àquela Altura , Com A Intervenção Constante Do Que Parecia Ser Cada Um Dos Milhares De Habitantes

àquela altura , com a intervenção constante do que parecia ser cada um dos milhares de habitantes de khadel em sua vida , neslihan já havia internalizado que a melhor forma de atravessar aquela maré de acontecimentos , da maneira mais indolor possível — e sem estilhaçar a esperança que poderia ver refletida em cada um dos olhares curiosos que a seguiam com crescente atenção desde o anúncio de olivia — , era apenas acenar em cordialidade , e aquiescer , sem protestos ou a usual argumentação incansável , cada encontro que se apresentasse . era quase cômica a maneira como insistiam em formar pares completamente improváveis , apesar da clara colocação da boscharino de que apenas os dez nomes citados estavam , teoricamente , ligados àquele desamor secular que pairava sobre a cidade como um manto invisível . e por cômico , em realidade , ousaria dizer frustrante , mas em mais um dia em meio à tempestade , ela tentava , com alguma determinação , focar nos aspectos positivos , se esquivando daquela voz assombrosa ainda ecoando em sua mente . ainda que pudesse sentir os tentáculos da irracionalidade se esforçando para se apoderar da sua razão , ela , com fervor , atinha-se à noção de que , sim , poderia enfrentar o maior número de encontros possíveis , até um próximo evento roubar a atenção de todos e os livrar daquele redemoinho de insanidade .

o rendezvous daquele dia , por sua vez , era orquestrado por uma pessoa querida , uma antiga funcionária dos şahverdi , cuja doçura e luminosidade fazia impossível dirigir negativa qualquer . o entusiasmo de signora gioconda era palpável , e a descrição feita era de alguém que , embora ela não tivesse qualquer intenção de cultivar uma conexão emocional , poderia ser uma alma companheira com tantas similaridades postas . as íris acendiam com humor e vivacidade ao recordar o ânimo da mulher , enquanto dirigia pelo caminho entre a villa gökçe e o centro de khadel . os cumprimentos se sucederam desde o momento em que saía do veículo , em uma das ruas laterais , pitoresca e charmosa , com os cachos de rosas pendendo das janelas , e bouganvilles adornando cada passo equilibrado nos saltos . as bochechas doíam , forçadas a manter uma expressão afável , embora não fosse totalmente infundada , e os bíceps , ainda doloridos pela queda , permaneciam dormentes em acenos infinitos , mas genuínos o suficiente para serem mantidos .

virando a esquina , o coreto surgia à sua frente , a estrutura encantadora cativando olhares com a miríade de cores e aromas que se fundiam harmoniosamente . embora a ideia do amor fosse algo inconcebível para si , o conceito de romance era um que cortejava as partes mais íntimas de seu ser . era impressionante como gestos simples podiam carregar uma dedicação tão imensa , declarando um compromisso profundo e um apreço pelo outro , embora ela mesma não fosse de apreciá-los da mesma forma . não , neslihan possuía um modo único , e quase patenteado , de demonstrar a sua lealdade e não era através de flores mortas e palavras derramadas em excessividade . porém , era inegável a beleza do quadro pintado diante de si .

ao contornar o gazebo com certa lentidão , o olhar percorria cada detalhe , até encontrar com o de quem recordava ser um dos funcionários do la bottega . dele , aceitou uma peônia vermelha , sua flor preferida , na cor favorita — embora a mulher a teria apreciado muito mais se ainda estivesse ligada aos seus rizomas . segurando-a delicadamente em uma das palmas , levou a outra até os óculos escuros , que a protegiam da intensidade do céu límpido . com um repuxar sincero dos lábios , subia os poucos degraus até o interior , mantendo a atenção em agradecimento ao mais jovem , quando a voz dolorosamente reconhecível a fez parar instantaneamente . virando-se com rapidez suficiente para açoitar alguém com os fios castanhos soltos , engoliu um grunhido , amassando a pobre flor no aperto . por sorte , o caule era desprovido de espinhos , ou os mesmos já estariam cravados na pele .

o que precisamente gioconda estava pensando , foi o primeiro de seus questionamentos , seguido por , como ela havia conseguido convencer o loiro daquela farsa fadada ao fracasso . tomando uma respiração profunda e retesando os ombros como forma de armar-se para o que certamente seguiria , cruzou a distância até o estofado luxuoso que parecia ter sido colocado ali unicamente para eles . a mesa impecavelmente posta com comidas cuidadosamente selecionadas e que evocavam memórias de sua infância , fez com que ela parasse por milésimos , antes de retornar as orbes para christopher . ❝ seja pegadinha ou não , o que , isso aqui , sinceramente , ultrapassa , eu tenho uma promessa a cumprir . ❞ conferiu , o tom baixo para que somente ele pudesse ouvir . depositando a peônia no assento de veludo , o contornou , antes de sentar-se com leve hesitação . ❝ e eu sugeriria que parasse com isso , fica parecendo um idiota , embora não precise de ajuda para tal . ❞ referindo ao gesto quase teatral que ele seguia com a cabeça , o sorriso retornou para as feições , agora milimetricamente fabricado e tenso . ❝ mesmo que não haja câmera alguma para registrar esse acidente em percurso , posso sentir pelo menos cinco pares de olhos me observando de todos os lados . ❞ a perspectiva de ter que interpretar mais uma cena com o homem , agora com a adição dos sussurros que já podia sentir circulando , deixava um toque amargo na língua . ❝ e não sei você , mas eu não quero ser reportada como a responsável por manter essa ridícula maldição . ❞ cruzando uma perna sobre a outra , solevou uma das sobrancelhas em questionamento , no mesmo instante em que captou o cheiro de mücver . e aquele prato branco... era cacık , bem ao lado dos gözlemlere ? ou seria çılbır . elevando a canhota ao estômago , tentando disfarçar o fato de que não havia tomado nem mesmo uma xícara de café em preparação ao brunch , esperou em suspense uma resposta . independentemente , neslihan não permitira que os pratos , que agora tinha a certeza deterem sido preparados pelas mãos de gioconda , fossem desperdiçados .

