bem. — Foi tudo o que ele disse. Talvez ela ainda o intimidasse, talvez ela ainda tivesse o poder de fazê-lo chorar feito um bebê sem amparo.

— O que te traz aqui?

E de novo, ele era o mesmo garoto solitário e excluído, o garoto indefeso que qualquer um podia abusar. Nico estava tão cansado disso. Ele não daria esse poder para Annabeth ou para esse tipo de pessoa que quando não tinha algo, tomava a força.

— Não é da sua conta. Isso é dor de cotovelo? Doeu muito quando ele te chutou?

Annabeth meramente sorriu, o estudando, fingindo que estava por cima quando ambos sabiam que isso passava longe da verdade.

— Ah, parece que algumas coisas mudaram, então. 

— Parece.

— Você sabe que não vai ganhar, não sabe?

— Isso não é um jogo.

— Olha, eu não fui muito legal com você. Por isso, vou te dar uma chance. Se você se afastar, prometo que não vou ficar no seu caminho. As coisas são assim…

Que bondoso da parte dela, não? Será que ela sabia do que aconteceu todos esses anos em que ele esteve no exterior? Como Percy tinha sido o primeiro a retomar contato menos de uma semana depois dele ir para a Itália? E que no fim, não tinha nada a ser ganhado ou perdido? Foi por esse exato motivo que Nico preferiu ficar calado, observando Annabeth jogar o cabelo platinado para trás enquanto ela continuava a falar.

— .. cê vai se dar muito bem por aqui se seguir esses conselhos.

— Anne? — Alguém atrás deles a chamou. Era Silena e Grover, eles estavam vestidos ambos com roupas de líderes de torcida. Grover com uma calça de lycra e Silena com saia, mini-blusa e pompons na mão. — Drew está te chamando.

— Ela sempre está. — Foi a vez de Annabeth revirar os olhos e se levantar. — Acho que é isso. Faça um favor para nós dois, sim? Vai ser melhor assim.

Desse jeito, arrumando a saia e subindo os degraus da arquibancada, ele, Grover e Silena observaram Annabeth desfilar para longe, levando junto com ela a tensão que Nico nem tinha percebido que tinha se instalado. Bem, agora ele se lembrava de um dos principais motivos dele ter ido para bem longe dali.

— A gente sente muito. — Grover foi o primeiro a quebrar o silêncio, se sentando a seu lado.

— Ela não faz de propósito. — Silena se sentou do outro. — Não é pessoal.

— Nunca é com ela. — Nico murmurou de volta.

Ele nem sabia porque tentava. Agora, olhando as coisas bem de perto… talvez ele devesse ter continuado na Itália. A situação por lá era caótica, mas pelo menos era gerenciável. Ter que voltar e enfrentar as mesmas coisas traumáticas pode não ter sido a melhor das ideias.

— Não liga para ela. — Grover disse mais uma vez, enquanto os três observavam o time de basquete praticar bem no momento em que Percy fazia uma cesta e olhava em direção a ele, sorrindo vitorioso.

Talvez, no fim, todo esse drama valesse a pena se a recompensa fosse o sorriso iluminando o rosto de Percy Jackson.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Obrigada por ler! Sua presença é sempre bem-vinda e se você tiver um comentário ou feedback para me motivar, mais ainda. Até Sábado!


Tags
1 year ago

Não há lugar como o lar - Percy/Nico AU Colegial - Capítulo I

Oii, como vai? Vi que ficar reblogando vai deixar as coisas muito confusas, então, vou separar cada post por capítulo. Esse é o primeiro, porém ele foi postado em partes anteriormente. Nada mudou, estou colocando aqui para ficar mais organizado. Ainda hoje tem mais um!

Felizmente decidi a agenda de escrita, vou tentar postar a cada três dias, se eu postar antes é porque tem um feriado no meio e se eu não postar até a data é porque não consegui escrever, o que significa que vou atualizar o blog assim que eu conseguir. Cada capítulo terá entre 2 mil e 3 mil palavras. E já para deixar claro, Percy e Annabeth nunca namoraram, é só o que o Nico pensa, ok?

Agora, para quem não sabe sobre o que é a história, aqui vai um resumo improvisado:  Nico está voltando da Itália depois de passar dois anos por lá e encontra Percy, o melhor amigo que ele deixou para trás, mas que manteve contato nesse tempo afastado. O resto se desenvolve a partir desse reencontro e bem rápido! Nessa história vou tentar ser mais direta.

Obrigada pelo apoio! E boa leitura.

Capítulo I

— Olha quem voltou! O garoto italiano. — Nico apenas teve tempo de se virar antes de ser prensado contra ombros largos e braços fortes que o abraçaram com tanta força que o levantaram no ar, o deixando sem fôlego e fazendo com que seus livros e bolsa caíssem ao chão, a porta de seu armário sendo fechada com um estrondo barulhento.

— Perseu Jackson!

— Só a minha mãe me chama assim.

Mas Percy estava rindo, o girando no ar enquanto as pessoas ao redor olhavam para eles. Também, não era para menos. Eles estavam bem no meio do corredor onde havia vários armários, dando para a entrada das classes de aula. Nico não resistiu, envolveu os braços ao redor do pescoço de Percy e o abraçou tão forte quanto Percy tinha feito, enterrando o rosto contra o pescoço de Percy.

— Eu senti sua falta. 

— Eu também senti a sua. — Nico murmurou de volta e se afastou, finalmente conseguindo ver o rosto de Percy. 

Olhos tão verdes quanto ele se lembrava, nariz reto e empinado, lábios finos e largos sempre em um sorriso bonito. O que tinha mudado era a altura, quase dois metros, e músculos. Onde ele se lembrava de um garoto tímido e um pouco triste tinha se transformado nesse… nesse homem feliz e cheio de vida. Confiante. Embora ele ainda pudesse ver a bondade e a amizade que eles costumavam ter, mas essa coisa entre eles… esses abraços todos eram algo novo. Ele não podia evitar a comparação com o passado, onde ele era jovem demais e Percy era… Percy era Percy, abrindo a porta de sua casa para um garotinho triste e solitário.

— Dois anos, hein? Eu pensei que você nunca ia voltar.

— Hm.

— Me deixe te ver melhor. — E o que ele nunca esperaria do garoto mais hétero e tímido que ele já tinha conhecido aconteceu, Percy levou uma de suas mãos a seu rosto e penteou seus cabelos para trás, expondo sua face por completo. E ele? Bem, Nico apenas encarou Percy de volta, tão focado no garoto quanto Percy se focava nele. Todas as ligações e vídeo-chamadas não se comparavam ao que a realidade lhe mostrava, o fazendo se questionar o que tinha acontecido nesse tempo todo para fazer Percy agir assim, tão… tão afetuoso, tão atencioso. Ele ainda namorava Annabeth, não? Ainda era o capitão do time de basquete? Esse devia ser o caso, pois Percy vestia a jaqueta do time.

— Hm… Percy? Me põe no chão, sim? — Nico fez o seu melhor para ficar sério.

— Por quê?

— Você não tem uma namorada?

— Eu tenho?

Então, Percy sorriu ainda mais e enfim o colocou no chão para em seguida afrouxar o agarre em seu rosto e em sua cintura, sem se afastar, porém se inclinando um pouco sobre ele, como se tivesse algo em seu rosto que ele precisava ver mais de perto.

— Como você tem estado? Por que você não me disse que chegava essa semana?

— Por quê? Você ia me buscar no aeroporto?

— É claro, meus amigos merecem o melhor.

— E o que seria esse melhor?

— Eu, é claro.

Nico jurava que estava tentando ficar sério. Pelo jeito que as coisas iam, Percy queria algo a mais e no momento ele não estava interessado. Mas não adiantou, Nico se segurou nos ombros de Percy e gargalhou; ele achava que essa era uma das piores cantadas que ele já tinha ouvido.

— Ei, não ri da minha cara. Eu sou um cara legal.

— E muito humilde, também. 

— Muito. — Percy disse e enfim o soltou, se encostando a seu lado em frente aos armários e Nico suspirou em alívio, pegando suas coisas do chão e as guardando no armário. Às vezes Percy era um pouco demais para ele; era o que Nico tinha descoberto durante os anos nas milhares de conversas que eles tiveram nesse tempo todo. Ele não sabia quando Percy tinha mudado do garoto introvertido para essa pessoa esfuziante, mas ele gostava. E odiava ao mesmo tempo, fazendo seu estômago se revirar de nervosismo.

— Agora, de verdade, como as coisas têm estado?

— Você sabe, sempre iguais. — Nico deu de ombros e fechou o armário, tirando os livros que usaria naquele dia, os guardando na bolsa. — Bianca veio comigo.

— Faculdade? — Percy perguntou. — E você?

Nico deu de ombros mais uma vez e se encostou ao lado de Percy, voltando a encará-lo de perto, o olhando sobre os cílios, tentando não demonstrar como realmente se sentia. Achava que nunca se conformaria com a beleza do amigo, agora duplicada conforme os traços suaves da adolescência davam lugar a músculos definidos e um rosto angular e forte, o sorriso de canto, o olhar intenso, a atitude confiante… e… bem, tudo isso e muito mais.

— O que tem isso?

— O que te traz de volta?

— Eu senti falta de casa. — Nico acenou para si mesmo. — Por um tempo pensei que fosse em Verona, mas… eu sempre ficava me perguntando o que estava acontecendo por aqui.

— Então, você decidiu voltar? Simples assim?

— Por que não? Eu vou fazer dezoito em alguns meses. Queria aproveitar esse último ano e rever o pessoal.

Bem… ele queria rever algumas poucas pessoas e uma delas estava bem em sua frente, olhando para ele como se quisesse… como se quiser ver o que tinha dentro de sua mente. E como costumava acontecer, ele foi o primeiro a perder nesse joguinho para ver quem desviava o olhar primeiro.

— Então… você sentiu saudade e veio para ficar ou… 

— Vim para ficar. Hades vai vir depois.

— Fico feliz. — Percy disse, ainda sorrindo, algo mais sincero e bonito, como se tivesse se cansado de flertar. — Quem sabe a gente pode se ver mais tarde. Comer alguma coisa?

— Mais tarde quando?

— Hoje. Depois da prática de basquete. Quer me ver jogar?

— Oh, não! Era isso o que eu temia! O clichê colegial! — Mas ele ria e Percy ria junto, o fazendo lembrar dos velhos tempos.

— Sabe, você não pode falar de mim. Você era todo bonitinho e tímido e voltou parecendo sair de um filme dos anos oitenta. Jaqueta de couro, calça rasgada e isso… é delineador? — Percy se aproximou mais uma vez dele e segurou suavemente em seu queixo, apenas mais uma desculpa para tocá-lo, disso Nico tinha certeza; não que estivesse reclamando. Percy podia fazer isso e muito mais. — Você é o perfeito garoto bonzinho que ficou rebelde.

— Eu ainda sou um bom garoto.

Isso fez Percy parar por um momento, ainda com as mãos sobre o rosto de Nico, e o encarar longamente apenas para um sorriso de canto aparecer junto a covinhas.

— É mesmo? O quanto você é um bom garoto?

— Acho que você nunca vai descobrir.

Mais um silêncio e mais um olhar que no passado o faria correr em busca de abrigo mais rápido que um foguete. Entretanto, esse Nico tinha ficado para trás junto com sua inocência.

— Hm. — Foi tudo o que Percy disse durante alguns momentos, e Nico jurava que ele estava se aproximando em direção a seu rosto quando o sinal tocou, os interrompendo.

— Certo. — Nico pigarreou, endireitando a coluna e olhando ao redor. — Acho que eu tenho que ir.

— Qual seu primeiro horário?

— Língua portuguesa. Preciso passar na secretaria primeiro.

— Eu vou com você.

Nico nem tentou negar, ele tinha sentido tanta falta de Percy que estender um pouco mais as coisas não faria mal. Ele se desencostou do armário e, de novo, aconteceu algo que ele não esperava. Percy pegou a mochila de seu ombro, a carregando para ele e com a outra mão, entrelaçou os dedos com os seus, o puxando suavemente pelo corredor quase vazio em direção à administração do colégio.

***

Era estranho estar ali depois de tanto tempo. As paredes cor creme ainda eram as mesmas, ali estavam os mesmo bancos azuis e as mesmas mesas pretas, os mesmos corredores largos e a mesma cantina, pintada da mesma cor pastel. Ele até conseguia reconhecer alguns rostos familiares no meio de outros mais jovens. Era um dejavú, só que agora ele via as coisas do alto, numa perspectiva distante, quase deslocada, onde antes seus dias eram permeados por ansiedade e incerteza agora tudo parecia mais fácil e incolor, ainda que um pouco doloroso, mas sem importância e talvez até confortável. Talvez fosse pelo fato de Percy ainda estar segurando em sua mão, conversando com a mesma secretária de dois anos atrás, uma senhora de cinquenta anos, sempre sorridente e solícita.

No fim, não demorou muito para ele conseguir seus papéis de admissão que precisaria mostrar para seus professores.

— E então, língua portuguesa? Aula dupla? Eu também tenho. Deixa eu ver seu horário.

Nico deu de ombros e tirou de dentro da bolsa sua grade horária de aulas. Ele observou Percy pegar o papel de suas mãos, franzir a testa em concentração e entregar de volta o papel para ele: — Temos a maioria das aulas juntos. Você está nos clubes de artes e de música? Eu estou no de música também.

— Pareceu ser os mais fáceis.

— Eu aposto.

— Cala a boca. — Nico empurrou Percy pelos ombros e andou para fora da secretaria. Poucas pessoas sabiam que ele tinha facilidade para coisas criativas e talvez ele tenha tocado algo para Percy durante os anos. Bem, isso não era da conta de outras pessoas.

— Nico, as salas mudaram! Estamos usando os auditórios.

— Tá bom. — Nico revirou os olhos e dessa vez nem se surpreendeu quando Percy o alcançou e tocou em seu ombro, suas mãos grandes deslizando por suas costas até chegar em sua cintura, o guiando suavemente na direção correta. Na verdade, ele não se lembrava dessa escola ter um auditório, então, se deixou ser guiado por Percy, uma presença confortável e calorosa a seu lado.

***

Quando eles chegaram no auditório a aula já tinha começado. A professora Johnson não era do tipo que se importava com atrasos se a aula não fosse atrapalhada, pois isso Percy ficou parado na entrada principal da sala, longe do olhar da professora, preferindo ver Nico descer até o palanque onde a professora estava e entregar o papel para ela assinar. O que Percy podia dizer? Nico era uma visão bem mais interessante naquele momento, longas pernas encobertas por um jeans justo, bunda empinada, cintura fina, ombros largos, profundos olhos negros e uma boquinha que parecia estar sempre mordida e avermelhada, pele negra e bronzeada, parecendo ser tão macia que ele não resistiu a vontade de tocar nele assim que pôde, só para testar a teoria. Ele admitia, estava indo rápido demais, porém dois anos era tempo suficiente para saber se você gosta de alguém, não? Sem contar os sete anos antes disso. Talvez ele devesse ter ido para a Itália com Nico quando Hades ofereceu, sempre generoso mesmo que ausente na maioria das vezes.

Ele foi tirado de seus devaneios quando Nico terminou de falar com a professora e veio em sua direção, despreocupado e lento, como se tivesse todo o tempo do mundo, desfilando com suas roupas punk e atitude despretensiosa. Por que evitar algo que ele sabia que aconteceria cedo ou tarde? Se Percy pudesse, ele beijaria Nico ali e agora, para acabar com aquela tortura que se estendia por tantos anos. Mas ele podia se controlar, se tinha esperado por mais dois anos, podia esperar mais alguns dias.

— Tudo certo?

Nico apenas acenou e pegou em sua mão, o levando em direção ao meio do auditório onde eles podiam ter uma boa visão da professora e do que ela estava falando. Percy nem teve tempo de apreciar Nico tomando a iniciativa e tocando nele por vontade própria, embora sentisse que deveria se preocupar mais com a reação das pessoas ao redor deles, os olhares nada discretos e murmúrios feito zumbidos a seu ouvido, ele não costumava exatamente namorar garotos em público, principalmente porque Annabeth sempre estava por perto para fazer com que todos pensarem que ele estava com ela. Era o que era, ele só esperava não ter que socar alguns rostos. Porque ele faria, e com muito prazer.

— Per? — Ele escutou alguém o chamar e só tinha uma pessoa que ainda o chamava assim. — Em que capítulo a gente está?

— Sete.

— Obrigado. — Nico murmurou mais baixo do que antes e se pôs a ler, completamente concentrado no livro e no que a professora dizia. Restou a Percy se perguntar como alguém podia ser tão bonitinho? Tão adorável? Observando um pequeno vinco aparecer entre as sobrancelhas de Nico, em seus lábios se formarem um biquinho frustrado até que ele pareceu encontrar o que procurava no livro, relaxando contra o acento e se colocando a fazer a anotações rápidas conforme a professora discutia o assunto.

Então, um barulho veio da fileira de cadeiras acima da sua, alguém o tocando no ombro. Ele se virou e lá estava Grover, seu mais antigo amigo de infância.

— Quem é o garoto novo?

— Nico.

— Aquele garoto quieto e triste que Sally tinha praticamente adotado? O seu garoto italiano? Agora eu entendo a obsessão.

— Cara! — Percy sussurrou furiosamente. Ele não era tão obcecado assim… era? Percy olhou para o lado, só para ter certeza que Nico não tinha escutado, vendo que o garoto continuava concentrado na aula e voltou a se virar para Grover: — Depois a gente conversa.

— Como você quiser, Don Juan.

— Tanto faz.

Percy se virou para a frente, se inclinou sobre Nico, vendo onde eles estavam no livro e ignorou todo o resto. Quando Nico empurrou o livro em direção a ele para que os dois pudessem ler, Percy não hesitou. Colocou o braço ao redor do ombro de Nico, juntou suas cabeças e começou a ler. Quem sabe se ele pudesse se concentrar, a vozinha no fundo de sua mente pararia de lembrá-lo de que isso daria em mais confusão do que ele estava disposto a lidar.


Tags
1 year ago

Não há lugar como o lar - Percy/Nico AU Colegial, Parte II

Oi, como vai? Mais pedacinho da história. Conforme eu for escrevendo, vou colocando aqui. Todo feedback ou comentário é bem-vindo. E claro se você ver algo estranho me avise, às vezes eu acho que escrevi algumas coisas só que na hora a informação falta.

Boa leitura^^

Era estranho estar ali depois de tanto tempo. As paredes cor creme ainda eram as mesmas, ali estavam os mesmo bancos azuis e as mesmas mesas pretas, os mesmos corredores largos e a mesma cantina, pintada da mesma cor pastel. Ele até conseguia reconhecer alguns rostos familiares no meio de outros mais jovens. Era um dejavú, só que agora ele via as coisas do alto, numa perspectiva distante, quase deslocada, onde antes seus dias eram permeados por ansiedade e incerteza agora tudo parecia mais fácil e indolor, ainda que um pouco doloroso, mas sem importância e talvez até confortável. Talvez fosse pelo fato de Percy ainda estar segurando em sua mão, conversando com a mesma secretária de dois anos atrás, uma senhora de cinquenta anos, sempre sorridente e solícita.

No fim, não demorou muito para ele conseguir seus papéis de admissão que precisaria mostrar para seus professores.

— E então, língua portuguesa? Aula dupla? Eu também tenho. Deixa eu ver seu horário.

Nico deu de ombros e tirou de dentro da bolsa sua grade horária de aulas. Ele observou Percy pegar o papel de suas mãos, franzir a testa em concentração e entregar de volta o papel para ele: — Temos a maioria das aulas juntos. Você está nos clubes de artes e de música? Eu estou no de música também.

— Pareceu ser os mais fáceis.

— Eu aposto.

— Cala a boca. — Nico empurrou Percy pelos ombros e andou para fora da secretaria. Poucas pessoas sabiam que ele tinha facilidade para coisas criativas e talvez ele tenha tocado algo para Percy durante os anos. Bem, isso não era da conta de outras pessoas.

— Nico, as salas mudaram! Estamos usando os auditórios.

— Tá bom. — Nico revirou os olhos e dessa vez nem se surpreendeu quando Percy o alcançou e tocou em seu ombro, suas mãos grandes deslizando por suas costas até chegar em sua cintura, o guiando suavemente na direção correta. Na verdade, ele não se lembrava dessa escola ter um auditório, então, se deixou ser guiado por Percy, uma presença confortável e calorosa a seu lado.

***

Quando eles chegaram no auditório a aula já tinha começado. A professora Johnson não era do tipo que se importava com atrasos se a aula não fosse atrapalhada, pois isso Percy ficou parado na entrada principal da sala, longe do olhar da professora, preferindo ver Nico descer até o palanque onde a professora estava e entregar o papel para ela assinar. O que Percy podia dizer? Nico era uma visão bem mais interessante naquele momento, longas pernas encobertas por um jeans justo, bunda empinada, cintura fina, ombros largos, profundos olhos negros e uma boquinha que parecia estar sempre mordida e avermelhada, pele negra e bronzeada, parecendo ser tão macia que ele não resistiu a vontade de tocar nele assim que pôde, só para testar a teoria. Ele admitia, estava indo rápido demais, porém dois anos era tempo suficiente para saber se você gosta de alguém, não? Sem contar os sete anos antes disso. Talvez ele devesse ter ido para a Itália com Nico quando Hades ofereceu, sempre generoso mesmo que ausente na maioria das vezes.

Ele foi tirado de seus devaneios quando Nico terminou de falar com a professora e veio em sua direção, despreocupado e lento, como se tivesse todo o tempo do mundo, desfilando com suas roupas punk e atitude despretensiosa. Porque evitar algo que ele sabia que aconteceria cedo ou tarde? Se Percy pudesse, ele beijaria Nico ali e agora, para acabar com aquela tortura que se estendia por tantos anos. Mas ele podia se controlar, se tinha esperado por mais dois anos, podia esperar mais alguns dias.

— Tudo certo?

Nico apenas acenou e pegou em sua mão, o levando em direção ao meio do auditório onde eles podiam ter uma boa visão da professora e do que ela estava falando. Percy nem teve tempo de apreciar Nico tomando a iniciativa e tocando nele por vontade própria, embora sentisse que deveria se preocupar mais com a reação das pessoas ao redor deles, os olhares nada discretos e murmúrios feito zumbidos a seu ouvido, ele não costumava exatamente namorar garotos em público, principalmente porque Annabeth sempre estava por perto para fazer com que todos pensarem que ele estava com ela. Era o que era, ele só esperava não ter que socar alguns rostos. Porque ele faria, e com muito prazer.

— Per? — Ele escutou alguém o chamar e só tinha uma pessoa que ainda o chamava assim. — Em que capítulo a gente está?

— Sete.

— Obrigado. — Nico murmurou mais baixo do que antes e se pôs a ler, completamente concentrado no livro e no que a professora dizia. Restou a Percy se perguntar como alguém podia ser tão bonitinho? Tão adorável? Observando um pequeno vinco aparecer entre as sobrancelhas de Nico, em seus lábios formarem um biquinho frustrado até que ele pareceu encontrar o que procurava no livro, relaxando contra o acento e se colocando a fazer a anotações rápidas conforme a professora discutia o assunto.

Então, um barulho veio da fileira de cadeiras acima da sua, alguém o tocando no ombro. Ele se virou e lá estava Grover, seu mais antigo amigo de infância.

— Quem é o garoto novo?

— Nico.

— Aquele garoto quieto e triste que Sally tinha praticamente adotado? O seu garoto italiano? Agora eu entendo a obsessão.

— Cala a boca! — Percy sussurrou furiosamente. Ele não era tão obcecado assim… era? Percy olhou para o lado, só para ter certeza que Nico não tinha escutado, vendo que o garoto continuava concentrado na aula e voltou a se virar para Grover: — Depois a gente conversa.

— Como você quiser, Don Juan.

— Tanto faz.

Percy se virou para a frente, se inclinou sobre Nico, vendo onde eles estavam no livro e ignorou todo o resto. Quando Nico empurrou o livro em direção a ele para que os dois pudessem ler, Percy não hesitou. Colocou o braço ao redor do ombro de Nico, juntou suas cabeças e começou a ler. Quem sabe se ele pudesse se concentrar, a vozinha no fundo de sua mente pararia de lembrá-lo de que isso daria em mais confusão do que ele estava disposto a lidar.

Não há lugar como o lar - Percy/Nico AU Colegial

Oii, como vai? Eu estava tentando continuar minha história atual, A Refulgente, mas sabe quando não está rolando? Aí comecei outra que deve ter no máximo umas 50 mil palavras (embora eu não saiba como escrever nada curto ou não tenha o controle mental para isso), outra Percy/Nico é claro. E como está fluindo bem, decidi dividir o começo dela por aqui antes de colocar em outros lugares. Na verdade, aqui é o único lugar onde ela vai estar até eu completá-la, se é que isso vai acontecer. Então, vamos ver como as coisas vão.

Para manter as coisas organizadas, vou reblogar o último capítulo conforme eu for atualizando o blog, assim fica mais fácil de acompanhar.