With @neslihvns, At Coreto De Rose.

with @neslihvns, at Coreto de Rose.

Desde o dia em que Olívia, em um ato deliberado, decidiu expor publicamente na praça a existência da maldição e declarou Christopher como sua possível alma gêmea, sua vida se transformou em uma constante fuga de encontros arranjados. A situação era frustrante ao extremo, especialmente porque ele sequer acreditava na possibilidade de aquilo ser real, algo que fazia questão de deixar claro sempre que podia. No entanto, suas palavras pareciam cair em ouvidos surdos. Ignorando suas objeções, as pessoas continuavam marcando encontros em seu nome ou lhe dando longas palestras sobre o porquê ele deveria se dedicar mais a encontrar sua suposta alma gêmea. Christopher já não tinha mais forças para argumentar ou tentar convencer ninguém de que toda aquela história era absurda. Ele estava cansado das discussões, e sua paciência parecia se esgotar cada vez mais rápido. Depois do episódio na cachoeira, algo dentro dele vacilou. Embora se recusasse a admitir em voz alta, uma pequena parte de sua mente começou a ponderar se talvez houvesse algum fundo de verdade naquela loucura. Mas esse pensamento permaneceu trancado dentro dele, enterrado sob uma fachada de descrença teimosa. Sem energia para continuar resistindo, ele começou a adotar uma estratégia de sobrevivência: simplesmente concordava. Afinal, o pior que poderia acontecer era ele não aparecer, dependendo de quem estivesse esperando por ele. No entanto, naquele dia específico, fugir não era uma opção. O organizador da vez tinha recorrido a um método infalível para garantir sua presença: envolver a mãe de Christopher na situação. E, bem, dizer "não" para ela era algo que ele jamais conseguiria fazer, dada sua condição.

O dia estava particularmente belo, com o sol iluminando tudo ao redor em sua plena intensidade, mas sem o incômodo de um calor abrasivo. Uma brisa suave serpenteava pelo ar, trazendo um frescor sutil que tornava o clima ainda mais agradável. O céu, de um azul profundo, era pontilhado por poucas nuvens, como pinceladas leves em uma tela. Acompanhado por uma das pessoas responsáveis por organizar o encontro, Christopher seguia em direção ao interior do Coreto, caminhando com passos calmos enquanto seus olhos captavam os detalhes ao redor. Os olhos percorriam as oferendas que agora preenchiam o local com uma abundância ainda maior desde que a quebra da maldição se tornara uma realidade em Khadel. Mesmo que uma parte cínica de sua mente considerasse o motivo dos tributos um tanto trivial, ele não podia ignorar a beleza que cada detalhe carregava.

As flores, em um festival de cores e formas, estavam dispostas de maneira quase poética. Algumas eram selvagens, outras cuidadosamente escolhidas, mas todas exalavam uma energia vibrante. Entre elas, pequenos objetos pessoais chamavam sua atenção – talismãs, fotos e pequenos itens cuidadosamente deixados ali, como se carregassem o peso de sentimentos profundos. Cartas escritas à mão, com caligrafias tão distintas quanto os autores, estavam presas com fitas coloridas que tremulavam suavemente ao toque da brisa, acrescentando um movimento delicado àquela cena já tão viva. Ele parou por um momento, deixando os olhos vagarem por tudo ao redor. Havia algo inegavelmente encantador naquela simplicidade cheia de significado. Pela primeira vez, Christopher sentiu que entendia o apelo romântico do lugar.

Agradeceu a pessoa que o havia levado até a mesa e passou a observar as comidas espalhadas sobre ela enquanto se acomodava no sofá. Reconheceu ali alguns dos pratos que havia dado como referência quando perguntado anteriormente sobre suas comidas favoritas, no entanto, era os que não haviam sido mencionados que chamavam sua atenção. Aquele treco branco é tofu? Quem que come essa porcaria? Me arrumaram um encontro as cegas com uma vegetariana? pensava enquanto encarava alguns dos pratos com o cenho franzido. No entanto, o barulho de passos fez com que sua atenção fosse redirecionada, e foi só então que entendeu. Claro que seria ela. "Isso só pode ser uma pegadinha." Disse, totalmente incrédulo que alguém havia achado um encontro entre eles uma boa coisa. "Onde estão as câmeras?" Perguntou, olhando para os lados enquanto aos poucos a compreensão do motivo do encontro ser as cegas o atingia como um soco.

With @neslihvns, At Coreto De Rose.

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4 months ago

a  diversão  que  iluminava  o  rosto  de  olivia  despertava  uma  resposta  inevitável  e  semelhante  em  neslihan. as  lembranças  que  fervilhavam  entre  elas  pareciam  quase  instintivas  ,  um  desfile  de  memórias  afetivas  que  reavivavam  a  familiaridade  construída  entre  infância  e  adolescência. a  gökçe  sequer  se  atreveu  a  retrucar  sobre  a  pontualidade  ,  a  ideia  de  fazer  os  outros  esperarem  por  si  a  fazia  estremecer. um  sorriso  ,  amplo  e  sincero  ,  desenhado  até  as  extremidades  do  rosto  ,  e  um  riso,  carregado  de  puro  deleite  ,  transbordaram  antes  que  ela  desse  de  ombros  com  leveza. ❝  eu  ?  elaborar  planos  mirabolantes  ?  jamais !  apenas  arquitetando  futuros  improváveis  que  sei  que  sou  plenamente  capaz  de  poder  transformar  em  realidade  !  ❞  exclamou  com  teatralidade  ,  enquanto  estalava  a  língua  em  uma  falsa  reprimenda  ,  as  íris  cintilando  com  uma  energia  que  mal  conseguia  conter. ❝  quem  disse  que  meu  verdadeiro  objetivo  não  é  apenas  aproveitar  da  sua  legião  de  adoradores  e  transformá-los  nos  meus  novos  voluntários  ?  ❞  com  um  gesto  casual  ,  retirou  o  blazer  e  o  sobretudo  ,  entregando-os  a  carina  junto  da  bolsa  ,  antes  de  enlaçar  o  braço  ao  da  mais  nova  com  naturalidade. o  sorriso  ,  se  é  que  era  possível  ,  tornou-se  ainda  mais  radiante  enquanto  se  aproximava. ❝  como  se  alguém  fosse  acreditar. ❞  uma  risada  curta  escapou  ,  piscando  com  uma  expressão  de  inocência  calculada. ❝  é  claro  que  é  mais  uma  adoção  fortemente  encorajada  por  mim. mas  me  diga  ,  não  foi  a  melhor  decisão  que  tomou  recentemente  ?  ou  estou  errada  em  estar  completamente  certa  ?  ❞  mordiscando  levemente  o  lábio  inferior  ,  como  se  tentasse  conter  a  euforia  crescente  ,  indicou  com  um  gesto  as  portas  que  separavam  os  animais  e  a  clínica  dos  escritórios  e  da  recepção.

A  diversão  que  iluminava  o  rosto  de  olivia  despertava  uma  resposta  inevitável

Sentada à mesa, pernas cruzadas com a elegância ensaiada que parecia inata, mas que era, na verdade, fruto de anos de treinamento e expectativa alheia. Os óculos escuros protegiam mais do que apenas seus olhos da claridade do dia; eram um escudo contra a inquietação que ameaçava transparecer. Neslihan estava atrasada, o que era totalmente incomum para a tão organizada advogada, e Olivia quase chegou a se preocupar. Quando seu olhar finalmente captou a figura familiar, ergueu uma sobrancelha, um meio sorriso brincando em seus lábios. A mulher estava visivelmente apressada, quase atrapalhada em seus saltos altos que nunca foram feitos para a correria. Parecia tão diferente da garota que Olivia conheceu na infância, mas ao mesmo tempo exatamente igual. Havia algo reconfortante em ver como algumas coisas nunca mudavam, o pensamento arrancou um sorriso nostálgico da musa. Quando a outra entrou, falando rápido e gesticulando como se estivesse tentando justificar um crime terrível, Olivia inclinou a cabeça levemente, tirando os óculos com uma precisão calculada. “ Relaxa, Nes. Eu já te fiz esperar muito mais em outros momentos. ” Não resistiu a uma risadinha divertida com o pensamento. Enquanto uma era extremamente pontual e responsável com seus compromissos, a outra adorava a atenção recebida por chegar depois de todos. Não importava o tempo ou a distância, havia algo na dinâmica entre as duas que nunca desaparecia, como se os anos de separação ou afastamento não pudessem apagar completamente os laços que compartilharam. “ Então, qual é o plano mirabolante que você armou desta vez? ” perguntou, ajeitando o cabelo enquanto olhava para Neslihan com um misto de desconfiança brincalhona e genuína curiosidade. “ E por favor, me diga que não envolve adoção, de novo, de alguma criaturinha que você resgatou. ”

Sentada à Mesa, Pernas Cruzadas Com A Elegância Ensaiada Que Parecia Inata, Mas Que Era, Na Verdade,

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4 months ago

SMS to : don giovanni

✉️ : mas nem mesmo se quem morreu ressuscitasse , apontasse uma arma para a minha cabeça e me obrigasse

✉️ : uma noite com você atrapalhando o MEU encontro é o máximo que consigo digerir da sua presença em um mês

✉️ : e já pensou na possibilidade que eles morreram PARA escapar do amor ?

✉️ : eu até poderia continuar a nossa conversa maravilhosa , mas tenho que levar o meu cavalo para passear

✉️ : pelos próximos sete dias

✉️ : ti parlo dopo

SMS to [docinho]

with @neslihvns

📲 [milo]: eu disse que éramos feitos um pro outro!

📲 [milo]: não tem como escapar do amor, hani

📲 [milo]: tudo bem que o pessoal lá atrás escapou sim porque morreu todo mundo

📲 [milo]: super triste

📲 [milo]: bless their heart

📲 [milo]: enfim, o cara voltou do plano espiritual pra abrir uma cachoeira pra gente, eu acho que no mínimo tínhamos que sair pra tomar um drink e descobrir nosso destino