Ainda não tenho um sumário pronto, e em linhas gerais segue assim: Nico está voltando da Itália depois de passar dois anos por lá e encontra Percy, o melhor amigo que ele deixou para trás, mas que manteve contato nesse tempo afastado. O resto se desenvolve a partir desse reencontro e bem rápido! Nessa história vou tentar ser mais direta. Será que eu consigo? Boa leitura!

PS: Se vocês virem algum erro sobre quanto tempo Nico estive na Itália é porque mudei de cinco anos para dois. Texto sem muita revisão, mesmo assim, espero que vocês gostem.

Parte I

— Olha quem voltou! O garoto italiano. — Nico apenas teve tempo de se virar antes de ser prensado contra ombros largos e braços fortes que o abraçaram com tanta força que o levantaram no ar, o deixando sem ar e fazendo com que seus livros e bolsa caíssem ao chão, a porta de seu armário sendo fechada com um estrondo barulhento.

— Perseu Jackson!

— Só a minha mãe me chama assim.

Mas Percy estava rindo, o girando no ar enquanto as pessoas ao redor olhavam para eles. Também, não era para menos. Eles estavam bem no meio do corredor onde havia vários armários, dando para a entrada das classes de aula. Nico não resistiu, ele envolveu os braços ao redor do pescoço de Percy e o abraçou tão forte quanto Percy tinha feito, enterrando o rosto contra o pescoço de Percy.

— Eu senti sua falta. 

— Eu também senti a sua. — Nico murmurou de volta e se afastou, finalmente conseguindo ver o rosto de Percy. 

Olhos tão verdes quanto ele se lembrava, nariz reto e empinado, lábios finos e largos sempre em um sorriso bonito. O que tinha mudado era a altura, quase dois metros, e músculos. Onde ele se lembrava de um garoto tímido e um pouco triste tinha se transformado nesse… nesse homem feliz e cheio de vida. Confiantes. Embora ele ainda pudesse ver a bondade e a amizade que eles costumavam ter, mas essa coisa entre eles… esses abraços todos eram algo novo. Ele não podia evitar a comparação com o passado, onde ele era jovem demais e Percy era… Percy era Percy, abrindo a porta de sua casa para um garotinho triste e solitário.

— Dois  anos, hein? Eu pensei que você nunca ia voltar.

— Hm.

— Me deixe te ver melhor. — E o que ele nunca esperaria do garoto mais hétero e tímido que ele já tinha conhecido aconteceu, Percy levou uma de suas mãos a seu rosto e penteou seus cabelos para trás, expondo sua face por completo. E ele? Bem, Nico apenas encarou Percy de volta, tão focado no garoto quanto Percy se focava nele. Todas as ligações e vídeo-chamadas não se comparavam ao que a realidade lhe mostrava, o fazendo se questionar o que tinha acontecido nesse tempo todo para fazer Percy agir assim, tão… tão afetuoso, tão atencioso. Ele ainda namorava Annabeth, não? Ainda era o capitão do time de basquete? Esse devia ser o caso, pois Percy vestia a jaqueta do time.

— Hm… Percy? Me põe no chão, sim? — Nico fez o seu melhor para ficar sério.

— Por quê?

— Você não tem uma namorada?

— Eu tenho?

Então, Percy sorriu ainda mais e enfim o colocou no chão para em seguida afrouxar o agarre em seu rosto e em sua cintura, sem se afastar, porém se inclinando um pouco sobre ele, como se tivesse algo em seu rosto que ele precisava ver mais de perto.

— Como você tem estado? Por que você não me disse que chegava essa semana?

— Por quê? Você ia me buscar no aeroporto?

— É claro, meus amigos merecem o melhor.

— E o que seria esse melhor?

— Eu, é claro.

Nico jurava que estava tentando ficar sério. Pelo jeito que as coisas iam, Percy queria algo a mais e no momento ele não estava interessado. Mas não adiantou, Nico se segurou nos ombros de Percy e gargalhou; ele achava que essa era uma das piores cantadas que ele já tinha ouvido.

— Ei, não ri da minha cara. Eu sou um cara legal.

— E muito humilde, também. 

— Muito. — Percy disse e enfim o soltou, se encostando a seu lado em frente aos armários e Nico suspirou em alívio, pegando suas coisas do chão e as guardando no armário. Às vezes Percy era um pouco demais para ele; era o que Nico tinha descoberto durante os anos nas milhares de conversas que eles tiveram nesse tempo todo. Ele não sabia quando Percy tinha mudado do garoto introvertido para essa pessoa esfuziante, mas ele gostava. E odiava ao mesmo tempo, fazendo seu estômago se revirar de nervosismo.

— Agora, de verdade, como as coisas têm estado?

— Você sabe, sempre iguais. — Nico deu de ombros e fechou o armário, tirando os livros que usaria naquele dia, os guardando na bolsa. — Bianca veio comigo.

— Faculdade? — Percy perguntou. — E você?

Nico deu de ombros mais uma vez e se encostou ao lado de Percy, voltando a encará-lo de perto, o olhando sobre os cílios, tentando não demonstrar como realmente se sentia. Achava que nunca se conformaria com a beleza do amigo, agora duplicada conforme os traços suaves da adolescência davam lugar a músculos definidos e um rosto angular e forte, o sorriso de canto, o olhar intenso, a atitude confiante… e… bem, tudo isso e muito mais.

— O que tem isso?

— O que te traz de volta?

— Eu senti falta de casa. — Nico acenou para si mesmo. — Por um tempo pensei que fosse em Verona, mas… eu sempre ficava me perguntando o que estava acontecendo por aqui.

— Então, você decidiu voltar? Simples assim?

— Por que não? Eu vou fazer dezoito em alguns meses. Queria aproveitar esse último ano e rever o pessoal.

Bem… ele queria rever algumas poucas pessoas e uma delas estava bem em sua frente, olhando para ele como se quisesse… como se quiser ver o que tinha dentro de sua mente. E como costumava acontecer, ele foi o primeiro a perder nesse joguinho para ver quem desviava o olhar primeiro.

— Então… você sentiu saudade e veio para ficar ou… 

— Vim para ficar. Hades vai vir depois.

— Fico feliz. — Percy disse, ainda sorrindo, algo mais sincero e bonito, como se tivesse se cansado de flertar. — Quem sabe a gente pode se ver mais tarde. Comer alguma coisa?

— Mais tarde quando?

— Hoje. Depois da prática de basquete. Quer me ver jogar?

— Oh, não! Era isso o que eu temia! O clichê colegial! — Mas ele ria e Percy ria junto, o fazendo lembrar dos velhos tempos.

— Sabe, você não pode falar de mim. Você era todo bonitinho e tímido e voltou parecendo sair de um filme dos anos oitenta. Jaqueta de couro, calça rasgada e isso… é delineador? — Percy se aproximou mais uma vez dele e segurou suavemente em seu queixo, apenas mais uma desculpa para tocá-lo, disso Nico tinha certeza; não que estivesse reclamando. Percy podia fazer isso e muito mais. — Você é o perfeito garoto bonzinho que ficou rebelde.

— Eu ainda sou um bom garoto.

Isso fez Percy parar por um momento, ainda com as mãos sobre o rosto de Nico, e o encarar longamente apenas para um sorriso de canto aparecer junto a covinhas.

— É mesmo? O quanto você é um bom garoto?

— Acho que você nunca vai descobrir.

Mais um silêncio e mais um olhar que no passado o faria correr em busca de abrigo mais rápido que um foguete. Entretanto, esse Nico tinha ficado para trás junto com sua inocência.

— Hm. — Foi tudo o que Percy disse durante alguns momentos, e Nico jurava que ele estava se aproximando em direção a seu rosto quando o sinal tocou, os interrompendo.

— Certo. — Nico pigarreou, endireitando a coluna e olhando ao redor. — Acho que eu tenho que ir.

— Qual seu primeiro horário?

— Língua portuguesa. Preciso passar na secretaria primeiro.

— Eu vou com você.

Nico nem tentou negar, ele tinha sentido tanta falta de Percy que estender um pouco mais as coisas não faria mal. Ele se desencostou do armário e, de novo, aconteceu algo que ele não esperava. Percy pegou a mochila de seu ombro, a carregando para ele e com a outra mão, entrelaçou os dedos com os seus, o puxando suavemente pelo corredor quase vazio em direção à administração do colégio.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Então, aceitável? Percebi que meus diálogos não são os melhores. Sua opinião ou feedback educado é sempre bem vindo^^

Obrigada por ler!


Tags
1 year ago

Não há lugar como o lar - Percy/Nico AU Colegial

Oii, como vai? Eu estava tentando continuar minha história atual, A Refulgente, mas sabe quando não está rolando? Aí comecei outra que deve ter no máximo umas 50 mil palavras (embora eu não saiba como escrever nada curto ou não tenha o controle mental para isso), outra Percy/Nico é claro. E como está fluindo bem, decidi dividir o começo dela por aqui antes de colocar em outros lugares. Na verdade, aqui é o único lugar onde ela vai estar até eu completá-la, se é que isso vai acontecer. Então, vamos ver como as coisas vão.

Para manter as coisas organizadas, vou reblogar o último capítulo conforme eu for atualizando o blog, assim fica mais fácil de acompanhar.

Ainda não tenho um sumário pronto, e em linhas gerais segue assim: Nico está voltando da Itália depois de passar dois anos por lá e encontra Percy, o melhor amigo que ele deixou para trás, mas que manteve contato nesse tempo afastado. O resto se desenvolve a partir desse reencontro e bem rápido! Nessa história vou tentar ser mais direta. Será que eu consigo? Boa leitura!

PS: Se vocês virem algum erro sobre quanto tempo Nico estive na Itália é porque mudei de cinco anos para dois. Texto sem muita revisão, mesmo assim, espero que vocês gostem.

Parte I

— Olha quem voltou! O garoto italiano. — Nico apenas teve tempo de se virar antes de ser prensado contra ombros largos e braços fortes que o abraçaram com tanta força que o levantaram no ar, o deixando sem ar e fazendo com que seus livros e bolsa caíssem ao chão, a porta de seu armário sendo fechada com um estrondo barulhento.

— Perseu Jackson!

— Só a minha mãe me chama assim.

Mas Percy estava rindo, o girando no ar enquanto as pessoas ao redor olhavam para eles. Também, não era para menos. Eles estavam bem no meio do corredor onde havia vários armários, dando para a entrada das classes de aula. Nico não resistiu, ele envolveu os braços ao redor do pescoço de Percy e o abraçou tão forte quanto Percy tinha feito, enterrando o rosto contra o pescoço de Percy.

— Eu senti sua falta. 

— Eu também senti a sua. — Nico murmurou de volta e se afastou, finalmente conseguindo ver o rosto de Percy. 

Olhos tão verdes quanto ele se lembrava, nariz reto e empinado, lábios finos e largos sempre em um sorriso bonito. O que tinha mudado era a altura, quase dois metros, e músculos. Onde ele se lembrava de um garoto tímido e um pouco triste tinha se transformado nesse… nesse homem feliz e cheio de vida. Confiantes. Embora ele ainda pudesse ver a bondade e a amizade que eles costumavam ter, mas essa coisa entre eles… esses abraços todos eram algo novo. Ele não podia evitar a comparação com o passado, onde ele era jovem demais e Percy era… Percy era Percy, abrindo a porta de sua casa para um garotinho triste e solitário.

— Dois  anos, hein? Eu pensei que você nunca ia voltar.

— Hm.

— Me deixe te ver melhor. — E o que ele nunca esperaria do garoto mais hétero e tímido que ele já tinha conhecido aconteceu, Percy levou uma de suas mãos a seu rosto e penteou seus cabelos para trás, expondo sua face por completo. E ele? Bem, Nico apenas encarou Percy de volta, tão focado no garoto quanto Percy se focava nele. Todas as ligações e vídeo-chamadas não se comparavam ao que a realidade lhe mostrava, o fazendo se questionar o que tinha acontecido nesse tempo todo para fazer Percy agir assim, tão… tão afetuoso, tão atencioso. Ele ainda namorava Annabeth, não? Ainda era o capitão do time de basquete? Esse devia ser o caso, pois Percy vestia a jaqueta do time.

— Hm… Percy? Me põe no chão, sim? — Nico fez o seu melhor para ficar sério.

— Por quê?

— Você não tem uma namorada?

— Eu tenho?

Então, Percy sorriu ainda mais e enfim o colocou no chão para em seguida afrouxar o agarre em seu rosto e em sua cintura, sem se afastar, porém se inclinando um pouco sobre ele, como se tivesse algo em seu rosto que ele precisava ver mais de perto.