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4 months ago

com  os  antebraços  apoiados  contra  a  pegajosa  bancada  ,  a  pele  despida  do  blazer  e  sobretudo  se  arrepiava  contra  o  ar  palpável  do  the  loft. neslihan  questionava  se  aquela  realmente  era  uma  boa  opção  para  finalizar  o  dia  que  a  exaurira  ,  mas  a  certeza  de  negronis  de  proveniência  questionável  —  dos  quais  já  havia  consumido  o  suficiente  para  justificar  a  postura  desalinhada  —  firmava  sua  permanência  por  um  interlúdio. o  gravame  psíquico  arqueava  os  ombros  ,  os  nervos  tilintantes  suprimindo  o  que  restava  de  paciência  em  seu  âmago  ,  e  somente  a  noção  de  estar  sozinha  ,  ainda  que  cercada  de  pessoas  ,  a  fazia  respirar  pausadamente  em  tentativa  de  conter  o  ímpeto  que  se  alastrava.      não  só  pela  sandice  que  parecia  ter  tomado  khadel  que  o  estado  de  humor  mordaz  da  gökçe  se  manifestava  ,  mas  também pelo  caso  de  severidade  peculiar  que  havia  chegado  em  suas  mãos  —  a  complexidade  similar  ao  último  ,  e  único  ,  litígio  malsucedido  de  sua  carreira. a  memória  escaldante  ,  marcada  não  só  pela  vaidade  ferida  ,  mas  pela  sensibilidade  do  assunto  e  as  figuras  associadas  ,  permanecia  um  peso  em  suas  entranhas  ,  a  impregnando  de  amargura. por  breves  instantes  almejou  uma  presença  com  quem  pudesse  exorcizar  o  sentimento  ,  mas  rapidamente  rejeitou  a  noção  como  uma  simples  frivolidade.      o  fim  de  mais  um  negroni  entre  as  palmas  —  frias  ao  toque  ,  mas  abrasadoras  contra  o  delicado  vidro  —  ,  preparava-se  para  adornar  as  feições  com  um  breve  sorriso  e  solicitar  outra  sequência  do  drink  ,  quando  os  sons  dispersos  do  bar  e  o  inconfundível  timbre  da  última  pessoa  que  desejava  encontrar  ,  fosse  naquele  instante  ,  ou  em  qualquer  outro  ,  se  quisesse  ser  honesta  ,  a  alcançaram  em  um  único impulso. todo  o  amargor  que  fervilhava  em  seu  íntimo  encontrou  escape  diante  da  voz  que  transbordava  arrogância,  como  se  a  verdade  fosse  sua  propriedade  exclusiva  ,  e  ele  ,  o  único  digno  de  desvendá-la. a  risada  carregada  de  escárnio  escapou  os  lábios  ainda  tingidos  do  habitual  carmesim  antes  mesmo  que  pudesse  pensar  em  reprimi-la  —  não  que  fosse  fazê-lo  de  qualquer  forma. ❝  ah  ,  claro...  e  você  é  a  maior  autoridade  em  amor  que  existe  ,  não  é  mesmo  ,  d'amato  ?  ❞  as  orbes  vagamente  turvas  atinham-se  ao  homem  ,  a  meros  dois  bancos  de  distância. a  quanto  tempo  ele  estava  ali?  

❝  com  todas  as  suas  brilhantes  músicas  e  poesias  verbais  ,  como  não  ser. ❞  os  lábios  repuxavam-se  sutilmente  em  ironia  ,  o  desprezo  francamente  exposto. ❝  conte-nos  mais  sobre  o  que  é  o  amor  ,  como  é  o  sentimento  ,  christopher  ?  é  ser  superficial  e  arrogante  ?  dar  as  costas  a  quem  precisa  ?  ou fazer  tudo  o  que  é  mandado  somente  para  não  ter  que  lidar  com  o  sentimento  de  fracasso  ?  ❞  a  cada  questionamento  o  corpo  inclinava  em  direção  a  ele  ,  o  olhar  ácido  corroendo  a  si  mesma. ❝  é  claro  que  a  maldição  é  uma  falácia  ,  mas  não  porque  ninguém  —  além  de  você  ,  é  claro  ,  chris-  ❞  o  epíteto  soava  como  um  sibilo  na  língua  feminina. ❝  sabe  identificar  o  amor  ,  mas  pelo  simples  fato  de que. o. amor. não. existe. ou  você  acha  mesmo  que  se  existisse  o  mundo  seria  como  é  ?  ❞  considerando  o  assunto  encerrado  ,  o  ar  nocivo  ,  até  então  aprisionado  em  seus  pulmões  ,  finalmente  expelia. ajustando  a  postura  com  precisão  ,  os  olhos  se  fixaram  na  rodela  de  laranja  que  adornava  o  copo  ,  como  se  fosse  um  ponto  de  contemplação  existencial.

Com  os  antebraços  apoiados  contra  a  pegajosa  bancada  ,  a  pele  despida  do  blazer
Closed To @neslihvns, No Bar.

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Era final de tarde quando ele entrou no bar. Após um longo dia, repleto de comentários e da presença desnecessária do pai em seu escritório, a única coisa que Christopher conseguia pensar era que precisava de uma boa dose de whisky. Talvez mais de uma, isso se ele quisesse ter chances de acordar relativamente bem humorado no dia seguinte.

Acomodou-se em um dos bancos próximos da bancada e esperou pelo atendimento. Geralmente quando ia ali, Christopher exibia um sorriso simpático, que fazia com que as pessoas quisessem se aproximar dele naturalmente, mas naquele momento, seu esgotamento mental era tamanho que ele sequer era capaz de fingir normalidade. O garçom, que já o conhecia, tentou puxar assunto enquanto servia a dose costumeira de whisky, falando sobre as recentes histórias dos apaixonados, mas tudo o que conseguiu foi incomodá-lo mais.

"Você realmente acredita nessa história de maldição?" Questionou, o cenho franzido em uma clara expressão de julgamento. "Não te causa nem um pouco de estranhamento um monte de gente que se julgava incapaz de amar começar a amar após dois estranhos saírem gritando que estão apaixonados?" Os dedos se fecharam ao redor do copo que prontamente foi levado em direção aos lábios para que ele sorvesse um gole curto do líquido âmbar. "Isso não existe. Esse boom de histórias nada mais é do que um efeito manada. O amor sempre esteve por aí, e graças ao fato da maioria não saber como senti-lo, criou-se essa história boba pra ser usada como justificativa." Finalizou como se estivesse dizendo algo óbvio, não percebendo um rosto conhecido que estava próximo.

Closed To @neslihvns, No Bar.

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3 months ago
ㅤㅤㅤ‎‎𝐏𝐑𝐄𝐒𝐄𝐍𝐓𝐈𝐍𝐆... A NESLIHAN MOODBOARD !
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ㅤㅤㅤ‎‎𝐏𝐑𝐄𝐒𝐄𝐍𝐓𝐈𝐍𝐆... A NESLIHAN MOODBOARD !

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ1 of ?

ㅤㅤㅤ‎‎𝐏𝐑𝐄𝐒𝐄𝐍𝐓𝐈𝐍𝐆... A NESLIHAN MOODBOARD !

❝ one day she will discover that not even she can hold herself back because her passions burn brighter than her fears !

@khdpontos


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4 months ago
* Aqui Se Encontram Conexões Estabelecidas Para A Militante E Os Demais Habitantes De Khadel !

* aqui se encontram conexões estabelecidas para a militante e os demais habitantes de khadel !

a estrela de cinema - tbd !

 a  filha  do  pastor  -  um  misto  de  frustração  e  compaixão  define  o  modo  como  neslihan  enxerga  lina. projetando  feridas  antigas  na  mais  nova  ,  colocou  como  missão  abrir  os  olhos  da  mesma  para  o  que  pode  estar  ocorrendo  sem  que  tenha  conhecimento. é  uma  troca  um  tanto  tensa  ,  principalmente  após  presenciar  a  forma  como  os  capel-d'angelo  a  pressionam  mentalmente  ! 

 a  garota  problema  -  um  soluço  do  destino  fez  com  que  neslihan  e  vivianne  se  encontrassem  em  milão  antes  mesmo  que  qualquer  menção  do  envolvimento  da  loira  com  a  suposta  quebra  da  maldição. os  dois  polos  do  caos  se  conheceram  em  uma  manifestação  ,  e  com  ajuda  mútua  conseguiram  safar-se  de  uma  viagem  às  celas  ,  a  presença  de  uma  pela  simples  necessidade  da  insanidade  e  da  outra  pelos  seus  princípios. a  presença  repentina  de  vi  na  idílica  cidade  veio  seguida  de  surpresa  ,  após  ,  breve  satisfação  ,  seguida  de  completo  arrependimento  ao  trabalharem  juntas. ainda  que  compartilhem  pontos  ,  a  incapacidade  de  comprometimento  da  nova  moradora  de  khadel  é  combustível  para  os  pequenos  desentendimentos  e  frustrações tbd  ! 

 a  menina  malvada  -  um  laço  que  transcende  o  simples  conceito  de  amizade  ,  neslihan  tem  a  certeza  que ela e geaziella  compartilharam  a  cumplicidade  em  outras  encarnações. respeito  e  companheirismo  mútuos  que  datam  da  infância  em  comum  ,  ainda  que  salpicados  por  momentos  de  diferenças  ,  inquebráveis  pelo  tempo  e  provações. foi  na  propriedade  dos  martinez-giordano  que  ficou  ,  às  custas  do  relacionamento  da  amiga  com  o  próprio  pai  ,  quando  vergonha  e  falta  de  esperança a  assolaram  ao  ser  deserdada. com  a  maioridade  tentaram  seguir  uma  vida  longe  das  pressões  de  khadel  ,  um  fracasso  ,  com  ambas  retornando  à  cidade  em  um  ponto  ou  outro. confidentes  e  inseparáveis  ,  se  apoiam  e  se  defendem  ,  mesmo  que  em  não  concordância  ,  nes  seria  capaz  de  matar  por  grazi  ,  e  pelos  que  essa  tem  em  seu  coração  ! 

 a  musa  do  verão  -  um  muro  intrincado  separa  a  complexidade  entre  neslihan  e  olivia. uma  amizade  antiga  ,  despedaçada  pela  influência  de  suas  famílias  e  terríveis  circunstâncias  ,  que  luta  para  manter  os  resquícios  de  calor. lembranças as  regem  ,  fazendo  dos  diminutos  pedaços  que  sobraram  do  passado  suficientes  para  manterem  uma  conexão  viva. próximas  ,  nada  como  a  cumplicidade  adolescente  ,  podem  ficar  semanas  sem  uma  ter  notícias  da  outra  ,  mas  quando  se  encontram  a  familiaridade  as  inunda  ,  conversas  fluem  até  o  momento  em  que  os  assuntos  que  permeiam  a  distância  entre  elas  veem  à  tona  ,  então  a  tensão  as  consome  e  a  chama  motriz  para  o  sentimento  perde  o  seu  brilho  ! 

o crossfiteiro - tbd !

o  lobo  solitário  -  um  bálsamo  ,  aaron  é  uma  força  sólida  e  constante  na  vida  de  neslihan. o  início  da  conexão  é  um  tanto  anuviado  ,  não  se  recorda  do  exato  momento  ,  mas  a  admiração  de  então  pelo  intelecto  alheio  e  a  capacidade  em  simplesmente  demonstrar  como  é  ,  sem  a  sombra  de  represálias  pairando  sobre  si  ,  ainda  permanece. como  sol  e  lua  ,  em  energias  opostas  ,  a  amizade  sem  regras  ,  sem  cobranças  ,  é  ponto  de  apoio  incondicional  em  meio  ao  fluente  sarcasmo  e  ações  que  demonstram  preocupação  e  carinho  para  além  de  meras  palavras. o  mal  humor  masculino  é  equilibrado  pela  energia  incessante  feminina  ,  que  encontram  um  no  outro  aceitação  e  hábitos  que  já  se  tornaram  rituais  ! 