— Como você tem estado? Por que você não me disse que chegava essa semana?

— Por quê? Você ia me buscar no aeroporto?

— É claro, meus amigos merecem o melhor.

— E o que seria esse melhor?

— Eu, é claro.

Nico jurava que estava tentando ficar sério. Pelo jeito que as coisas iam, Percy queria algo a mais e no momento ele não estava interessado. Mas não adiantou, Nico se segurou nos ombros de Percy e gargalhou; ele achava que essa era uma das piores cantadas que ele já tinha ouvido.

— Ei, não ri da minha cara. Eu sou um cara legal.

— E muito humilde, também. 

— Muito. — Percy disse e enfim o soltou, se encostando a seu lado em frente aos armários e Nico suspirou em alívio, pegando suas coisas do chão e as guardando no armário. Às vezes Percy era um pouco demais para ele; era o que Nico tinha descoberto durante os anos nas milhares de conversas que eles tiveram nesse tempo todo. Ele não sabia quando Percy tinha mudado do garoto introvertido para essa pessoa esfuziante, mas ele gostava. E odiava ao mesmo tempo, fazendo seu estômago se revirar de nervosismo.

— Agora, de verdade, como as coisas têm estado?

— Você sabe, sempre iguais. — Nico deu de ombros e fechou o armário, tirando os livros que usaria naquele dia, os guardando na bolsa. — Bianca veio comigo.

— Faculdade? — Percy perguntou. — E você?

Nico deu de ombros mais uma vez e se encostou ao lado de Percy, voltando a encará-lo de perto, o olhando sobre os cílios, tentando não demonstrar como realmente se sentia. Achava que nunca se conformaria com a beleza do amigo, agora duplicada conforme os traços suaves da adolescência davam lugar a músculos definidos e um rosto angular e forte, o sorriso de canto, o olhar intenso, a atitude confiante… e… bem, tudo isso e muito mais.

— O que tem isso?

— O que te traz de volta?

— Eu senti falta de casa. — Nico acenou para si mesmo. — Por um tempo pensei que fosse em Verona, mas… eu sempre ficava me perguntando o que estava acontecendo por aqui.

— Então, você decidiu voltar? Simples assim?

— Por que não? Eu vou fazer dezoito em alguns meses. Queria aproveitar esse último ano e rever o pessoal.

Bem… ele queria rever algumas poucas pessoas e uma delas estava bem em sua frente, olhando para ele como se quisesse… como se quiser ver o que tinha dentro de sua mente. E como costumava acontecer, ele foi o primeiro a perder nesse joguinho para ver quem desviava o olhar primeiro.

— Então… você sentiu saudade e veio para ficar ou… 

— Vim para ficar. Hades vai vir depois.

— Fico feliz. — Percy disse, ainda sorrindo, algo mais sincero e bonito, como se tivesse se cansado de flertar. — Quem sabe a gente pode se ver mais tarde. Comer alguma coisa?

— Mais tarde quando?

— Hoje. Depois da prática de basquete. Quer me ver jogar?

— Oh, não! Era isso o que eu temia! O clichê colegial! — Mas ele ria e Percy ria junto, o fazendo lembrar dos velhos tempos.

— Sabe, você não pode falar de mim. Você era todo bonitinho e tímido e voltou parecendo sair de um filme dos anos oitenta. Jaqueta de couro, calça rasgada e isso… é delineador? — Percy se aproximou mais uma vez dele e segurou suavemente em seu queixo, apenas mais uma desculpa para tocá-lo, disso Nico tinha certeza; não que estivesse reclamando. Percy podia fazer isso e muito mais. — Você é o perfeito garoto bonzinho que ficou rebelde.

— Eu ainda sou um bom garoto.

Isso fez Percy parar por um momento, ainda com as mãos sobre o rosto de Nico, e o encarar longamente apenas para um sorriso de canto aparecer junto a covinhas.

— É mesmo? O quanto você é um bom garoto?

— Acho que você nunca vai descobrir.

Mais um silêncio e mais um olhar que no passado o faria correr em busca de abrigo mais rápido que um foguete. Entretanto, esse Nico tinha ficado para trás junto com sua inocência.

— Hm. — Foi tudo o que Percy disse durante alguns momentos, e Nico jurava que ele estava se aproximando em direção a seu rosto quando o sinal tocou, os interrompendo.

— Certo. — Nico pigarreou, endireitando a coluna e olhando ao redor. — Acho que eu tenho que ir.

— Qual seu primeiro horário?

— Língua portuguesa. Preciso passar na secretaria primeiro.

— Eu vou com você.

Nico nem tentou negar, ele tinha sentido tanta falta de Percy que estender um pouco mais as coisas não faria mal. Ele se desencostou do armário e, de novo, aconteceu algo que ele não esperava. Percy pegou a mochila de seu ombro, a carregando para ele e com a outra mão, entrelaçou os dedos com os seus, o puxando suavemente pelo corredor quase vazio em direção à administração do colégio.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Então, aceitável? Percebi que meus diálogos não são os melhores. Sua opinião ou feedback educado é sempre bem vindo^^

Obrigada por ler!


Tags
2 years ago

Prólogo, Segundo Arco - Refulgente (Amor de Babá)

Oii, como vai? Eu estava revisando a história e decidi colocar o texto aqui. Eu gostei tanto desse pedacinho, acho ele bem interessante. Espero que vocês gostem.

Annabeth entrou na sala e olhou ao redor, era a segunda vez que ela tinha que vir atrás de Percy em menos de um mês. Haviam garrafas e latas por todos os cantos, livros jogados ao chão, roupas espalhadas pelo cômodo e outras coisas que ela preferia não analisar. Ela não acreditava que depois de dez anos ainda tinha que bancar a babá de Percy. Ela chutou algumas latas para fora do caminho e marchou até o sofá onde Percy dormia. Pegou a bolsa dela, preparada para acordá-lo da forma mais dolorosa quando olhou para o sofá; Percy Jackson dormia com as mãos debaixo da cabeça e de pernas abertas, penduradas para fora do assento. Pelado. Mostrando tudo sem pudor algum; não que ele tivesse motivos para se esconder. Agora ela lembrava porque tinha casado com ele. Bem, Percy nunca decepcionava, mesmo tão… desleixado.

Isso era ridículo, ela estava velha demais para isso. Annabeth iria acabar com isso logo de uma vez e fazer o que tinha vindo fazer.

— Percy, querido. Você quer mais uma garrafa? — Ela escutou uma voz feminina vindo da cozinha.

Não, isso já era demais. Percy tinha trazido uma mulher para a casa onde os filhos dela moravam?

— Quem é você? — Annabeth marchou em direção a cozinha e enfim pode ver a garota. Porque era isso o que ela era; alta, esbelta, cabelos ondulados, pele morena e profundos olhos escuros. Isso a fazia lembrar de um certo alguém.

— Rox. Namorada do Percy. — A garota sorriu e estendeu a mão, ela não podia ter mais do que vinte e três, estourando vinte e cinco anos, idade que um certo alguém tinha agora.

— Não, você não é. Porque eu sou a esposa dele. Se você puder recolher suas coisas e se retirar, ficaríamos gratos. — Annabeth apenas continuou olhando para ela, nenhum pouco impressionada e observou com um prazer ácido o sorriso sumir do rosto da garota, as feições sorridentes sendo substituídas por uma expressão triste que não enganava ninguém.

— Percy me disse que… que ele estava se divorciando e que… 

— Ele ia ficar com você?

— Ele me disse que a gente podia se conhecer e… curtir junto. Eu não esperava que ele fosse chamar a ex dele para me expulsar.

— Você sabe como os homens são. Não dá pra confiar neles, querida. Agora, se você me permite. — Annabeth deu as costas à garota e entrou na sala mais uma vez. Ela recolheu do chão um vestido vermelho e saltos altos finos, os levou até a garota que estava esperando no pé da porta de saída e entregou a ela. Bem, ela meio que jogou os pertences na cara dela.

— Não é nada pessoal, mas isso não daria certo.

— E por que não? — A garota enfim pareceu recuperar a voz. Ela endireitou a coluna e empinou a cabeça, olhando Annabeth nos olhos, se aproximando feito uma pantera circulando a presa.

— Você é apenas a substituta. Algo… passageiro, tão fugaz que ele nem vai lembrar de você quando acordar.

— Você… você não tem o direito! — A garota bateu o pé e olhou para Annabeth com os olhos cheios de lágrimas.

— Como eu disse, não é nada pessoal. Se você gosta tanto dele, por que você não liga para Percy? Ah, você não tem o número dele, tem?

Annabeth viu o rosto choroso da mulher se transformar em uma máscara furiosa, desfigurada de ira, e deu um passo para trás, se preparando.

— Ben! — Annabeth gritou. Em um momento onde antes não havia ninguém, um homem alto e musculoso, vestindo um terno preto apareceu por debaixo das escadas e parou ao lado de Annabeth, bloqueando o caminho entre as duas mulheres. — Você poderia levar essa… senhorita até a saída e se certificar de que ela deixou as premissas da propriedade?

— Sim, senhora. — Ben, o guarda-costas de Annabeth, pegou no braço de Rox e a levou para fora da casa sem questionar a ordem, e bem menos do que delicadamente. Ele a colocou dentro do carro parado em frente a entrada, sendo possível escutar os gritos de fúria e irritação da mulher, com ela ainda vestindo apenas uma camisa longa e segurando as roupas na mão.

— Bem melhor agora. — Annabeth, então, se virou e marchou para dentro da sala, pegou uma almofada e bateu com ela até Percy se mover e arrancar a almofada de suas mãos.

— Ah, ainda fingindo? Sei muito bem que você escutou tudo. Seu idiota! Desde quando você traz essas pessoas para dentro de casa, hein? — Ela pegou mais uma almofada e bateu de novo em Percy e ele apenas… deixou, até que Annabeth se cansasse e se sentasse ao lado dele no sofá. 

Ela se sentou na pontinha, levantou a cabeça de Percy e a colocou no colo dela, suspirando exausta. — Quando você vai crescer e parar de birra?

— Eu não fiz nada de errado.

Esse era o problema.

Annabeth gemeu de ansiedade e revirou os olhos, parece que eles tinham voltado para o passado quando Percy estava de coração partido e ela como um dos poucos amigos que ele tinha teria que consolá-lo. Annabeth olhou para o rosto de Percy e até o olhar triste e a expressão melancólica estavam lá; ela tinha esquecido que havia existido um tempo onde eles não tinham se casado ainda e onde o dinheiro e influência não ditava suas vidas.

— Percy, o que você está fazendo?

Não, ela não podia olhar para ele. Ahg! Percy dirigiu aqueles olhos verdes cheios de emoção a ela, e Annabeth se sentiu derreter. Mas era um olhar tão triste que ela não viu outra alternativa senão ser derrotada pela nostalgia. Antes que Annabeth pudesse pensar, seus dedos pousaram sobre os cabelos de Percy e começaram a deslizar por eles, o afagando como costumava fazer no passado.

— Per, você precisa sair de casa. Até seus pais estão preocupados.

— Isso é novidade. — Ele murmurou, seu olhar perdido, fixo no teto da sala, distante e vazio.

— Eles te amam.

— Eles te pediram para vir aqui? 

— Não, eles me pediram para ver se você estava vivo.

Percy soltou uma risada seca e se virou para ela, Annabeth sendo acertada em cheio bem no meio do peito. Agora ela se lembrava porque tinha casado com Percy; ele podia ser charmoso, encantador e até um pouco misterioso mesmo depois de todo esse tempo, mas ele também era teimoso e egoísta, como qualquer outro homem que tinha sido educado para liderar. Ela ficava contente de saber que Percy ainda lutava contra o sistema.

— Sei que você está sofrendo, mas você precisa se levantar. Você não pensa nas crianças?

— Não seja dramática. — Ele disse a Annabeth, abrindo um belo sorriso charmoso. — Elas vão ficar com meus pais durante o fim de semana. Mas já que você espantou minha transa fácil, você deve assumir a responsabilidade.

Em câmera lenta, Annabeth observou a mão grande de Percy vir em sua direção e segurar em seus cabelos, se fincando contra sua nuca e puxar sua cabeça para baixo, a fazendo lembrar de… não! Ela já tinha feito isso uma vez e não faria novamente. Tinha sido um erro antes e era um erro agora. E antes que algo sério pudesse acontecer, ela segurou no braço de Percy, mas não antes de sentir o cheiro de álcool.

— Você está bêbado. — Ela murmurou descontente. Annabeth pensou que talvez ele estivesse tendo uma recaída, mas era apenas o desespero da angústia batendo na porta. Tão carente. Percy e drogas nunca era uma boa combinação. Ah, se o perfeito Nico estivesse aqui para ver seu querido Percy agir assim. Ela devia contar para ele já que eles iriam jantar com as crianças e Reyna na próxima noite?