 o  playboy  -  um  paradoxo  rege  as  interações  de  neslihan  e  camilo. o  mais  velho  representa  ,  e  age  ,  o  oposto  de  quase  tudo  o  que  a  mulher  defende  ,  com  a  exceção  do  amor  por  animais. o  pequeno  detalhe  é  suficiente  para  que  ela  reserve  as  demais  características  em  seu  subconsciente  e  permita-se  humorizá-lo  vez  ou  outra. ainda  que  ele  tenha  o  físico  quase  perfeito  ,  a  psique  do  ricci  a  mantém  firmemente  em  sua  convicção  de  que  ele  não  vale  um  segundo  a  mais  do  que  o  necessário  de  seu  tempo  ,  mesmo  que  as  provocações  e  tentativas  de  sedução  tragam  alívio  cômico  em  sua  vida  e  ,  por  vezes  ,  o  considere  digno  de  redenção  ! 

 o  último  romântico  -  um  verdadeiro  pandemônio  resume  a  forma  como  neslihan  e  christopher  interagem. duas  faces  da  mesma  moeda  ,  são  opostos  complementares  ,  que  projetam  um  no  outro  os  piores  traços  que  carregam  e  compartilham. arrogantes  ,  orgulhosos  ,  intensos  e  teimosos  ,  tinham  familiaridade  e  proximidade  na  adolescência  ,  ao  ponto  de  reconhecer  ,  e  admirar  ,  a  capacidade  artística  alheia  ,  mas  tudo  mudou  com  o  retorno  de  ambos  à  khadel. até  então  a  cidade  não  era  pequena  demais  para  conter  o  ego  de  um  rizzo  e  uma  antiga  şahverdi  ,  a  não  ser  que  colocados  de  lados  opostos  em  um  embate  jurídico. a  vitória  masculina  trouxe  à  tona  fantasmas  do  passado  feminino  ,  que  ainda  a  assombram  ,  e  junto  a  noção  de  alguém  sem  princípios  ,  sem  escrúpulos  e  capaz  de  fazer  tudo  o  que  é  mandando  para  não  ter  que  encarar  o  próprio  vazio  !

@khdpontos


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4 months ago

o  frisson  ,  habitual  nos  diálogos  em  que  antecediam  os  fugazes  encontros  de  atração  carnal  que  escolhia  compartilhar  ,  parecia  percorrer  cada  recanto  do  ambiente  ,  exceto  entre  neslihan  e  matteo. a  figura  loira  destoava  de  suas  predileções  habituais  ;  preferia  os  cabelos  mais  escuros  e  íris  cálidas  em  tons  de  âmbar  ou  ébano  ,  distantes  do  olhar  glacial  ,  quase  translúcido  ,  que  comparava  ao  de  um  peixe  recém  abatido. tampouco  a  idade  lhe  era  favorável  ,  com  dois  anos  a  menos  que  seus  próprios  vinte  e  nove  ,  ele  possuía  ao  menos  sete  ou  oito  anos  de  experiência  abaixo  do  que  costumava  considerar  atraente  —  em  homens  ,  é  claro  ,    as  expectativas  para  mulheres  eram  muito  mais  fáceis  de  serem  alcançadas. as  únicas  ressalvas  alheias  que  harmonizavam  com  os  seus  desejos  se  resumiam  ao  porte  impressionante  que  a  subjugava  por  mera  presença  ,  o  timbre  sólido  e  ,  sobretudo  ,  o  fato  de  ser  um  completo  desconhecido. relacionar-se  com  estranhos  era  um  hábito  cultivado  há  muito  ,  uma  escolha  imprudente  que  continuava  a  alimentar  sua  ânsia  por  adrenalina  e  pelo  inesperado  ,  pela  surpresa  oculta  no  inexplorado. era  essa  mistura  de  imprevisibilidade  e  intriga  que  sustentava  o  sorriso  enigmático  e  os  olhares  sugestivos  que  lançava  ao  homem. restava  aceitar  aquele  desleixo  do  destino  —  a  menos  que  uma  intervenção  mística  viesse  a  conspirar  em  seu  favor.

com  os  lábios  alheios  moldando  palavras  que  não  passavam  de  ruído  ,  seus  pensamentos  deslizavam  para  o  estado  de  histeria  que  dominava  a  cidade. entre  acenos  estrategicamente  calculados  e  murmúrios  de  concordância  que  preenchiam  as  lacunas  ,  ela  podia  sempre  confiar  no  ego  masculino  para  sustentar  uma  conversa  inteira  com  nada  além  do  som  da  própria  voz. o  martini  aguardado  tornava-se  sua  verdadeira  ambição  naquela  noite  ,  muito  mais  do  que  a  promessa  de  um  desfecho  que  seria , sem dúvidas ,  insatisfatório. com  a  taça  translúcida  em  mãos  ,  o  primeiro  gole  mal  atiçava  o  paladar  ,  quando  sentiu  a  presença  de  camilo  antes  mesmo  da  familiar  voz  ecoar. a  irritação  emergiu  automática  ,  traduzida  em  um  revirar  de  olhos  exasperado  e  no  ceder  breve  dos  ombros  a  um  suspiro  fatigado. não  era  exatamente  aquela  intervenção  mística  que  havia  imaginado.

embora  fosse  indiscutivelmente  grosseiro  de  sua  parte  ,  entre  matteo  e  o  ricci  ,  os  olhos  escuros  de  neslihan  ,  incendiados  pela  impaciência  ,  seguiam  meticulosamente  os  movimentos  do  mais  velho. e antes  mesmo  de  conseguir  estabelecer  conexão  lógica  entre  a  fala  e  o  jogo  de  olhares  alheio  ,  camilo  conseguia  arrancar  um  impulso  competitivo  e  o  desejo  de  antagonizá-lo  ,  tudo  em  uma  única  frase. com  uma  sobrancelha  levemente  arqueada,  aguardou  em  silêncio  tenso  ,  capturando  ,  de  relance  ,  a  expressão  de  horror  em  seu  encontro  ,  antes  de  dignar  a  interrupção  com  uma  resposta. ❝  se  for  para  manter  a  sua  boca  fechada  ,  aposto  muito  mais  do que  uma  música. ❞  sabia  que  suas  palavras  seriam  distorcidas  antes  mesmo  de  deixarem  seus  lábios  ,  mas  já  era  tarde  demais. com  um  sorriso  exageradamente  enfatuado  destinado  a  sua  companhia  perplexa  ,  levantou-se  ,  alinhando  o  vestido  que  escolhera  com  intenção  e  empurrando  os  fios  para  trás  dos  ombros  ,  antes  de  voltar  sua  atenção  para  o  moreno. ❝  no  espírito  de  um  jogo  limpo  ,  você  pode  até  escolher  a  música  que  deseja  que  eu  dedique  ao  seu  fracasso  ,  caro. ❞  pendendo  o  quadril  ligeiramente  para  o  lado  ,  encaixou  a  destra  na  curva  da  cintura. estava  mais  do  que  disposta  a  cumprir  sua  promessa  ,  calá-lo  ,  nem  que  de  maneira  física… com  a  própria  palma  e  um  estalo  seco  contra  a  pele.

O  frisson  ,  habitual  nos  diálogos  em  que  antecediam  os  fugazes  encontros  de

🎱 uma aposta com @neslihvns

“eu tô falando sério!” reforçou, com a expressão menos jocosa que ele conseguia. “opa, da uma licencinha aqui, campeão” disse, folgado como sempre, puxando uma cadeira para se sentar entre a jovem e seu encontro. sabia lá qual era o nome do rapaz que originalmente estivera na posição de acompanhante de neslihan e agora parecia confuso e devidamente ofendido por ter sido jogado para escanteio, e também não queria saber. o que importava era que agora os olhos grandes e bonitos da turca estavam em sua direção, brilhantes e escurecidos pela irritação, como ele bem gostava. camilo era mesmo um grande sem noção, mas era inegável que sabia chamar atenção. até mesmo alguém como neslihan, que certamente não tinha a menor intenção de ofender o loiro sem sal que observava a conversa alheia de braços cruzados, poderia encontrar dificuldades para ignorar a presença do ricci. não porque ele era exatamente irresistível; era só que ele era terrível e irremediavelmente insistente, mesmo. “é tudo sobre carisma e um grande espetáculo. qualquer um com uma voz meia boca pode ser famoso, se tiver personalidade o suficiente” piscou-lhe um dos olhos, dando a entender que ele tinha certeza de que, se quisesse, poderia ser uma celebridade. não havia começado aquele assunto por nenhum propósito específico, mas sorriu sozinho ao perceber que poderia usar o instinto da mais jovem de contraria-lo a todo custo a seu favor. “então vamos fazer uma aposta” disse, as mãos batendo na mesa e tremendo um pouco os copos que ali estavam. “quem conseguir mais aplausos, vence” apontou para o palco onde uma senhora cantava muito desafinadamente a música ‘dancing queen’, acompanhando a letra no telão do karaokê. “a não ser que tenha medo de perder, claro” e pegou o copo do rapaz, bebendo todo o restante do uísque que continha ali, dando uns tapinhas de agradecimento no ombro do homem embasbacado.

🎱 Uma Aposta Com @neslihvns

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4 months ago

o  ritmo  da  manicure  amendoada  batendo  contra  a  madeira  maciça  da  minúscula  mesa  ,  que  já  tinha  o  seu  nome  e  de  aaron  afixado  ,  enquanto  conferia  a  sua  caixa  de  mensagens  em  meio  ao  burburinho  da  piazza  ,  era  o  único  indicativo  externo  de  inquietação  de  neslihan. a  energia  em  excesso  não  era  incomum  ,  mas  antes  mesmo  de  consumir  sua  dose  tripla  de  cafeína  pela  manhã?  uma  ,  quase  ,  raridade  ,  mais  incaracterística  até  do  que  o  atraso  alheio . naquele  momento  ,  os  minutos  que  o  relógio  caminhara  além  das  sete  horas  ,  sequer  haviam  registrado  ,  quando  o  timbre  masculino  ,  e  pesado  ,  fê-la  saltar  no  assento. ❝  cavolo  !  ❞  levando  uma  das  palmas  sob  o  ritmo  repentino  em  seu  peito  ,  fitou  atordoada  o  blackwell  por  alguns  instantes. ❝  uh?  ah-ainda  não  ,  estava  te  esperando… ❞  as  horas  no  adereço  envolto  no  delicado  punho  fizeram-na  franzir  o  semblante  momentaneamente. a  gökçe  jamais  perdia  a  noção  do  próprio  tempo . ❝ não faz mal ,  eu  posso  forçar  meus  horários  um  pouco  mais  tarde . ❞  o  repuxar  dos  lábios  era  genuíno  então  ,  os  músculos  relaxando  lentamente. ❝  quantas  horas  foram  hoje  ?  duas  ou  três  ?  ❞  folheando  o  menu  ,  mais  por  hábito  do  que  necessidade  ,  arqueou  uma  das  sobrancelhas  para  ele  antes  de  recitar  o  próprio  pedido. gostava  de  variar  ,  mas  àquela  altura  ,  todos  os  pratos  e  bebidas  do  pequeno  café ,  espremido  entre  uma  floricultura  e  gelateria ,  já  haviam  agraciado  o  seu  paladar. ❝  ao  menos  não  foi  acordado  pelo  escândalo  que  arrumaram  por  toda  cidade… já  teve  chance  de  ler  o  jornal  ?  ❞  questionaria  se  havia  conversado  com  alguém  mais  ,  mas  era  aaron  em  sua  frente. tão  improvável  quanto  ela  acreditando  em  magia. com  o  ristretto  entre  as  palmas  ,  inalou  o  aroma  inebriante  antes  de  bebericar  o  líquido  escuro  ,  soltando  o  suspiro  preso  em  seus  pulmões  desde  que  lera  a  manchete  —  ainda  em  seu  roupão  e  com  mark  ruffalo  deitado  sob  os  seus  pés. ❝  está  preparado  para  o  mais  novo  absurdo  que  estão  inventando  ?  ❞  sarcasmo  era  tão  fluente  entre  eles  quanto  o  italiano  ou  inglês .