— Isso é uma surpresa pra você? — Ele disse, parecendo sorrir ainda mais com a reação de Annabeth, como se a indignação dela o divertisse.

— Nós estamos de volta a isso? O que Nico diria se te visse assim?

— Ele nunca vai ver. Nico está ocupado demais sendo feliz.

— O que você está dizendo? — Pelo o que ela sabia, Nico estava tão infeliz quanto Percy, Nico apenas sabia fingir melhor.

— Ele tem um namorado agora. Um bom emprego. Um apartamento. Bons amigos. Por que ele precisaria de mim? — Annabeth sentiu o peito de Percy balançar e ele cobriu o próprio rosto, um som anasalado saindo com um soluço que balançou seu corpo por completo.

Era só o que faltava! Annabeth pensou, tentada a abandonar tudo e deixar esse homem pelado e de quase dois metros de altura chorar sozinho só para não ter que lidar com todo esse drama.

— Percy! Você não pode continuar assim!

— Você tem medo que eu faça alguma besteira, não é! Como eu fazia antes? E se eu fizer? O que te importa?

— Deuses! Você é tão melodramático! Nico sempre pergunta de você! Se você está bem, se você está comendo direito. É tão doce que me faz querer vomitar. Então, será que dá pra você levantar essa bunda pelada e falar com ele?

— Ele pergunta de mim? — A voz dele soava tão maravilhada que Annabeth acabou sorrindo.

Percy arrancou a mão do rosto e olhou para ela com tanta esperança que Annabeth não conseguiu segurar; Annabeth sorriu para Percy e voltou a massagear os cabelos dele.

— É claro que ele pergunta. Se ele não perguntasse, não seria o Nico que eu conheço.

— Mas eu… não. Eu não posso.

— Por que não?

— Ele era tão jovem, tão inocente. Eu brinquei com ele feito um boneco. Porque ninguém me disse nada? Porque ninguém me impediu! — agora ele estava todo angustiado de novo.

Percy se sentou no sofá em um pulo e enfiou as duas mãos nos próprios cabelos, os puxando com raiva. — Porque você não me impediu?

— Eu até tentei. Você me ouviu?

— Você… você foi tão cruel que eu pensei que… 

— Que eu estava com ciúme? Isso está abaixo de mim.

— Como eu pude? Como pude fazer isso com ele?

— Você queria se vingar de mim, se lembra?

Percy acenou, derrotado e angustiado, agora se levantando e começando a andar pela sala, chutando latas e garrafas, em todo seu esplendor pelado e ainda muito bem definido apesar de toda a bebida e abusos dos últimos anos. Annabeth se distraiu por um segundo e perdeu o momento em que Percy pegou um vaso e o jogou contra a parede.

— Eu sou um monstro! — Ele urrou e jogou outro vaso, esse cheio de água, fazendo o líquido voar em uma acrobacia até o fundo do cômodo.

— Percy, você apenas está bêbado. — Annabeth suspirou, exausta demais para pará-lo.

— E daí? Por que eu não posso ficar bêbado? Eu não sou perfeito!

— Eu nunca disse que você era.

— Por que você se deu o trabalho de vir aqui? Você já não fez o suficiente?

— Seu crianção! — Annabeth berrou com todas as forças que tinha e se levantou, encarando Percy bem de perto. — Seja homem! Vá atrás do que você quer e pare de preocupar as pessoas. Até as crianças já notaram, e se elas notaram, Nico também notou.

— Você acha que ele se importa?

— Sim. — Era mais um suspiro que vinha dela. — Por que você apenas… não leciona de novo? Você gosta de fazer isso, não? E se por acaso vocês se encontrassem pela faculdade, seria uma grande coincidência…

— Seria? — Ele perguntou, parecendo imaginar a cena.

— Sim, uma grande e inacreditável coincidência.

— Eu não tenho certeza.

— Percy. — Dessa vez, Annabeth tocou no ombro de Percy e o olhou nos olhos. — Nico não é mais uma criança, ele pode tomar as próprias decisões. Por que você não deixa que ele escolha ao invés de tomar a decisão por ele?

— Eu… nunca pensei nisso. Pensei que… que eu pudesse estar… 

— Forçando ele?

— Bem…

— Acho que você o subestima. Ele nunca foi forçado a nada.

— Não? — Percy murmurou, parecendo confuso. — Às vezes, parecia, sabe? Como se ele…  ele nunca tomava a iniciativa, então… 

— Você é mesmo um idiota. — Annabeth suspirou pela terceira vez e pegou sua bolsa do chão. — Por que você não volta ao mundo dos vivos e faz o que você mais sabe fazer?

— E o que seria isso?

— Ser irritante até que os outros façam o que você quer. Deu certo até agora, não deu?

Annabeth sorriu zombadora e deu as costas a Percy, mas antes de ir embora, disse:

— Só não esqueça de colocar umas calças.

— Qual o problema? — Percy gritou enquanto Annabeth se afastava. — Não é como se você não tivesse visto antes!

— Eu vi, mas não sei se o coitado do Nico está pronto tão cedo!

Com isso, Annabeth bateu a porta da saída e deixou Percy boquiaberto, porém sorrindo de orelha a orelha. Pelo menos agora Annabeth poderia se sentir menos culpada. E menos preocupada. Ela sabia que no fim Nico cuidaria de tudo.


Tags
2 years ago

Relato de uma Suicida #original

image

Sinopse: Esse é meu relato. Um relato de uma alma perdida e torturada, já esquecida pelo tempo. Quando você a achar, já não estarei aqui. Só peço que você leia, me entenda e não conte para ninguém. Porque no fundo ninguém gosta da verdade.

Carta a Alguém

Dói muito. Não me deixe ir, por favor. Onde você está? Não deixe com que eu me afogue, eu não aguento mais. Quanta dor alguém pode suportar? Quantas frustrações e desespero são necessários para que o alívio venha? Talvez eu nunca saiba, embora o conhecimento desse fato me liberte de alguma forma

Sim, foi o que você leu. Morte. A doce e serena paz.

Mas eu quero que você entenda, chegou um momento em que foi insuportável continuar, então eu fiz o que nunca tinha pensado, o que meus pais e amigos nunca perdoariam; tomei um vidro inteiro de calmantes e me deitei sob o manto majestoso da água, esperei que até que ela fizesse seu trajeto e que em sua dolorosa lerdeza, entrasse por meus pulmões e trouxesse a liberdade que eu precisava. E por um mísero momento foi puro êxtase, sentia que minha hora finalmente chegava; meu corpo tremia de excitação e meu coração disparava, eu estava tão perto, enfim teria meu descanso.

Mas, então, havia você.

Você não deixou, me resgatou da minha felicidade eminente, da minha paz, do único sossego que eu poderia ter.

Mas, você… você não tinha o direito. Abriu a porta do banheiro e apenas tomou minha vontade de viver em suas mãos, tratando como se fosse a sua própria, me puxou para cima em direção a superfície e para fora da água, liberando meu pulmão para que o oxigênio pudesse circular.

Você não tinha o direito.

Ainda me lembro de suas palavras ríspidas e mãos desesperadas percorrendo meu corpo em busca de um pulso, de qualquer sinal de vida; um doce momento de agonia, um maldito momento de sorte; com o primeiro folego de ar circulando meu corpo veio a dor, minha garganta queimou e minha vergonha apareceu, eu não pude olhar nos seus olhos, não pude te encarar, mas lá estava você, sua voz rouca de tanto gritar me pedindo para voltar, me pedindo para acordar. Entretanto, eu não queria, e por um longo tempo tive minha paz. Mas como eu poderia continuar dormindo se você continuou ali, do meu lado, segurando minha mão? Implorando dia após dia ‘você tem que acordar, querida. Volte para mim.’ E foi o que fiz, abri os olhos e a luz branca do quarto de hospital me cegou por um momento, porém sua mão na minha me trouxe de volta como ela sempre trazia. Eu olhei para você e sorri, era bom sorrir novamente. Você me disse ‘oi’ e aquela simples palavra o suficiente para trazer lágrimas aos meus olhos, iguais aos seus. Eu suspirei e continuei olhando para você porque era a única coisa que eu poderia fazer, porque eu estava viva e que porque alguém se importava. Foi o dia que eu entendi, eu precisava de ajuda. Você não precisava me dizer outra vez, eu sabia que precisava. Eu estou aqui, não estou? Em meio a seus gritos e suplicas de amor. Estou aqui enfim pedindo abrigo, de peito aberto e cabeça baixa, da forma mais clara e concisa que eu poderia usar.

Não era essa a sinceridade que você tanto pediu? Essa é minha tentativa de te dizer. Quero que você saiba de tudo, o que passei e o que ainda vou passar. EU preciso de você, preciso do seu corpo quente para me esquentar nas noites escuras e do seu ombro para chorar quando o mundo for um lugar grande demais para mim. Espero que não seja tarde demais e que você saiba que não importa o que o aconteça comigo, mesmo que eu faça tudo errado e acabe por mudar de uma forma irreversível e irreconhecível, que me perca em mim mesma e no meu mundinho estreito e miúdo, repleto de fantasias e monstros, onde tudo há um começo, um meio e um fim. Quero que você sabia de tudo isso e que possa me perdoar. Você vai ficar comigo e fazer tudo dar certo?

Eu sei que você vai, porque não é sempre o que acontece? Nessa nossa fantasia de mundo real, essa experiência momentânea que chamamos de vida? Para melhor ou para pior, é tudo o que temos. Eu queria poder dizer o que acontece a seguir. No enredo perfeito eu saberia exatamente como termina a nossa história, você seguraria minha mão e juntos continuaríamos nossa jornada, sem dor ou obstáculos, porque enfim chegaríamos ao nosso almejado final feliz.

Será que depois de tudo isso você pode entender? Será que pode me perdoar? Eu nunca saberei ao certo, pois você não me diz nada. Mesmo você estando ao meu lado nesse exato momento estamos há galáxias de distância. Você pode me escutar? Pode escutar meu coração batendo rápido cada vez que você me olha? A cada vez que segura minha mão? Como ela treme e eu finjo que nada acontece?

Você sabe o que faz comigo?

Não, eu não peço muito. Será que você pode fazer isso por mim? Só preciso de uma migalha, de uma promessa, só uma, apenas uma garantia de que tudo vai ficar bem e você vai continuar aqui, num gesto que pode salvar vidas, que pode salvar a minha vida. Me prometa que quando as coisas ficarem difíceis você não vai pensar em nada além de me estender a mão, sem pretensão ou obrigação alguma, só porque você quer. Você vai me segurar em seus braços e dizer que tudo vai ficar bem? Eu preciso saber.

Então, pense bem, apenas por um momento. Você vai me salvar?

Me prometa. É só o que eu peço.

E não se esqueça, não importa o quão longe eu pareça estar e o quão isolada eu deseje ficar, apenas se deite aqui, bem do meu lado, onde nenhum monstro possa nos alcançar. Palavras não são necessárias, muito menos atos grandiosos. Apenas se deite ao meu lado, me abrace bem forte e beije meu pescoço. Só isso. Eu vou respirar fundo e fingir que não há nada a temer, que os monstros atrás da porta, me torturando lentamente, são só isso, ficção da minha mente, ilusões ocas sem sentido. Mas, veja bem, seu eu jogar isso tudo fora o que me restará? Migalhas de sentimentos? Meios-termos nunca completos?

Eu acho que não. Eu seria apenas mais um copo meio cheio, meio cheio de nada, cheio de vazio. É por isso que pego esse meu relato e guardo para mim, bem escondido no fundo do guarda-roupa para que ninguém perceba, ninguém além de você, quando o peso do mundo me obriga a mostrar o que há dentro de mim. Afinal, quem iria quer uma coisa tão quebrada, tão sem uso como eu? Pois, agora, enquanto me deito entre seus braços no fim do dia, não me resta nada além de me contentar com o que eu sou. Espero que no fim, você ainda me queira pelo menos uma fração do que eu te quero.

Esse é o meu relato.

Ei, como é que vai? Foi meio pesado, ne? Eu sei. E não se preocupe, estou bem. Esse foi um conto que escrevi nos anos de 2010 a 2015. Sabe aquela musica “How to save a life, do The Fray“? Foi inspirada nela. As vezes, é interessante escrever algo diferente, algo que você pode experimentar sem ter que se tornar real. Espero que essa história possa te proporcionar isso.

Até a próxima!


Tags
2 years ago

Refulgente - Trecho do segundo arco

image

— Não se preocupe, bebê. Vou cuidar de você.

— Oh. — Foi tudo o que consegui arfar antes dele me beijar suavemente nos lábios, me mantendo presado contra a cama e começar sua doce tortura.

Eu não sabia… eu não sabia que um beijo dado da forma certa poderia causar tudo isso ou muito menos que uma língua pudesse me fazer flutuar como ele fazia. Foi assim, bem devagarinho que Percy começou. Ele me deu um selinho molhado e arrastou seus lábios pela minha pele. Beijou o cantinho da minha boca e foi um pouquinho para baixo, parando no meu queijo. Mordiscou a área e arrastou seus dentes pelo meu pomo-de-adão mordendo ali e me segurando assim entre seus dentes. Ele deixou minha pele ir e eu pulei, gemendo longamente. Puta, Que. Pariu. Eu… eu… hmm… eu não consegui me conter e esfreguei minha parte de baixo contra ele, eu precisava tanto…

— Hmm… isso foi ótimo, bebê. Tão bonito, minha marca em você. Eu gosto disso. Ver como sua pele é tão sensível ao menor estímulo. 

Isso… isso… não tinha sido um estímulo menor. Eu ainda sentia minha pele latejar, tão dolorida que--ah! Ele voltou a lamber a pele, pressionando a boca ao redor, chupando, não me deixando escapar.

— Assim está bem melhor. Quero te ouvir, querido. Todos esses sons bonitos. Me deixe te ouvir.

Então, ele voltou a mover os lábios mais para baixo, no vão entre o meu pescoço e ombro, sendo quando eu sinceramente vi estrelas, lindas estrelas cadentes que brilhavam, me trazendo a dor do latejar e o prazer me fez relaxar de uma vez contra os travesseiros.

— Perfeito. Não se mexa.

Seu peso sumiu de cima de mim para ser substituído por suas mãos que levantavam minha camisa e as levavam pelos meus braços, os mantendo preso pelo tecido de algodão.

— Precisamos te prender hoje? Não, talvez outro dia.

Sim! Quis gritar, mas, então, não, eu não precisava ficar mais vulnerável ainda.

— Sim, perfeito. Mantenha as mãos aqui, certo? — Percy guiou minhas mãos para o batente da cama e me fez segurar a madeira. — Bem aqui e não as mova.

Queria dizer que eu nem tinha força suficiente para levantar o braço no momento, mas logo ele tinha tirado a própria camisa e a jogado no chão, voltando a se meter no meio das minhas pernas. Minha visão estava embaçada e eu ainda latejava, no pescoço e no meio das pernas, nunca antes me sentindo tão… tão…

— Ah, meu bebê está chorando? Não, pronto. Aqui.

Ele me beijou devagar e levou as mãos para o meio das minhas pernas, me massageando levemente, mas de tão leve que eu mal pude sentir, me provocando, me torturando, tão vagarosamente que não consegui conter meu soluço, ele vindo do fundo do meu estômago e se despejando por meus lábios.

— Onde doí? Diz pro papai.

Neguei, não conseguindo mais manter os olhos abertos, derretendo contra seus dedos que continuavam a me provocar por cima da roupa.

— Por favor. — Me dei por vencido, por tão pouco e tão rápido. Tão vergonhoso.

— Mas já…? A gente nem começou.

Era estranho, Percy parecia estar zombando de mim e não estar zombando ao mesmo tempo. Eu conseguia sentir o afeto e aquela outra coisa que me fazia esquentar. Eu… eu não sabia… em um momento eu ainda soluçava e no outro eu já estava gemendo, descontrolado, ele tirando minhas calças e a boca novamente em mim, chupando onde ele tinha deixado suas marcas e então descendo, mais uma marca no meu peito e mais outra me fazendo guinchar. Percy desceu mais um pouco e lambeu um de meus mamilos, os puxando com os dentes até que em me senti pulando novamente em seus braços, surpreso pela reação do meu próprio corpo. 

Era ainda melhor do que antes, ou talvez fosse pior, eu não conseguia me decidir.

— Por… favor… — Choraminguei novamente, minha visão ainda embasada.

— Shhhh… você está indo tão bem… não quer estragar a diversão logo agora, quer?

Mas Percy era teimoso quando se decidia por algo. Mesmo sem poder enxergar direito pude ver o sorriso de lado, sacana, em seu rosto quando ele voltou a me segurar contra a cama e chupar o outro mamilo até que eu estava me contorcendo todo, gemendo mais de dor do que de prazer, mas ainda assim… ah! Eu gemi misturado com um soluço, meu corpo se balançando tão que eu tive que me segurar na cama, eu… eu estava sentindo… estava vindo… tentei avisar Percy que eu estava… hmm!…. gemi longamente e curvei a coluna, fechando os olhos por causa da intensidade. Me senti pulsando e pulsando e pulsando dentro da minha cueca, pulsando mais e mais até que cai na cama feito um saco de batatas podres. Doía… doía tão… tão gostoso… tão bom…

— Bebê, isso foi lindo. Mas você gozou sem permissão.

Quer ler mais? https://www.spiritfanfiction.com/historia/refulgente-kinktober-2021-22738016


Tags
6 months ago

I've never felt more intimatly aware of the threat of nuclear war than these past fews hours of my life.

Like no joke I had a dream that the would went into MAD* and for some reason,,, no one was panicking.

*Mutually Assured Destruction

Like we were all scrambling and internally afraid yes but at the same time- most of everyone (at least in the vicinity of my city) was calm.

Like it wasn't a surprise. We all just knew we had to start packing bags and find somewhere to go.

I fucking hate that this could happen at any point now too. Like with the American election results turning another page in our unfortunate history.

Unless things go smoother than gravel in these next few years, I'm pretty sure I won't be surprised if MAD does happen.

That's how fucking bad this shit is. It's quite literally one of the endings to a Worst Case Scenario.

Honestly I can only hope we come back to our senses someday.

For now I will cope by consuming JJK brainrot and just getting through life.


Tags
6 months ago

Lmao Sukuna is a baseball ⚾ and also plane ✈️lover headcanons

1. Every time he bets on a team, they miraculously always win. Even if he gets on an objectively bad team, somehow the renowned better doing opposers keep losing. Somehow

2. Will occasionally go on rants to anyone and also no one about how this wholly American sport should have been invented by Japanese people (I also hc that he is pretty nationalistic) in his day

3. Absolutely %100 a keyboard warrior who is occasionally active on Twitter (not really a surprise) to argue with people about why baseball is better than most (no- contact) sports.

4. He does like Hockey (the sheer brutality and also punching people parts) and Football (no explanation needed)

5. Loves going on autistic rants about why planes are so cool and awesome and amazing and also has many (many) ideas and blueprints to make them more accommodating for people of larger sizes (this is for his Heian Era form)

6. He, in deed, really likes fighter jets and has watched many playthroughs of games centered around flying and just tearing shit up

6.5 (coughs in he absolutely has watched too many CoD streams and may have acquired a new barrage of vocabulary)

7. Headcanon that he liked ⚾ enough to go to a few (at least 25) games and engage in The Usual Riffraff™:

7a. Go headfirst in autistic debates about the sport with other fanatics.

7b. Gets way too much themed things but also a few VERY rare and signed pieces from some legends themselves. Somehow he acquired a ball signed by (Insert Famous ⚾Player Here).

8. He sits in the airport too much just looking at planes taking off, landing and getting fuel.

9. He'd probably actually do some grunt work and do surprise surveys about planes on passengers.

10. Most likely almost got lost when he got enraptured by one of his favorite models (___) and strayed too close to it entrance.

10.5 he should've gotten on that plane, it was going to The Bahamas.

11. Sukuna is to ✈️ and ⚾ like Gojo is too annoying people. Can't help it; won't stop it.

12. Modern Sorcerer! Sukuna absolutely barges into Geto one day while the latter is flying on his pelican (don't ask why Sukuna was in the air) and Sukuna went on a tangent about how Helicopters and their pelican siblings need to be planes instead.


Tags
7 months ago

Who really are you?

Who Really Are You?

T1m W41ght?

Your eyes are soulless and empty. You're a broken piece of ancient pottery. Worn and worse from wear.

Who Really Are You?

Måßk6?

Face glossy and devoid of feeling. Rain and thunder storms couldn't describe the torment behind those eyes. How much does it hurt to never be able to scream?

Who Really Are You?
Who Really Are You?

You don't seem like yourself anymore. How does it feel, being split down the middle- on the verge between life and death?

Did it hurt when he killed you?

Who Really Are You?

Did it hurt when he killed you again?

...

Can we actually talk about how Tim's life is basically ruined?

Can we talk about how He just wanted to live normally but he couldn't because he unfortunately got involved with all this Operator bs and whatever crack Alex was on?

(we can't fully blame anyone except The Operator because they're all victims of this madness, yes even Alex)

Can we talk about how Tim may be forever scarred mentally and emotionally because a significant and fucked up part of his life was just on camera and he had to figure out what in the world was happening to him everytime he blacked out?

Can we talk about how he may never understand why he got involved in the first place? And subsequently, can we talk about how he might hold on forever to the belief that he brought The Operator into the world and kickstarted this nonsense?

Can we talk about how his pain was pushed onto a back burner because Jay and Alex had shit to sort through?

Can we talk about how he and Brian might never get past their trauma and not being able to shine in the presence of the 2 stars that are Alex and Jay?

Can we talk about this?


Tags
7 months ago

You can pull TransFem Maki from my cold. dead. hands. 👁️👁️

I dare you

Anyways TransFem Maki because for some illegitimate reason it actually makes sense to me.

TransFem Maki who:

After being trained like a man (eugh 🤢men 🤮) for the former part of her life, had her egg cracked after learning about female sorcerers.

*HC that it's compulsory for kids in the Zen'in Clan to learn about all types female sorcerer but they yada yada the hell out of female sorcerers because bigotry and fragile masculinity

**HAHAAA THE BIGGEST F-U TO THE ZEN'IN CLAN BEING GROWN UP TRANSFEM MAKI IS MAKING ME WEEEEEAK

Was probably bullied and ridiculed by her make family members (especially that bitch Naoya 😒) until she got into Jujutsu High and was able to flourish under the guidance of (cough transmasc cough) Satoru Gojo.

Maintains her rough personality (Because we all know that a quiet complacent woman is NOT!!! what Maki is) because that's who she is, and that helped her get a lot of respect among her peers.

Felt more accepted and more like herself when she was around more queer kids (and certain faculty memebers)

Still loves fighting and working out like she did in her old clan but now she can let herself flourish and plow down the stereotypes that were pushed up on her and ingrained her in from a young age

Always looks out for her friends (despite being as scary as she is) and is ready to crash out throw down when needed (see JJK0 and Tokyo v Kyoto games)


Tags
8 months ago

Possession - Bad Ending

Bunzy

The room was really dark when he came too. Bunzy had trouble adjusting his sky blue eyes to the lack of light in the large area. He knew something was immediately wrong when one of the first things that hit his senses was the smell of iron and the sound of something decaying. He turned his head left and right and back and forth until he had to get up. Unable to find the light switch in the vast darkness infron of him, he stumbled around the room. The last he recalled, he was in The Rabbit King's throne room of a building called The Burrow, which was situated away in the woods, somewhat far from civilization.

The smell and... the taste? of iron jolted and confused him beyond belief. Had The Rabbit King taken over while he was talking to him? He hoped not but it was a likely scenario. Bad things always happened like this. Bad things always happened- to him. He kept shuffling around, the smell of a fresh corpse getting stronger and cascading his nostrils. He trip, momentarily stalled until he realized in his blight that this was where that foul oder was the strongest.

He reached out in front of him, it was a wall. "How ironic." he thought. Slowly, he stood up, spanning the wall with his arms until he finally found it. He lipped the switch and turned around. The lights in the Throne Room were always delayed a bit to give dramatic effect once the utmost inner rings of light shines on the large seat, the throne of The Rabbit King, in the middle. Behind the throne, where viewers couldn't see, was a solitary light switch, the one Bunzy had just flipped. He looked down to the floor.

Not one sound was uttered when his eyes met figure on the ground before him. It was more silent than the night Amaranth Catar was exiled to The Southern Mountain. If someone else was here, all that would fill their ears would be the sound of Bunzy's heart pounding an escape from his ribcage. The lapse and crack in his breath and the thud of his long legs hitting the ground. His position a kneel at the body of his best friend.

Blood ran from 3 visible places on the surface of his large body, he probably had internal wounds as well. The left half of his face had been mailed to bits. The right side was a permanent scene of fear, anguish and.... Betrayal. He had never known the entire time. Bunzy himself couldn't help but try and soothe him even though he knew it was hopeless. He had stopped breathing the moment he came too. That's where the betrayal came from.