O  ritmo  da  manicure  amendoada  batendo  contra  a  madeira  maciça  da  minúscula  mesa

Aaron puxou a cadeira em frente a Nes em um movimento cansado, pedindo desculpa pela demora. Normalmente, ainda que saísse tarde do trabalho no bar, ele não costumava se atrasar. Cumpria rigorosamente — quase religiosamente — a tradição de tomar café da manhã com a melhor amiga. E, por mais que não fizesse esforço pela maioria das pessoas, ela conseguia ser sua exceção. "Você já pediu a sua comida?" Blackwell puxou o cardápio, mas já sabia o que queria, porque sempre pedida a mesma coisa todos os dias. Não gostava de mudanças. Então, ia ser o mesmo café com leite e pão com ovos de sempre. "Acabamos fechando o bar bem tarde ontem e", deu de ombros. "Sei lá, não consegui acordar". @neslihvns

Aaron Puxou A Cadeira Em Frente A Nes Em Um Movimento Cansado, Pedindo Desculpa Pela Demora. Normalmente,

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3 months ago

partner in justice : @aaronblackwell !

location : casa comune !

Partner In Justice : @aaronblackwell !

a cada novo evento anunciado como a oportunidade definitiva para encontrar sua alma gêmea , a paciência de neslihan se desgastava sob o peso de tentativas desesperadas de acelerar a resolução de algo cuja existência sequer possuía comprovação racional . embora tivesse prometido a si mesma que enfrentaria cada sugestão e intervenção com a elegância herdada de münevven , sentia-se como um animal acuado , pronto para reagir à menor ameaça . já havia recusado o convite dos proprietários da casa comune , mas , como sempre , a insistência dos habitantes de khadel se mostrava uma força quase sobrenatural . agora , com o cartão de confirmação em mãos — um gesto meramente protocolar , visto que a presença deles já não necessitava de qualquer formalidade — , ela lançou um olhar suplicante para aaron . a expressão masculina refletindo a sua própria , como se ambos estivessem no corredor da morte, aguardando suas sentenças .

dançar era algo que apreciava . libertar-se das tensões acumuladas sempre lhe fazia bem . mas não daquela maneira , naquele estilo . um suspiro escapou de seus lábios , carregado de arrependimento , enquanto lia mais uma vez a indicação do ritmo descrito na entrada do estúdio . salsa . ❝ quanto vou precisar me desculpar por isso ? ❞ o amigo era a única pessoa que lhe ocorrera quando , pressionada , teve que confirmar a participação na sessão . ainda recordava o entusiasmo do outro lado da linha diante da mera possibilidade deles serem destinados . uma amizade de tantos anos… tenho certeza de que vocês foram feitos um para o outro . a ideia arrancava um sorriso discreto da mulher . se houvesse uma mínima chance de um final feliz , aaron seria , sem dúvida , sua melhor aposta . o convívio entre eles era tão natural que não lhe parecia um fardo imaginar-se ao lado dele pelo resto da vida . já estavam na vida um do outro há mais de duas décadas e , com um pouco de sorte , não viveria tempo suficiente para triplicar essa marca . ele era segurança , previsibilidade , compreensão e aceitação .

❝ aqui vai uma ideia . ❞ ponderando , inclinou-se ligeiramente para ele . ❝ se assustarmos nossos instrutores o bastante , será que encerram a aula mais cedo ? ❞ a sugestão era tentadora , embora duvidasse que aqueles que tanto insistiram em sua presença desistiriam tão facilmente . ❝ preparado ? ❞ indagando , aproximou-se para enlaçar seu braço ao dele . passou uma das palmas pelo tecido do vestido , como se o gesto fosse suficiente para prepará-la para o que , naquele instante , parecia a verdadeira dança do apocalipse .

Partner In Justice : @aaronblackwell !

@khdpontos


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neslihvns - 𝒈𝒍𝒐𝒓𝒊𝒐𝒖𝒔 ! justice
𝒈𝒍𝒐𝒓𝒊𝒐𝒖𝒔 ! justice

𝒕𝒉𝒆 𝒂𝒄𝒕𝒊𝒗𝒊𝒔𝒕 ! neslihan gökçe , 29 , human rights lawyer . can you hear my heart beating like a hammer ?

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