All either of them really wanted to do was reconnect. But he had metaphorically slapped him in the face of his repressed feelings for him, for Vik. His friendship, his honor and loyalty, his unrequited love. He let it all out in the stinging pain of words, and when he, Vik, tried to bring him back from jumping off the deep end- he was too late.

It was just like graduation day from highschool, where it all went down. Bunzy had blown up into a million metaphorical pieces and stabbed Vik through the heart with his knife in the form of words laced with hurt and resignation. A bond killed, a friendship destroyed, paths and bridges severed. It took all of Bunzy's strength not to cry when he watched Vik, the Valedictorian (go figure), walk across stage with his grin lined with mirth and humor, dimples on display and shining brighter than the sun so as to hide the dam of feelings inside him. But Bunzy knew better. He looked into his eyes as he spoke and saw nothing. Saw nothing when he was applauded at the end of his speech and saw nothing when he smiled and shook the Mayor's hand. Vik was dead and gone, Viktor Torian, the mask and the face, was alive and thriving.

Nothing

The Rabbit King had already taken his place at the front wheel. He took his long, claw-like nails and drove them through Vik's flesh like a rabbit would do an enemy. Vik fought back with a feverish desperation, punches and counters, trying to win his friend back from the monster that held him down.

Maybe coming here had been a death wish all along. Trying to reignite a spark that had long since been washed out by a tsunami of hurt. Trying to resurrect something that maybe should've been left dead.

But where would that leave them?

The memories played through his mind like a torture device made solely to attack you psychologically. He takes his vision across the cold body of the one person he could truly call a friend all his life.

He had always been perfect.

Near midnight colored skin complimented the raven sheen of his silken hair. A smile that won him any argument since he a child. Dimples like trophies to prove it. Friends came easy to him, as compared to Bunzy where people saw him- saw his crooked grin with a gap on the side, his fluffy but messy blonde hair, his affiliation for the color pink, rabbits and wonky smiles.

They saw him and saw his occasional passive stares- sky blue eyes and pinprick pupils that would see straight through your soul, his tendency to smile out of nowhere and bare his teeth like a challenge, a dare, telling you to come near and get bitten like an animal. Eyes darkened and pupils blown to high hell. They saw him and saw something monstrous and incomprehensible. It was rabid and wild. Untamable and seemingly unkillable. Older and quicker and something that wasn't of this world.

They saw him and they saw he needed to be exterminated.

The tears that flowed from his face put the water on Europa (or was it Titan? I don't remember) to shame. His cries were something similar to the creaks and groans of a large metal structure falling to its impending doom. Never had he cried this much over anything, especially not over a person.

Vik was the only person loved more than himself, hell more than his own mother even. But now they were both dead. Mrs. Trander had passed about a year ago, the funeral was lonely with just 2 people in attendance- Vik and Bunzy.

Ironic isn't it? How Vik's name was first... like always. The number 1 choice, leaving Bunzy, the afterthought, the runner-up. And now, Vik was the first of them to die too. And to the hands of his number 2, how fitting.

After letting everything out, Bunzy decided not to let any information of the incident trickle out of his cult of 8 years, Rabbits of The Down. Even if no information was let out, he still did his best friend the service of leaving his body in a place where the police could find it. So he would be given an awe-inspiring funeral, closed-casket of course, presented by his... wife; the one and only person to ever come near the greatness that was Viktor Torian, Arista Torian Kayes. Bunzy attended from afar. The guests, including himself, all in immaculate shades of purple (Vik's favorite color), swarmed around Arista and gave her their condolences.

Viktor had gone off one day after contemplating something. He had said his sweet "See you later, Darling" to Arista and gone off to the edge of some decrepit woods. The last anyone saw of him, his face looked like stone and determination.

His body was found a few days later when someone complained about a bloody oder emanating from the woods.

Bunzy stayed situated in the woods for the rest of his life. Slowly, The Rabbit King took over permanently, and Bunzy himself was never heard from again.

The End.

------------------------------------------------------

Inspired by,

SatoSugu (Jujutsu Kaisen, Gege Akutami), Bang Bang Boom! @bangbangboomcomic , Watership Down (Richard Adams), more shit I don't remember.

This is an original story (ending) by me. @jammofsammichflip

How's It Feel To Kill One Of Your Friends? How's It Feel To Kill Him Again?

How's it feel to kill one of your friends? How's it feel to kill him again?

------------------------------------------------------------------------------

KO-FI


Tags
8 months ago

SatoSugu but it T4Tppppa

Fluffy/No Lemon!, GAY, trans Gojo, Trans Geto, technically Canon Compliant, doomed!yaoi because if I can't be happy then neither can you, T4T, fanfiction

Paring- Satoru Gojo and Suguru Geto

WARNINGS- [Name/Pronoun] - when a character is called by their dead name or they are misgendered. I won't call them or make up a deadname for them, this is just to show you when its happening.

Red is for [Geto]

Blue is for [Gojo]

-&-&-&-&-&-&-&-&-&-&-&-&-&-&-&-&-&-&-&-&-

Part 1

- it was so odd coming to Jujutsu High in Tokyo- such a big empty school, away from civilization in a way. it was nestled aways in the mountains. and at some point- you'd have to stop taking a car so you could walk the winding stairs on foot.

- 'this should be fun', was thought by a certain new sorcerer to the school.

- '[he] calls [himself] [Suguru Geto], and [he] has just transferred here from a different school in the city', spoke Yaga, one of the few teachers at the highschool. he said this to two of his pupils, Satoru Gojo and Ieiri Shoko.

- he had known both of them since they came to the school.

- Gojo hailed from the most prestigious jujutsu clan, the Gojo Clan, and was heralded as 'The Strongest' since his birth. he was the only sorcerer on earth who wielded the Six Eyes and Limitless techniques. as of now, noone was able to match him, for he was a greatly apt and skilled fighter. monumentally great and perfect at all things he set out to do. but even if those were the luxuries afforded to him by his title and skill- he was not free of the weight of the chains that shackled him to his duty as a jujutsu sorcerer.

- being the strongest, as one could only describe Satoru Gojo, meant keeping and holding and uplifting extreme expectations in the jujutsu world - at least, that's what Gojo was taught since birth.

- Ieiri Shoko was one of Gojo's closest friends. She was a sorcerer who was gifted with a great grasp of RCT, Reverse Curse Technique, and was on her way to becoming one of the greatest jujutsu technical doctors today. She was more aloof, as one could put it, than Nanami and Yaga combined. even so- she always found a way to put up with Gojo's attitude.

- Gojo didn't seem very interested in the new transfer student, so he didn't hear when Yaga had told him that he'd be the one to show [him] around the school. after Shoko left for something else, and after having repeated himself for a 3rd time when Gojo was listening- Yaga sighed, stood up and walked towards the window where he began to muse-

- 'Gojo', started the teacher, 'make sure you're nice to the new kid. make 'em feel welcome. i heard that [he] was kicked out of his old school for not only the misuse of [his] cursed technique, but also for something that seemed more... personal. hopefully you'll both get along. i'd hate to see someone feel as cast out as you did before.'

- the mention of the first days when Gojo came to jjh made him cringe. he tried to keep himself neutral to all things, but remembering the things he had endured before coming here was something he couldn't stand the think about.

- Gojo stood and bowed silently before leaving the room to find the new student. face stoney and uncharacteristic, he made his way through the almost bare balls of JJH. passing a few students that whispered and gawked at him in envy, intimidation and judgement. unfortunately for him, as much as he'd like to not admit it, almost everyone knew who he was before coming here. yet not a single soul even dared to confront him about it.

@arcielee @katkot333 @humanransome-note @sillyariii @numelfanclub

End of Part 1

If you want to I will create a tag list for you


Tags
8 months ago

Im writing an expanded essay from my post about Love, Vulnerability and Blindfolds in jjk.

I need help answering these questions

Love

What is love?

How is love seen in (mainstream) society?

How is love thought of by allo people (people who're not a-spec)?

How is love thought of by a-spec people?

How is love represented in jjk?

What do the characters of jjk think of love?

What do they say about it?

Blindfolds

What is a blindfold?

What does it do?

How is it used?

Who wears them?

Why are they important?

Who do the characters of jjk associate blindfolds with?

Why is it/that character important?

Vulnerability

What does it mean to be vulnerable?

How does mainstream society see vulnerability?

Who seems to be (the most) vulnerable in society/jjk?

What does the protag/mento Gojo Satoru think of vulnerability?

What does Ryomen Sukuna think if vulnerability?

What does he do when faced with vulnerability?

Has he ever been vulnerable before?

Answer any and all questions youd like. I'm just gonna write an extended essay on the topic


Tags
8 months ago

- On the Themes of Love, Vulnerability and Blindfolds in Jujutsu Kaisen -

-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-

TAGS/WARNINGS- Implied/Slight spoilers for the Jjk Anime and Manga.

THESE ARE THOUGHTS THAT I WAS HAVING THAT I STRUNG TOGETHER- please don't come at me about the working I already know it's horrible.

((if you want to add one your own takes or pick apart mine, please do so cuz I eat this shit up like food on thanksgiving (and tag me I wanna see what you come up with))

-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-!-

Love

Vulnerability

Blind love

Love is blind

Justice is blind

Love is not Justice and v.v.

(Justice and Love are two sides of the same coin but this is a conversation for another day)

-

Justice is impartial

"Lady Justice wears a blindfold to represent impartial justice and everyday people close their eyes to shield themselves from reality"

-

Gojo is not Justice

Gojo is Jusitce

Gojo is not impartial- he uses a blindfold to create a physical barrier between himself and others.

Gojo wears a blindfold to keep his memory of Geto in

Gojo wears a blindfold like a mask; a personally built facade to keep others out

Gojo harbours immense and infinite cursed energy

Gojo harbors immense and infinite love

Gojo's birth caused a boom in cursed energy/spirits to appear

Geto was born to mitigate (swallow) all of it

Geto was born to cancel out the effects of Gojo's birth

Geton was born to accept Gojo's love

-

Gojo's immense and infinite love/cursed energy was meant for someone who is no longer with us;

He uses it sparringly

Basically never•

Few and far between•

Taking off the blindfold means to be vulnerable

Gojo has his blindfold off when he runs into Kenjaku (in his pov, it was Geto)

Gojo is vulnerable around Geto.

-

Vulnerability is a weakness

-

'Curses that work together in groups are weak'

Groups are weak

To Sukuna, Yuji making friends practically wherever he goes is a sign of weakness

But Yuji is strong

He subdues Sukuna for the greater part of the entire story

-

Yuji and his friends are strong together

There is strength in numbers

-

It's lonely at the top

It's lonely being the strongest

-

Love means to be vulnerable and compromise strength in lieu of compassion and connection

Sukuna tries to 'connect' but is pushed away when his methods don't work

Sukuna uses extreme violence to play with and 'connect' to others

Most individuals don't want to connect that way

Sukuna doesn't use Yuji's methids of connection because that goes against everything he stands for

-

Love is the worst curse of them all

-

Who will teach Sukuna love?

Sukuna does not need to be taught love;

He has no use for it

___ will teach ___ (Sukuna) love

Sukuna is the strongest sorcerer in history

Sukuna is the King if Curses

Sukuna is the King of Love

-

Sacrifices

-

In order to make one, you need to sacrifice something

How much has Sukuna sacrificed to become the strongest?

-

Binding Vows

-

Love means to make sacrifieces

Love means to make sacrifices

Love means to be vulnerable

Gojo sacrificed Geto (and his love) for the greater good (and for other obvious reason)

Gojo loved Geto

Gojo cannot stand out when paired with Geto

-

Hidden Inventory Arc (anime) - Gojo's eyes seem duller and less illustrious than usual,

-

Gojo stands out when Geto is not around

Gojo is The Strongest

The Strongest isn't vulnerable

Gojo is vulnerable with Geto

-

Sukuna believes vulnerablility is weak

Yuji wears his heart on his sleeve

-

Gojo closed his heart.away after Geto died

Gojo never puts down infinity again (with minor exceptions)

Gojo wears a blindfold to keep others out

Taking off the blindfold means to be vulnerable

-

Vulnerability is a weakness

-

*The suffix -utl, "Something and nothing at once, polar opposites existing simultaneously."*

Love-utl

-

Sukuna does not love

Sukuna hates Yuji

Gojo can love, chooses not to

-

Love is sacrifice

Sukuna doesn't love anyone but himself

Sukuna rejected and sacrificed his previous (human) identity for his cursed one

Sukuna loves himself

Gojo loves loved Geto

Goji is immensely fond of others (his students/close friends)

Yuji loves (pretty much) everyone

-

Gojo/Sukuna/Yuji is the strongest

-

1. Love is sacrifice

- Gojo sacrificed Geto; his love

- Sukuna sacrificed everything else; his humanity

- Yuji sacrificed his previous peaceful life so he could save more people in his sorcerer life

2. Love is vulnerability

- Gojo swore to never be vulnerable again; his love came back to bite him again in his adult years and he payed the price for it; love is weakness

- Sukuna is not vulnerable; it is a weakness; the weak should die

- Yuji is vulnerable with his friends and is always ready to use his compassion for the best outcome; Yuji is open with his companions

3. Love is the worst curse of them all

- Love took the only person that could accept him; Gojo rarely uses love anymore

- Sukuna is the King of Curses, therefore the King of Love by proxy; Sukuna hates love; doesn't need to be taught it; Sukuna hates Yuji

- Yuji harbors the King of Curses

- Yuji defeated the King of Love

-

Love is the worst curse of them all

-

Love is not a curse

Love is strength

There is strength in numbers

Groups- together, connection, vulnerability, sacrifice- are strength

Yuji is/has all of these

Yuji is strong

Yuji defeated the King of Curses

Yuji harbors immense love

Sukuna hates love

Sukuna hates Yuji

Love is the worst curse of them all

Yuji is the worst curse of them all

Yuji is strong

Love is strength

Love is vulnerable

Yuji is both,

Love-utl,

Yuji is love

Yuji is The Strongest

--- Notes ---

*Please see (Tess of the Road, Rachel Hartman)

•"Basically never - few and far between":

I was making a reference to Gojo's infinity, how no one could ever get close to him. Fitting, no?


Tags
9 months ago

This the The Wishing Star

They are the main antagonist of a book I'm trying to get back to writing.

This The The Wishing Star

Caption: The Wishing Star if they were an Eldritch Horror instead of a Cosmic Horror

(that actual WS doesn't have an incomprehensible amount of eyes on their body)

What do you think?


Tags
9 months ago

The Running Game

WC: 850-865

Part of the backstory for my oc Billy Bunzy Trander - The Rabbit King

This is wayyy before he loses his mind and becomes a 'possessed' cult leader.

-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-:-

Billy had always loved running around, aimlessly and in circles. When he was a child, when he still knew and loved his dad, they would often go into the woods and play The Running Game together.

The object was to run in the largest circle you around someone without getting dizzy, then you'd chase after the other person and tag them, making them the runner.

Billy would win most of the time, because his dad would let him, even if he was a much better runner than him, being a grown up and all. After a couple if rounds they would saunter into town for a snack.

This was during those times when people like them weren't seen as unnatural or dangerous, when they could enjoy whatever they did after playing all day.

But one day, seemingly like any other; something, or maybe even everything changed.

Billy and his dad, then know by his last name 'Trander', we're finishing up their second round of The Running Game. Billy had won again, much to his dad's lackluster 'dismay'. It was decided that since Trander was the loser (again) he'd get to be the runner and would have to chase Billy.

Putting on a sigh and an air of defeat, Trander stalked around his son; twisting, turning, skipping and getting faster whist making his circle larger.

When he finally decided his circke was wide enough, he playfully pointed his hands at Billy, who had been paying very little attention until then.

They both snapped into place: Trander, the hunter, the predator, the Chaser; Billy, the prey, the Runner.

But, instead of going immediately after him like he usually would, Trander said,

"Hey, Bill, I'll give you 45 seconds of a head start. Show how fast my genes are, I wanna see you kick up sand and dirt, kid!"

The sweet, angel like child could only nod and giggle hysterically while running away, the opposite direction of his father. When he guessed about 45 seconds were gone (,which in reality was actually an entire minute, unbeknownst to the little boy) he ducked down, under and into a 'shelter'.

It was a large hollow-ish log that had fallen into some sizable rocks; just enough space for a small child or two to comfortably hide inside.

He sat and stayed there for a while, hearing the occasional shout of his name and yelps of unrewarded 'GOTCHA's and 'FOUND YOU's.

Trander could make three guesses about where his son could be. But even though he knew where he was, he made no effort to actually look for him.

With a sigh, he called out almost half-heartedly,

"Hey, Buddy... I know you're out here somewhere! I will find you!...... Billyyyyy! BIILLYYY!"

Trander looked towards the large log and noticed his child's light up sneakers. He sighed and nodded, jogging further to the opposite side of the woods, away from the areas where he and his child could be seen playing by other people.

Nobody heard of him after that.

Billy stayed under the log for 3 hours. Once he decided to get up, he noticed how close to evening and sunset it was.

He called out for his dad but got no answer. Running back to the front of the woods, he saw his mom and some people who noticed them go into the woods earlier.

He rushed to his mother, unsure of what was really happening.

Mrs. Trander: Where's Papa, Bunny?

Billy: I no no Mama. We were pwaying d-da winning game and I was hiding so well he couwdn't f-find me... I'm so-sowy, Mama.

To Mrs. Trander, this would now be the saddest day of her life. To see her child cry tears of fear and to hear that her lover had disappeared was the worst thing to ever happen to her.

The amount of tears shed in those weeks after searching high and low for Trander were enough to make a large pond look like a small glass of water.

Billy Bunzy never played The Running Game again.

For a long time, about, 4-6 years, Joseph Trander was never heard from again.

Search parties came up empty and this only helped stoke the fire of rumors that the Faye folk and people called 'Worshippers of The Craft' were on the rise.

Bunzy had unfortunately got caught in the eye of the storm or nonsense. He and his mother were believed to be the reason Trander went missing, that they somehow transported him to the Faye Realm.

Bunzy doesn't care for his birth name anymore; he trashed it just as his father trashed them.


Tags
9 months ago

"-And keep your dog on a leash."

She said that to me with so much venom- how could say such a thing? To my face and in front of my best friend too.

She already knew what Steph was like; I had tol' her stories about em from when we were dumb kids messing around in folks fields an' in the woods.

He might be a bastard and a dog in all rights and senses of those words but he's MY bastard and MY dog to insult and intimidate.

She doesn't know how much I hate putting the man in timeout. To see his beautiful summer eyes look up at me and know he ain't getting off anytime soon.

She couldn't understand the bond we welded together - wrought iron and steel - couldn't understand how much I'd lay my life on the line for his mangy, good-for-nothing ass.

She couldn't understand how deep my love runs for him.

The blood of the covenant is thicker than the water of the womb.

She was my baby sister; I've known her for all my life.

And he's my friend, my boy, my partner- and I've known him for so many eternities.

So now, after Steph leaves once those words leave her mouth- I leave with him. And I don't tell them goodbye, don't say when I'll be back. Because my 'Bye' won't be good, and I don't plan on see'n them again.

And tonight I'm gonna ride on into the sunset with him.

He may be the dog, but I'll be the bear for him. I'll protect him with my life and make sure he knows he's got someone to come back to when the doing gets done.

He probably won't know how I feel because he ain't like that but I don't care- he's got me and I've got him- we've got each other.

He's the dog and I'm the bear-

So I'm gonna chase him until the sun goes down forever.

Bernard

i will ALWAYS clap my hands excitedly and lean forward in my seat when someone tells a character to "keep your dog on a leash" only for it to turn out they're referring to another person


Tags
9 months ago

Chase Me Until the Sun Goes Down

The Rabbit and The Wolf

- Ive never been fond to anyone like you. I've always heard that we're supposed to be mortal enemies.

- I guess that part will always be true.

- I run through the woods, thoughts scattered, my head held high.

- Up towards the clouds, on your hill

- the the peak of the plateau; an attestiment to your greatness.

- I have to scramble and crawl through the bushes and trees. The weeds of our little forest trip and tangle me like a writhing pit of vices.-

I feel your breath on my neck, there's no more time to waste. I'll show you how it feels to be hunted like me.

- I gather my warren, we move in the midst of the night.

- Somber and stoic, your eyes reflect into mine like pools of serenity.

- For you, for us; I'll surrender myself completely

- just to look into those eyes for the rest of eternity.

- I've never been fond of anyone like you. - I've always heard that we're supposed to be mortal enemies.

- But what if I don't want that to be true?

- Secretly, it always amazes me that you'd stand before me, head held high to the moon, eyes come back down to me like stars to the ground.

- How could anyone ever see something bad about you?

- I stalk to your side - a glare - a warning - how do i go about this?

- Noontime is when the rush feels highest- and thats when our little chase begins.

- Through the woods, and across thw meadows, past the odd geometric trees and their shiny barriers,

- i would run around the world with you if i could,

- you dont seem to mind.

- and then, when the sun finally seems to be losing the war with the nighttime sky,

- I'll decide to stand on my own little platea

- the peak of all my glory

- And I'll turn to stare at you.

- I hope you feel my eyes in your soul, the eseence and the very core of your being.

- I'll stand good on my hind legs so you can take a deep look at me;

- The glisten of my fur, the red of my eyes, the sharp of my feet.

- Then, and only then will you see the wonderous mess of the world we made.

- And after, we'll settle down and nestle in a great slumber

- And we'll dream of a day where you catch me,

- And that will be the day I finally tell the truth,

- the truth of my being and why i run into the sun with you.


Tags
10 months ago

*_°•:JJK Headcanons:•°_*

Shiu Kong, because he is girl dinner and I refuse to believe otherwise

(also there is a DISPARAGING amount of hc's and ff's about him and I'll be absolutely damned if I'll let that slide)

I am open to prompts but won't see them till a while later, sorry, please don't be discouraged <<<<3333

-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-+-

Pairing: Bf! Shiu x Gn!/(implied) F! Reade

Type: Mostly fluff! canons.

_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-

~ Bf! Shiu, who is generally impatient with most people due to his line of work but ultimately nevers tells you to hurry because he wants to spend as much time with you as possible

~ Bf! Shiu, who loves going for midnight drives to clear his head and brings you back snacks so you can sit up and talk until you fall asleep again

~ Bf! Shiu, who despite has his phone on DnD most of the time, always makes sure to catch up on all the recents with you, he loves knowing what's been up with your life

~ Bf! Shiu, who after a small argument, will pick on you for a little while just waiting for you to bite back. (He lives to taunt the hell out of you, he thinks it's so cute when you get mouthy with him<3)

~ Bf! Shiu, who invites you to meet his closet coworker (and friend) Fushiguro Toji and his wife. He adores how well you seem to get along with them seeing as this is your first time meeting them (and a secret double date that you nor MamaFushiguro know about)

~ Bf! Shiu, who brings home shiny and expensive gifts from his trips because he knows how you'd probably gush about them if you saw them

~ Bf! Shiu, who is perfectly content with taking one of his rare off-days and doing nothing but talking and hanging out with you (and doing some good ol' X-rated things ofc)

~ Bf! Shiu, who (probably, maybe, possibly) has a (hidden) oral fixation and loves looking at your lips, teeth, tongue, or even anything when you're talking, eating, brushing your teeth, or singing horribly to that one sone we don't talk about

_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-_-

Anyways, lmk if you want more Shiu💕 Boo or anyone else [•^•]


Tags
1 year ago

Urban Concrete

Don't Trample My Heart

Noon

Noon is the time at which All traffic slows down and Simultaneously speeds up

The beat of my heart The push of my blood The flow of my breath

My entire being lives for you.

Rumble

The rumbling of many feet It's no longer noon, the beating quickens, the push is harder, My breathing becomes faster....

I gave it to you dropped it

Shatter.

You didn't even try to pick it up.

You walked over it and invited others to do the same.

You walked over me and my heart lay shattered at my knees.

The noon is over. It is now 6 hours till morn.

I lay shattered like heart

The rush is no longer. My love shant wander.

But noon. Ticks closer

I pick up the pieces bandaged and bleeding

I sit I lie I sob

I put broken peices together

My heart won't be trampled again


Tags
1 year ago

Urban Concrete

Picnic in a Dystopia

. . .

Step into the light

And onto my eyes.

Admire these cloudy, ugly skies.

AJ says we're gonna have a picnic

"It'll be good for your lungs since you've last

been sick."

Step into the light

Step into my smile.

Cars and people

The only advertisements for a mile.

I've been so tired from all of this work lately,

But we're gonna have chicken

And talk about having a baby.

Step into my heart

Step into the light

We just passed the 'Museum of Really Old Art'

And this time we didn't fight.

My phone says we're close now

Only 15 minutes away

Its gonna be so nice

Enjoying this ugly, yellow day.

Step into the light

Step onto my eyes

And I wonder

"Back then, fish never flew in the skies...

Right?"


Tags
Loading...
End of content
No more pages to load
Explore Tumblr Blog
Search Through Tumblr Tags